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Sobre a vida ardendo sem explicação, uma ou outra ereção involuntária e o tão aguardado ano do TCC.

segunda-feira, 12 de janeiro de 2015

Esperta era a linda da Cássia Eller, que já previa esse calorão todo no país, quando cantava que foi lá fora e viu dois sóis num dia e a vida que ardia sem explicação. Pelo visto o segundo sol já chegou e está realinhando as órbitas dos planetas. 
Um amigo meu, soteropolitano, me diz que nós, aqui do sul do Brasil somos uns fracos que merecemos morrer, pois lá em Salvador eles suportam temperaturas elevadíssimas sem reclamar, enquanto nós, aqui, sofremos horrores com quaisquer 30ºC. Bem, pau no cu moreno dele
Finalmente voltei ao trabalho depois de 15 dias de merecido descanso tedioso e o ar condicionado da empresa tem ajudado a fazer os dias passarem mais amenos em minha não tão bacana vida, mas nas ruas e em casa a história é outra, tenho me besuntado de litros de protetor solar fator 50 pra poder caminhar e em casa, passo a maior parte do tempo livre jogado no sofá, com o ventilador ligado na potência máxima, jogando ar quente em cima de mim, que fico me esvaindo em suor e lágrimas, me perguntando onde está Deus. Imagino que ele esteja numa dessas praias paradisíacas pegando um bronzeado, tomando água de côco e rindo muito, por estarmos pagando nossos pecados nessa sucursal do inferno, que o verão tem transformado a Terra. 

Se por um lado eu, como disse, estava entediado nas férias, já que sou pobre, não viajo pra lugar nenhum e nem tenho grupos grandes de amigos com quem possa ficar saindo todos os finais de semana, pra cima e pra baixo (agradeço aos que vieram em meu socorro), voltar a trabalhar fez com quem minha leve queimação estomacal voltasse. Já estou começando a ter pequenas crises de ansiedade, mesmo antes das aulas começarem. Nosso estagiário vai viajar pelo Projeto Rondon e eu terei de assumir as funções dele e continuar com as minhas de sempre, além disso, a universidade está em época de formaturas e eu fui escalado para ajudar alguns dias na organização, alem de tirar algumas fotos para o site da universidade. Quem me conhece, sabe o quanto eu “amo” socializar com multidões, me espremer no meio de um bando de gente suada e ser obrigado a dirigir a palavra para pessoas que nunca vi na vida, mas enfim, tudo é aprendizado e bem ou mal, estou sendo mal pago pra isso. Pelo menos vou ter uma chance de usar uma camisa nova que comprei nas férias, isso se o clima colaborar, porque com esse calor que tem feito, minha vontade é viver desnudo, mesmo com uma ou outra ereção involuntária (ou não) que as vezes acontece, devido à fatores fora de meu controle.

Minhas aulas recomeçam no dia 2 de fevereiro e se tudo correr bem durante o ano, me formo no início de 2016, embora não esteja muito preocupado com isso. 2015 acabou de começar e além de eu precisar cumprir as horas de estágio que não cumpri ano passado e mais as desse ano, ainda preciso pensar no que fazer como TCC (Trabalho de Conclusão de Curso) do meu curso de design. Não faço a menor idéia e como já era de se esperar, não estou com a menor vontade. Posso até fazer as coisas, mas isso não significa que eu as faça rapidamente e nem que não tenha preguiça de fazê-las. Só de pensar em ter que escrever um relatório sobre isso já me dá vontade de sentar e chorar. Nunca fui um aluno aplicado, nota 10, odeio ter de estudar pra o que quer que seja. Nunca reprovei um ano sequer, mas em contrapartida, nunca passei facilmente também. Sou do tempo em que não existia essa mamata de Progressão Continuada, que faz com que os alunos, hoje em dia, passem de ano sem esforço nenhum, transformando-os em pessoas que ouvem funk, sem fones de ouvido, dentro dos ônibus e troquem "mais" por "mas". De início tenho pensado em fazer um trabalho de character design, explicando melhor, desenhar os personagens de um jogo que um colega de curso pretende desenvolver como seu TCC. Comprei até uma dessas mesinhas digitalizadoras pra isso, a qual prometi pra mim mesmo que usaria durante meus 15 dias de folga e da qual, não passei nem perto. Assim como os livros que prometi que iria ler e os deixei criando poeira na estante. Coisas que eu já esperava que fossem acontecer.


EDUARDO MONTANARI
Virginiano, bauruense, estudante de Design, ilustrador e web designer. Amante de cinema, quadrinhos, boa música e outras nerdices. Sonhando com o namorado ideal.



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