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Sobre um cansaço gostoso, pântanos lamacentos e podcasts em meio a neblina matutina.

sexta-feira, 15 de junho de 2012

O que dizer do meu novo trabalho? Que estou empolgadíssimo? Que apesar do horário ser puxado eu estou conseguindo me adaptar bem e que minhas perspectivas são promissoras? Sim, são essas coisas e um pouco mais. Minha autoestima deu uma boa melhorada, estou cuidando melhor da minha aparência, me sentindo menos feio do que realmente sou e o fato de estar ao lado de profissionais responsáveis, que tem uma vida de profissão para me ensinar está me deixando muito feliz, tenho ido trabalhar todos os dias, ansioso para aprimorar os meus conhecimentos o mais rápido possível. Nem tenho me importado muito em ser obrigado a ver quase todos os dias, mesmo de longe, almoçando no restaurante da faculdade, uma pessoa que não faço mais questão de ver nem pintada. Descobri nos últimos anos que quando uma pessoa se torna realmente irrelevante na sua vida e você na dela, fica mais fácil não ligar tanto para o fato dela estar próxima de você ou não, mais ou menos como é dito no livro O Pequeno Príncipe, no trecho onde se fala que as rosas precisam aguentar alguns espinhos para florescerem e tal. Além do que, como eu sempre costumo dizer, acidentes podem acontecer, inclusive comigo.
Tirando esse levíssimo inconveniente, como disse, tenho andado bem satisfeito com tudo. Apesar de estar me sobrado pouquíssimo tempo durante a semana para conversar com meus amigos tão amados, Raphael e Levi Ventura, mas como amigos queridos que são, estão compreendendo muito bem essa nova fase de minha vida e sempre me lembrando de que estão torcendo demais por mim. Ver a alegria que eles expressam cada vez que eu digo que gostei do meu dia de trabalho é gratificante, me dá forças para lutar e tentar ser uma pessoa melhor. Quero que as pessoas que realmente se importam com minha felicidade sintam orgulho de mim. Não tenho vergonha de amar quem me ama, seja quem for, desde que eu saiba que esse amor é real.
Peguei um trabalho importante para fazer e estou bastante empolgado com ele. Não sei se vai ser aprovado ou não, mas otimismo não me falta, e olhem que eu geralmente não sou nada otimista, mas acho que em alguns casos temos que ceder, temos que aceitar as coisas que a vida nos dá. Temos, quer dizer, pelo menos alguns de nós, a mania de enxergar apenas as coisas ruins que nos acontecem, pois a vida é tão difícil que acabamos vendo nossas derrotas como acontecimentos naturais, contudo em alguns momentos estou percebendo que não há como negar ou se fingir de cego para as coisas boas que nos acontecem. Procurar mantê-las assim pelo maior tempo possível, porque nada é eterno, é de responsabilidade nossa. Cansa, mas compensa, acaba se tornando um cansaço gostoso.


Meu passeio à 26ª Festa das Cerejeiras de Garça no último final de semana acabou não dando muito certo, alem do clima não ter colaborado em nada, pois foi um dia muito gelado e úmido, acabei indo em um horário ruim. Sei que não é certo reclamar disso, pois afinal de contas não tenho carro e fui de carona, então eu tenho mais é que calar a minha boca e agradecer, mas não consigo negar que não tinha planos de ir tão tarde, já anoitecendo na verdade, pois queria aproveitar a claridade para caminhar pelo parque, mostrar as belezas do lugar para minha mãe e minha tia, que foram comigo e acima de tudo, não voltar muito tarde pra casa, pois apesar de gostar do passeio, do local e tudo o mais, não consigo ter mais muita paciência com muita gente, barulho, luzes e afins. Fora o fato de que, como andou chovendo bastante na região nos últimos tempos, a maior parte do terreno da festa, composta de grama e terra virou um pântano lamacento, deixando imundos os tênis de minha tia, meu e da minha mãe, que ficou absolutamente irritada com isso, ou seja, o passeio que eu tinha em mente não foi nada daquilo que eu esperava. Foi uma noite gelada, muito gelada, acredito que a temperatura na cidade devia estar a menos de dez graus. Tive que comprar um copo de quentão para dividir com as duas, que ficaram o tempo todo congelando do meu lado e querendo muito voltar logo pra casa. Acabei nem tirando muitas fotos do evento por motivos óbvios, mas comemos algumas coisas, compramos alguns apetrechos e eu, ate mesmo um cachecol, sempre quis usar um cachecol na época de frio, apesar do meu rosto e de minha aparência física horrendas. Ate que fiquei bem com ele, mas como paguei barato ele não é lá essas coisas. Minha mãe comprou um anel pra ela e eu, alem do meu cachecol comprei um colar de ematita para minha tia, cujo aniversario é no domingo próximo. A apresentação do grupo de Taiko, os tambores japoneses, estava bem linda e a barraca das lanternas ficou especialmente poética a noite. Se um dia eu conseguir ter uma moradia melhor, vou comprar muitas dessas coisas para enfeitar o ambiente. Agora, nesse lugar onde moro não compensa, pois a casa é velha e feia. Enfim, que venha o Anime Friends 2012 em julho, pois Garça esse ano deixou a desejar. Além é claro, do fato do meu amigo Adriano ultimamente não parecer estar muito bem e isso me incomodou durante todo o passeio. Ele já foi mais ativo e comunicativo, agora anda meio zumbificado. Ele não tem se aberto muito e fica difícil dar algum tipo de apoio devido a isso.


Ainda falando sobre o clima frio e a umidade, ha tempos não via aqui na cidade uma neblina como a que se formou na ultima sexta-feira. Bati algumas fotos durante o trajeto para o trabalho usando o meu iPod Touch original de 8G (eu tenho, você não tem). Os dias tem amanhecido gelados, mas nessa sexta alem do frio, a neblina se mostrou bastante densa e baixa, pude sentir minha pele molhando enquanto caminhava e logicamente, nerd como sou, fui o trajeto todo me lembrando do game de terror Silent Hill, que se passa numa cidade abandonada e coberta por uma densa neblina que nunca se dissipa.
Tenho adorado ir e voltar todos os dias a pé para o trabalho, amo caminhar e depois que descobri o mundo divertido e informativo dos Podcasts, vou e volto rindo sozinho pelas ruas da cidade. Comecei ouvindo o Jovem Nerd e depois que conheci o amigo Levi Ventura, dono do blog Só Pedaços, ele me apresentou o Papo de Gordo, Azilacast, Monalisa de Pijamas, entre outros. Gosto muito também do Matando Robôs Gigantes.
Embora a faculdade seja longe de casa, mesmo indo a pé eu não demoro muito a chegar, acordo todos os dias as seis da manhã, tomo meu café, me apronto e saio de casa as seis e cinqüenta, chegando ao trabalho por volta das sete e quarenta e cinco. Me sobram quinze minutos para descansar as pernas antes de começar a trabalhar ou, se chego disposto, já entro e pego no duro.
Outra coisa bacana é que da minha sala da pra ouvir os alunos estudando musica nos blocos vizinhos, tocando flauta, piano e outros instrumentos e isso é meio surreal pra mim, muito confortável, principalmente quando esta próximo do final do expediente, já anoitecendo.
Não tenho nada planejado para o final de semana. Cinema para mim agora só nas segundas e quartas a noite, quando poderei pagar meia entrada. Talvez saia pra caminhar, talvez, se tiver sorte alguém apareça em casa, sei lá, estou tão contente com meu novo emprego e cansado que aquela ansiedade toda diminuiu bastante, ando me sentindo mais sossegado, propenso a passar mais tempo descansando do que procurando lugares para sair nos finais de semana. Ou talvez eu só esteja envelhecendo e nada mais. No meio dessa correria toda que é a vida da gente, acabamos esquecendo que o tempo passa pra todo mundo.


Eduardo Montanari Sobre o Autor:
Eduardo Montanari é dono dos blogs Divagações Solitárias e Du-Montanari Design. É formado técnico em informática e no momento está desempregado e um pouco deprimido. Nerd assumido, gosta de quadrinhos, anime, mangá, entre outras nerdices e esquisitices.


3 Divagações

  1. Meus olhos quase brilharam, rs Seria exagero, mas é que te acompanho há um tempo e te vejo evoluir e mais feliz a cada dia. Até porque eu passo muito tempo de fato sem ler seu blog.
    Deve ser maravilhoso trabalhar com esse som. Bem poético! Por falar em poético, eu compraria a luminária pra sua casa, daria um toque a mais, seria um brilho na sua casa.
    E aí? Como tá tua relação com o Illustrator? rs Num instante você domina, e pra tua experiência como profissional, será maravilhoso!
    Abraço!!

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    Respostas
    1. Eduardo, mudei o endereço do meu blog: http://pensarpaty.blogspot.com.br/

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