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Sobre amizades virtuais.

segunda-feira, 5 de outubro de 2009



Confesso que sou viciado em Orkut, não saio do MSN quando estou em casa, fico apertando F5 a cada cinco minutos na minha página de recados pra ver se tem algo novo (o que geralmente é raro), mas, apesar de contaminado por mais esse modismo tecnológico, não consigo deixar de perceber o lado ridículo e hipócrita disso tudo.

Eu sinceramente não acredito em amizades virtuais. Me desculpem aqueles que me tomam como amigo virtual, mas, a minha definição de amigo é bem mais ampla. Considero as pessoas estranhas com quem tenho contato na internet, apenas meus “queridos conhecidos virtuais”.

Como disse, amigo para mim é algo bem mais abrangente. Não é só alguém simpático, bacana, um ouvinte atencioso com algo em comum comigo. O amigo para mim tem uma definição quase que física. Eu tenho que vê-lo, tenho que tocá-lo, senti-lo. Saber que eu posso estar com ele e que, quando eu realmente precisar, que ele possa estar comigo.

Em minha opinião a “evolução” humana banalizou muitas coisas, entre elas o amor e a amizade. As pessoas adotaram a premissa de que quanto mais rápido, mais fácil. E as coisas não são bem por aí. Com o advento do Orkut então, o chamado “site de relacionamentos”, creio que a coisa desandou de vez.

Existem amores que se formam na internet? Sim, porque não? Não posso negar. Amizades? Também.
Não vou generalizar, não vou dizer que o Orkut todo é uma droga e que o MSN é inútil. Eu mesmo vejo até uma boa utilidade para essas ferramentas se bem usadas mas, sei lá, é a forma como isso se desenvolve que soa meio hipócrita.

Tenho dezenas de contatos. Dessas dezenas eu realmente conheço algumas poucas dúzias. Ouso dizer que talvez menos de duas dúzias.
Dessas dúzias, eu apenas realmente tenho amizade com menos de dez. A grande maioria são amigos de amigos de amigos, pessoas que me acharam em alguma comunidade e gostaram do que escrevi, ou mesmo alguns que acharam a minha foto “bonitinha”.

Aí eles pedem para serem adicionados aos seus contatos, você adiciona... E daí? E depois? Ficam lá, pendurados no seu perfil como enfeites de natal fora de época.
A coisa rola tão automática que nem sequer nos damos mais conta da famosa pergunta que o Orkut nos faz cada vez que adicionamos alguém: “Fulano de Tal é seu amigo?”.  Sim? Não?

Abram seu Orkut, olhem seus contatos e respondam para si mesmos, dos montes de Fulanos da sua lista de contatos, quais deles são realmente seus amigos? Por que você os adicionou? Alguns com certeza você nem se lembra mais. Outros, por um motivo passageiro, que já teve a sua razão de ser

Contudo você acaba os deixando lá, afinal, se não servem pra nada também não atrapalham. Montes de amigos virtuais hoje em dia é sinal de status. Que perdedor hoje em dia tem seu Orkut vazio? Confesso que até o meu motivo é esse. Qual é a graça de um Orkut vazio? De um MSN sem suas luzinhas verdes, laranja e vermelhas de status?

No final das contas, se você for parar pra analisar, amizade, amor e contatos são as últimas coisas que todos procuram em lugares assim. As pessoas, todas elas são carentes por natureza e partilham do mesmo medo. O de perceberem que estão mais sozinhas do que pensam. Elas não buscam. Esperam ser encontradas no meio de uma multidão virtual.

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