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Sobre coisas que não descem mais tão redondas

quarta-feira, 25 de novembro de 2009






Não estou me sentindo muito bem. Parece que eu comi alguma coisa estragada ou sei lá. To com uma sensação de vazio no estômago.
Saí outra noite dessas pra ir ao mercado comprar um creme hidratante e uma caixa de hamburguer de frango. Ganhei uma grelha elétrica usada e estou louco pra ver se ela prepara hamburgueres legais.


No caminho pro supermercado tem uma lanchonete muito legal e um ou outro barzinho mequetréfe. Não frequento bares, mas gosto de lanchonetes e de uma boa cervejinha gelada com algum amigo.
Subindo a Avenida rumo ao mercado me dei conta de que há tempos não sei mais o que é isso.
Eu não sei na verdade o que eu gostava mais, se da cervejinha ou da companhia, ou mesmo da mistura dos dois. De repente subindo pro mercado eu me dei conta do quanto isso está me fazendo falta.

Nunca precisou ser muito tempo. Uns 40, 60 minutinhos de companhia e cervejinha já me fazia ganhar o dia. É tão gostosa a sensação. Não dá cerveja, mas a companhia, a conversa, se sentir interagindo com alguém. Eu adorava isso. A pessoa nem precisa falar muito, só precisa estar lá comigo.
Agora subindo a rua me dei conta do quanto isso hoje está distante. Uma coisa tão simples, tão corriqueira está tão distante. Ainda tenho tomado a minha cervejinha. As vezes a noite vou na lanchonete, peço meu pastel, minha cerveja e fico lá minha meia-horinha, mas sinceramente hoje vou por falta de coisa melhor pra fazer. Não me dá prazer algúm.

A cada dia que passa vejo que não posso realmente contar com mais ninguém. Ao que parece todo mundo arranjou coisa melhor pra fazer do que fingir que acha a minha companhia agradável apenas por pena. Hoje em dia ou as pessoas marcam alguma coisa na pressa, apenas por marcar ou ficam "bipando" com seus celulares na mesa,  assuntos mais interessantes com pessoas que julgam mais interessantes.

Sei lá, por um lado é bom. Tenho bebido menos. Beber sozinho realmente não tem graça. Mas as vezes essas noites me fazem uma falta grande.


3 Divagações

  1. Como diria o clichê: as melhores coisas da vida são grátis (apesar de algumas outras tantas boas coisas não serem, rs).


    ''A cada dia que passa vejo que não posso realmente contar com mais ninguém. ''

    Me lembrou uma frase do Mario Quintana (ou atribuida à ele, porque sabe como é, frases achadas na internet não dão garantias de certeza
    de quem é o autor) que diz:

    ''O pior dos problemas da gente é que ninguém tem nada com isso''.

    É complicado falar de contar com alguém ou não porque já entra no meio aquilo de expectativas que colocamos sobre os outros e por aí vai.
    A questão é que aquela história de que a única pessoa que estará do nosso lado pra sempre é somente nós mesmos é muito verdadeira, apesar
    de ser nada romântico e bem aterrorizante.
    Ter alguém com quem contar, que estará lá por você é muito bom? É, mas não deveria ser essencial. A independência mais difícil
    de conquistar não é a financeira, creio eu, e sim a emocional.
    Citando outra frase, do Luis Gasparetto que exemplifica bem isso:

    ” Sozinhos, todos nós somos. Nascemos e morreremos sós. Embora repartamos a nossa vida com os outros, nós ainda somos sós aqui dentro. Então, acalme-se completamente na tua solidão.”

    E aí, com os que se desesperam ao constatar isso, vejo claro dois tipos:
    Os que passam a vida carentes e dependentes todo o tempo de outras pessoas e os que se afastam
    de qualquer ligação emocional com as outras pessoas por medo de se acostumar com a presença de alguém e passar a ser dependente disso também.


    E eu não acho que seus amigos só saiam com você por pena. Você é um cara legal, Eduardo. Você sabe disso, eles também.
    Mas enquanto a vida deles parecia focadas em várias coisas, e em uma delas você estava lá, a sua só estava focada neles. O problema me parece, não é em estar com você mas sim o quanto é difícil lidar com você porque você exige bastante (e não me entenda errado, não estou te criticando, só estou constantando. A questão se o que você exige é bom/ruim, demais/justo, certo/errado já é outro assunto).
    E aí, há momentos em que você não está com paciência pra aguentar esse tal lado dessa pessoa, apesar de gostar dela.

    Você não acha que talvez seja hora de procurar novas amizades? Já que essas ainda estão muito desgastadas e aparentemente necessitam de tempo pra se recuperarem?


    No mais, gosto do jeito como você descreve coisas de sua rotina. Deve ser pelo fato de você escrever bem rs!

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  2. Meus amigos já deixaram de sair comigo há muito tempo.

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  3. Teu blog parece de um adolecente, mas lendo este texto, que o DADO me trouxe, verifico que é um texto de alguém com mais de 30 anos...muito interessante essa análise, pois é bem isso mesmo, nunca mais teremos o prazer de beber com os amigos como era na adolecencia...não tem como, talvez por maturidade, talvez pq mudamos de conceitos, sei lá, mas, beber sozinho não tem graça, e quem acha graça em beber sozinho, com certeza já é um alcólatra...PROCURE UM MÉDICO...Rrsss...

    Abrção!!!

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