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Sobre prepúcios, chacrétes diabólicas, doces, universos particulares e sucos sem H.

sábado, 3 de julho de 2010




Puxa, que pena, o Brasil perdeu o hexa. Não foi dessa vez. Tô triste.
Hmmmm... ãhhh... Tá, tô triste porra nenhuma. Tô é muito feliz. Muito feliz mesmo porque finalmente essa bosta acabou pelo menos pra nós. Acabaram-se as vuvuzelas ridículas, os rojões e fogos irritantes e esse povo hipócrita que só se mostra patriota de quatro em quatro anos finalmente vai calar a boca e parar de falar tanto de futebol. Por pouco não fui comprar fogos pra comemorar, mas pelo menos ver a cara de tacho de todo mundo depois do jogo me fez ganhar o dia.

Graças a Deus acabou esse lance de vuvuzelas, mas ainda terei que aturar as garotas histéricas no shopping por causa do tal vampiro que vira purpurina quando vai tomar sol, pois finalmente é chegada a hora fatídica: 





O meu problema não é na verdade nem tanto com a saga "prepúcio" em si, mas com a modinha ridícula que ela gerou. Nas livrarias agora existe uma estante só com obras sobre vampiros, e o pior é que não são nem vampiros classícos como Drácula e Nosferatu, mas a nova moda do século XXI, que são vampiros adolescentes. Harry Potter teve lá os seus plágios também e virou muito moda, mas não me lembro dele surtir um efeito tão devastador assim nas mentes dos adolescentes, ou melhor, das pessoas. Eu sou fã dos livros de Harry Potter, li todos, mas nunca fiz questão de sair por aí enfeitiçando todo mundo ou montar numa vassoura e pular de cima do meu telhado. Enfim, as gerações futuras parecem estar mesmo em processo de involução


Mudando radicalmente de assunto como é de meu costume, outro dia durante meu horário de almoço estava indo até a lotérica pagar umas contas e no caminho sempre passo em frente à uma pequena porta espremida entre duas grandes lojas, onde dentro de uma pequena sala quase beco, ficam uns senhores aposentados sentados junto a um pequeno balcão vendendo cd's religiosos. 
Quase todos os dias em que eu passo por lá, eles estão fazendo a mesma coisa, que é ficar debatendo sobre a Bíblia e ouvindo algum dos cd's deles. Da última vez que passei, notei que estava tocando um forró daqueles bem nordestinos mesmo, tipo Luiz Gonzaga. Apesar de não parar pra prestar muita atenção eu fui ouvindo a música que tinha uma bela letra de louvor. De repente me peguei pensando sobre quão interessante é o fato de que hoje em dia existe todo um "mundo adaptado" a cada estilo de vida, crença ou necessidade que você tenha. 


Se você por exemplo é diabético (enfatizando que diabetes não são as chacrétes do diabo, como alguns dizem), existe toda uma gama de produtos especiais para serem consumidas aparentemente sem riscos. Bolos, refrigerantes, gelatinas, enfim, quase todos os produtos alimentícios e bebestícios no mercado hoje tem sua versão diet, adaptada às necessidaes do diabético ou de quem por algum outro motivo não pode ingerir certos tipos de substâncias. Tudo isso com o intúito de tornar a vida dele e seus hábitos de consumo tão normais quanto o de qualquer outra pessoa, sem se privar dos prazeres aos quais todos temos direito. Acho isso uma sacada ótima da ciência, embora não entenda o porque de alguns produtos especiais parecerem mil vezes mais doces do que um produto comum. Não creio que deveriam ser mais caros também, acho isso meio discriminatório, mas enfim. 
Assim é também no mundo dos deficientes visuais. A cada dia que passa, novas descobertas puxam cada vez mais o deficiente visual pra fora da escuridão. Programas especiais para o uso do computador, livros em braile, cães guia. Hoje em dia uma pessoa cega pode fazer quase tudo o que uma pessoa com visão pode fazer. Mas contudo não consigo deixar de sentir como se todas essas adaptações gerassem para cada uma dessas pessoas seu próprio universo particular


Por que citei os velhinhos dos CD's no começo do post? Porque assim o é também com a religião. Na música por exemplo, você encontra todos os rítmos, axé, pagode, sertanejo, romântico, rap e se bobear, até mesmo algúm funk. É como mais ou menos as comidas especiais pra os diabéticos, que sentem vontade de comer um doce, tomar um refrigerante, mas não pode ser qualquer produto, tem de ser um adaptado às necessidades deles. Na parte religiosa isso sempre me incomodou, acho que é por isso que optei em não seguir religião nenhuma. Ressaltando que não acho isso errado de um modo geral, apenas é uma coisa que para mim em particular não se encaixa. 
Tenho um parente por exemplo, que não bebe o suco Ades, porque de acordo com ele, o nome vem de Hades, o soberano do inferno na mitologia. Fico imaginando a dificuldade que essas pessoas tem e o dobro de tempo que elas perdem num supermercado, porque além de procurar os produtos mais baratos precisam também escolher os "político-religiosamente-corretos"




Camisetas, adesivos de carros, jogos de computador, músicas, filmes, tudo adaptado e "filtrado". Cada religião cria seu próprio mundo particular. E embora eu procure ver com olhos simples, não consigo deixar de achar meio hipócrita. Muitos religiosos criticam o modo de vida de quem (aos olhos deles) não partilha da mesma fé, mas vivem tentando adaptar o "nosso mundo" ao "mundo deles", sendo que por mais que façam isso não podem evitar o fato de que estamos todos no mesmo mundo. Não tenho nada contra quem segue determinada religião. Não sou aquele tipo de pessoa que fica dizendo "eu estou certo e você está errado". Só acho essas tentativas que muitos tem de tentar passar a imagem de "eu posso fazer tudo o que você faz, mas do meu jeito, sem pecado", meio forçadas demais.



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3 Divagações

  1. Gostei do muito do post, realidade com acentuado senso de humor =D

    Também concordo com oq disse sobre essa "involução" que está por vir, ou até msm já acontecendo neh. Às vezes falo pra minha amiga que tenho pena do filho dela quando crescer, sem sombra de dúvidas uma geração ainda mais perdida, cliche e completamente inútil.

    Agora com essa história de não tomar Hades estou rindo bastante, até pq já morei com tios fanáticos na capital, e tudo oq eu fazia era motivo de ir para o inferno.

    A vizinha da minha amiga tbm é como se parente, não deixa os filhos usaream aquela maionese Hellmann's, pq segundo ela "Homem do inferno".

    Com tantas babaquices e involuções do dia-a-dia eu prefiro o meu mundinho particular, aonde eu posso trucidar esses adolescentes inuteis e me deliciar com coisas infernais *-*

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  2. Cara que post fantástico, em primeiro lugar com respeito a copa me sinto satisfeito pela bagunça ter acabado, mais gostaria muito que a nossa seleção tivesse continuado na copa, mesmo sendo contra a toda essa algazarra.

    em segundo, eu morri de rir com foto do vampirinho ai, muito comédia... Eu também me sinto enojado com toda essa esteria em cima desse filme ridiculo dessa Biba chupadora de sangue e outros aperitivos roliços rsrs.
    Cara eu sempre curti muito filmes de vampiros, o meu preferido é o Dracula de Bram Stoker, sempre revejo esse filme ja perdi as contas de quantas vezes ja assistir, acho que essa modinha desses vampiros adolecentes é uma ofença a toda história de Dracula.

    Realmente o lance das religiões é uma grande realidade, mais prefiro não comentar muito sobre isso, que cada um faça o que achar melhor e certo fazer, pois concerteza no final de tudo saberemos quem realmente estava certo, mais só pra encerrar, aqui na minha cidade tem uma festa que acontece todo mes com o nome de Night Gospel,onde rola de tudo, pagode, Hip Hop, musica eletronica, tudo Gospel é claro, e digo a vc o Funk gospel ja é sucesso aqui no Rio,

    um grande abraço amigo.

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  3. Tb odeio as vuvuzelas. E não gostei do vampirinho adolescente..kkk... religião, não discuto e tb nãomudo a minha, pois o meu Deus não precisa de religião. Gente, eu adoro Ades, o original e meu filho só toma o de frutas todos os dias, quase nunca toma outra bebida, kkk,curioso.Bjokas

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