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Sobre armaduras e queimaduras.

segunda-feira, 3 de maio de 2010

Final de semana não de todo ruim. Se eu disser que foi ruim, estarei sendo pessimista, pois pelo menos serviu pra descansar a minha cabeça da bosta de cursinho que eu estou fazendo, onde o professor ao invés de animar você, só sabe te mostrar o lado negativo da coisa. Pelo menos poder ficar dois dias longe dele e daqueles manos favelados do fundão já é alguma coisa.



 
Mesmo assim, esse final de semana serviu para que eu visse o quanto ainda procuro me enganar, mesmo dizendo aos quatro ventos que sou sincero comigo mesmo.
Fui ao cinema sábado a tarde assistir Homem de Ferro 2. Filmaço. Eu, como semi-nerd assumido, leitor de quadrinhos e visulaizador de desenhos animados de heróis, adorei. Ação, aventura, mulheres bonitas na tela que me causaram até ereção. Foi uma estória bacana, contudo não foi nem de longe a mesma sensação que tive sábado passado, quando fui assistir Alice no país das maravilhas.
Não sei, talvez pelo fato de que eu estava meses e meses sem ir ao shopping ou ao cinema, talvez pela adrenalina de entrar com a carteirinha falsa, sei lá, sábado passado meu passeio solitário teve o efeito esperado. Me distraí, curti um pouco. Posso dizer que valeu o passeio.
Mas nesse último sábado foi diferente. Apesar de ser um tipo de filme que eu curto pacas e tal, sei lá, a sensação de apatia, solidão e estresse não saiu de mim o dia todo.
Pra começar, fui nadar logo cedo e no caminho de volta o meu chinelo soltou a tira. Pra não andar mancando, tirei-os e vim caminhando descalço pela rua. O problema é que já passava do meio dia, o asfalto e as calçadas estavam escaldantes, cheios de pedrinhas e não tinha uma sombra por onde eu pudesse caminhar.
Cheguei em casa com os pés em brasa, mas nem liguei. Fui almoçar, estudar e depois tomar um banho pra sair. Não estava com a mínima vontade de sair pra lugar nenhum, mas também não queria ficar em casa inutilmente na frente do PC.



Foi na hora do banho que notei o estrago. Consegui queimar a sola dos pés no asfalto. Nada gravíssimo, mas com certeza algo entre os 1ºs e 2ºs graus na escala. Não vou dizer que ficaram em carne viva porque seria exagero, mas sim, estão com queimaduras.
Fui ao cinema. Até pensei em ver se minha prima estava em Bauru, mas ela não veio nesse final de semana passado, talvez venha no próximo. Até chamei uma pessoa pra ir junto, mas como sempre as pessoas nunca estão disponíveis na hora em que você precisa delas. Nada nunca é no seu tempo, mas no tempo delas. Então, como estou largando a mão de esperar a boa vontade alheia, fui. Sem a mínima vontade, ressalto. Pelo menos dessa vez consegui chegar num horário razoável, mesmo assim enfrentei uma fila quilométrica para o ingresso e outra ainda maior para a pipoca. Fora o fato de ter que aguentar os típicos casais de sempre, de mãozinhas dadas e trocando carícias nas filas e dentro da sala. Gostaria do fundo do meu coração que todos os casais do mundo, sem exeção, pegassem uma DST gravíssima e morressem sofrendo.
Mal consegui pisar o dia todo com a sola dos pés queimada, mas até aí tudo bem. Comprei minha pipoca, a qual transformei numa sopa picante, tamanha a quantidade de molho de pimenta que despejei e um isotônico. Assisti meu filme e voltei pra casa.
Na volta (a pé) passei no parque da cidade e no anfiteatro. Teve uns eventos lá o dia todo por causa do feriado e umas bandas tocando. Não queria passar pelo meio do parque, mas a rua tava intrafegável e eu fui obrigado. Só pra ter que ouvir uma banda tocando uma ridícula música cafona de amor e ouvir o vocalista gritando: "Quem tá apaixonado aí levanta a mãããããoooo!"
Ah, que ódio. Pra piorar ainda tinha quilos e quilos de casais na platéia, se agarrando e se chupando pra tudo quanto é lado. Uma gentinha nojenta que parece que gosta de esfregar a felicidade deles na cara de quem quiser ver. Ainda bem que existem as DSTs.
É por isso que eu falo que continuo me enganando. Achando que vou resolver alguma coisa, me distrair saindo sozinho. Odeio sair sozinho, odeio SER sozinho. Não importa o que eu faça, não importa onde eu vá. Do que adianta se divertir, do que adianta se o filme foi legal ou não se ao final do dia volto sozinho de novo pra casa, sem ninguém pra poder dizer "foi um dia legal né?". 


Pés com bolhas, ardendo pra caralho.



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6 Divagações

  1. Ai ai ai. Entendo perfeitamente como se sente ao ver os casais, por ai, se amando quando estamos sozinhos e carentes, desejando que também estivéssemos vivenciando aquilo, mas não deseje que eles tenham DSTs porque tudo o que desejamos pros outros volta pra nós mesmos. Sério! Sei lá, apenas pense que em sua hora o que tiver que acontecer com você acontecerá. Parece uma idiotice falar isso, mas eu também estou passando pela mesma fase de solidão e sei exatamente o que você está passando.
    Um dia nossa hora chega. Eu tb vivo pensando que queria ter alguém pra contar minhas coisas, perguntar como foi o dia e tudo mais, mas acho que antes de dividirmos nossa vida com alguém, temos que aprender a ficar bem com a gente mesmo porque no final, nós é que somos nossos melhores companheiros porque só a gente se suporta e entende o que de fato passa em nossa cabeça.
    Bjos!

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  2. Oi Eduardo, sei muito bem o que é isso. Já fui ao cinema sozinha e já viajei muito sozinha também. Vc tem razão: as pessoas nunca estão disponíveis quando precisamos delas. Parece que só porque a gente está animado pra fazer alguma coisa, o resto não quer mais. Acabei aprendendo e até preferindo fazer as coisas sozinha. No final é até melhor porque a gente decide tudo e tem mais mobilidade.

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  3. Desculpe, mas eu dou gargalhadas. KKKKKK Como você é cruel. Sua vida até que é muito legal e daria um filme bem interessante, pelo menos com a sua narrativa fica tudo muito... sei lá, trágico e engraçadíssimo! Bom, isso é um elogio, espero que entenda.

    Abração! E valeu pela presença de sempre!

    Pedro Antônio

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  4. Sim, sem dúvidas, como o pedro ressaltou aí em cima, é impossível ler e não rir, rs. É, eu sei como é, você estar no meio da mutidão e se sentir sozinho, mas isso muda, quer dizer tudo muda o tempo todo no mundo né, como uma onda no mar, rs. Positividade Eduardo, abraços!

    Thales Willian

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  5. Rs... o dia que vc tiver alguém vai pedir pelo amor de Deus para ficar um pouco sozinho. É bem assim... esquece as DSTs, imagine quando chegar a sua vez? Afe! Não irá querer uma DST para estragar tudo. E com certeza irá ficar exibindo a companhia e a sua felicidade para os outros também, na verdade a gente nesse momento pouco se importa com os outros, só vive. Então com certeza não tavam exibindo a felicidade para ninguém,embora pareça isso. Apenas curtindo o momento que passa logo, tem que aproveitar o romance. Um bom dia para você!

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  6. Uma coisa importante a notar, é que não adianta as pessoas falarem/escreverem coisas sobre como você será feliz um dia. A felicidade está dentro de ti.

    Os monges budistas não fazem sexo e são todos felizes.

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