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Sobre imperfeições convenientes, bichinhos cascudos na cama e patos com carapuças.

sexta-feira, 3 de junho de 2011

Semana passada estava navegando à toa, vendo uns pornôs no X-Tube quando uma amiga me chamou no MSN, revoltada:
"_Duuu, escreve alguma coisa sobre amor, odio de pessoas q depois de um tempo de conhecidas vc descobriu que eram nojentas, chatas e insuportaveis."
No mesmo dia mais tarde, li também no blog Só Pedaços, do meu grande amigo soteropolitano Levi Ventura, blog, aliás, que recomendo muitíssimo e considero tão ou mais relevante que o meu, uma postagem de sua autoria onde ele opinou sobre o quanto o sentimento que denominamos amor é usado hoje

em dia como bode expiatório para justificar muitas coisas, uma propaganda enganosa da realidade.
Muito tem se falado e escrito nos 
blogs sobre o amor, ainda mais com a proximidade do enfadonho dia dos namorados, uma data onde o casal tenta comprar mais um tempo do outro com presentes e um bom motel. Também tenho pensado muito nesse sentimento, já que o tenho vivido nos últimos tempos, e apesar de ainda falar mal do amor eu passei a acreditar nele e em seus efeitos sobre os amantes, algo tão poderoso que mesmo a distância pode mexer com você. Não critico o amor por não crer que ele exista, não mais, mas também acredito em filas de banco, acredito que exista a justiça no mundo, mas critico o amor porque assim como todas as outras coisas nas quais acredito, ele não é de longe sinônimo de perfeição. Ele faz bem, liberta, revigora, mas como todo o resto, pode ser usado de acordo com a conveniência de cada um. Assim como por ser cega a justiça é imperfeita, a imperfeição do amor o torna cego, passível de erros e más interpretações. Amando agora e sendo amado, mesmo que à distância, mesmo que temporariamente, ao começar a sentir o que senti, uma das primeiras coisas que consegui perceber sobre o amor é que ele não pode ser traído, não pode ser menosprezado, ridicularizado ou colocado em terceiro plano, no máximo em segundo, pois apesar do amor ser o sentimento bom que é, acredito que antes do outro sempre deve vir você, pois se você não conhece a si mesmo não conhece ninguém, assim como se você não ama a si mesmo plenamente jamais conseguira amar ninguém plenamente e “pra sempre”, como muitos gostam de dizer, mentindo pra si mesmos e massageando o ego do outro. Vejo agora o quanto o amor e o equilíbrio precisam andar de mãos dadas, pois caminham no fio de uma faca e o mais leve vacilo de um dos dois pode por tudo a perder. E antes que eu me esqueça, como sei que você está lendo isso: Amo você. Na medida em que consigo amar. E sei que você me ama na medida em que lhe cabe me amar. Quanto ao pedido da minha amiga, tenho muitas coisas escritas sobre o que me pediu. O ódio faz um triângulo amoroso com o amor e o equilíbrio, sendo que o equilíbrio é o parceiro mais sensato dessa relação, o mediador.


Adoro dormir no chão da sala, tanto pelo conforto quanto pela privacidade que não teria se dormisse no quarto com minha mãe e tia. Não que meu colchão seja uma maravilha e que o forro da minha sala não vire uma peneira nos dias de chuva e eu tenha que me deitar quase embaixo da mesinha do PC, mas tirando esses contratempos temporários, sim, gosto muito de dormir no chão da sala. Problema básico de se dormir no chão: bichinhos chatos que podem correr pelo seu corpo todo, mais especificamente baratas cascudas.
Não precisei de despertador pra acordar pulando da cama na quarta-feira passada. Estava eu dormindo confortavelmente de bruços, sonhando com... Bem, não lhes interessa, mas foi bom, quando comecei a sentir uma coceirinha básica. Primeiro nas pernas, depois nas costas, barriga, ignorei já que o sono era maior e os cobertores confortáveis, contudo quando ela foi ficando mais intensa realmente comecei a me incomodar. Mexe daqui, vira dali, cochila de novo até que em dado momento inevitavelmente você se dá conta da realidade: “Eu não estou só!”. Um dos meus sonhos é um dia dividir minha cama com alguém, ainda mais em tempos frios, contudo realmente prefiro alguém mais do meu tamanho, meus gostoso pessoais e menos cascuda do que a criatura que estava comigo passeando pelo meu corpo. Com certeza dá tesão ter dedos percorrendo você numa manhã gelada, ser acordado por um toque carinhoso deve ser sem igual, mas baratas realmente são indelicadas nesse sentido.
Pulei do colchão e ainda pude ver a dita cuja fugindo pra trás do sofá, verifiquei se não me faltava nenhum pedaço, afinal reza a lenda que baratas te mastigam durante a noite, ainda mais se você é um doce de pessoa como eu, esperei os arrepios passarem e me levantei. Bichinho grotesco a barata, muito semelhante a alguns tipos de pessoa, que mesmo sem cabeça ou sem nada dentro dela vão vivendo. Lição aprendida e fazer nota mental: Sempre dormir com um spray de veneno do lado do colchão. Borrifar no corpo sempre antes de deitar.


Eu sempre me divirto muito, divirto mesmo, cada vez que escrevo algo no blog comentando sobre esse ou aquele fulano ou algum desafeto meu. É dito e feito que no dia seguinte a postagem sempre aparece alguém apreensivo perguntando se eu estava me referindo a ele ou jogando alguma indireta. Acho que depois de tanto tempo de blog as pessoas já deveriam saber que minhas indiretas são bem diretas.
O que eu acho curioso nesses casos é como pessoas que não tem nada a ver com o pato, vestem a carapuça. Diz o ditado que quem não deve, não teme, na verdade hoje as pessoas estão tão hipócritas que até quem deve não teme, mas as vezes fico pensando no porque as pessoas ficam tão mexidas com algo que lêem ou ouvem. No fundo acho que deve ser culpa, infundada ou não, mas deve ser um tipo de culpa. Se você está seguro de si, pra que ligar pra opinião de outros sobre você? Eu mesmo já liguei muito, se falavam que eu era falso, ou chato, ou metido eu chegava a cair doente, chorava, tentava me defender e justificar de todas as formas possíveis, mas com o passar do tempo vi o quanto isso é um processo cansativo de se fazer. Hoje eu estou como se diz "cagando e andando". Posso ser realmente chato, falso, inclusive injusto, mas sabem que realmente não ligo mais. Em verdade não é que não ligo, apenas parei de dar tanta importância pra isso, pois assim como minhas opiniões sobre as pessoas não as afetam, não me servem de arma, também as delas sobre mim me são irrelevantes. O preço da franqueza é alto, acho até que é por isso que todo mundo é sempre tão tolerante com o outro, não para conservá-lo, mas para conservar a si mesmo, pois sabe que tem muito a perder se realmente for como quer ser. Mas é aquela coisa: Não custa agradar ao outro, massagear o ego dele. Você ganha pontos e não cria ondulações na água calma nem no seu laguinho nem do do outro, mas eu depois de 35 anos passei a escolher muito bem meus relacionamentos e, dependendo do caso, sou muito mais eu do que o outro.
É só por hoje.


Sobre o Autor:
Eduardo Montanari Eduardo Montanari é dono dos blogs Divagações Solitárias e Du-Montanari Design, além de pseudo-web-designer. É formado técnico em informática e sabe estourar pipoca sem deixar muitos piruás sobrando. Semi-nerd assumido (se é que isso existe), gosta de quadrinhos, anime, mangá, entre outras nerdices e esquisitices.


5 Divagações

  1. Oi Edu,
    há dias não consigo logar direito.... esse blogger... Por isso, não tenho respondido seus comentários e não tenho conseguido comentar aqui também.... Uma B@#$%!
    Eu também odeio baratas, apesar de assinar esse nome. Uma bolinha de naftalina embaixo da sua cama e bater inseticida na porta e janela resolvem o problema. Tenta e depois me conta.
    Quanto ao amor, eu vivo intensamente, mas sem melação - tipo falar igual a criança e tals... credo... não falo assim nem com meu filho, que só tem 2 anos, imagina com meu marido! Me casei com um cara 14 anos mais velho que eu pra não ter que passar por essas coisas.
    Además, deixo um beijo, e agradeço sua presença lá no blog, sempre me fazendo rir qd eu mais preciso.
    BJO!!!!

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  2. Ae Edu, caro amigo, obrigado pela indicação do meu blog, pela citação.
    Post forte e revelador ein! Desde a primeira imagem até as indiretas (diretas) mas embaixo.
    Que bom que tá amando Edu(acho), como eu falei lá no post amor faz a pessoa feliz, mas acho que também é capaz de fazer alguém sofrer.

    Levi Ventura

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  3. Sobre o amor, ele só é egoísta assim porque as pessoas sempre o confundem. Amor é um bem querer eterno, querer sempre o bem do outro mesmo sem receber nada. Difícil? Se é! Para muitos, impossível!

    Felicidades para você e o seu amor, que bom ler isso. Ele existe, sim, sempre falo. E que bom que é correspondido, então, com melação ou sem, o que vale é não ligar para os outros e viver o momento bom. Barata? Deus me livre! Vez ou outra subia uma pelo ralo de um baheiro que pouco uso, tampei! Beijos.

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  4. Olá meu amigo, Edu, desculpe me pela demora em fazer um comentário sobre esta sua postagem, fiquei ensaiando varias vezes, sobre qual forma poderia comentar sobre este seu escrito, de forma coerente com o assunto.
    Pois temo as vezes interpretar de forma errônea, teus pensamentos e fazer um comentário do tipo , “nada haver”.
    Sei que você me perdoaria do mesmo jeito! Pois o que tá valendo aqui é a consideração e a amizade , não é mesmo.
    Mas a minha dificuldade maior , é falar com as outras pessoas sobre o amor, pois eu não sei, se é muita arrogância a minha, achar que estas pessoas que se “ferem” por amor, elas não amaram, e não tem noção, do que seja o amor.
    Eu acredito que ninguém se magoa, ou se fere, quando se pratica um verdadeiro amor, pois amor é um sentimento muito profundo, e dela se deriva só sentimentos bonitos e duradouros.
    Quando se termina um romance e dela restou somente ressentimentos ou ódio, é porque não houve e nem existiu um amor verdadeiro.
    Paixão e tesão não é amor, e sim um sentimento passageiro, que quando mal praticados pode deixar como rastros, sentimentos ruins.
    E é por isso que eu ficou meio travado em fazer um coment para esta postagem.
    Eu penso que quem ama de verdade, não fica fazendo cobranças ou exigindo algo do teu próximo.
    Sobre as baratas, eu ri muito sobre as suas aventuras em dormir na sala e te-las como companhia.
    Mas é fato o que comentou, dizem que uma barata é capaz de viver sem a sua cabeça, ela só morre de sede pois não tem como absorver liquido , fato extremamente macabro!
    Já imaginou se nós, relis mortais tivéssemos esta capacidade de viver, por tempo indeterminado sem as nossas cabeças?
    Seriamos mais o ou menos como o personagem principal daquele filme, o cavaleiro sem cabeça, absolutamente macabro!
    Sobre servir carapuças, não ligue meu amigo, o mundo virtual é para todos, aqui tem para todo mundo, e se não gostarem do que escreveu pau no c...... deles.
    Pois você não vai deixar de expressar seus sentimentos , só porque meia dúzia de mau amados ou complexados ficaram ofendidos, não é mesmo!
    Eu acho que as pessoas deveriam ter as suas mentes mais abertas, tem gente que é um poço cheio de complexo, muito complexado.
    Elas vivem as suas vidas ressentidas e acham que são a ultima bolacha do pacote.
    Acho que nós como seres pensantes temos que nos preocupar com nós mesmos, pensamentos ou opiniões alheios não mudarão os nossos aspectos de vidas, temos sim que expressar ao mundo os nossos pensamentos e sentimentos, quanto as outras pessoas elas são os outros, tem tanto direito quanto nós de pensar.
    Deixe eles com seus pensamentos e vivamos nós com os nossos pensamentos.
    Abraços meu amigo, e tenha um ótimo domingo, com uma macarronada maravilhosa ao lado da sua querida mãe e tia.
    NAMASTÊTA!

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  5. Puxa, essa história da barata é surpreendente. É um bicho nojento literalmente, pois pode trazer doenças.. Você poderia arrumar um 'predador externo', tipo uma galinha. Ou um mais sociável, que pode até ficar dentro de casa, o caçador implacável, o gato.

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