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Sobre bois pretos, doações equivocadas, satisfação em porcentagem e boa comida.

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Eu realmente não consigo entender o que se passa comigo, pois devo ser bipolar como minha mãe. Não tenho mudanças de humor, mas sim de sentimentos. Há dias em que odeio determinadas pessoas a ponto de acordar e ir dormir desejando que elas tenham uma morte sofrida e dolorosa, contudo há outros em que eu realmente sinto saudades delas, chegando a ter sonhos onde nos reencontramos e tudo está bem e normal.

Por esses dias eu bastante feliz com as coisas ruins que vem acontencendo com um desafeto meu. Não vou ser hipócrita, realmente ao saber dos fatos fiquei feliz, me senti meio vingado por algumas coisas que ele me fez, todavia no dia seguinte fiquei me lembrando de tudo o que ouvi sobre ele e fiquei analisando a sua situação emocional, muito semelhante à minha. Justamente por ele estar cometendo os mesmos erros que eu, de repente eu passei a entendê-lo bastante e, falo não para atacá-lo, mas subtamente a raiva que eu tenho dele está aos poucos se transformando em pena, o que me deixou ainda mais chateado, porque me vendo nele, também enxergo agora o quanto sou digno de pena e o quanto isso é triste.

Acordei na segunda-feira muito chateado, com uma vontade louca de chorar, chorar por mim e por ele, por nossas dores em comum embora ele prefira morrer sem admitir que isso seja verdade, mas já ouvi coisas suficientes sobre ele pra saber que é. Roubando a frase de um amigo meu com todo o respeito, "um boi preto conhece outro boi preto", seja em que sentido for. Até ontem eu desejava que ele admitisse seus problemas e defeitos apenas para minha satisfação pessoal, para me engrandecer, contudo depois de saber como andam as coisas pra ele, ainda gostaria que ele admitisse certas coisas, não para que eu me vanglorie mas porque eu gostaria muito de alcançá-lo onde ele está e estender-lhe a mão. Acabei de falar de pena, mas acho que mais por compaixão. E não confundam compaixão com pena, ambas são completamente diferentes, antíteses. Contudo é o que os amigos dele me disseram e que com certeza muitos já disseram de mim também, não se pode ajudá-lo a menos que ele baixe a guarda e dê espaço para isso. Por hora só posso lavar minhas mãos. Se os melhores amigos dele estão optando em fazer isso, não sou eu, uma pessoa de quem ele também não gosta mais, que poderei ajudar-lhe se ele não quiser.

Mudando de assunto, no sábado a minha mãe entrou novamente em crise depressiva. Por causa dos remédios ela ficou muito esquecida, só não esquece a cabeça porque está grudada. Fomos ao supermercado perto das 18:00h e quando ela foi procurar o tênis novo dela para calçar, não conseguiu achá-lo em lugar nenhum. Revirou a casa toda e nada de encontrá-lo, foi então que ela se lembrou do que houve: Dois dias antes ela havia preparado uma sacola de roupas velhas para doar ao albergue noturno. Sem conseguir encontrar o tênis em lugar nenhum, deduziu então que por engano (pra não dizer outra coisa) deve ter colocado o tênis dentro da sacola, já que ele estava perto e o albergue o levou. Pronto! Foi o suficiente pra ela começar a chorar e entrar numa depressão horrível, dizendo que era o melhor tênis que ela já teve, que estava novo e que não queria que eu gastasse dinheiro com um outro tênis para ela, o que para mim não seria problema nenhum. Por mais que eu e a minha tia tentássemos consolá-la dizendo que semana que vem eu compraria outro, ela simplesmente não nos ouvia, lamentando o tênis perdido e dizendo que a vida dela é uma merda, que preferia esatr morta e coisas do tipo.
O duro em lidar com a minha mãe é que o estado dela piora o meu. Ao vê-la deprimida eu começo a ficar também, pois ela deixa o clima da casa tenso e tudo o que eu penso é em fugir pra bem longe, mas não posso fazer isso. Tudo o que eu pude fazer foi ficar lhe dizendo que esperasse até a outra semana para que eu lhe comprasse um outro tênis, mas de nada adiantava.
Chorando ela ligou para o albergue, mas ninguém atendeu. A fiz calçar as sandálias da minha tia então para podermos subir ao mercado, o que foi bem penoso, já que ela foi amaldiçoando a Deus e a vida durante todo o trajeto, dizendo que não queria me fazer gastar com um calçado novo. Uma das coisas mais difíceis de lidar dela é a sua teimosia infantil, quando ela quer algo (geralmente algo sem importância) ela teima até conseguir. Pelo menos dessa vez lhes digo que isso serviu pra algo útil, já que depois do supermercado ela tentou ligar de novo para o albergue e milagrosamente o tênis dela estava ainda lá no meio. De acordo com o encarregado das doações, eles o trarão pra ela ainda nessa semana. Bom, uma dor de cabeça a menos para mim e um gasto também, apesar de como eu já disse, não me importaria em comprar um novo. Sem calçado eu não poderia deixá-la.

Continuo seguindo em frente no novo emprego e me adaptando bem. Meu chefe passou na minha mesa, viu em esboço do website que estou desenvolvendo e disse que está muito bom, só necessitando de poucas melhorias, as quais ele me indicará. Disse que o site já está 80% bom, o que pra mim já é um incetivo e tanto. 80% não é 100%, mas pelo menos é mais que 50%. O único problema é que ele é tão cheio de compromisso que não está com tempo de se sentar comigo e discutir o trabalho para que eu possa terminar. Bom, nesse meio tempo vou estudando HTML, CSS e afins. Até agora ele tem me deixado bastante a vontade na empresa, inclusive para estudar tudo o que preciso para desenvolver o site.
Por causa desse calor maldito eu decidi fazer apenas uma hora de almoço, comecei fazendo duas, mas é tempo demais, não se tem nada o que fazer na rua e com esse mormaço, voltava pra empresa suado e passando mal. Fazendo apenas uma hora, não só não me canso tanto como posso sair às 17:00h.

Descobri também, após começar nesse emprego o quanto é bacana comer nesses restaurantes por kilo. Não que a comida da minha tia seja ruim, mas não temos condições de ter um cardápio variado todos os dias. Geralmente aproveitamos pra comer a mesma mistura por uns 3 dias, o que não me incomoda nem um pouco, mas descobri que a esses restaurantes por kilo (quando bons) além de ter um cardápio muito variado, tem coisas muito gostosas e dependendo do que você escolher, baratas.
Nos Correios, o vale alimentação que eu recebia era pra usar no supermercado, nessa nova empresa, receberei em dinheiro com o pagamento, para almoçar nas ruas. Enquanto estiver esse calor eu irei ao restaurante mesmo, mas depois, quando chegar o tempo de frio, aí vou comer em casa e a grana economizada pode ajudar nas compras. Com minha mãe e tia sem renda nenhuma, tudo o que eu conseguir ganhar a mais vai ter que ir pra casa.
Por hora é isso. Volto com mais novidades assim que as tiver.







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3 Divagações

  1. Apesar da doença de sua mãe, você parece mais feliz. Minha mãe tb está doente, parecidíssimo com a sua. Depressiva, esquecida e com outras doenças ainda. E ranzinza, minhas irmãs às vezes ligam e dizem que não suportam mais os caprichos dela. Então, eu ligo pra ela, mas acabo ficando deprimida, pois nem lembra quem sou. Quando lúcia, lembra. Mas é assim, esperando minha vez. E tem gente que acha ótimo ficar velho... tomara que eu fique bem quando chegar minha hora. Abraços.

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  2. Cara passei por aqui e lí a sua postagem.
    Só posso pedir uma coisa para você, peço que tenha paciencia com a sua mãe!
    Este tipo de comportamento é "normal" para os bi polares, as vezes eles são extremamentes infantis, mas não é porque eles querem.
    Quanto ao teu trabalho fico muito feliz, que esteja desenvolvendo o que gosta, é como eu sempre mencionei , tú tem talento garoto!
    Quanto a comer em restaurantes, sabe que eu tenho saudade desse lance de comer fora, quando tinha que comer achava um saco, mas hoje fiquei com uma puta vontade de comer fora, não sei se foi a foto desta postagem!rsrsrsrss
    Abraços amigo!

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  3. Eu também fico na incerteza da minha bipolaridade. Acho que é mais por tabela. A teimosia é um problema sério. NO meu caso, tentei fazer o que me aconselharam e transformá-la em persistência para coisas positivas. (que resultassem em algo material como certificados, recebimento de dívida, indenizações, estas coisas). Mas é muito complicado. Quanto ao seu desafeto, eu tenho pencas de desafetos na mesma situação, tanto que tenho trauma em fazer amizade com pessoas fora da internet pois elas podem vir ficar em casa e fazer a mesma coisa depois. Depois de surpreender a minha melhor amiga que posava de coitadinha sem computador no MSN com a macharada toda (detalhe, ela é casada!) e saber que ela sempre teve os dois, nunca mais acredito em nada na vida.

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