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Sobre 13.000 ou mais inaceitáveis porquês, caminhos escuros e um baita de um cuzão do caralho.

sexta-feira, 25 de maio de 2018




Não acho que eu engane aos outros ou a mim mesmo. Já fui várias vezes acusado por alguns de ser uma pessoa falsa, pois em alguns momentos mostro meu melhor lado e em outros revelo os meus piores defeitos. Também não acho que eu mostre mais um do que outro, mas isso é claro é como percebo a mim mesmo, talvez me ache uma pessoa bacana, mas na verdade seja um baita de um cuzão do caralho, talvez o oposto. O que sei com certeza é da luta que travo comigo mesmo do momento em que acordo até a hora em que me deito e pego no sono.
Pior do que não conhecer a si mesmo e suas falhas de caráter é se conhecer muito bem, saber o quanto seu comportamento prejudica a você e aos outros (em alguns casos, mais a você mesmo) e ainda assim não conseguir mudar. Conseguir enxergar claramente os dois caminhos, aquele com a luz no fim do túnel e o outro, escuro, por onde você anda tateando incerto, tropeçando e por justificativas bizarras, insistir em continuar por essa segunda trilha. Você sabe que esse caminho não é o certo, que muito provavelmente não vai lhe conduzir ao final esperado, mas ainda assim vai por ele, querendo "tirar leite de pedra" como dizem, na esperança de que no final vai encontrar o que espera encontrar, do jeito que você idealiza.
Como eu disse, saber de tudo isso só torna tudo mais difícil de lidar, você se sente preso a um círculo vicioso do qual não consegue sair e no qual, por motivos óbvios as pessoas não querem entrar. Creio que insisto nesse comportamento belicoso na tentativa de justifica-lo aos outros, bato na tecla de que quero ser compreendido pelo outro, que as pessoas entendam por que me comporto da forma que me comporto e então me aceitem do jeito que sou, mesmo com meus defeitos destrutivos. Contudo compreender uma coisa e aceita-la são coisas diferentes. Eu consigo compreender algumas vezes, por exemplo, por que um garoto entra armado na escola e atira em várias pessoas. Talvez ele tenha sofrido abusos, talvez tenha sido vítima de bullying, talvez se sinta inferior aos outros, você pode conhecer a história de vida de uma pessoa e compreender os motivos que a levaram a agir de determinada maneira, mas aceitar é diferente, algumas coisas não se justificam, independente do seu pano de fundo. E acho que essa linha de raciocínio se aplica um pouco a mim, guardadas as suas devidas proporções. Sim, já pensei em matar algumas pessoas, confesso, mas nunca cheguei e não pretendo chegar a tanto, mas acho que o que me faz insistir nas minhas falhas de caráter, no meu comportamento é querer que as pessoas me compreendam, que ao invés de me julgarem, me criticarem, se afastarem, percebam os porquês de eu ser como sou e me tratem da forma que eu espero ser tratado. Todavia o efeito é contrário. Muito raras são as que se adaptam a mim e mesmo quando isso acontece elas ainda tem suas ressalvas, pois elas jamais se adaptarão por completo, jamais aceitarão meu comportamento, mesmo que com esforço, consigam compreender os 13.000 porquês.
Muitos não conseguiram, não conseguem se adaptar, não querem. Esses são os que perdi, os que optaram por seguir sua vida sem mim pelo seu próprio bem pessoal. Eu os culpo e não os culpo ao mesmo tempo. Compreendo, mas não aceito. Eles me culpam e (espero) não me culpam ao mesmo tempo. Talvez me compreendam, mas não me aceitam por completo. Nunca vão.





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