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Sobre textos de ano novo sem negrito e fotos atemporais.

sábado, 1 de janeiro de 2011


Eu realmente não consigo entender qual é a importância da passagem do ano. Todo mundo fica no clima ridículo de mudança, renovação, como se fosse uma noite mágica onde tudo pode acontecer, os pecados são perdoados, as dívidas são todas pagas, enfim. Pra mim tudo se resume apenas à passagem do tempo e números, nada de especial, nada de diferente de qualquer outra data do ano. Vinte e quatro horas, sete dias, trinta e um dias, doze meses, os meses vão passando e se repetindo, repetindo, repetindo até o final da nossa vida. O que há de tão especial nisso? O que há de mágico e diferente? Então porque no dia 31 de dezembro as pessoas resolvem se confraternizar, vestir-se de branco, soltar fogos no céu, tudo muda, tudo fica diferente? Todo mundo está cansado de ver e de saber que nada muda. Quantos reveillons já se passaram e o que mudou magicamente? Alguns podem dizer: "Ah, eu me casei! Eu consegui um bom emprego! Conheci a biscate dos meus sonhos!". Oras, o que é que impede essas coisas de acontecerem em qualquer outra época do ano? Caso cancelassem o ano novo, caso mudassem o calendário e não houvessem mais meses, nem anos, tudo fosse uma coisa só, as coisas parariam de acontecer? Ninguém mais começaria dietas, faria planos ou iniciaria projetos?
O dia 31 para mim correu como outro dia qualquer da minha vida. Fiquei em casa sozinho o dia inteiro, sem nada pra fazer ou ninguém pra conversar, nenhum lugar pra sair, fui obrigado a ver as mesmas novelas de sempre, já que não tenho pra onde fugir, jantei meu arroz com feijão e carne de panela com um copo de Tang Pró, assisti à dois episódios repetidos de CSI, joguei um pouco e depois fui dormir. Tive que colar um emplasto nas costas pra tirar a dor e um copo de chá calmante pra ver se conseguia não me incomodar com a algazarra do vizinho, o que não adiantou, já que acordei umas cinco vezes durante a madrugada toda com os filhos da puta ouvindo o som no último volume e cantando junto.
Minha manhã do dia primeiro também foi como qualquer outra manhã. A velha rotina nada pra fazer, ninguém com quem conversar e nenhum lugar pra ir. Só lógicamente acordei mais tarde, mas diferente da maioria dos ridículos de plantão, acordei tarde não por ficar festejando feito um imbecil até às 4 da manhã, mas sim porque os meus vizinhos decidiram ficar. Logicamente lá pelas 11 da manhã eles recomeçaram a algazarra. Eu não levo a sério pessoas assim, mesmo que me digam que tem problemas, dificuldades, sei lá. Pra mim, pessoas que ficam festejando todos os finais de semana por seja qual for o motivo, bebem, pagam mico e não ligam pro sono alheio são pessoas que não devem ter preocupação nenhuma. Acho até que se morrer alguém da casa, ao invés de velório eles fazem um churrasco com pagodinho e karaokê.
Minha mãe e minha tia foram novamente almoçar na casa de uma das irmãs delas. Eu como sempre, preferi ficar em casa já que abomino a grande maioria dos meus parentes irrelevantes.
O que eu espero de 2011 é que ele passe, assim como foi com 2008, 2009 e 2010. Hoje é dia 1º de janeiro e daqui 365 dias vai ser 31 de dezembro de novo e assim vai ser sempre até o mundo acabar ou eu morrer. Fevereiro tem carnaval, depois pácoa, depois sei lá o que e por fim natal e ano novo de novo e eu sinceramente não consigo ver mais sentido ou graça em nada disso.
A foto acima? Ah sim, essa foi minha magnífica passagem de ano. Pelo visto uma foto bem atemporal.






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2 Divagações

  1. Concordo com vc em tudo o que foi dito.
    Aqui tbm tenho uns vizinhos que já gostam de uma zoada, de um motivo pra fazer barulho e ae já viu, nada de sossego.
    Mais um ano comum como os anteriores e os que virão!

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  2. Já eu sofro da síndrome da praia do ano novo. Se eu náo for, mesmo que a pé, morro. Agora melhorou que a praia é aqui pertinho. Mas já fiz peregrinaçóes que deixariam o Paulo coelho no chinelo. Senti falta do CSI e do NCIS numa noite de chuva que náo pude ir andar na beira da praia escurérrima por causa de uma chuva que refrescou mas a TV näo pegava. Como sempre toneladas de camaráo e tomo náo sei quantos mil cocos. Cheguei ás raias do absurdo ao levar água de coco desidratada. Esta dieta de milho, coco e camaráo deve ser boa, nunca fico doente, apesar de estar depressiva pela primeira vez na praia.

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