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Sobre Síndrome de Peter Pan, escolhas e suas consequências e atraso mental.

quarta-feira, 22 de agosto de 2012

E mais uma vez o bebezão bundão aqui mostra o quanto é fraco para enfrentar seus problemas pessoais. Passei o ultimo domingo, dia 19/08, coberto dos pés a cabeça, chorando no escuro com amenos 38,5º de febre, fora a dor de garganta, cabeça, indisposição e calafrios. Parte desses sintomas deve-se ao fato de
que eu abusei de bebida gelada na noite anterior, após tomar um banho muito quente, mas eu me conheço bem, sei que não caí de cama o domingo todo apenas por isso, já abusei mais do que isso com meu corpo e não fiquei doente assim, me conheço bem para saber que como sempre acontece, deixei-me abater por algo de ruim que me aconteceu e isso refletiu diretamente no meu sistema imunológico. Eu sinceramente não sei o que é mais patético, se o fato de eu cair doente por que fiquei “tristinho” ou o fato de eu ficar “tristinho” por ter levado um pé na bunda, pela internet. Eu fico pensando sobre isso e chego a conclusão de que com certeza devo ter um atraso mental ou coisa assim, pois os anos passam, logo logo vou chegar aos quarenta e continuo tão bobo como quando tinha doze anos de idade. 
Li um livro uma vez, escrito pelo Dr. Dan Kiley se não me engano, chamado “Síndrome de Peter Pan”. Pelo que pude entender, não há evidências de que essa síndrome seja uma doença psicológica real, mas... Segundo Kiley, o individuo portador dessa síndrome tende a apresentar rasgos de irresponsabilidade, rebeldia, cólera, narcisismo, dependência e negação ao envelhecimento. Não sou nenhum especialista no assunto, mas reconheço facilmente boa parte dessas características em mim, principalmente o fato de eu me recusar a crescer. Quanto a ser dependente, bem, acho que isso não é novidade. Eu trabalho, pretendo estudar, tenho minhas responsabilidades de adulto, mas tudo isso porque sou obrigado. Se realmente existisse uma “Terra do Nunca”, para onde eu pudesse fugir voando, nunca mais voltar e jamais envelhecer, com certeza eu já teria me pirulitado pra lá e mandado tudo isso aqui a merda. Dizem que é bom nos sentirmos sempre jovens, mas no meu caso acho que é diferente, pois algumas vezes o que sinto é que sou um menino assustado, preso no corpo de um adulto que está envelhecendo rápido demais.


Acho que o que mais me deixa cansado, abatido, é estar nessa constante luta comigo mesmo, dupla personalidade, bipolaridade, uma moeda, de um lado da minha cabeça um anjo que aponta meus erros e a forma correta de lidar com eles e corrigi-los, do outro um capetinha, me dizendo o quanto nada vale a pena, o quanto as pessoas não valem a pena e que lutar contra um mundo injusto, cheio de pessoas injustas é perda de tempo. Existe uma grande diferença entre saber qual é o caminho correto e trilhar esse caminho, já dizia o Morpheus lá na Matrix, e é isso que gera essa guerra toda dentro de mim. Muitos de nós as vezes nos desesperamos e dizemos não saber o que fazer sobre isso ou aquilo, mas a verdade é que sempre sabemos, desde o começo sempre sabemos qual é o caminho certo a seguir, só temos medo de fazer isso, temos em verdade medo de fazer escolhas, porque não importa quais sejam, elas sempre acarretarão em conseqüências. Temos a mania de achar que algumas de nossas decisões, por serem pessoais vão afetar somente a nós mesmos, que tudo ao redor vai continuar como está, que apenas o seu mundo vai mudar, mas o caso é que mesmo de uma forma ínfima, todas as decisões que tomamos afetam todas as pessoas ao nosso redor, acredito ser esse o chamado “efeito borboleta”, aquela teoria de que se uma borboleta bate asas no hemisfério norte, uma ventania se forma no hemisfério sul. Se escolhemos seguir o caminho da direita, deixamos de encontrar alguém na estrada da esquerda, uma coisa que nos faça bem pode fazer mal para outra pessoa e vice-versa. Complexo. Contudo se formos deixar de tomar nossas decisões em beneficio de outras pessoas, acabamos paralisados, pois como eu disse, absolutamente tudo o que fazemos afeta outras pessoas de forma positiva ou negativa. E agora, sabendo disso, a sua luta mental começa, esse braço de ferro de você com você mesmo. O que fazer? Como proceder? Como tomar a decisão certa que gere o mínimo ou nenhum efeito colateral? Impossível. Então rodamos, rodamos, rodamos, queimamos os miolos pensando nas melhores saídas mas no final sempre chegamos a mesma conclusão: Ou você aceita algumas coisas e segue em frente, com suas vitorias e derrotas, machucando o outro e sendo machucado ou se senta onde está e fica estático, imóvel, com medo de causar ondulações na água.

Sobre o Autor:
Eduardo Montanari Eduardo Montanari é dono dos blogs Divagações Solitárias e Du-Montanari Design. É formado técnico em informática, trabalha como designer e diagramador. Nerd assumido, gosta de quadrinhos, anime, mangá, entre outras nerdices e esquisitices.



3 Divagações

  1. Olá, Eduardo!
    Acontece meu amigo, acontece!
    Abçs!
    Rike.

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  2. Cara eu acho que fraquezas todo mundo tem, só que uns mostram e outros não, eu acho que as pessoas conseguem disfarçar bem suas fraquezas, e muita das vezes até conseguem maquia-las de força. Você não é nenhum anormal Edu,essa é apenas sua fraqueza, sua dificuldade, seu calcanhar de aquiles, e cada um tem o seu.
    Acho que a questão não esta no tamanho da fraqueza, mas sim em como lidamos com ela, uns conseguem se sair bem outros não.

    E como vc mesmo disse: Ou você aceita algumas coisas e segue em frente, com suas vitorias e derrotas, machucando o outro e sendo machucado ou se senta onde está e fica estático, imóvel, com medo de causar ondulações na água.

    Infelizmente a vida é assim, um campo de batalha, onde alguém sempre sai machucado, mas o importante é não desistir de lutar e acreditar por mais impossível que isso possa parecer.

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