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Sobre a pobreza tupiniquim, pedófilos mutilados e um aparelho de Blu Ray por mês.

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

O brasileiro é mesmo um povinho bastante medíocre e pobre de espírito, que em minha opinião estraga tudo o que põe as mãos e não sabe lidar com as coisas que tem de forma inteligente.
No início existia o Orkut e isso era legal. Uma idéia inovadora, interessante, bastante útil até, se você soubesse usar de forma inteligente, procurando empregos, downloads, assuntos do seu interesse e conhecendo pessoas. Instituições e empresas criaram suas comunidades, campanhas bacanas foram feitas e tudo ia muito bem. Orkut era a rede social mais famosa do mundo, usada por bilhões de pessoas. Aí eis que todo esse poder, essa nova possibilidade de interação e diversão, com o passar do tempo acaba se tornando a sensação do povo tupiniquim, principalmente entre os adolescentes. Logo a rede
social é tomada de assalto por milhares de brasileiros que mal sabem escrever o português corretamente, não sabem nem a diferença entre o botão Power o reset do computador, mas que se orgulham por saberem os códigos pra escreverem recadinhos com fontes em negrito e colorido pra os amigos e que acham a coisa mais fofa ficar enviando aquelas imagens piscantes para os seus contatos. Ah sim, falando de contatos, era assustadora a quantidade de pessoas que você nunca tinha visto na vida e tinha certeza que jamais irá ver, que pediam pra ser adicionadas. Afinal para as pessoas fúteis e vazias, quantidade é sempre melhor do que qualidade. “_Olha só como meu perfil é popular”.
A febre está passando, aliás, como acontece com todas as modinhas e hoje pelo menos em minha opinião, o Orkut respira com ajuda de aparelhos. Eu mesmo tenho ainda minha conta lá, mas não atualizo mais e nem pretendo fazê-lo, entrando vez ou outra apenas para visitar algumas comunidades.
Mas é óbvio que um povo tão consumista, divertido e moderno como é o brasileiro não podia ficar de fora de novas modas que por ventura viessem a desembarcar aqui no país e assim que a mina de ouro, menina dos olhos do Zuckenberg começou a se destacar entre os internautas do Brasil, cadastros começaram a ser feitos aos montes. No começo muito timidamente, afinal o povão tava acostumado com a facilidade e as frescurinhas do Orkut, tudo muito óbvio e mastigado, do jeito que brasileiro gosta. Com o passar do tempo o Facebook foi ganhando mais destaque, ficando mais popular e compreensível e aí é que começou a festa e o motivo pelo qual decidi começar a postagem falando disso: O talento inato do povo brasileiro em conseguir baixar o nível de todas as coisas bacanas as quais tem acesso.


Protesto é bom, acho que todos nós devemos fazer, ainda mais por causas nobres como a corrupção, violência contra crianças, animais, mulheres, conscientização do trânsito, mas acredito que tudo deve ser feito com muito bom senso e acima de tudo inteligência. Mas é lógico que não se pode esperar muita inteligência e nem bom senso de um povo como o nosso. 
Começou com fotos de animais mutilados. Cães despedaçados, mortos, feridos, cheguei até a ver um vídeo de uma garota esmagando a cabeça de um gatinho com os pés. Desculpa do povo pra isso? “_Vamos proteger os animais!”. Oras, e por acaso é preciso tirar o meu apetite para tanto? Eu tenho duas gatinhas lindas e as amo muito, se alguém fizer alguma coisa contra elas eu com certeza assassinaria essa pessoa, sei o quanto é horrível o que algumas pessoas desalmadas fazem com animais, contudo não preciso ter isso esfregado na minha cara de forma desagradável. As pessoas imbecis acham que pra conscientizar é preciso chocar. E o interessante é que as pessoas que postam esse tipo de foto acham que estão prestando um serviço imenso a sociedade. “Revoltem-se”.
De uns tempos pra cá, tenho visto fotos de pessoas esmagadas, prensadas entre as ferragens de seus carros, desfiguradas. Desculpa pra isso? “_Se beber não dirija”. Aham.
Semana passada um primo meu postou uma foto de um estuprador de criancinhas morto, completamente nu, com o pênis arrancado e enfiado na boca. Todo mundo aplaudiu, bem feito para esse desgraçado molestador de crianças. Tá bom, que ótimo que ele morreu, mereceu mesmo. Mas eu tenho o direito de acessar o meu Facebook sem dar de cara com a foto de um homem morto nu, com o próprio pinto enfiado na boca. Ou seja, pra mim o povo brasileiro consegue ser ridículo até mesmo na hora de tentar ser nobre. Um país cheio de gente de merda, que assiste BBB, dança Michel Teló e escreve agente ao invés de a gente. Só pra constar, agente= Agente do FBI, Agente da CIA, alguém que age. A gente= nós.


Apesar do fato da minha demissão me pegar meio de surpresa justamente em um ano no qual eu havia decidido investir mais em eu mesmo, pagando cursos, talvez um cursinho, prestando concursos públicos, não mudei de idéia pelo menos em alguns pontos. Se eu voltar a trabalhar nos Correios vou voltar a ganhar pouco mais que um salário mínimo, então não vai dar mesmo pra pagar cursinho, cursinho que a propósito descobri ter uma mensalidade pra lá de 400 reais, o que me deixou bastante revoltado, pois a cada dia percebo que essa nossa sociedade maldita favorece mais aos ricos. Sim, pois em minha opinião, quem tem dinheiro sobrando pra pagar uma mensalidade de mais de 400 reais seja lá no que for, é rico. Não me venha dizer que faz ou fez economias ou cousa parecida. Porra, 400 reais é um aparelho de Blu Ray por mês.
Entretanto, mesmo sem fazer cursinho pretendo prestar o Enem nesse ano, quiçá vestibular e com certeza um ou outro concurso público do meu interesse que surgir. Digo “do meu interesse” porque a maioria das pessoas tem a mania de dar conselhos do tipo “preste qualquer concurso que aparecer, o importante é passar”. Tá bom, quer dizer que eu, por exemplo, vou prestar concurso pra ser agente penitenciário só porque a remuneração é boa? Não importa se eu não goste dessa profissão, simplesmente porque a remuneração é boa e o concurso é de nível colegial, vou prestar. Acho isso tão idiota. Se for assim, vou me prostituir nas ruas também, dar o cu, afinal a remuneração é boa.
De uma forma ou de outra, com ou sem dinheiro sobrando eu preciso achar nesse ano de 2012 algum diferencial pra minha vida, tanto a nível profissional quanto pessoal, principalmente no pessoal.




Eduardo Montanari Sobre o Autor:
Eduardo Montanari é dono dos blogs Divagações Solitárias e Du-Montanari Design. É formado técnico em informática e trabalha como designer e web designer. Nerd assumido, gosta de quadrinhos, anime, mangá, entre outras nerdices e esquisitices.


2 Divagações

  1. Nossa!!!!! Isso que eu chamo de critica, não sou de ficar muito nessas redes sociais, já tive alguns Face, Orkut, mas na mesma velocidade que fiz, deletei, hoje só tenho um Orkut que mau entro e um Face que quase não uso, mas já presenciei fotos de pessoas peladas e animais mutilados e realmente não é nada agradável, principalmente pelo fato de sermos obrigados a ver isso na nossa pagina, concordo com vc em tudo que disse, assim como tem os farofeiros nas praias, também tem os farofeiros da net é lamentável.

    É Edu, a vida não tá mole não, mas o importante é não parar, independente das dificuldades, uma hora, com muita persistência e perseverança as coisas se ajeitam.

    abraços

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  2. Sou obrigado a concordar com você, amigo Eduardo, em todos os aspectos. Ainda tenho o Orkut por preguiça de ir deletar, uso o Facebook para rir um pouco e entrar em contato com algumas pessoas. Se alguém compartilhar uma única imagem desagradável como essas citadas, eu a bloqueio e excluo dos meus contatos, problema resolvido.

    E preste concursos, sim, mas apenas para o que te interessar. Não faça como eu, que tá encarando o concurso que aparecer. Eu faço isso porque sou um sem-noção, mas se você tem alguma (como eu acho que tem) é melhor manter-se apenas no que você gosta.

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