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Sobre posições sexuais diferentes, frágeis compromissos de amor e armas biológicas virais de destruição massiva.

domingo, 10 de julho de 2011

Sábado passado foi totalmente boring. Vocês se lembram que eu escrevi sobre um casamento que fui obrigado a comparecer, já que o noivo gentilmente pagou minha parte no buffet e insistiu para que eu fosse, mesmo sem nem me conhecer direito? Pois é, eu por gentileza decidi ir de uma vez e acabar com essa agonia toda, afinal não podia ser tão ruim assim.
Eu como já escrevi várias vezes aqui, sempre tive o costume de tentar agradar as pessoas,

algumas vezes para faze-las gostar mais de mim e outras simplesmente por medo do que elas pensariam de mim se eu não fosse como elas esperavam que eu fosse. Hoje eu me esforço ao máximo para não fazer mais isso, mas descobri que as vezes somos colocados em situações nas quais somos forçados a agir de uma forma que não queremos.
Passei o sábado inteiro agoniado, me sentindo como se estivesse prestes a cumprir uma sentença, esperando meu chefe vir me buscar com sua futura segunda esposa para me dar carona até o casório. Perto da hora combinada eu tomei meu banho, me masturbei, depois fui me arrumar. Pude finalmente usar pela primeira vez uns sapatos novos que comprei no começo do ano achando que iria trabalhar numa empresa de advocacia na qual só quis ficar por três dias, já que o serviço burocrático me deixou instanâneamente doente. Odeio roupas sociais, me sinto preso, sufocado e além disso elas não me caem tão bem em minha opinião, mas me arrumei o melhor que pude e fui até o casamento muito à contragosto. Eu não só detesto me vestir com roupas sociais como também odeio eventos sociais, principalmente casamentos, principalmente de gente endinheirada. Noivo filhinho da mamãe, noiva também, igreja chique, convidados que mais pareciam estar indo à cerimônia do Oscar. Tive que passar toda a cerimônia sentado ao lado da futura segunda esposa do chefe, moça simpática, até trocamos algumas palavras, mas não adianta, eu realmente não me sinto nada bem cercado de um monte de estranhos. Chefe no altar como padrinho do noivo, mãe da noiva e damas de honra passando mal, um monte de universitários de terno e gravata fingindo que tem maturidade, ái meu saco.
Entretanto depois que a cerimônia começou, com quase uma hora de atraso, as cousas começaram a correr mais rápido para minha alegria e eu fiquei prestando bastante atenção em tudo, já que até hoje, pasmem, só fui à três casamentos: o de uma prima, muitos anos atrás, o da irmã de um antigo amigo, no qual só fui pra poder estar perto dele mesmo e vê-lo vestindo terno e esse no último sábado. Tirando os comes e bebes da pós cerimônia, cheguei a conclusão de que se não for você o noivo ou a noiva, todos os casamentos são absurdamente enfadonhos.


Durante a cerimônia o Frei fez um discurso clichê sobre amor, vida à dois, fidelidade, tribulações matrimôniais e o caralho à quatro. Ele disse que a união de duas pessoas é maravilhosa, blá blá blá, mas que também é muito difícil, que é preciso manter a chama sempre acesa (posições sexuais diferentes talvez?) e que nos momentos de dificuldade, quando o amor titubear, os cônjuges devem se lembrar desse dia especial que foi o casamento, devem se lembrar da emoção desse momento, do que estão sentindo agora, da felicidade pela união tecnicamente eterna. Foi nesse ponto que comecei a prestar mais atenção ainda e refletir. De repente comecei a olhar ao redor, toda aquela pompa, todas aquelas pessoas, a igreja lindíssima, os noivos com os olhos marejados, musiquinhas de amor tocando baixinho e pensei: "Meu Deus, esse momento realmente deveria ser considerado muito especial". Não é como uma formatura de faculdade ou uma festa de quinze anos de uma menina fã de Restart, o que está sendo celebrado alí é o que deveria ser a união eterna de duas pessoas. Eu acredito que se duas pessoas que "se amam" resolvem chegar a esse ponto é porque o sentimento é muito forte mesmo. Fazer tudo isso, ajoelhar-se diante do altar, jurar amar, respeitar e ser fiel até que a morte os separe, tudo isso deveria valer muito, deveria ser algo indestrutível, que nenhum acontecimento pudesse abalar, mas o que eu vejo hoje e posso quase generalizar, está longe disso.
As coisas hoje estão invertidas, antigamente lembrem vocês que tem mais idade, namorava-se um curto período de tempo, noivava-se por pouco tempo também e logo já acontecia o casamento. O detalhe é que quando as pessoas se casavam, se casavam pra valer, tá aí de exemplo seu pai, sua mãe, seus avós (ignore isso se você tem pais divorciados). Você mocinho, mocinha, já parou por um instante para se perguntar porque os seus pais, seus avós estão casados até hoje, constituíram casa, família e tirando as brigas naturais da relação, deram certo enquanto você não consegue manter um namoro simples? Como eu disse, hoje está invertido, hoje eu vejo pessoas namorando por um, dois, três anos, deixando recadinhos apaixonados nas redes sociais, contando ridiculamente os meses de namoro, fazendo declarações tiradas de trechos de livros da Stephenie Meyer, dizendo que fulano ou fulana é a pessoa de sua vida e companheira de todos os momentos... É tanta melação, tanta babação de ovo que você chega a pensar que pode até ser amor, mas aí um belo dia você acorda e descobre que depois de anos de uma novela mexicana boçal aconteceu sei lá o que e o casal não está mais junto. Aí você se pergunta: "Mas o que caralhos foi que houve?".


Tem vezes que a coisa até evolúi para um noivado. Já ouvi casos de pessoas que noivaram por quase dez anos antes de decidirem casar, disseram que fizeram isso para terem tempo de organizar a vida a dois, casinha de cerquinha branca, conta corrente conjunta, dois carros na garagem, aí se casam em uma cerimônia igual a que eu fui no sábado, choram, juram amor eterno, fidelidade e depois de mais ou menos um ano e meio estão brigando na justiça pra ver quem é que vai ficar com o carro, isso quando não fazem a burrada de copularem, a mocinha ficar prenha e expelir uma criança pelos genitais. Aí o rapaz ex-eternamente apaixonado precisa trabalhar em dobro para pagar a pensão alimentícia do filho que teve com a mocinha ex-eternamente apaixonada.
Eu acredito que antigamente tudo era mais valorizado porque era mais difícil. A moral e os bons costumes eram respeitados, pra você conseguir namorar com seu broto era uma verdadeira luta, tinha que ir falar com o pai da garota, pedir permissão quase ao Papa só pra poder pegar na mão da menina. Beijo? Que é isso? Quando muito mãozinhas dadas e mesmo assim com a mãe da moça supervisionando. Eu acredito que essas pessoas sim amavam, ninguém se prestava a tudo isso só pra "comer" a menina gostosinha. Acredito que toda essa dificuldade ensinava o casal a dar o devido valor à pessoa um do outro e a desenvolver um sentimento verdadeiro. Hoje? Hoje não. Hoje você vai num baile funk qualquer da periferia e tem uma fila de garotas sem calcinha de xaninha molhadinha loucas pra dar pra você e se gabar com as amigas no dia seguinte. Hoje na sala, os pais ficam assistindo Faustão de domingo enquanto o casal está aos beijos no sofá do lado, ela de mini-shorts e ele com uma protuberância no meio das pernas.
Acho que o que faz com que os relacionamentos sejam tão banais e fáceis de se desfazer hoje em dia é justamente a facilidade em se conseguí-los, na verdade, tudo ficou muito mais fácil, muito mais simples, muito automático. E por conta disso muito mais sem sal. Tudo acontece muito rápido e isso acredito eu, faz com que ninguém veja direito pelo que está passando, ninguém saboreie a coisa toda. Na verdade saboreiam, caso considerem sexo, declarações de amor, gostos semelhantes o suficiente para se manter uma relação. Eu acho que não custava nada a geração de hoje pedir algumas dicas aos avós de como conseguir um relacionamento feliz e duradouro. Ah, eu me esqueci, nossos jovens modernos e descolados de hoje são o futuro. Coitado do futuro.


Eu como nerd sempre amei histórias em quadrinhos. Comecei com turma da Mônica e Mickey e na adolescência passei a acompanhar as aventuras de mutantes incompreendidos e filhos adotivos de fazendeiros voando por aí em capas vermelhas mais rápido do que uma locomotiva. Comprei quadrinhos por muuuito muito tempo e ainda tenho uma boa coleção bem guardada e bem conservada nas gavetas da estante aqui da sala. Contudo de uns anos pra cá, com os problemas comuns da vida adulta, a correria, depressão, problemas financeiros eu parei de comprar, há anos não comprava nada apesar de sempre passar na banca pra olhar. Da mesma forma que mulheres não saem das lojas de roupas e são capazes de passar horas lá dentro, assim também sou eu em uma "gibizaria" como costumo até hoje chamar as comic shops.
No sábado do casamento, durante a manhã saí pra comprar alguns pares de meias novas já que as minhas sempre acabam furando no dedão depois de um tempo. Andei no calçadão, passei na lotérica pra comer o excelente salgado com suco de laranja de lá e como é de meu costume entrei na gibizaria ao lado pra dar uma olhada nas novidades. Hoje em dia a maioria das publicações de quadrinhos que se encontra nas bancas são os mangás, quadrinhos japoneses, os quais também amo de paixão, mas sinto falta das publicações de peso, Graphic Novels de respeito como Ronin, Arkhan Asylum, Elektra vive, todas muito boas. Hoje está tudo muito comercial e isso diminuiu bastante a qualidade dos quadrinhos. Heróis morrendo e ressucitando só pra alavancar as vendas das revistas, publicações sobre vampiros para adolescentes acéfalos e tudo o mais. Contudo tive uma surpresa ao achar na prateleira dos fundos uma publicação que não imaginei que seria lançada no Brasil e a qual eu estava torcendo muito para ser. Falo da mini-série em seis capítulos RESIDENT EVIL.

Quando eu vi a edição encadernada nas bancas não tive dúvida e mesmo sabendo que preciso guardar um dinheiro pra viajar no domingo que vem, comprei-a sem mais demora. Pra quem não sabe ou não joga video-game, Resident Evil é um game de sucesso que conta a história de um vírus que foi desenvolvido para bio-terrorismo e que transforma as pessoas em mortos-vivos, além de causar mutações criando monstros grotescos e ferozes. O jogo é sucesso até hoje, sempre ganhando uma nova versão para o delírio dos fãs (e o meu). Já virou uma série de livros, filmes de sucesso, animação e também quadrinhos, os quais eu sempre fui muito curioso para ler e agora tive a chance. Pude me sentir com meus doze anos de volta, sentado sábado e domingo no sofá, comendo salgadinho com Coca-Cola e lendo meus quadrinhos. realmente cheguei a conclusão de que alguns hábitos que lhe fazem bem não devem ser abandonados. Resident Evil foi publicado aqui pela Panini Comics, com selo da WildStorm Comics e você que gosta, pode adquirí-lo usando três notas de cinco reais e ainda vão lhe sobrar umas moedinhas. É só por hoje. Abração.

Sobre o Autor:
Eduardo Montanari Eduardo Montanari é dono dos blogs Divagações Solitárias e Du-Montanari Design, além de pseudo-web-designer. É formado técnico em informática e sabe estourar pipoca sem deixar muitos piruás sobrando. Semi-nerd assumido (se é que isso existe), gosta de quadrinhos, anime, mangá, entre outras nerdices e esquisitices.


4 Divagações

  1. Vc tem razão nas coisas q diz, mas também, as mulheres aguentavam muita coisa ruim em nome do que a sociedade achava bacana, a pessoa aguentar a outra até morrer, mesmo sendo espancada e tal...Bem sincero, não queria ser uma mulher feito minha mãe e nem minhas avós, sou bem mais feliz. Mas ainda trocamos 6 por meia duzia, não temos a felicidade ideal. Hoje, as mulheres são mais independentes, por isso é bem fácil mandar um homem, assim, a merda! BSB é a capital nacional do divórcio, e as pesquisas revelaram que é porque elas tem a maior renda percapeta do Brasil, e por aqui quase todas as mulheres são independentes financeiramente. E os homens tb, se casavam com o dever de nunca abandonar a esposa, fosse ela do jeito que fosse, as pessoas são mais livres hoje. Mas por outro lado, as mulheres se tornaram muito volúveis, acreditam que qualquer coisa é motivo para jogar a toalha, afinal, é fácil arranjar outro marido, mas que no fim das contas vai ser igual ao primeiro, sim, no fim é assim. E os homens, acham que uma mulher boa é aquela que transa de todos os jeitos, que se sustenta, afinal, mulher moderna é isso, e ainda se tornam responsáveis por tudo o resto, enquanto eles ficam apenas... com o que mesmo? As mulheres de hoje são fisicamente e emocionalmente cansadas, por isso, fica difícil agradar os homens cada vez mais exigentes, claro, há aquelas excessões. Tb há mulheres fúteis, que se acham espertas, mas no fundo toda mulher é tola, a que tenta explorar o homem e aquela que faz tudo, se mata trabalhando e mesmo exausta crê que é feliz, afinal, é casada. Grande coisa! Tenho duas experiências de casamento, por isso, hoje abro mão de algumas coisas para ficar com o meu atual marido, que é, graças a Deus uma pessoa bacana, não perfeita, mas que vale a pena fazer alguns sacrifícios cabiveis, sei que ele é raro, mesmo assim, tem coisas que acho que não preciso tolerar, cada um cede um pouco. Esse é o segredo, se é que há um. Nunca acreditei em principes, não tenho ilusão, nem sou romântica. Homens são o que são e não mudaram por nós mulheres, não há tantas vantagens para eles em modificar-se, com excessões, claro. A maioria dos homens ainda segue o o modo que a mamãe ensinou, nós mulheres os ensinamos assim, porque mudariam? E quando vc casar, vai pensar que é para sempre. Ninguém se casa para separar amanhã. E quanto a cerimônia de casamento, tb detesto! Eu casei de preto, no cartório, fiz um jantar para 50 pessoas e no outro dia fui morar noutra cidade, dormimos no chão na noite de núpcias, na casa da avó dele, afinal o que é noite de núpcias? E a vida continuou bela. Bjos

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  2. Eu assim não ia ao casamento. Como você percebe
    muito de informática podia dar-me uma ajuda,
    apesar de considerar que é um atrevimento
    pedir-lhe.Tenho um blogue http://sinfoniaesol.
    wordpress.com e quando quero comentar com ele,
    não consigo e diz:que não foi possivel verificar
    as minhas credenciais de ID, bem como não sei
    inglês mais difícil se torna saber que me faltará fazer.Se me conseguir ajudar o email
    é certin@portugalmail.pt
    Minha página Facebook: Marques Irene
    Um abraço

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  3. Ola Edu, que fim de semana cheio em, cara ja estive em situações como a que vc esteve, é realmente estranho como que em certas cituações é dificil rejeitar um convite, principalmente quando ja te fizeram o favor te pagar a sua parte sem almenos perguntar antes se vc quer ir ou não, ja sinti na pele o que vc passou.

    Cara eu acho que nessas cerimonias matrimoniais, a intenção é até verdadeira e honesta, o casal realmente quer seguir tudo aquilo que é jurado dinte do padre, rabino, pastor etc... Os votos são cinceros, o amor é real, mas como vc bem falou, as coisas hoje em dia estão mas faceis, mas praticas, quando um casal se separa, eu não acredito que se separaram pq tudo o que foi dito la no dia do casamento tenha sido mentira ou da boca pra fora, mas sim por causa da pratcidade, por causa dos costumes adotados por essa nossa sociedade dita moderna.

    no outro dia eu vi uma matéria na tv que falava sobre buffes especializados em festa de divorcio é mole, eu disse é o fim do mundo, os divorciados agora estão dando festa para comemorar o divorcio, sabe Edu, eu acredito que o amor ainda existe, eu acredito que quando uma pessoa chega a se casar, realmente se ama de verdade, tirando os artistas é claro, que é uma putaria só, então, tirando a classe artistica, as pessoas comuns quando se casam a intenção o amor é verdadeiro, mas os custumes e ideias dos nossos dias não deixam isso criar raiz, matam tudo que foi jurado e confessado no dia do casamento.

    Sabe Edu, eu acho que o grande problema dos nossos dias é que as pessoas estão confundindo LIBERDADE COM LIBERTINAGEM, hoje temos a liberdade que nossos pais e avós não tiveram, mas as pessoas abusam dessa liberdade, são como crianças se lambusando com um pote de mel, pq perderam o senso de limite, as meninas não se dão o valor e os caras querem é mas curti,e tudo sem limites, é isso que acho que tem acabado com os relacionamentos de hoje.

    Cara nunca fui muito fã de quadinhos, mas ja li alguns, Resident Evil eu ja joguei o game e assistir a todos os filmes curto muito, legal saber chegou ao Brasil os guadrinhos vo dar uma procurada aqui.

    grande abraço

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  4. Oi Edu, foi por causa de argumentos parecidos com os seus que não me casei na Igreja. A festa foi em um bar, cada um pagou sua conta. Resultado: só foi quem estava REALMENTE afim de participar da festa. Não jurei nada.
    PS.: adoro FESTAS de casamento!
    BJO!

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