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Sobre não poder gritar, camarões, hombridade relativa, acusações injustas e aviões.

sábado, 4 de setembro de 2010

Essa semana foi difícil de passar. Minha tia tem reclamado de dores nos últimos dias sem parar. O ortopedista já disse que ela tem burcite e ela faz o que pode para aliviar as dores, mas nada adianta muito. Mesmo assim ela se levanta todos os dias cedinho e vai trabalhar na casa da mulher que ela cuida, fazendo todo o serviço doméstico pesado. Essa situação vem drenando as minhas forças aos poucos. Fico vendo minha mãe e minha tia cada dia mais debilitadas e não há nada que eu possa fazer para ajudar. Minha cabeça parece que vai abrir no meio de tanta coisa dentro dela, fora todos os meus problemas pessoais ainda tem os problemas das duas. É muita coisa pra eu carregar sozinho. Venderia a minha alma ao diabo por um apoio. Não tenho conseguido trabalhar direito. Um monte de artes pra fazer e tudo o que eu consigo é sentar na minha mesa, abrir o Photoshop e ficar olhando pra ele rezando pra chegar logo a hora de ir embora. Trabalhar com design exige concentração e imaginação e por esses dias não ando com nenhuma das duas coisas. Fico com um aperto no peito, falta de ar e vontade de chorar, na verdade de gritar, mas não posso.



Em meio a todo esse caos mental pelo menos uma notícia muito boa: eu pensei que por ter voltado das férias no meio do mês de agosto, receberia apenas parte do salário, mas pra minha surpresa o meu holerite chegou e vou embolsar o salário integral, o que vai me desafogar muito com as contas. Pelo menos já posso pagar a farmácia, pois tenho comprado algumas caixas de calmante fitoterápico nos últimos meses pra poder passar os dias sem me jogar de cima do viaduto e é lógico, estou pedindo pra colocar tudo na conta. Devo, não nego, pago quando puder. Aliás, vocês podem fazer o download desse engraçado ditado em forma de imagem clicando aqui.
Por sorte não sou desse tipo de pessoa que acumula dívidas a torto e a direito. Sei controlar muito bem os meus gastos e evito supérfluos ao máximo. Nos meus piores dias eu sou "mão de vaca" pra caralho, compro tudo do mais barato só pra não ter que gastar muito. Pra que por exemplo vou comprar um papel higiênico macio e perfumado se vou limpar o reto com ele? Eu compro aquele que arranha mesmo.

Óbvio que não sou totalmente pão duro. Eu acredito que já que a gente é obrigado a levantar todos os dias, muitas vezes doente, deprimido, com dores e somos obrigados a ir trabalhar, temos o direito de uma vez ou outra realizar algumas de nossas vontades, lógicamente, friamente calculando os gastos. Quando vou comprar um par de tênis por exemplo, nem passo perto da vitrine dos mais caros, acima de R$ 200,00. Eu acho um absurdo uma pessoa que se diz em sã consciência gastar R$ 400,00 num tênis e achar isso normal. Depois ainda tem a coragem de olhar pra sua cara e dizer "mas eu não sou rico". É lógico que eu não vou comprar um tênis de R$ 50,00, pois realmente o valor do calçado influencia na qualidade do mesmo, eu gasto no máximo R$ 180,00 num calçado e olha lá. Se eu puder pechinchar eu fico feliz.
Por esses dias mesmo fui ao mercado e fiquei com muita, muita vontade de comer uma porçãozinha de camarãozinho frito. Pasmem, mas a primeira vez que provei camarão na minha vida foi há um ano atrás. Delicioso sim, mas caro e dispensável. Se eu tiver que escolher entre camarão ou batata frita, fico com a batata. Contudo como disse, de vez em quando, realizar um gosto não mata ninguém. Gastei R$ 13,00 numa bandeijinha com 400g de camarão que vou comer numa bocada só. Achei absurdamente caro sim, mas faz quase um ano que não como e acho que tenho esse direito.

Ansiosamente esperando o feriado de 7 de setembro. Não que eu tenha plano algúm, nem vá poder imendar segunda-feira, mas seja como for a semana vai ser mais curta mesmo. Mesmo que tiver alguma comemoração na cidade, pra mim é irrelevante, já que não tenho companhia. No último dia 29 de agosto teve a parada da diversidade aqui na cidade. Interditaram a avenida toda e fizeram a maior algazarra. Aparentemente estava muito, muito divertido. Eu até tinha planos pra ir se minha prima fosse, tínhamos até meio que comentado, mas como ela não pode ir, fui apenas ao cinema sozinho mas vi todo o evento ao passar de ônibus pela avenida.
Pelo visto foi-se o tempo em que a parada gay era uma coisa exclusivamente gay. Hoje em dia pelo que eu estou vendo já virou além de tradição, um evento familiar. Famílias inteiras vão pra avenida pra se divertir, ver shows, comer um lanche e passar um bom domingo. Não tenho absolutamente preconceito nenhum contra homossexuais, inclusive já tive bons amigos que o eram. Lógicamente não gosto de gays vulgares, assim como odeio mulheres vulgares e caras sem conteúdo. Existem tipos de pessoas que você gosta e tipos que você não gosta, mas a opção sexual de cada um realmente não é uma coisa que me incomoda nem um pouco. Assim como existem donas de casa que são muito mais chefes de família do que os maridos, já vi homossexuais que tem muito mais hombridade do que muitos machões.

Voltando a falar da minha tia, a velha pra quem ela trabalha anda perdendo dinheiro pela casa e não é pouco. Ela é daquelas idosas meio metidas, que são burras, meio caducas mas que se acham inteligentes e espertas, só que de acordo com a minha tia essa já é a segunda ou terceira vez que ela guarda o dinheiro em algúm lugar e depois perde. Dessa vez me parece que foram R$ 200,00. É mais do que óbvio que a corda vai acabar arrebentando do lado mais fraco e vai acabar sobrando pra minha tia. Essa velha tem um irmão metido que cuida das finanças dela e é cheio de si, com certeza ele vai ter a ousadia de chamar a minha tia pra conversar e pergurtar se não foi ela quem roubou. E com esse tipo de gente arrogante não adianta você discutir ou se defender, esse povo metido a melhor que os outros sempre acha que pobre é tudo ladrão. Houve uma ocasião há alguns anos atrás quando uma freguesa de costura da minha mãe foi em casa provar um vestido e depois que foi embora não conseguia achar um dinheiro que disse estar na sua bolsa. Ela voltou em casa desesperada perguntando pra minha mãe se foi algum de nós que pegou a grana. Minha mãe ficou brava, super ofendida, mas não adiantou nada. A mulher nos deixou em paz, mas acredita até hoje que fui eu quem mexeu na bolsa dela sem ela ver e pegou o dinheiro.

Sexta feira aluguei um filme antigo pra assistir. Adoro achar esses filmes clássicos que me remetem à infância.
Foi o clássico The Langoliers (Fenda no tempo -1995), do mestre do terror Stephen King. Tudo começa em um voo noturno de Los Angeles a Boston quando alguns passageiros, ao acordarem em certa altura do voo, percebem a ausência de muitas pessoas no avião. Apenas sobraram dez pessoas.
Uma série de fatos misteriosos e assustadores ocorre. No lugar onde as pessoas estavam acomodados era possível encontrar objetos de uso pessoal, como carteiras, passaportes, relógios, peruca, etc, mas também itens de uso interno, tais como marcapassos, próteses dentárias, etc. Quando o comandante Engle, auxiliado por Hopewell, adentra à cabine de comando percebe que o avião está no piloto automático e a rota não foi alterada, ou seja, não houve escalas, o que descartaria a hipótese de que os passageiros ausentes teriam desembarcado. Diante disso, todos levaram a crer que os tais passageiros simplesmente desapareceram durante o voo. E, para piorar, não havia sinal de aeroporto, torre de comando ou de outra nave nas proximidades. Também não se podia avistar das janelas do avião sinal algum de terra: relevo ou cidade. Somente se enxergava densas nuvens, era como se toda a Terra também houvesse desaparecido e só restasse no mundo a realidade em torno do avião (ISSO sim é assustador de verdade).
Numa atitude desesperada e arriscada, o piloto decide diminuir a altitude e consegue avistar terra firme e, logo depois, o aeroporto. Ao pousarem, os passageiros se deparam com uma terrível surpresa: há ninguém no aeroporto. Ao iniciarem uma investigação no local, percebem também que não há reverberação sonora (eco), eletricidade, os fósforos não acendem, as comidas não têm gosto e as cervejas e refrigerantes estão sem gás. E para piorar, um dos passageiros tem um surto psicótico: uma alucinação sobre a época em que era criança e tinha pavor de seu pai e, principalmente dos seres assombrosos chamados Langoliers.

Os Langoliers (que emprestam seu nome ao título original da minissérie) são seres imaginários fruto das histórias contadas pelo pai do passageiro Toomes com o intuito de aterrorizá-lo. O Sr. Toomes dizia que os Langoliers sempre apareciam para devorar os meninos preguiçosos. Esses seres eram, portanto, como carrascos de todos aqueles que procediam mal. Segundo o pai de Toomes (e conforme ele mesmo relata em dado momento no filme) os Langoliers são pequenas criaturas peludas com vários dentes e pés, pois precisam ser rápidos para alcançar suas presas. O intuito de povoar a mente de seu filho com o medo pelos Langoliers é o de fazer com que Toomes fosse uma pessoa esforçada, dedicada a seus compromissos e não um "perdedor" (looser, conforme a cultura estadunidense).

Os óculos de minha tia finalmente ficaram prontos, mas com ela trabalhando feito uma camela está sem tempo de ir buscá-los. Eu até iria por ela, mas essas coisas a pessoa precisa fazer pessoalmente, pois tem os ajustes e tal. Mas semana que vem sem falta vou com ela à ótica.
Bom, por hora é isso. Semana que vem tenho coisas interessantes a fazer. principalmente na sexta que vem. Quero fazer logo pra poder, além de contar aqui do que se trata, acabar com esse assunto logo de uma vez. Me desejem sorte.










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3 Divagações

  1. Du, que você tenha toda a sorte do mundo em todos os seus projetos. Que tudo dê certo, sempre, na sua vida! Um ótimo domingo e aproveite o feriado. bjs

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  2. Cara, temos problemas tão parecidos! E o filme Langoliers é um dos meus favoritos!

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  3. Não conheço o filme. Tadinhda de sua tia, burcite dói muito, minha irmã teve nos joelhos, mas fez cirurgia e a vida voltou ao normal.Também não tenho nada contra homossexuais, pois cada um faz do sexo do jeito que gosta. Mas não gosto de Gays que não se respeitam ou se vestem de mulher, ou ainda se vendem, daí não tem como exigir também. bjo

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