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Sobre presidentes de merda, limites culinários aceitáveis, falhas de caráter evidentes e vida sexual quase nula.

quarta-feira, 9 de dezembro de 2020


Que 2020 não está sendo um ano fácil pra ninguém, todos já sabemos, a menos é claro que você seja um completo alienado ou bolsonarista. Não preciso ficar escrevendo sobre o quanto essa pandemia de COVID-19 e o fato de termos eleito esse presidente de merda fodeu nossas vidas em vários sentidos, como um consolo com cerol. E embora eu tente não demonstrar, estou bastante de saco cheio. 

Das poucas qualidades que possuo, uma das quais mais gosto de me gabar é o fato de conseguir me adaptar até que bem a algumas adversidades e com a pandemia não foi diferente. Lógico que fiquei chocado quando ela surgiu e ainda mais quando o mundo todo foi obrigado a adotar medidas de proteção que até então só víamos em filmes de ficção ou catástrofe: quarentena, isolamento social, uso obrigatório de máscaras. Contudo outra de minhas características é ser bastante realista para determinadas situações, então quando a ficha caiu e as pessoas pararam de estocar papel higiênico e álcool gel feito loucas, minha preocupação passou a ser, além é claro da minha saúde e a da minha família, qual tipo de máscara combina mais com a camiseta que eu vou sair no dia. 

Ao longo desse ano pudemos ver o quanto a humanidade não estava preparada para o que nos aconteceu. Desde o início dos tempos temos o péssimo hábito de nos achar o centro do universo e que, aconteça o que acontecer, conseguiremos sempre lidar com tudo. Vimos que esse lance à la Independence Day (se você nunca assistiu, assista) dos povos do planeta se juntando por uma causa maior, dando as mãos e unindo forças para derrotar o mal é só coisa de cinema mesmo. Não sejamos ingênuos, o fato de vários países estarem tentando desenvolver uma vacina não muda o fato de que tudo continua como sempre foi: cada um por si e Deus por todos. Isso é claro, se você ainda acredita em Deus. De minha parte não sou ateu, mas escolhi não professar religião alguma. Cedo ou tarde todos vamos morrer e quando isso acontecer a verdade absoluta será revelada. Viver minha vida em função do que pode me acontecer depois da minha morte é uma ideia que nunca me caiu muito bem. Questão de opinião. 


Quanto à tão esperada vacina, pretendo toma-la assim que for oficialmente liberada. Que venha da China, da Rússia, Estados Unidos ou das profundezas do inferno, desde que funcione e não tenha efeitos colaterais graves, tipo mutações genéticas ou o início de um apocalipse zumbi, tá ótimo pra mim. Entendo a posição de quem tá receoso em tomar, afinal é uma vacina nova e feita meio às pressas, mas blasfêmias à parte, ando com mais fé na ciência do que em Deus. Já aquelas pessoas que simplesmente não acreditam na eficácia de qualquer vacina ou pior, acreditam que vacinas são propositalmente criadas para nos fazer mal, pra mim estão no mesmo patamar dos Terraplanistas, bolsonaristas, preconceituosos de um modo geral e daquelas pessoas que curtem colocar uva passa no arroz de fim de ano. Não que a uva passa seja ruim se usada dentro de limites culinários aceitáveis. 

No âmbito pessoal minha vida está como sempre esteve: pouquíssimos, mas bons amigos, sem namorado e vida sexual quase nula. Até tive bons momentos esse ano nesse sentido, mas ainda estou anos luz do desempenho que gostaria de ter. Mal consigo encostar os dedos das mãos nas pontas dos pés por causa da coluna, quem dirá comer um cu de forma eficiente. Bom, quem provou gostou, mas gosto não se discute e eu tenho o péssimo (ou não) costume de ser bastante autocritico nesse sentido. Em minha defesa digo que sou melhor no gouinage do que na penetração. 

Além de toda a merda que essa pandemia tem jogado no ventilador esse ano, ainda estou tendo que lidar com uma grande decepção causada por duas pessoais as quais eu achava que me compreendiam e me aceitavam, mesmo com minhas falhas de caráter evidentes. Não que eu seja um exemplo de ser humano, já decepcionei muitas pessoas e às vezes ainda decepciono. E apesar de a cada vez que acontece eu tentar me justificar, me colocar no papel de vítima, isso não muda o fato de que eu as magoei. A gente colhe o que planta e quando colhe, tem que fazer um esforço pra entender o porquê estamos colhendo aquilo. Mereci e mereço muitos dos tapas na cara que levo, amigos e amores que perdi, contudo, uma das coisas que sempre peço aos meus juízes, júris e carrascos e que façam um esforço para tentar enxergar em mim meu lado bom, lado esse que sei que possuo, mas não podemos obrigar ninguém a fazer nada que não queira e nem mudar a opinião dos outros sobre você, se eles não querem fazer um mínimo esforço pra isso.

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