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Sobre grotescos erros gramaticais, problemas psicológicos nos pés, castelos de cartas e o acaso eterno.

sexta-feira, 12 de outubro de 2012

Eu sinto muito, bom, na verdade não sinto não, criticar esse tipo de coisa, mas realmente cada dia fico mais perplexo ao ver os erros gramaticais que as pessoas cometem na internet. Não estou falando de gírias, abreviações ou coisas do tipo, isso é modinha, estou falando de erros na nossa língua portuguesa básica, erros que em minha opinião, são imperdoáveis. Não sou membro da Academia Brasileira de Letras e também cometo meus erros de português, nesse texto mesmo com certeza haverá alguns, mas estou sempre me policiando, procurando prestar atenção a tudo o que escrevo, pois por mais que o estudo no Brasil seja precário, se você é uma pessoa que conseguiu chegar até a faculdade, menos que isso, até o colegial, tem a obrigação de escrever corretamente. Considero erros comuns trocar “ss” por “ç” e vice-versa, trocar “z” por “s” e vice-versa, até mesmo “mal” e “mau” eu tolero, pois só fui dominar a diferença exata dos dois, depois de adulto, mas pelo amor de Deus, minha gente, o que é isso? Todos os dias navegando pela web, vejo erros grotescos que me fazem ter vontade de arrancar os olhos fora. Por favor né, não é preciso ser letrado ao extremo para se atentar a alguns erros. É tão difícil assim saber a diferença entre agente e a gente? Agente é quem age, o agente secreto, do FBI, a gente, separado, somos nós, gente, pessoas. Meu Deus! Horrível também é ver pessoas trocando “am” por “ão”, tipo, esperam por esperão. Ai você critica uma pessoa dessas e ela ainda se acha no direito de ficar brava, te chamando de arrogante e que você não tem o direito de corrigi-la. Meu Deus, eu não só me dou ao direito como acho minha obrigação cívica fazer tal coisa.
Há de se perdoar as pessoas humildes, que não tiveram acesso ao estudo, pessoas do campo, pessoas simples, pois conheci e conheço algumas pessoas assim, que não sabem falar corretamente, não sabem escrever corretamente, mas tem uma sabedoria imensa, muito a ensinar. Agora, uma pessoa com acesso a internet, ao Google, ao corretor ortográfico do Word, uma pessoa que prestou um vestibular, escreveu uma redação, foi aprovado e esta cursando uma faculdade, chegar pra mim, chegar pro público em geral escrevendo agente ao invés de a gente, escrevendo vejão só. Meu, assim não dá, é de matar!
Psicopatas ortográficos a parte, falemos de meu , que é uma parte do meu corpo a qual não gosto muito, mas é primordial que esteja sempre saudável para que eu possa me locomover para seja onde for que eu quiser ir a pé. No domingo passado tomei um grande susto no final do dia, minha gatinha siamesa, Mel Lisboa foi atravessar a rua e quase foi atropelada (não gosto nem de ficar lembrando a cena), por pouco o pneu do carro não passou por cima do corpinho dela, pude até ouvir um barulho estranho de esmagamento. Ela entrou em pânico e saiu correndo pela rua e eu comecei até a passar mal, comecei a chorar no mesmo segundo, imaginando que ela estivesse esmagada por dentro e correndo para cair morta em algum canto. Foi horrível, estar escrevendo isso agora está me fazendo passar mal, pois amo animais de estimação, aliás, prezo mais qualquer animal do que qualquer ser humano, pois eles nunca te decepcionam e estão sempre lá quando você precisa, te dando carinho mesmo quando você os despreza.
O que eu sei é que apesar do susto enorme, o carro não passou em cima dela, só deve ter batido e depois que se acalmou, vimos que ela bateu o rostinho no asfalto e perdeu um pedacinho da boca, mas apesar de nada mais grave ter acontecido eu fiquei tão mal, mas tão mal por ter visto a cena que isso atacou o nervo do meu pé direito, me causou uma dor tão grande que eu mal conseguia pisar no chão, na verdade toda a minha perna ficou dolorida, como se eu tivesse torcido e fodido com tudo. Agora, passada uma semana eu continuo com meu pé muito dolorido, consigo caminhar, mas ainda dói a cada passo que dou. Na segunda-feira minha tia enfaixou meu pé com gaze e álcool para diminuir a dor, mas de nada adiantou, pois pelo que percebo o nervo está mesmo seriamente fora do lugar, mas mesmo assim eu preciso trabalhar e andar, então tenho suportado a terrível dor todos esses dias. Se isso não melhorar nos próximos dias vou procurar um ortopedista, pois nunca me aconteceu algo parecido, embora eu saiba que foi tudo devido ao susto que levei. Prefiro perder um dedo meu a uma de minhas gatas.


Eu sou o tipo de pessoa que, caso você não me dê muitos e bons motivos para ficar por perto, com o tempo me canso e vou me afastando. Eu gosto de reciprocidade, se começo a sentir que estou sendo muito ignorado ou colocado em segundo, terceiro plano, se sinto uma unilateralidade, até tento manter as coisas funcionando por um tempo, mas se o tempo vai passando e eu não sinto da outra pessoa um retorno satisfatório, começo a me sentir cada vez mais idiota e acabo seguindo meu caminho, sem olhar pra trás. Quem me conhece sabe que eu tento, e como tento, segurar as rédeas de uma situação, chego a ser chato, insistente, pegajoso. Sou daqueles que sabe que é chato, mas devido à minha carência, tenho uma dificuldade enorme em me controlar. Não posso culpar as pessoas por se cansarem de mim, me evitarem, se afastarem, pois sei o quanto é cansativo você conviver com uma pessoa problemática, mas ao mesmo tempo em que tento compreender o lado dos outros, me colocar no lugar, sinto que as pessoas não fazem a mesma coisa por mim. Por mais que eu lhes explique que não me comporto assim por maldade, elas preferem ir se afastando aos poucos, arrumando desculpas para terem cada vez menos contato com você. Não as culpo, mas isso não quer dizer que não fique machucado, que não me sinta magoado.
Entendo que as situações de vida mudam, as pessoas mudam devido a isso, mas não consigo aceitar o fato de algumas coisas mudarem de forma tão radical, quando você sabe, sente que não precisava ser assim. Detesto também, quando está mais do que óbvio que uma situação mudou, não é mais a mesma e está extremamente desconfortável e as partes envolvidas ficam fingindo que está tudo bem. Depois de adulto me tornei uma pessoa muito franca e odeio fingir meus sentimentos, se estou feliz eu demonstro, se estou com raiva, demonstro também, assim as pessoas não podem usar comigo aquela desculpa ridícula de “eu não tinha ideia de como você estava se sentindo”.
Estou atualmente passando por uma situação desse tipo que está me cansando de pouco em pouco. Estou fazendo um grande esforço pra entender, pra aceitar, como sempre tentando me colocar no lugar do outro, mas está difícil, bem difícil tentar segurar uma coisa só com a minha força de vontade. Estou começando a me sentir um palhaço, fazendo um esforço inútil para tentar manter em pé um castelo de cartas enquanto a outra pessoa fica soprando pra ele cair.


Fiz minha inscrição no vestibular da faculdade para a qual trabalho. Por contrato, caso consiga passar na prova eu ganho a bolsa de estudos para cursar o que eu bem entender lá dentro. É óbvio que escolhi prestar design, pois é a única coisa boa que sei fazer em minha vida. A prova será no dia 10 de novembro e eu estou ansioso, não estou nervoso, embora eu odeie fazer prova de qualquer coisa que seja. A vida da gente é uma constante provação, para tudo o que você quer fazer, precisa passar por uma avaliação para provar que é bom, que merece a vaga, seja num emprego, numa faculdade, numa competição. A vida é bem isso, uma competição, nascemos e passamos o resto da vida numa luta constante tentando conseguir um espaço, pequeno que seja nesse mundo tão superpopuloso e disputado.
Confesso que mesmo ainda sendo, como muitos me dizem, um jovem de 36 anos, já estou bastante cansado de dar a cara a tapa para o mundo, para a vida, esse negócio de que a vida ensina, de que as batalhas e as coisas ruins que passamos nos moldam, nos fortalecem, pode ser até verdade, mas é um pé no saco cansativo pra caralho. De uns meses pra cá, toda essa filosofia de destino, de vida, de coisas que acontecem por esse ou aquele motivo estão me torrando a paciência, as coisas acontecem porque acontecem, porque o mundo, a existência de um modo geral são um emaranhado de coisas aleatórias que vem acontecendo desde o começo dos tempos, não tem nada a ver com os planos de Deus, as investidas do demônio ou qualquer uma dessas balelas religiosas ridículas, que pessoas de mente fraca e influenciável acreditam. O acaso, o caos, a falta de ordem é o que rege tudo, não há tempo certo ou lugar certo pra nada, não há pessoa certa, só há você e as coisas fora de controle que acontecem ao seu redor.

Sobre o Autor:
Eduardo Montanari Eduardo Montanari é dono dos blogs Divagações Solitárias e Du-Montanari Design. É formado técnico em informática, trabalha como designer e diagramador. Nerd assumido, gosta de quadrinhos, anime, mangá, entre outras nerdices e esquisitices.



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  1. Você vai passar com certeza, Edu, e por coincidência fiz até uma das minhas Wild divas falando deste horror que é a modinha de analfabetismo. O brasileiro é o único povo que se orgulha de ser burro, analfabeto e viver na miséria. Meu pé deu problema, mas foram as unhas, até que desenvoli uma cura de unha encravada, e nossa gata está grávida e sempre nos desespera, ainda bem que sua Mel está bem!

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