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Sobre cadáveres comestíveis de animais autruístas, a casa dos sonhos e senso de cura distorcido.

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Pelo menos para uma cousa boa esse horário de verão tem servido: podem ser 18h00min, 19h00min que o sol ainda não se pôs. Muitos de vocês devem estar se perguntando (ou não) qual é a vantagem do sol se por mais tarde. Bem, eu vos digo que nos dias de trabalho, nenhuma, pois tenho que voltar pra casa as 17h00min embaixo de um sol bastante quente ou nos dias de curso, entrar na sala de aula ainda com o céu claro, o que me dá uma sensação bem desconfortável. Mas é nos finais de semana que a cousa fica
boa, pois atualmente quando saio para passear durante o dia, tenho preferido voltar pra casa com o céu ainda claro. Não gosto de voltar à noite, odeio pegar ônibus, então agora, aproveitando que as 20h00min praticamente ainda é dia, posso pegar a sessão das 16h00min do cinema, não preciso sair de casa às pressas e consigo chegar ao shopping com um bom tempo de sobra pra descansar e olhar algumas vitrines.


Ir ao cinema foi o que fiz nesse último domingo, dia 06/11. Fui assistir ao filme A Casa dos Sonhos, com Daniel Craig. Gostei muito do roteiro, embora ele se torne previsível muito rapidamente durante o filme, mas isso foi logo resolvido com um final bem bacana. Recomendo.
O ponto alto do passeio foi quando, faltando pouco mais de 15 minutos para o término do filme, a energia do shopping inteiro caiu e a sala do cinema ficou às escuras, tipo, às escuras mesmo, não dando pra enxergar um palmo diante do nariz. Todo mundo começou a rir, alguns se assustaram, fizeram piadinhas, todos nós acendemos os nossos celulares e o clima ficou sombrio e macabro. O que me irritou muito nesse acontecimento foi uma adolescente imbecil, retardada e que deve morrer, que lá estava, que simplesmente começou a surtar, fazendo aquele tom de voz de quem parece estar mastigando merda: “Ai gente, para! Tô com medo! Ai, para, por favor! Eu vou começar a chorar, tenho medo que alguém agarre o meu pé! Eu vou embora heim!”.
Quanto mais ela fazia papel de palhaça se assustando, quase chorando, o cinema todo ria dela no escuro e tentavam assustá-la e eu achei muito bem feito. Não entendo como alguns adolescentes, principalmente mulheres (não sou machista, mas essa é uma verdade) são tão covardes em relação a algumas cousas.


Estou espantado comigo mesmo ao perceber que nos últimos tempos as pessoas realmente não estão mais me fazendo tanta falta. Eu que tanto implorava por atenção, por afeto, por companhia pra sair, por compreensão, hoje estou quase indiferente a isso tudo.
Tenho consciência de que não posso bancar o extremista, me afastar completamente das pessoas, me isolar, recusar convites, mas estou aos poços achando um equilíbrio e não fico mais tão ansioso por contato humano. Estou lidando melhor comigo mesmo, com quem eu sou, com quem quero ser e isso é devido ao tempo em que eu me afastei de tudo um pouco.
Antigamente por exemplo, imploraria aos céus por um churrasco em uma casa repleta de amigos, com risos, música, diversão e distração. Hoje percebo que embora essas coisas sejam bacanas, não é isso o que realmente me falta, não é a atenção das pessoas para comigo, mas sim mais atenção minha para comigo mesmo. O que falta é eu conseguir me bastar e eu acho, eu sinto que estou em vias de fazê-lo.
Chego hoje a me incomodar quando as pessoas pegam muito no meu pé, quando querem demais a minha atenção ou companhia. Talvez seja um trauma, talvez me veja nelas e como sei que foi o meu comportamento que afastou os meus amigos de mim, quando me deparo com alguém se comportando assim, quero logo distância. Tenho preferido ficar no meu canto, escrevendo minhas baboseiras inúteis aqui no blog, estudando web design e curtindo meu amor.
Estar amando alguém melhorou o meu asco por casais felizes? Talvez alguns se perguntem. Não, eu digo. Continuo odiando casais felizes e achando que eu tenho mais direito à felicidade do que eles. Eu disse que estou bem melhor, não que estou curado. Aliás, o que é “estar curado”? Isso é relativo. Se ter a coragem de admitir sentimentos que muita gente também tem, mas não tem culhões pra admitir é ser doente, então por algum senso de certo distorcido, gosto de ser doente.


Falando em churrasco, no feriado de finados no dia 02/11 fui à festa de aniversário do meu amigo Adriano, comemorado na casa de uma amiga em comum. Embora tenha dito no bloco de texto acima que não faço mais tanta questão de interação social e não sinto mais tanta falta dos amigos, não sou um completo desalmado e tampouco ingrato, sei reconhecer minhas amizades sinceras, então fui à festa porque como amigo, esse era o meu dever.
Quando você começa a se dar conta de que não precisa tanto mais da aprovação das pessoas, do seu elogio e incentivo, tudo fica mais leve e fácil de levar. Não me senti parte da festa porque como já disse várias vezes aqui, nunca me sinto parte de nada, é como se eu não pertencesse à raça dos humanos (quem sabe?), mas também não me senti deslocado, e não me senti deslocado justamente porque fui ao evento não esperando fazer parte de nada, não esperando ser notado, paparicado ou coisa do tipo. Tenho a cada dia me cobrado menos, a cada dia me resignado mais com as coisas que não poderei mudar nunca ou que pelo menos não no momento, e de forma gradativa tentando mudar o que consigo mudar. Se cobrar menos é um dos segredos, se culpar menos também e tenho buscado fazer isso.


Uma vez que não ligo a mínima quanto ao uso de palavrões (eu posso usar aqui, você não), ouso dizer que bebi “alchorrów” e comi pedaços de cadáver de boi até o “cu fazer bico”. Aliás, a cada churrasco que eu vou, me convenço mais de que devemos muitos agradecimentos aos animais, principalmente os bovinos, galináceos e suínos, pois são eles que todos os dias abdicam (involuntariamente) de suas vidas para que possamos viver. No caso se você gosta de capa de gordura, viver menos.
Ressaca pós festa? Não. Não fico de ressaca. Tirando o gosto de cabo de guarda-chuva na boca, uma leve dor de cabeça, desidratação pelo consumo excessivo de alchorrów e uma libído elevada do caralho, de resto levo litros e litros de cerveja dentro do meu organismo de forma bem suave. Se curti a festa? Se fiquei contente por mais um ano de vida do meu amigo? Sim, sim. Muito. O porque estou terminando essa postagem fazendo um monte de perguntas e imediatamente respondendo cada uma delas? Não faço xongas de idéia. Como disse, não sou desse planeta.
É isso aí amiguinhos. É só por hora.
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P.S.: Andei fazendo algumas modificações bacaninhas no blog, as quais estou absolutamente com preguiça de descrever. Na verdade adicionei uma barra de links no topo do blog que levam a algumas páginas novas. Ordeno que cliquem e visitem as páginas. AGORA!
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Eduardo Montanari Sobre o Autor:
Eduardo Montanari é dono dos blogs Divagações Solitárias e Du-Montanari Design. É formado técnico em informática e trabalha como designer e web designer. Nerd assumido, gosta de quadrinhos, anime, mangá, entre outras nerdices e esquisitices.


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