Sobre fingir surpresa, voyeurismo, deja vu e mastigar sem engolir.
quarta-feira, 15 de dezembro de 2010
Há mais ou menos umas duas semanas atrás aconteceu-me algo muito interessante... e inesperado. Estava subindo até a locadora de DVD's ao final da tarde, como faço todos os dias para caminhar, quando passando na frente de uma lanchonete a qual sempre vou, vi numa mesa bem ao fundo o irmão de um antigo amigo meu bebendo sozinho, como sei que é costume dele fazer. Já fazia tempo que não o via, quase um ano, e com o irmão dele parei de falar há
quase dois. Instantâneamente fiquei bastante mechido, o inesperado sempre me abala, mas fingi que não o vi e já que ele não me viu também, eu decidi continuar subindo até a locadora, mas a partir de então, muito, muito incomodado.
Em verdade o que me incomodou não foi tê-lo visto, ele é bacana, mas de certa forma sempre foi bem irrelevante pra mim. Foi com o irmão dele que estudei, com quem fiz amizade, a quem considerei um irmão, no caso ele, assim como todo o resto era apenas um detalhe de percurso.
Continuei subindo muito incomodado. Será que deveria ter parado na lanchonete e lhe dito um oi? Será que deveria parar na volta e puxar conversa? Fosse como fosse, ele era a última pessoa que me interessava, obviamente. Fiquei incomodado porque ao vê-lo depois de tanto tempo, vi nele uma oportunidade única de coletar informações.
Sempre tive um lado muito voyeur, sempre gostei muito de observar a vida alheia, como um parasita emocional que não tem vida própria e se alimenta das experiências de terceiros. Acreditem ou não, não por enxerimento ou maldade, não pela invasão de privacidade, mas pela pura e simples curiosidade. Quando você não tem ou não vive uma coisa, saber como ela fuinciona é imprescindível, o caso é que querendo ou não, você acaba sendo invasivo de qualquer forma, se torna mais forte do que você. Não estou me justificando, não faço mais isso há tempos, apenas explicando, é diferente.
Já na locadora eu nem conseguia me concentrar para escolher algúm filme, tudo o que eu pensava era em voltar à lanchonete o mais rápido possível e ainda encontrar o rapaz lanchando lá, eu simplesmente precisava fazer isso ou teria um infarte, estava sendo compelido a fazê-lo. Olhei alguns filmes, nenhum do meu interesse, se havia eu sinceramente devo ter ignorado, tamanha a minha ânsia por informação. Acho que fiquei lá por uns três minutos, depois de ter demorado quase vinte para subir. Desci novamente toda a avenida em direção á lanchonete, dessa vez a passos largos, fiquei tão obscecado em encontrá-lo lá que mal olhei para atravessar as ruas de volta.
Voltei à lanchonete e ele já estava no caixa pagando a conta, dei uns passos pra trás pra poder fingir surpresa e cumprimentá-lo. Gozado, não sei se foi o tempo ou outra coisa, talvez eu nunca tivesse reparado nisso antes, mas olhando pra ele eu pude reparar o quanto ele tem as feições do irmão. E isso me incomodou muito, foi uma sensação de deja vu foda pra caralho.
Cumprimentamo-nos e fomos caminhando até a esquina. Comecei perguntando sobre ele obviamente. Um detalhe importante da minha personalidade é que eu sou o rei do "jogar verde para colher maduro". Não confundam por favor isso com falsidade, eu simplesmente sei dar muitas voltas e ir comendo pelas beiradas pra conseguir chegar no ponto onde quero chegar. Até que foi um começo de conversa interessante, fiquei sabendo que ele passou pelo mesmo problema o qual eu estou passando atualmente, uma coisa que preciso terminar, ele quase desistiu, mas conseguiu superar, achei interessante isso, bem motivador. Na verdade ouví-lo contar sobre a vida dele, que nunca me interessou de fato, foi bem bacana. Gozado como são as coisas, dediquei tanto tempo e esforço ao irmão dele, meu antigo amigo, pra depois descobrir que tínhamos pouquíssimas coisas semelhantes, já conversando com o ele na lanchonete, percebi o quanto já passamos por coisas parecidas. Gosto da maneira como a vida nos ensina algumas coisas. Falamos sobre cartas de motorista, emprego, desemprego, bebidas, algumas coisas bem interessantes, outras não, mas tudo não passou de um rodeio para minha pergunta principal: "E o... povo da sua casa? Como vão indo todos?".
Mais do que óbvio que "o povo da sua casa" se resumia ao irmão e mais ninguém. Não que eu fosse ou vá fazer nada com essa informação, mas como eu disse acima, simplesmente gosto de saber. É aquela velha sensação idiota sob o efeito da qual você acha que tem controle sobre coisas que não tem. Por mais que pensemos o contrário, não temos controle sobre nada nem ninguém nesse mundo além de nós mesmos. Soltei então a pergunta presa na garganta: "E aí? Já saiu... casamento na família?". Eu sempre adoro fazer perguntas das quais não quero ouvir a resposta.
Nos últimos anos tenho sido de uma franquesa dolorida. Ser franco é bom, mas ser franco demais nem tanto, e na maioria das vezes eu o sou demais. Não escondo de ninguém que sou uma pessoa frustrada, com atitudes pequenas e pensamentos mesquinhos. Cansei de fingir não me incomodar com coisas que me incomodam e a felicidade dos outros me deixa infeliz. Fato!
Como disse, sou mazoquista, fiz a pergunta temendo uma resposta positiva, pois sabia que isso me deixaria deprimido, mas mesmo assim a vontade de saber, o desejo de ter notícias era ainda maior. Bom, eu tive a minha resposta. Casamento? Não ainda não, mas ao que parece, como já era de se esperar existem planos. Normal.
Agora vou lhes dizer o porque no começo do texto eu disse que o que houve foi, além de interessante, inesperado. Geralmente eu fico muito deprimido, muito infeliz quando fico sabendo que alguém está todo feliz enquanto eu estou me acabando numa fossa sem fim. Eu realmente esperava ficar péssimo com essa notícia, chegar em casa, me jogar chorando na cama, com a cara no travesseiro, xingando Deus e o mundo e bradando sobre o quanto a vida é injusta. Achei mesmo que, depois dessa notícia eu ficaria de uma à duas semanas muito acabado, mas não foi isso o que aconteceu.
Mais tarde em casa, pensando na conversa, no teor da "novidade" revelada, sinceramente não senti ódio, inveja, tristeza, não como eu pensei que sentiria, com aquela intensidade devastadora. O que eu senti foi uma bizarra sensação de liberdade, como se finalmente eu tivesse obtido a resposta há uma pergunta que, se não tivevesse, me tiraria o sono. Me senti livre, satisfeito, como se a minha curiosidade tivesse sido saciada e agora o interesse naquilo de repente tivesse desaparecido. Liberdade, desapego, satisfação de uma forma estranha, mas satisfação.
De repente eu percebi com esse simples fato, o quanto de energia e tempo eu desperdicei, o quanto me machuquei por uma coisa a qual eu não tenho e jamais tive controle, a vida de outra pessoa. Não importou o quanto eu me revoltei nesse tempo todo, o quanto esperneei, xinguei, desejei mal, nada disso mudou alguma coisa, nada disso fez sentido. O desgaste foi única e inteiramente meu.
De repente senti como se um caroço que ficou preso meses e meses na minha garganta, me arranhando e machucando, tivesse finalmente soltado e descido. E a perda de tempo, ah meu Deus, a sensação de perda de tempo, como foi grande, de desperdício da minha energia. Perdi quanto tempo mastigando isso sem engolir? Dois anos? Sim, perdi tanto tempo nisso, gastando uma energia precisosa que poderia ser usada em mim. O pior foi que eu nem a direcionei em outro alvo, simplesmente a joguei no lixo. Você não pode atingir algo ou alguém que não mais está onde você está.
Pensei em quanto tempo e energia joguei fora e em mais quanto jogarei se continuar com isso. O pior é que na verdade todos ao seu redor percebem isso e sempre lhe avisam, mas o caso é que algumas pessoas precisam errar muito até perceberem onde estão errando, pra só depois aprenderem. Esse sempre foi o meu caso. No final eu sempre digo a mesma coisa. Antes tarde do que nunca.
quase dois. Instantâneamente fiquei bastante mechido, o inesperado sempre me abala, mas fingi que não o vi e já que ele não me viu também, eu decidi continuar subindo até a locadora, mas a partir de então, muito, muito incomodado.
Em verdade o que me incomodou não foi tê-lo visto, ele é bacana, mas de certa forma sempre foi bem irrelevante pra mim. Foi com o irmão dele que estudei, com quem fiz amizade, a quem considerei um irmão, no caso ele, assim como todo o resto era apenas um detalhe de percurso.
Continuei subindo muito incomodado. Será que deveria ter parado na lanchonete e lhe dito um oi? Será que deveria parar na volta e puxar conversa? Fosse como fosse, ele era a última pessoa que me interessava, obviamente. Fiquei incomodado porque ao vê-lo depois de tanto tempo, vi nele uma oportunidade única de coletar informações.
Sempre tive um lado muito voyeur, sempre gostei muito de observar a vida alheia, como um parasita emocional que não tem vida própria e se alimenta das experiências de terceiros. Acreditem ou não, não por enxerimento ou maldade, não pela invasão de privacidade, mas pela pura e simples curiosidade. Quando você não tem ou não vive uma coisa, saber como ela fuinciona é imprescindível, o caso é que querendo ou não, você acaba sendo invasivo de qualquer forma, se torna mais forte do que você. Não estou me justificando, não faço mais isso há tempos, apenas explicando, é diferente.
Já na locadora eu nem conseguia me concentrar para escolher algúm filme, tudo o que eu pensava era em voltar à lanchonete o mais rápido possível e ainda encontrar o rapaz lanchando lá, eu simplesmente precisava fazer isso ou teria um infarte, estava sendo compelido a fazê-lo. Olhei alguns filmes, nenhum do meu interesse, se havia eu sinceramente devo ter ignorado, tamanha a minha ânsia por informação. Acho que fiquei lá por uns três minutos, depois de ter demorado quase vinte para subir. Desci novamente toda a avenida em direção á lanchonete, dessa vez a passos largos, fiquei tão obscecado em encontrá-lo lá que mal olhei para atravessar as ruas de volta.
Voltei à lanchonete e ele já estava no caixa pagando a conta, dei uns passos pra trás pra poder fingir surpresa e cumprimentá-lo. Gozado, não sei se foi o tempo ou outra coisa, talvez eu nunca tivesse reparado nisso antes, mas olhando pra ele eu pude reparar o quanto ele tem as feições do irmão. E isso me incomodou muito, foi uma sensação de deja vu foda pra caralho.
Cumprimentamo-nos e fomos caminhando até a esquina. Comecei perguntando sobre ele obviamente. Um detalhe importante da minha personalidade é que eu sou o rei do "jogar verde para colher maduro". Não confundam por favor isso com falsidade, eu simplesmente sei dar muitas voltas e ir comendo pelas beiradas pra conseguir chegar no ponto onde quero chegar. Até que foi um começo de conversa interessante, fiquei sabendo que ele passou pelo mesmo problema o qual eu estou passando atualmente, uma coisa que preciso terminar, ele quase desistiu, mas conseguiu superar, achei interessante isso, bem motivador. Na verdade ouví-lo contar sobre a vida dele, que nunca me interessou de fato, foi bem bacana. Gozado como são as coisas, dediquei tanto tempo e esforço ao irmão dele, meu antigo amigo, pra depois descobrir que tínhamos pouquíssimas coisas semelhantes, já conversando com o ele na lanchonete, percebi o quanto já passamos por coisas parecidas. Gosto da maneira como a vida nos ensina algumas coisas. Falamos sobre cartas de motorista, emprego, desemprego, bebidas, algumas coisas bem interessantes, outras não, mas tudo não passou de um rodeio para minha pergunta principal: "E o... povo da sua casa? Como vão indo todos?".
Mais do que óbvio que "o povo da sua casa" se resumia ao irmão e mais ninguém. Não que eu fosse ou vá fazer nada com essa informação, mas como eu disse acima, simplesmente gosto de saber. É aquela velha sensação idiota sob o efeito da qual você acha que tem controle sobre coisas que não tem. Por mais que pensemos o contrário, não temos controle sobre nada nem ninguém nesse mundo além de nós mesmos. Soltei então a pergunta presa na garganta: "E aí? Já saiu... casamento na família?". Eu sempre adoro fazer perguntas das quais não quero ouvir a resposta.
Nos últimos anos tenho sido de uma franquesa dolorida. Ser franco é bom, mas ser franco demais nem tanto, e na maioria das vezes eu o sou demais. Não escondo de ninguém que sou uma pessoa frustrada, com atitudes pequenas e pensamentos mesquinhos. Cansei de fingir não me incomodar com coisas que me incomodam e a felicidade dos outros me deixa infeliz. Fato!
Como disse, sou mazoquista, fiz a pergunta temendo uma resposta positiva, pois sabia que isso me deixaria deprimido, mas mesmo assim a vontade de saber, o desejo de ter notícias era ainda maior. Bom, eu tive a minha resposta. Casamento? Não ainda não, mas ao que parece, como já era de se esperar existem planos. Normal.
Agora vou lhes dizer o porque no começo do texto eu disse que o que houve foi, além de interessante, inesperado. Geralmente eu fico muito deprimido, muito infeliz quando fico sabendo que alguém está todo feliz enquanto eu estou me acabando numa fossa sem fim. Eu realmente esperava ficar péssimo com essa notícia, chegar em casa, me jogar chorando na cama, com a cara no travesseiro, xingando Deus e o mundo e bradando sobre o quanto a vida é injusta. Achei mesmo que, depois dessa notícia eu ficaria de uma à duas semanas muito acabado, mas não foi isso o que aconteceu.
Mais tarde em casa, pensando na conversa, no teor da "novidade" revelada, sinceramente não senti ódio, inveja, tristeza, não como eu pensei que sentiria, com aquela intensidade devastadora. O que eu senti foi uma bizarra sensação de liberdade, como se finalmente eu tivesse obtido a resposta há uma pergunta que, se não tivevesse, me tiraria o sono. Me senti livre, satisfeito, como se a minha curiosidade tivesse sido saciada e agora o interesse naquilo de repente tivesse desaparecido. Liberdade, desapego, satisfação de uma forma estranha, mas satisfação.
De repente eu percebi com esse simples fato, o quanto de energia e tempo eu desperdicei, o quanto me machuquei por uma coisa a qual eu não tenho e jamais tive controle, a vida de outra pessoa. Não importou o quanto eu me revoltei nesse tempo todo, o quanto esperneei, xinguei, desejei mal, nada disso mudou alguma coisa, nada disso fez sentido. O desgaste foi única e inteiramente meu.
De repente senti como se um caroço que ficou preso meses e meses na minha garganta, me arranhando e machucando, tivesse finalmente soltado e descido. E a perda de tempo, ah meu Deus, a sensação de perda de tempo, como foi grande, de desperdício da minha energia. Perdi quanto tempo mastigando isso sem engolir? Dois anos? Sim, perdi tanto tempo nisso, gastando uma energia precisosa que poderia ser usada em mim. O pior foi que eu nem a direcionei em outro alvo, simplesmente a joguei no lixo. Você não pode atingir algo ou alguém que não mais está onde você está.
Pensei em quanto tempo e energia joguei fora e em mais quanto jogarei se continuar com isso. O pior é que na verdade todos ao seu redor percebem isso e sempre lhe avisam, mas o caso é que algumas pessoas precisam errar muito até perceberem onde estão errando, pra só depois aprenderem. Esse sempre foi o meu caso. No final eu sempre digo a mesma coisa. Antes tarde do que nunca.
6 Divagações
Nossa Edu, fico feliz por você cara. Realmente, é muita perda de tempo focar na vida das pessoas e as vezes, quando me dava essa sensação de focar na vida dos outros, eu parava depois e via: caraca, e esse tempo todo eu poderia tá focando em mim... E a sensação de tempo perdido era como um punhal no coração... E quando a gte passa se alegrar com a conquista alheia, é legal sabe. Há momentos que não achamos justo uma pessoa ser bem-sucedida e nós estarmos mega ferrados após tanto suor e luta, mas, as coisas não acontecem no tempo que a gente quer, e, nós não vamos ficar no poço pra sempre saca, há um momento de se alegrar também. Ficar perturbado e desejar mau ao outro por causa de seu sucesso é prejudicial pra gente, eu particularmente me sinto sufocado, abatido, desconfortável e vil... Então é melhor pegar toda esse energia gasta em mim, na minha potencialidade, em quem eu sou e posso ser, no que Deus quer pra mim.
ResponderExcluirAbração cara, =D
Sam
Sam, não vou dizer que passei a desejar o bem das pessoas, mas também estou vendo o quanto gastar sua energia desejando o mal é perda de tempo. Estou simplesmente ficando indiferente.
ResponderExcluirEu adorei a sua minuciosa descrição do que a gente sente quando tem a oportunidade de exercitar o voyerismo, especialmente de um inimigo, real ou não. Que bom que você emocionalmente se libertou do que sofreu por conta do ''amigo''. Eu simplesmente entrego o mal ao mal. E isso nunca falha!
ResponderExcluirOlá! Essas coisas são estranhas mesmo... quando eu era criança tinha uns sentimentos assim, ficava pensando onde minha amiguinha, justamente aquela que havia me feito algum desagrado, estava, como estava, o que fazia...
ResponderExcluirAbraços!
Eu odeio a sensação de perder tempo! Existem muitas situações que nos deixam com este nó na garganta, algumas vezes até de enfurecer. O meu tempo é precioso e... nunca volta atrás. Portanto, seguir em frente e sem desperdicios!
ResponderExcluirbeijos
Eduardo querido!
ResponderExcluirAcho que isso se chama evoluir como ser humano.
Estamos vivendo uma época especial!
Trouxe uma oração de Natal,
pois desejo tudo de bom a você, nestas Festas e sempre!
ORAÇÃO NO NATAL
Jesus, que neste Natal, Seu olhar de luz penetre nossa alma, como a brisa morna da primavera, e acorde a esperança adormecida sob as folhas secas das ilusões, dos medos, da indiferença, do desespero...
Que Seu perfume, suave como a ternura, envolva todo o nosso ser, confortando-nos e despertando a alegria que jaz esquecida por trás das lamúrias e distrações do caminho...
Que o bálsamo do Seu amor acalme as nossas dores, silencie as nossas queixas, socorra a nossa falta de fé.
Que, neste Natal, o calor da Sua bondade se derrame sobre o nosso Espírito e derreta o gelo milenar do egoísmo que nos infelicita e faz infelizes nossos semelhantes...
Que Seu coração generoso afine as cordas da harpa viva que vibra em nossa intimidade, e possamos cantar e dançar, até que o preconceito fuja, envergonhado, e não mais faça morada em nós...
Que o Seu canto de paz seja ouvido por todos os povos, do Oriente e do Ocidente, e as guerras nunca mais sejam possíveis entre a raça humana...
Que, neste Natal, Suas mãos invisíveis e firmes sustentem as nossas, e nos arranquem dos precipícios dos vícios, da ira, dos ódios que tanto nos infelicitam...
Que a água cristalina da Sua misericórdia percorra nossa alma e remova o lodo do ciúme, da inveja, do desejo de vingança, e de tantos outros vermes que nos corroem e nos matam lentamente...
Que o bisturi do Seu afeto extirpe a mágoa que se aloja em nosso íntimo e nos turva as vistas, impedindo-nos de ver as flores ao longo do caminho...
Que, neste Natal, a pureza da Sua amizade faça com que possamos ver apenas as virtudes dos nossos amigos, e os abracemos sem receio, sem defesas, sem prevenções...
Que Seu canto de liberdade ecoe em nós, para que sejamos livres como as falenas que brincam na brisa morna, penetrada pela suavidade da luz solar...
Que o sopro da Sua fé nos impulsione na direção das estrelas que cintilam no firmamento, onde não mais se ouvem gemidos de dor, e onde a felicidade plena já é realidade.
Ensine-nos, Jesus, a amar, a fazer desabrochar em nossa alma esse sol interior que nos fará luz por inteiro...
Ajude-nos a desenvolver o gosto pelo conhecimento, para que possamos encontrar a verdade que nos libertará da ignorância pertinaz...
E, por fim, Jesus, que neste Natal cada ser humano possa sentir a Sua presença sábia e amiga, convidando a todos a uma vida mais feliz...
Tão feliz que Sua mensagem não mais seja um tímido eco repercutindo em almas vacilantes, mas que seja uma grande melodia que vibra o amor em todos os cantos da Terra...
Beijinhos!
Sônia Silvino's Blogs
Muito obrigado por comentar. Sendo contra ou a favor de minhas opiniões, as suas são muito interessantes para mim. Tenha certeza!