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Aprendendo a reconhecer nuances de felicidade

sábado, 21 de novembro de 2009



Eu costumo sempre dizer que é preciso pouquíssimo para me chatear, me magoar ou estragar o meu dia. Um defeito que preciso corrigir. Contudo igualmente é preciso pouco para me deixar bastante feliz. Cada dia que passa eu tenho tomado mais consciência de que a felicidade não é uma coisa fixa e duradoura e acreditar nisso só te faz sofrer mais por tentar mantê-la.

Ela é feita dos pequenos momentos, mas contradigam-me se eu estiver errado, esses pequenos momentos, ah, como se tornam grandiosos quando você consegue enxergar neles o que realmente significam. Acho que o que nos faz sofrer de fato pela busca da felicidade é a nossa ilusão em tentar fazê-la estar conosco sempre. Você passa por momentos legais, felizes e se sente tão completo, tão cheio de alegria e satisfação, que deseja ardentemente que essa sensação de “bem estar” não termine nunca. 

Mas o mundo e as pessoas que vivem nele não são perfeitos e nunca serão. E sinceramente achar nessa altura do campeonato que eles tem qualquer obrigação de ser é mera infantilidade e bastante ingenuidade. As vezes passo por momentos péssimos, nos quais desejo sinceramente morrer. Sinto falta de tanta coisa, as vezes me vem um vazio imensurável por dentro. Momentos em que eu desejo um alento, um abraço de quem quer que seja, uma palavra de carinho, um “meu amor” ou um “meu amigo”. As vezes me sinto tão fechado em quatro paredes invisíveis, sem janelas e portas que até parece que vou me sufocar. Por mais que apontem à você as luzes no final do túnel você acaba se recusando a vê-las, porque o homem é assim, a felicidade que a vida lhe oferece nunca é a felicidade que você acha que realmente almeja. Cheguei depois de muito tempo à conclusão de que a insatisfação é realmente inerente ao ser humano e em conseqüência disso, a busca da felicidade permanente. O que ocasiona um círculo vicioso que se não percebido acaba te deixando estagnado no mesmo lugar por um tempo indeterminado e muitas vezes longo.


O grande erro da maioria das pessoas da Terra é achar talvez que a felicidade, aliás a maioria dos nossos sentimentos e sensações são em verdade “não variáveis”, ou seja, que a felicidade é uma coisa destinada a se alcançar e quando você a consegue, a tem pra você permanentemente, sim, porque você lutou por ela, você “a conquistou” então é seu direito tê-la sempre consigo. Um pensamento até bastante egoísta dependendo do lado do prisma que você visualiza.
Todo mundo tem dias horríveis, seja eu, o papa, o transeunte que passa do seu lado na rua ou aquele seu amigo que você acha que tem uma vida totalmente sem problemas. Uma amiga uma vez me disse que somos naturalmente propensos a, por mais que tenhamos, sempre achar o gramado do vizinho mais verde que o nosso. Achar que a felicidade desvia de nosso caminho e vai ao outro que não a merece. Todos a merecem e de certa forma na verdade todos a tem. Eu disse no começo que a insatisfação é inerente ao ser humano. Pois é. A felicidade também o é. É meio como um talento latente, diferente daqueles com os quais alguns afortunados nascem. É mais uma coisa a ser trabalhada e desenvolvida. Ninguém nasce sabendo tocar um violão, ninguém nasce um atleta de renome, assim como de certa forma, ninguém nasce feliz. São coisas que aprende-se acho eu. Alguns alunos por exemplo detestam estudar. Querem ser alguém na vida, querem ter coisas, querem ganhar dinheiro, ter uma vida digna, mas quando pegam um caderno simplesmente não conseguem ler mais que três ou quatro linhas da matéria. Se você não aprende algo, seja o que for, como saberá usá-lo no futuro?



Assim acho que funciona a felicidade também. Se você não aprender a reconhecer as vezes em que ela passa por você como poderá usá-la a seu favor?
Talvez no dia seguinte a algo como isso eu tenha um dia ruim, péssimo, mas acho importante, inclusive como processo de cura, sabermos registrar esses momentos que nos gratificam tanto, tentarmos sempre lembrar da sensação que sentimos no momento, da emoção que você sentiu ao olhar nos olhos do próximo e sentir que de alguma forma ele te entendeu ou pelo menos tentou.
Não sei mais muito o que dizer. Só estou satisfeito, muito satisfeito. Feliz não diria, mas a satisfação já é um passo para mais um momento de felicidade que possa vir a chegar. Enquanto o próximo não vem, vou fazendo minha coleção e com ela, montar uma coisa grande.



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1 Divagações

  1. Olá!
    Primeiramente, gostaria de agradecer pela visita ao meu blog!

    Em segundo: passando por aqui, achei muito interessante o seu espaço.

    Gostei desse teu texto. Tem alguns pontos muito legais para se pensar. Este, por exemplo:

    "...que a felicidade é uma coisa destinada a se alcançar e quando você a consegue, a tem pra você permanentemente, sim, porque você lutou por ela, você “a conquistou” então é seu direito tê-la sempre consigo."

    Poxa, muitas pessoas pensam assim, não é mesmo? E é muito questionável. Vivemos em meio a coisas tão efêmeras que acreditar que, após "conquistar" algo, ele se torna seu permanentemente, é pedir para se decepcionar com a vida.

    Enfim, por hoje é só! Retornarei aqui mais vezes!

    Abraços!!

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