Sobre tabelas, crises, fobia social e garotinhos de 14 anos.
terça-feira, 18 de maio de 2010
Não tenho conseguido me sentir vivo ou aproveitando a vida. Em agosto próximo farei 34 anos e não estou nem um pouco empolgado, muito pelo contrário. Não estou aproveitando nada. Tenho medo de me tornar um desses velhos ranzinzas e solitários igual ao daquele desenho UP, altas aventuras.
Saio pela rua pra tentar me distrair um pouco, ando pelos parques e praças e vejo garotinhos de 14 anos dando um amasso nas namoradinhas, dividindo o mesmo sorvete, trocando saliva e enfiando as mãos onde não devem. Nessa idade tudo o que eu fazia era assistir Xou da Xuxa e ficar desenhando, isso me faz sentir um bosta perto deles.Domingo passado teve a Virada Cultural em São Paulo e se eu fosse realmente um homem que prestasse, teria dado a cara a tapa, pegado um ônibus e ido me arriscar, curtir, fazer o que eu nunca fiz, mas não, passei mais um final de semana na frente do computador fazendo absolutamente nada. Minha maior expectativa de domingo foi ir até a lanchonete com um amigo que tinha me prometido, mas depois desmarcou porque ficou doente. Que novidade!
Na última Virada que teve eu já me arrependi de ter ido. Tava sem ninguém pra ir comigo, me fazer companhia, mas fui mesmo assim. Cinco minutos no meio daquela multidão e eu liguei chorando pra um amigo pedindo que ele viesse pra me fazer companhia. Bom, ele veio, mas dois minutos depois que chegou, foi se juntar justamente com a galera que eu estava evitando pra curtir a festa com eles. Nessas horas eu penso duas coisas: Ou o cara é muito burro a ponto de não perceber que eu tava evitando aquela galera ou ele não deu a mínima e foi curtir a festa. Bom, pelo menos de agora em diante já sei quem não chamar quando eu realmente precisar.
Não posso ficar alugando a minha prima todas as vezes que eu quiser sair, ela não é minha babá, mas o fato é que se não for ela, não tenho mais ninguém com quem possa ou queira contar. Da última vez que fui tive que encher a cara pra poder olhar praquele pessoal. Até fumei um e fiquei doidão, e não me arrependo. Contudo não pretendo fazer isso de novo, viajei legal.
O cursinho pré vestibular foi um fiasco só. Além das matérias super chatas e difícies, os poucos amigos que me sobraram do curso técnico e que foram fazer o cursinho comigo não me davam atenção. Decidi desistir depois que cheguei a quase desmaiar uma noite lá, de tanto pânico que eu estava.
De lá pra cá foram só decepções com as pessoas. Desde que elas estejam felizes, não estão nem aí pra você. Pois então é assim que passarei a agir a partir de agora. Não conto mais com ninguém e não pretendo mais me doar pra ninguém. Dizem que a gente deve fazer as coisas sem esperar nada em troca, mas no fundo todo mundo espera. Fico pasmo em ver como hoje, todo mundo só consegue enxergar os erros que cometi. Ninguém parece que para por 5 minutos e se lembra das coisas legais pelas quais passamos juntos. Eu posso estar com raiva de um monte de gente, mas isso não significa que eu não me lembre das coisas boas que passamos ou que eles me fizeram. Mas pros outros eu apenas cometi erros, nunca fiz ou representei nada de bom.
O problema é que as pessoas só são suas amigas enquanto você dança a música delas. Isso vale como aviso para casaisinhos de namorados também. O relacionamento só dura enquanto um se submete aos desejos do outro. Ficam se enganando com aquela velha história de "é isso o que nós dois queremos", mas tudo isso não passa na verdade de medo de que o outro desista de você, por você não ser como ele quer que você seja. Tente ter suas próprias opiniões e fazer as coisas que você tem vontade para ver se cedo ou tarde não leva um pé na bunda.
A maioria das pessoas quando assistem um caso assim na TV, tem uma visão errada da pessoa. Geralmente elas pensam: "Pow, esse cara é louco, é do mal. Ele já tinha planos de matar todo mundo e depois se matou por medo de ser preso". Mas não, não é nada disso. A idéia inicial desses caras nunca foi matar ninguém, mas sim apenas se matar. Só que aí, por que não aprovitar o pacote? Já que você vai se matar, por que não levar um bando de filhos da puta junto? Praticidade é o segredo da coisa toda.
Devo estar bem mal mesmo pra tocar nesses assuntos. Mas pensei nisso o final de semana todo. Queria morrer, queria sumir, mas alguma coisa ainda me segura aqui e não sei o que é. Dizem que esperança é a última que morre, mas, se for ela, é esperança de que?
Já vai fazer quase um ano que eu coloquei o aparelho pra me preparar pra cirurgia de mandíbula e até agora não vi nenhuma mudança relevante. To começando a achar que estou dando dinheiro pra interesseiros, isso sim. Tenho medo de investir em uma coisa a qual estou tão empolgado e no final morrer na praia.
Eu queria tanto um abraço, queria tanto um afago, um ombro amigo, alguém que pudesse me abraçar e dizer que no final vai dar tudo certo, porque eu não estou vendo luz no final do meu túnel.
16 Divagações
Engraçado como é fácil para todo mundo ver só as coisas erradas dos outros e ignorar as coisas boas,mas as coisas erradas de um jeito ou de outro sempre superam as coisas certas.Continue firme e forte,vc vai conseguir superar tudo isso e dar a volta por cima,não desista.
ResponderExcluirPoxa Du...fica assim não!!! Acredite, sempre é hora de virar o jogo e olhar as coisas com outros olhos ( com otimismo) faz muita diferença...não se prenda ao que não deu certo ainda, continue firme nos seus propósitos (o desafio 2010 por exemplo)...já te dise que detesto te ver assim, fico até sem saber oque dizer, mas sei que vc é muito maior que essa deprê toda e vai se erguer!!!
ResponderExcluirPrecisando, vc tem meu e-mail...melhora esse humor heim :)
bjãoo
Tá mal mesmo, amigo.. sair por aí enfiando tiros num monte de gente supostamente "filha da puta", hum... só mais uma vezinha: procure um tratamento? Isso se chama depressão profunda. Não se zangue comigo, faça e vc ficará bem (conhecimento de causa). Gostaria muito de ler coisas boas nos seus posts, como por exemplo que vc está se sentindo bem, mesmo sem ter alguém. Beijos e melhoras!!
ResponderExcluirDu, Sempre que venho aqui e leio tua alma, pois é com ela que escreves, fico imaginando você e é difícil não estabelecer um pararelo com minha vida. Sabemos que a vida não é fácil. Talvez possa parecer para algumas mas certamente elas também tem um lado que procuram esconder. Difícil não se decepcionar com as pessoas, difícil não sentir solidão...
ResponderExcluirMas a única coisa que nos mantêm vivos é acreditar que podemos. Podemos mudar as coisas quando quisermos, varrer para fora o lixo. Sei muito bem que as marcas, as cicatrizes estarão sempre presentes, mas a dor aos poucos a gente esquece.
Sabe, tenho um filho da sua idade. Ele também teve uma infãncia difícil apesar de uma família estruturada. Sofreu bulismo na escola. Sofria ele e eu, viveu sozinho, chorou... hoje encontrou uma pessoa maravilhosa e sem deixar de acreditar em suas convicções ( que são literalmente contrárias às da maioria) vive feliz na medida do possível.
Espero, sinceramente que consigas, aos poucos ver a vida de outro ângula e que acima de tudo nunca perca a fé. a fé na vida, nas pessoas e principalmente nos amigos. Aqui você pode dizer que tem uma.
Abraço carinhoso
angel
Sabe, eu lendo o teu post fiquei apreensiva, pensando no "Lead de palavras" que poderia te levantar. Pensei, pensei... - Meu Deus!, exclamei!
ResponderExcluir- Que dificuldade...
Eduardo, sei por cima, dos teus problemas e em coisas que já passastes. Mas tu falas muito em decepção. E te digo: Decepções existem em todos os segmentos das nossas vidas. Praticamente desde que nascemos. É difícil, por exemplo para eu que sou mãe, mostrar e ensinar para meu filho que perder faz parte, que nem todo brinquedo ele pode pegar, que existe a palavra 'emprestado' e 'devolver' a seus amiguinhos. Ele na maioria das vezes custa a entender. Chego a fica 'magra' de pensar na forma de tentá-lo não sofrer por isto. E acho que pra ti é difícil se sentir feliz com decepções. Tu vê alternativas mas não ousa mudar pois sabe que verás alguém, ou, no que li no teu post qe meninos de 14 anos são, hoje, diferentes de quando tu tinhas a mesma idade deles. Sim! Hoje em dia se fala em Crianças Índigo amado!? Nunca ouvi falar nisto? No meu tempo, 12 anos era motivo para brincar de bonecas. Hoje em dia, "as bonecas" de 12 anos estão nos consultórios ginecológicos. Bomba! Então, Eduardo eu tenho que te dizer: BEM VINDO A VIDA ADULTA!
ABRE O ZOOM DA TUA ÓTICA DE VIDA! Aposte no novo, nos novos amigos, nos novos programas. Frequente uma roda de samba! rsrs Eu amo samba, sorry! Foi a minha alternativa aqui de uma amiga virtual!!! Eu já sofri, um dia com uma separação(vou te relatar isto)... e só Deus sabe da dificuldade que tive em voltar a sair, voltar a rever coisas que já tinha aposentado de minhas rotinas. E tudo mudou, o gosto, o olhar, a visão. POIS EU ME PERMITI. No começo dói; depois passa. Vai por mim. Lembro tb da capoeira! Ah que saudade daquele esporte!!! Música, história, esporte e religião! Era uma te-ra-pi-a. Lembro tb dos desafios de alongamento. Eu dizia:
" - Tá doendo!" E o meu professor sempre falava:
" - Acredita sempre que tu pode mais que teu corpo falará que pode ir, sim!!!".
É isto!
A vida é feita de decepções; MAS TAMBÉM É PROVIDA DE SABORES NOVOS, SENSAÇÕES NOVAS E MUITO ALEGRES! TE PERMITA O NOVO. MUDE A ROTINA. SAI DO COMPUTADOR UM POUCO. NADE! CANTE! VÁ ASSISTIR UMA PEÇA DE TEATRO DE COMÉDIA! MUDE. TU É TÃO BONITO PRA SE SENTIR ASSIM...
Olá moço... li o que vc escreveu, fiquei pensando em minha própria vida... me senti só e triste tb na minha formatura, em um colégio interno, fiquei sentada em minha cama no andar de cima olhando pela janela os meus amigos e suas famílias em festa lá fora... eu não tive família, me senti só sempre... me sentia mal nos lugares e não queria ver as pessoas e criticava as panelinhas... meu Deus como eu era amarga e não percebia, assim como vc é amargo agora e não percebe... me revoltei, fiz tatuagens, coloquei piercings entrei na faculdade errada, casei só pra separar depois... enfim titica em cima de titica simplesmente pq eu não me aceitava e não me amava nem um pouquinho, lugar algum do mundo era bom o suficiente para mim pq eu sempre achava que estavam me ignorando, criticando, esnobando, etc... até que um dia (anos infrutíferos e miseráveis depois de muita terapia inutil e até anti depressivos fortes)resolvi eu mesma olhar para mim, me aceitar e amar, incrível!! não é fácil mudar um padrão de comportamento mas eu comecei a me sentir a vontade com as coisas e pessoas, encontrei o homem da minha vida (só depois de deixar a birra de lado) estou agora, quase 10 anos 1 faculdade e 1 mestrado depois fazendo finalmente a faculdade que eu sempre quis e vivendo feliz, tendo amigos e vendo como o mundo é uma enorme teia onde todos estão meio enrolados, talvez a maior e melhor coisa que o ser humano possa fazer a título de evolução seja a superação de seus medos... aprender, sempre, nada é por acaso e nada que aqui se passa é sem motivo, algo se deriva e se desdobra de tudo que vc faz, diz, pensa e sente... o universo é um conjunto de vidas respirando as mesmas leis, mude o seu modo de ver a si mesmo e centralize seu espírito em um plano maior e o resto com certeza lhe será acrescentado!
ResponderExcluirdesejo-lhe muito sucesso e saiba que pode contar comigo se quiser!
Oi Eduardo,
ResponderExcluirSe a gente começar a olhar muito pras coisas que não gosta elas aumentam de tamanho. Tem que dar menos força pra essas coisas. Olhar menos. Todo mundo tem partes do seu eu que está muito p. da vida, mas se a gente ficar dando corda, essa parte tende a crescer.
O problema que eu acho é que vc está habituado, acostumado mesmo a ficar focalizando este lado depressivo.
Não sei o que é melhor, cada um sabe de si. Mas se eu estivesse no seu lugar procurava me envolver com alguma atividade onde as pessoas estivessem mesmo na pior. Tipo ajudar hospital do câncer, um pronto socorro pobre, uma comunidade carente, um lugar onde as pessoas estivessem mesmo numa situação desesperadora. Acho que isso ajuda a gente a reconhecer que na verdade está tudo bem conosco.
E está tudo bem consoco?
ResponderExcluirSe uma pessoa tem saúde, casa, comida, emprego, computador...kkkk e liberdade de expressão, então está tudo bem com ela.
ResponderExcluirTira uma dessas coisas e aí sim fica ruim.
Companhia, não precisa. Solidão tem que encarar. Eu acho até que é uma coisa boa. Gosto de ficar sozinha, não me importo de sair sozinha. Até prefiro porque faço o que quero.
Na verdade isso é relativo. Acho que pensar dessa forma é generalizar a coisa. Acredito que pensar dessa forma é mensurar o sofrimento alheio e isso não é possível.
ResponderExcluirNão me considero a pessoa mais cheia de problemas do planeta, mas particularmente para mim meus problemas são graves e me incomodam bastante.
"Companhia, não precisa. Solidão tem que encarar. Eu acho até que é uma coisa boa. Gosto de ficar sozinha, não me importo de sair sozinha. Até prefiro porque faço o que quero."
Cada um é cada um. Você só pode falar por você, não pelos outros. Essas são prerrogativas suas e que servem para você. Eu preciso de companhia, não gosto de solidão.
Mas não "medi" pelo seu pois não há como mensurar o sofrimento alheio, visei sim o meu próprio sofrimento, o qual ainda me recordo. Adaptar-se à solidão não foi algo fácil. Também costumava a sofrer por solidão, até que descobri que isso na verdade não é falta de pessoas, então foi algo que tive de aprender e não foi nem um pouco fácil.
ResponderExcluirConcordo. O fato é que na verdade essa minha solidão vem mais da falta de amor próprio mesmo do que pela falta de alguém.
ResponderExcluirComo é que alguém pode me completar se eu mesmo não me completo antes?
O que eu sei é que dá pra aprender essas coisas. Eu mesma fui num psicólogo durante 1 ano e meio. Mas o psicólogo só faz te mostrar o caminho. Se vc começar a sair da rota da solução ele te leva de volta. É como um ponto de partida. É como aprender o be-a-bá da coisa. Depois que a gente pega o jeito, pode continuar o trabalho sozinho.
ResponderExcluirBoa noite, amore mio!
ResponderExcluirVocê não imagina a minha alegria com a sua visita!
"Os ventos que às vezes tiram
algo que amamos, são os
mesmos que trazem algo que
aprendemos a amar...
Por isso não devemos chorar
pelo que nos foi tirado e sim,
aprender a amar o que nos foi
dado.Pois tudo aquilo que é
realmente nosso, nunca se vai
para sempre..." (Bob Marley)
Eduardo, meu querido!
Primeiro preciso perguntar uma coisa: você já buscou ajuda profissional??? Como tu mesmo disseste no "Mundo de Valentina", felicidade 100% não existe! Entre outras coisas inteligentes e maravilhosas que dizes sempre por lá. Mas e a tua prática? Os outros não têm culpa da nossa infelicidade ou outros problemas, certo? Então, sair por aí querendo "matar meia dúzia de filhos da puta" não vai resolver o nosso problema, concorda? E, antes que tudo piore, é preciso a ajuda de um profissional. Isso foi a primeira coisa que fiz ao me sentir depressiva há alguns anos e, desde então, frequento uma psiquiatra a cada três meses (+ ou -). Depende da necessidade! É um apoio, uma orientação, um esclarecimento que ajuda muito! Faça isso, caso ainda não tenha feito. E tens razão quando dizes que precisamos aprender a conviver com a gente mesmo para depois poder conviver com os outros. Senão, seremos um incômodo para eles e não uma boa companhia.
Acredito que esse é o primeiro passo: ajuda profissional! Não é nenhuma vergonha precisar de ajuda!
Em segundo lugar, procurar fazer coisas que te dêem satisfação. De preferência várias e não uma só: interesses agradáveis preenchem a nossa mente, nos distraem e nos alegram. Já tentou isso?
E só em terceiro lugar, "preencher o vazio" com os outros. Pessoas carentes demais afastam os outros, pois a maioria não tem paciência e cai fora! Precisamos nos bastar. Os outros são um detalhe! Precisamos nos amar primeiro para depois podermos amar alguém. Precisamos saber conviver com a gente mesmo primeiro para depois dividir os nossos momentos ou a vida com alguém.Pense nisso com carinho, meu querido! E sempre que quiser desabafar, conte comigo, viu?
Fique bem e em paz!!!
Bjkas, muuuitas!
Sônia
ResponderExcluirEu frequentei psicólogas por 3 anos. Sempre me ajudaram muito e eu aprendi muita coisa, embora não pareça (alguém deve estar rindo agora). Antigamente eu era muito, muito pior, acredite.
Até um ano atrás eu continuava o tratamento, mas do nada a psicóloga parou de me atender sem qualquer explicação.
Muitos meses depois ela me ligou para dar uma satisfação. Disse que foi por causa da morte de uma amiga muito querida. Perguntou se eu queria continuar o tratamento, eu disse que sim, mas depois disso ela não me ligou nunca mais e não me deu satisfação de novo.
Li os recadinhos aqui.. hum... psicóloga e nada é a mesma coisa, eu melhorei com medicação mesmo. Chama-se Sertralina. Perdi meu filho e minha irmã, em condições deseperadoras, achei que nunca mais ia viver, mas vivi. Mas todo mundo dá pitaco e conta histórias, né? Mas é bom. Rs..
ResponderExcluirMuito obrigado por comentar. Sendo contra ou a favor de minhas opiniões, as suas são muito interessantes para mim. Tenha certeza!