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Complicando coisas simples?

quinta-feira, 15 de outubro de 2009


A Lei de Murphy é um ditado popular da cultura ocidental que afirma que "se alguma coisa pode dar errado, com certeza dará". "Se há mais de uma maneira de se executar uma tarefa ou trabalho, e se uma dessas maneiras resultar em catástrofe ou em conseqüências indesejáveis, certamente será a maneira escolhida por alguém para executá-la". A Lei de Murphy é comumente citada (ou abreviada) como "Se algo pode dar errado, dará" ou ainda "se algo pode dar errado, dará errado da pior maneira possível, no pior momento possível".

AÇÃO e REAÇÃO


Nossa vida é o reflexo de nossas ações. A vida de cada um de nós não é uma coincidência, acidente ou provocação. Ela é a conseqüência de nossos atos. A cada ação corresponde uma reação. Se a ação é boa, a reação também o será, e se for o contrário, da mesma forma se dará a reação. Toda ação é exercida pelo nosso consciente, enquanto a reação é promovida pelo nosso inconsciente.


É importante frisar que a reação não é relativa à ação e sim a qualidade dela. Quando alguém aplica uma injeção em outrem, ele não tem o retorno daquela dor, porque a qualidade da ação foi um bem, a injeção era uma medicação para a melhora da saúde daquele outrem. Se, todavia, havia outra forma sem dor para a medicação, porém a injeção foi aplicada por sadismo do autor, então sim, virá uma reação nesse sentido, porque o autor pode enganar a todos, menos ao seu inconsciente, que é o elo entre os planos inferior e o superior.


Tudo o que nos acontece tem, a partir desse princípio, razão de ser. Se tudo o que nos acontece é bom, é certo que nossas ações também as foram. Ao contrário, se estão nos acontecendo muitos fatos ruins, é certo também que nossas ações não estão sendo apropriadas. Não existe um tempo determinado para a reação a uma ação. Ela tanto pode se dar em questão de segundos como de dias, meses e até alguns anos depois. Nossas pesquisas demonstraram que quanto mais grave a ação, mais demorada é a reação. Acreditamos que essa demora é um tempo que a natureza está nos dando para podermos nos conscientizar do erro cometido e assim conseguir extinguir a reação.


No plano físico já existe esta lei, descoberta por Isaac Newton que a publicou em 1687 (A toda ação há sempre oposta uma reação igual, ou, as ações mútuas de dois corpos um sobre o outro são sempre iguais e dirigidas a partes opostas).


A Terceira Lei de Newton também é conhecida como Lei do Par Acção-Reação.


Parece que por mais que eu tente fugir disso, por mais que todos tentemos negar, nossa vida é mesmo regida por leis além de nossa compreensão terrena. A nossa prepotência inata nos leva a crer que temos algúm tipo de controle sobre nossas vidas. Estudar, se formar, ter um bom emprego, casar, pagar as contas em dia. Achamos que vivendo baseando-nos nessas regras simples, nada fugirá de nosso controle, que tirando um ou outro contratempo aqui e ali, tudo correrá como deve correr. Bom, a cada dia que passa creio menos nisso.


Nos últimos anos mudei muito. Pouco para melhor, muito para pior. Venho deixando as tribulações da vida me endurecerem e me desanimarem cada dia mais. A minha fé no ser humano, meu otimismo e meu bom humor estão se tornando lembranças distantes a medida em que eu vou trilhando o caminho tortuoso que escolhi.


Apesar de crer que nossa vida é regida por certas leis naturais, creio também que ela é definida pelas escolhas que fazemos. Inclusive as que deixamos de fazer.


Controlamos nossas vidas dentro de um ambiente controlado. É bem o conceito filosófico abordado no filme The Matrix. Podemos fazer o que quisermos, tomarmos as decisões que quisermos, seguir nossos instintos e caminhos, mas no final das contas estamos presos num circulo vicioso de escolhas intermináveis. A vida é uma coisa binária coberta por um manto de falso livre arbítrio.


Nos últimos anos, no intúito de tentar fazer as escolhas certas, tenho notado que elas tem me levado a resultados errados. Buscando minha individualidade e auto confiança tenho perdido mais do que ganhado.


Cresci deixando as pessoas guiarem minha vida por mim. Minha mãe, meus parentes, meus amigos. Me submeti a isso por medo de desagradar a todos. Na minha incansável busca por afeto e aceitação, perdi totalmente a minha personalidade no processo.


Depois de “adulto”, revoltado por ter crescido um marionete, expectador de minha própria vida, decidi tentar tomar suas rédeas. Contudo, equitação é difícil se você nunca praticou antes. Você corre o risco de literalmente cair do cavalo.


Na minha ânsia de fazer escolhas, de tomar minhas próprias decisões e me responsabilizar por elas, mergulhei de cabeça num lago de águas turvas, dando braçadas descoordenadas. O que só tem feito com que eu sempre morra antes de chegar a praia.


Minhas ações tem gerado reações totalmente opostas ao que eu estou realmente procurando. Venho me afastando cada dia mais das pessoas, conquistando inimizades, indo por caminhos difíceis. Estou tentando segurar as rédeas sim, mas não mais de um cavalo e sim de um touro emputecido. E tanto um animal quanto outro estão disponíveis pra mim no meu estábulo todas as vezes que levanto pela manhã. Insistentemente tenho escolhido montar o touro. Venho caindo e levantando dele, mas ainda assim insistindo em domá-lo.


Já me perguntei várias vezes o porque insisto em meus erros, mesmo vendo seus resultados catástróficos. Antes mesmo de cometê-los já sei de suas consequências, contudo vou em frente. O que me move a essas escolhas auto-destrutivas e mazoquistas? Uma teimosia infantil em achar que talvez “água mole em pedra dura, tanto bate até que fura” ou uma auto punição? Em certa ocasião o Ricardo me disse que eu não tenho paz, porque não consigo perdoar meus próprios erros.


O problema é que eu simplesmente não sei como fazer isso. Não sei o que devo fazer para perdoar a mim mesmo.


Outro dia vi um filme que recomendo, chamado “Na natureza selvagem”. Perto do seu desfecho ouvi algo de um dos personagens mais ou menos como: “Se você consegue perdoar então você passa a amar. E se você ama, então sente Deus dentro de você.”


Venho reclamando a tempos de um ódio que me consome. De mim, dos outros, das coisas. Então, seria esse o segredo? Existe um segredo pra alguma coisa ou é tudo como o pergaminho do dragão guerreiro no Kung-Fu Panda: “Não existe ingrediente secreto!” ?


O simples ato de “me perdoar”, geraria então tantas mudanças? Uma onda de choque que teria seu epicentro em mim e se espalharia por tudo e todos ao meu redor? Simples assim? Tantas questões, tantas dúvidas, tantas negações e no final de tudo a resposta é o maior clichê de toda a existência da humanidade: Tudo se resume... ao amor?


Talvez por isso busquemos tanto. Procuremos tantas outras respostas para tantas coisas. Porque como eu disse em um dos meus posts, as vezes admitir coisas tão simples nos faz enxergar que não somos tão espertos assim como pensávamos. E isso nos inferioriza. Porque o orgulho é outra coisa inata em nós.


E o amor também?

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