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Porque tudo o que eu amei, amei sozinho.

quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

Há alguns meses atrás durante uma das visitas de minha prima, oriunda de Campinas, saímos para passear e como é de nosso costume conversamos sobre nossas vidas, nossas rotinas e relacionamentos. Eu como sempre inconformado por ter sido sumariamente descartado pelo meu “grande amor” soteropolitano, ela já conformada e aparentemente feliz, nos braços de um novo e lindo amor. Na época estava bem mais ofendido, ressentido e magoado com ele do que estou hoje, acredito que passamos por diversas fases depois do término de um relacionamento, seja ele namoro ou simples amizade e hoje eu sinto que estou na fase da quase indiferença, me esforçando para esquecê-lo, deixá-lo no passado com o intuito de parar de sofrer por algo que nunca mais vai voltar.
Conversa vai, conversa vem, durante nosso longo passeio ela me contou como se deu o rompimento com seu penúltimo namorado. Eu, inexperiente em casos de amor como só eu sou, ouvi atentamente cada palavra. Ela me disse que a iniciativa para o término partiu dela, aquela velha história clichê e batida de “não tá mais dando certo pra mim” ou algo do tipo, sinceramente já não me lembro mais os motivos exatos do pé na bunda. Aí também, novamente aquela coisa manjada de (e hoje eu vejo o quanto é manjada) “não seremos mais namorados, mas vamos manter a amizade, eu amo você como pessoa e a sua amizade é importante pra mim, afinal tivemos uma historia juntos”. Não que eu não acredite na sinceridade da pessoa, juro, eu até compreendo que em muitos casos, a pessoa quer terminar, mas não quer ferir o outro, quer se livrar do peso que carrega, mas também de alguma culpa que possa vir a sentir, caso a outra pessoa não aceite o que houve. Bom, foi o caso do rapaz, coisa comum e natural.

Ela me disse que depois que terminou com ele, tentou contato por várias vezes, insistindo para que ele compreendesse, perdoasse e para que voltassem a ser amigos. Disse-me ela que tentou várias vezes convencê-lo a aceitar o rompimento e a retomarem a amizade que tinham, mas ele foi irredutível. Ela insistiu até ele chegar num ponto onde não mais aguentou e soltou o que estava preso em seu coração. Não sei se ele (ou pelo menos não me recordo dela ter me dito isso) mandou ela pra aquele lugar, mas me lembro dela me falando que ele disse mais ou menos o seguinte, que quem não estava satisfeita com a relação era ela, quem decidiu terminar tudo foi ela, foi ela quem quis acabar com três anos de um namoro que, aos olhos dele vinha dando certo, e agora, depois de tudo, simplesmente ela queria acreditar que a amizade podia ser mantida numa boa. Ele disse que não queria ela apenas como uma simples amiga, mas como a namorada. Ela não me contou a conversa na integra e nem detalhadamente, mas eu pude sentir o sofrimento do rapaz como se fosse o meu. 


Não tiro a razão dela, afinal o amor não pode ser uma prisão, como diz aquele ditado popular, “quando um não quer, dois não fazem”, mas compreendo perfeitamente a reação do rapaz, compreendo sua mágoa, sua ira com minha prima, entendo hoje o porque ele preferiu esquecê-la do que tentar manter a amizade. Pra quem termina é sempre mais fácil continuar, começar de novo, isso quando a pessoa já não esta em um novo relacionamento antes mesmo de terminar o ultimo. Pra quem é abandonado a vida precisa continuar, as obrigações estão aí para serem cumpridas, contas precisam ser pagas em dia, sorrisos falsos precisam ser dados para pessoas falsas e seguimos fingindo que um pedaço gigante da gente não ficou pra trás. 
Recebi um telefonema dele recentemente, eu estava quase indo me deitar nessa hora. Conversamos por mais de uma hora e eu confesso, talvez para a tristeza dele, não foi agradável pra mim, não foi reconfortante, foi uma conversa fria e sem sentimentos, pelo menos da minha parte, não quero mais tê-los. Ele perguntou como eu estava, perguntou de minha mãe, de minha tia, disse sentir saudades e me agradeceu por tê-lo ajudado a ser uma pessoa melhor. Soube por intermédio de um amigo em comum, no dia seguinte, que ele está muito bem, obrigado, pelo menos no quesito amoroso. Conheceu outra pessoa, estão se dando super bem e até já fizeram um social entre famílias. Meio que pra mim já deu, embora ele diga que não, o que ele tem a me oferecer hoje não passa de restos, de uma esmola de amizade e carinho que me recuso a receber. Ele fez as escolhas dele, escolheu o que julgou melhor para si. Eu me reservo o mesmo direito, sentindo que o melhor pra mim hoje é desejar-lhe muito boa sorte seja lá no que ele for fazer da vida dele e seguir a minha.

Sobre o Autor:
Eduardo Montanari Nascido e ainda morando na cidade de Bauru, interior do Estado de São Paulo, sou estudante de Design e trabalho como designer e web designer, áreas pelas quais tenho muito interesse. Amo cinema, quadrinhos e boa música.



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