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Sobre eu ser a madame, sushis periféricos, pés descalços e titãs.

segunda-feira, 24 de maio de 2010


Graças aos céus, um final de semana bastante movimentado. Bom, alguns podem achar isso contestável depois de lerem tudo, mas satisfação vaira de pessoa pra pessoa. Ao contrário do que muitos acham, eu me contento com pouco e quando isso acontece, o pouco se torna mais do que o suficiente.


Mesmo com a semana passando voando como passou (pelo menos pra mim), estava orando aos céus para que o final de semana chegasse logo. Não que eu tivesse plano algum, mas apesar da chatice de sempre pelo menos não se precisa pensar em trabalho e prazos.
Na sexta minha mãe apareceu em casa com algo que eu já não comia há muitos, muitos séculos: uma bandejinha de sushi. Moro na periferia, um bairrinho meia-boca, mas bom atualmente. Já foi pior, cheguei a ser vizinho de traficante, mas hoje as coisas tão uma maravilha até. Aqui é uma vila nipônica, acho que 70% dos moradores daqui são japoneses do oriente. Mas voltando ao sushi, eu adoro comida japonesa apesar de raramente ter a oportunidade de ingerí-la, pois além de cara ainda não é fácil de encontar por aqui, somente em lojas especializadas ou restaurantes. Contudo milagrosamente ela consegui encontrar ontem com uma mulher que tem uma garagem/lanchonete aqui perto de casa. Tudo bem que não é o sushi dos meus sonhos, é uma versão da periferia, mas tendo algas, arroz e legumes crocantes tá valendo. Se tivesse um salmãozinho seria legal, mas com o preço dessa deliciosa iguaria não culpo a mulher. Comer é que foi dureza. Apertei o aparelho e não to podendo beber nem água de tanta dor no maxilar bucal. 

De manhã já havia comido feito um glutão no serviço. Um vigoroso coffe-break pra comemorar não me lembro o que. Odeio ser flagrado de boca cheia.





Com o sol brilhando alto no sábado de manhã aproveiter para ir nadar. Ando faltando bastante nas aulas de manhã porque tem amanhecido muito frio. O bom de você ficar algum tempo sem fazer algo é que quando você volta, volta com gosto. Nadei de montão e logo depois desci ao centro pra saber novidades sobre meu desafio 2010. Notícias boas, muito boas, mais uma etapa vencida. As coisas estão indo mais rápido do que eu imaginava, isso dá um pouco de medo.
Já estava meio conformado em ficar em casa quando li um recado da minha prima no Orkut me chamando pra sair. Apesar de eu até estar meio sossegado quanto a isso, fiquei em euforia total, pois sabia que isso me garantiria um excelente sábado.
Como eu já havia dito, não estava fazendo muita questão em ir pra Virada Cultural nesse ano, mas minha prima estava afim de ver um espetáculo de dança e uma peça de teatro. Eu raramente vou ao teatro, mais raramente do que como sushi. Aqui nunca tem peças de qualidade e quando tem o preço é salgado demais. Mas sábado era de graça e de graça, até mesmo injeção na glande.
Peça muito bacana mesmo. Simples, mas bem bacana, chamada Minhas criadas. Passada nos anos 30, mostrando a relação entre uma madame dominadora e rude com suas duas criadas. Adorei tudo, desde o tema até o clima meio noir, mórbido, decadente. As criadas humilhadas brincavam o tempo todo de madame, quando a megera não estava em casa: "Eu sou a madame! Eu sou a madame!"  Isso vai ficar na minha cabeça por um bom tempo. Apesar de minha prima ainda estar meio deprimida e com sono, adorei ter ido. Espero que ela tenha gostado também. Abaixo, um trecho da peça em vídeo:





 
Saindo do teatro, mesmo meio cansados fomos seguindo pela avenida até o parque pra ver como andavam os shows da Virada por lá. Bom, tava bombando, mas pra quem gosta. Eu gosto de shows, aturo barulheira, mas depende da banda que tá tocando. Já estávamos meio cansados e não muito afim de aturar barulheira, multidão e casais, aí decidimos terminar a noite no Habib's, comendo beirutes e suco, no meu caso, um chopp. Coisa macia esse beirute, comida de deuses.




Apesar de eu adorar caminhar, até achei bom a irmã dela estar por perto de caro com o... com o... namorado dela, passeando num carro roxo-hematoma cafona. Gostei tanto do dia que havia perdido a noção da hora, quando terminamos de comer já era quase meia-noite.
Sábado ganho, passeio fantástico, ótima companhia como sempre, apesar da minha prima estar mais ou menos animada. Mas eu não ligo. Gosto dela com qualquer humor. Pode parecer cruel, mas gosto quando as pessoas sentem o que sinto, pois me compreendem.

Domingo amanheceu igualmente lindo. Apesar da Virada Cultural continuar, não tive interesse algum em prestigiar mais nada. Minha prima tinha reunião da faculdade e teve de voltar pra Botucatú, uma cidade. Até pensei em passar o dia em casa baixando pornografia no pc ou dormindo, mas ainda estava muito no clima de felicidade do dia anterior, então decidi pegar um cinema.
Sou aquele tipo de pessoa sistemática. Gosto de planejar tudo e que depois de tudo planejado, nada dê errado. Olhei no site do jornal logo pela manhã pra ver o horário do filme, almocei, fiz meu banho de creme capilar semanal, tomei um banho, me arrumei bem bonito de pulôver marrom, perfume, sapatos e fui caminhando. Preferi ir a pé pois esperar ônibus aqui e nada, são a mesma coisa.
Fúria de Titãs as 15:30h. Perfeito. Eu saí de casa as 13:30h, daria tempo mais do que suficiente pra chegar ao shopping, descansar e ainda comprar o ingresso e a pikó-k. Tudo muito bem planejado, calculado e cronometrado.
Depois de mais ou menos uns 40 minutos de caminhada, já bem longe de casa comecei a notar algo estranho em meu pisar. Parecia que havia algo pendurado nas solas dos meus sapatos, tipo como se eu tivesse pisado em algo e ele estivesse balançando embaixo da sola.
Decidi parar pra dar uma olhadinha e qual foi a minha surpresa quando eu vi que o que estavam dependuradas nos sapatos eram suas próprias solas.
Pois é. Eu tinha esses sapatos guardados há tanto tempo, usei umas dez vezes apenas, nunca parei realmente pra dar uma olhada no estado das solas. Deveria ter feito isso. Elas estavam praticamente se desintegrando embaixo dos meus pés, dependuradas por apenas poucos pedaços de borracha. Como é que eu não havia reparado nisso nunca antes?




De repente meu dia perfeitamente programado fez igual ao Marcos Pontes. Com meus sapatos desintegrando nos meus pés, tinha duas opções: tentar voltar pra casa pisando beeeeem leve pra não acabar com o que sobrou das solas ou tentar continuar até o shopping pisando beeeeeeem leve e comprar o primeiro calçado vagabundo de R$50,00 que eu conseguisse achar por lá. Decidi continuar.
De onde eu estava até o shopping ainda era meio longe, mas continuei. Fui deixando pedaços da sola pelo caminho, até que em um dado momento, "PLOFT!". O calcanhar inteiro do sapato caiu, deixando a sola do meu pé quase a mostra. Estranho como eu encarei bem essa situação.
Cheguei no shopping baixando as barras das calças pra ninguém ver meus sapatos despedaçados. Nessa altura do campeonato já havia perdido a sessão das 15:30h, mas eu estava tão em pânico que tudo o que eu queria era achar o primeiro tênis de papelão de R$10,00 que fosse, pra poder calçar.
Ter uma emergência calçadística num shopping não é muito legal. O tênis mais vagabundo que eu achei lá custava R$99,00 e eu só tinha R$50,00, fora a grana do cinema. Por sorte tem um Wall-Mart vizinho do shopping. Entrei lá e achei um tênis mequetréfe e desconfortável, que provavelmente vai desmanchar na primeira chuva, por cinquentinha. Paguei, fui pro estacionamento, sentei num banco e arranquei os sapatos.
Dava até dó, o couro estava novinho, mas o solado totalmente destruído, sem conserto. Meti os tênis made in taiwan nos pés e com os olhos marejando, me despedi dos sapatos jogando-os na lata de lixo mais próxima. Caras, que aventura.




Quanto ao filme, muuuito legal mesmo. Pra quem não sabe, Fúria de Titãs é o remake de um filme antigo do século passado, década de 80. Muito, muito bom mesmo. A única coisa ruim foi ter que ver o trailer de...



antes do filme. Coisa nojenta, mas os casais de namoradinhos mongolóides foram ao delírio.
Eu que pretendia sair cedo e voltar cedo, acabei chegando em casa lá pelas 20:30h, já que tive que pegar a sessão das 17:30h. No caminho de volta fiquei pensando que daqui a alguns minutos seria o último capítulo de...





e que eu, um pobre mortal sem TV a cabo e que não curte muito legendas de internet, terei que esperar até outubro pra ver. Até lá terei que me manter longe de spoilers.
Bom povo, é isso aí. Apesar do lance dos sapatos no domingo, curti meu final de semana e não to nem um pouco estressado. Estranho isso. Bjos e abraços a todos.

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5 Divagações

  1. Eduardo, vc me fez lembrar de mim mesma...rsrsrsrs Eu morei um tempo nos Estados Unidos e uma vez vim ao Brasil passar uns 10 dias. Aí aproveitei pra pegar umas roupas minhas e sapatos que estavam aqui e levei... Levei um par de sapatos que estava novo (à primeira vista), acho que só tinha usado 2 vezes. Mas acho que as temperaturas dentro do avião, mudança climática, sei lá o que houve, que quando fui usar o sapato nos Estados Unidos o sapato desintegrou nos meus pés! kkkkkk A sorte foi que eu estava voltando do trabalho e indo pra casa. Na ida o ponto do ônibus era pertinho, não tinha que andar, mas na volta resolvi passar no mercado e do mercado até em casa tinha que andar 2 quarteirões. Nesses 2 quarteirões, o sapato foi desintegrando. O salto era alto, bem alto, foi quebrando os pedaços e eu fui "descendo"...kkkk Eu andando e os pedaços do sapato ficando pelo caminho atrás de mim... Caiu tudo, saiu a sola inteira! Fiquei só com as partes de cima amarradas no tornozelo por uma fivelinha e com os pés no chão. Sorte é que não tinha ninguém na rua. Cheguei em casa e joguei aquela porcaria no lixo. Agora eu tenho o maior medo de usar sapato que ficou guardado muito tempo!!!

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  2. HAHAHAHAH!!! Pois é Leila, me disseram que isso acontece muito! É mais comum do que se imagina. Não foi a 1ª vez. Já me aconteceu com um tênis.

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  3. Já não se fazem mais sapatos como antigamente,também já fiquei com um tênis se desintegrando na rua,fiquei com tanta raiva e na primeira lata de lixo,deixei o tênis,e continuei descalça,até chegar em alguma loja para comprar qualquer coisa para calçar,todo mundo na rua me olhava como se eu fosse uma louca...Parabéns por mais uma etapa concluida do seu desafio.

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  4. Teu post de hoje está um primor!!! Que bom ter passado um final de semana onde aconteceram várias coisas, amado!
    Obrigada pelas lindas palavras lá no mundo de Valentina, viu? Tu moras no meu coração!
    Receber as tuas visitas é gostoso demais e te visitar também encanta o meu coração. Este blog tem chamego e acalenta a minha alma!
    Que seus próximos dias sejam recheados de alegria e de paz!
    Bjkas, muuuitas!
    Sônia Silvino's Blogs!

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  5. Olha, poderia ser pior...um dia minha calça jeans rasgou quando estava descendo do ônibus para ir trabalhar.Tive que voltar para casa e perdi três aulas!
    O seu fim de semana foi daqueles que faz tempo que não tenho. Professor sofre...trabalha a semana inteira e tem que ficar corrigindo coisas no fim de semana (como aconteceu no último). Mas no próximo eu saio!
    Abraço.

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