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Sobre palitinhos de sal grosso, holocaustos nucleares, amigo Ted e ex-namorados.

quarta-feira, 9 de março de 2011

Quarta-feira de cinzas passada com cara de segunda-feira. Odiei o feriado de carnaval com todas as minhas forças, tive quatro dias péssimos, na verdade três, pois fui no sábado assistir Cisne Negro com minha prima e isso foi bem legal, mas de resto, tive muito tempo ocioso pra pensar besteira e lembrar de muitas coisas. Lembrei de comer palitinhos de sal grosso com cerveja com um amigo,
de ter ido assistir Mamma Mia no cinema com outro e de deliciosos espetinhos que comi quando passei a noite na casa de outro. Incrível como algumas coisas ficam marcadas na cabeça da gente pelo resto da vida e a importância que você dá a elas.


Cheguei no serviço na quarta de manhã e me deparei com um holocausto nuclear. Antes do carnaval foram instalar o forro e deixaram a maior sujeira, poeira, terra e isopor para todos os lados, cobrindo o chão. Havíamos coberto os computadores e equipamentos, mas não adiantou muito, nos restou então chegar e, ao invés de começar a trabalhar, fazer uma boa limpeza no local. Se eu soubesse nem tinha ido de roupa nova.




Nem vou tecer comentários sobre o carnaval, senão tudo o que farei é xingar e xingar. Odeio carnaval e acho que todo o dinheiro gasto nisso poderia ser bem melhor aproveitado. Fazem desfiles milionários para agradar aos gringos e depois as mesmas pessoas que desfilaram na avenida rebolando no carnaval aparecem na TV reclamando da desigualdade social e da falta de ajuda do governo, das tragédias naturais e da falta de dinheiro, mas fazer fantasias e alegorias que custam meu salário de cinco anos pode né? Justifica.

Na terça foi aniversário do meu amigo Triskiano e demos um pulo na lanchonete pra dar uma rápida comemorada, além do que, ele está todo feliz porque foi ao médico e foi informado de que está com a saúde em dia. Apesar de pouco nos vermos e nos falarmos mais virtualmente, descobri nele uma excelente companhia para filosofar sobre algumas coisas. Apesar da tenra idade ele tem uma conversa muito boa, um intelecto agradável e uma sensibilidade que me agrada, fora o fato de que tem uma pele muito boa, bem cuidada. Admiro isso. Apesar de termos ficado pouco mais de uma hora na lanchonete, fechou bem a minha terça que foi um tédio sem tamanho.
Novamente na quarta e novamente no serviço, descobri que o filho gracinha de 6 anos do meu chefe pegou minhas canetas nankin caríssimas da minha mesa durante o final de semana e desenhou com elas como se estivesse usando uma canetinha qualquer. Não que seja o fim do mundo, já que meu chefe me prometeu comprar novas (desde que eu o lembre), mas isso só reforça o "amor incondicional" que eu sinto por crianças hiperativas. Uma das canetas eu até achei meio intacta, a mais barata infelizmente, mas a minha caríssima 005 foi pro brejo. Não vou dizer onde o garoto deve ter colocado ela, porque amo meu emprego. Aumente tua calma John Spartan.
Li uma frase legal no Twitter por esses dias: "Já estou tão íntimo do tédio que comecei a chamá-lo de Ted". Adorei isso, pelo menos agora já achei um nome pro amigo imaginário com o qual saio na maioria dos meus finais de semana, que me acompanha no shopping, cinema e lanchonete. De hoje em diante todas as vezes que alguém me perguntar com quem eu fui no cinema, fui fazer caminhada ou passear no shopping eu posso dizer: "Fui com o Ted!". Não é demais?
Falta menos de um mês pra vencer o prazo pra que eu tire a carta de motorista e eu estou tão desmotivado que nem vontade de ir lá cancelar eu tenho. Minha vontade é deixar o prazo estourar e pronto, esquecer do assunto pelo menos nos próximos anos. Teria até o dia 23 desse mês pra fazer a prova, passar e tirar a carta, mas fico pensando, pensando e realmente não consigo ver motivos concretos pra continuar com isso. Achei que se conseguisse tirar a carta de motorista eu chamaria a atenção das pessoas para mim, mas o fato é que a coisa foi indo, indo e eu percebi que não importa o que eu faça, ninguém presta atenção em mim. Acho que mesmo que eu morresse não conseguiria reunir um número relevante de pessoas no meu velório e enterro. Pelo menos não as que eu queria que fossem. E fora fazer com que certas pessoas me notassem, não há absolutamente mais nada que me motive a dirigir. Além do que, carro não é uma coisa simples de se comprar e se manter, tem um monte de custos com os quais não posso arcar. Fico até espantado de ver fulaninho comprando carro, usado ou não. Num dia as pessoas tão sem grana, no outro tão por aí pra cima e pra baixo com seus carros, infelizmente não consigo competir com isso. Outra frase interessante que li foi: "Não sinto falta de você, mas sim da pessoa que eu achei que você fosse!". No meu caso, isso caiu como uma luva. Vivo imaginando as pessoas das mais diversas formas, menos nas suas reais. Não estou acusando ninguém de ter sido falso. A culpa foi minha por querer pintar as pessoas das minhas cores preferidas.
Tenho dormido mal porque tenho sonhado muito com pessoas do passado. Ironicamente não são sonhos ruins, são legais, prazerosos, sonhos onde tudo está bem, depois eu acordo e percebo onde estou e qual é a realidade. Fico dias deprimido com isso. Aceitar a realidade não é uma das minhas muitas qualidades.

Além de Cisne Negro, filme maravilhoso que ví no último sábado, também aluguei um outro que queria muito ver: Scott Pilgrim contra o mundo. Desde que comecei a ouvir boatos sobre ele já comecei a achar interessante, pois pela descrição eu percebi se tratar de um filme tipicamente nerd, do tipo que eu curto bastante. O filme é baseado numa série de histórias em quadrinhos muito famosa onde Scott Pilgim é um adolescente, baixista da banda Sex Bo Bomb e se apaixona por Ramona. O problema é que para conseguir namorar com a garota ele precisa enfrentar a terrível liga dos sete ex-namorados malvados da garota, cada um dotado de uma habilidade ou super-poder diferente.


Nunca li os quadrinhos mas adorei o filme e me interessei em procurar os volumes nas livrarias. O filme é uma verdadeira homenagem à cultura nerd, com referências a vários animes e video games de sucesso. Se você for fã, vai facilmente reconhecer a belíssima trilha de The Legend of Zelda durante o filme, inclusive no cenário de luta final, um castelo onde Scott precisa enfrentar o último ex-namorado malvado, o perverso e prepotente Gideon. Tanto o castelo quanto o altar no centro da balada pertencem claramente ao jogo Zelda. Lutas titânicas, cheias de luzes, voadoras e onomatopéias lembram os comics americanos, mangás e animes famosos como Dragon Ball entre outros.


Os personagens são um show à parte, com destaque para Wallace, o melhor amigo gay de Scott e com o qual ele mora e divide a cama. Pelo que fiquei sabendo amenizaram bastante a participação dele no filme. Nos quadrinhos além dele investigar sobre os terríveis ex-namorados malignos, ele ainda apoia Scott o tempo todo durante as lutas e é bastante engraçado. No filme ele tem participações divertidas também, a melhor delas é quando Scott chega em casa de noite, acende a luz e flagra Wallace na cama com um cara, todos se assustam e Wallace diz: "Acho que você acabou de ver o pinto de um cara, cara. Eu peço desculpas... e ele também!" Confesso que ri muito por dentro (eu só rio por dentro). Recomendo. Não é uma história bem trabalhada, mas é divertidíssima.





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7 Divagações

  1. Ola Edu,cara eu to doido pra assistir Cisne Negro, ainda não tive uma oportunidade, concordo com vc com respeito ao carnaval, também não sou muito fã, fico perplexo com a facilidade com que as pessoas esquecem dos problemas e das masala nacional nessas épocas festivas.

    mas acho que ha uma explicação pra tanto investimento nessas festas, é como na Roma antiga o governo destraia o povo com pão e circo pra fazer as pessoas esquecerem as mazelas do país, no Brasil não é diferente.

    cara adorei o lance do Ted, achei que veio bem a acalhar.

    cara eu no seu lugar pirava se alguem mechesse nas minhas coisas, que que pelomenos seu chefe disse que vai pagar, legal saber que vc encontrou alguem que divi as mesmas ideias que vc é sempre bom ter alguem assim por perto.

    concordo com vc em relação a tudo que disso sobre o filme Scot Pilgrim contra o mundo, é realmente excelente.

    um grande abraço meu amigo

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  2. Olha, eu estava lembrando desses palitinhos de sal grosso outro dia e pensei como a gente tem um estômago blindado aos 20 anos. Eu pegava pesado com isso e com aqueles biscoitos amarelinhos com jeito de isopor que vendem em rodoviária. Realmente, tem coisas que marcam a gente mesmo.
    Abs

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  3. Caramba, palitinho de sal grosso, será que é o que estou pensando? Ah eu estou louca para assistir o Cisne Negro, mas me falta tempo, tempo de diversas formas entende? Já tinha ouvido falar do Ted, ele as vezes me acompanha no dia a dia. Parceiro já entende?
    Tem coisas que realmente fixam em nossas mentes e parece que nunca vamos esquecer, lembramos como se tivesse acontecido ha menos de minutos. Incrível. bom disso, é qdo são boas recordações. Boas recordações podem aliviar um mau dia.
    Obrigada pela visita Eduardo, agora o carnaval acabou e a vida volta á sua rotina e quem ganhou com tantas lantejolas e blablabla? Com tanto cheiro desagradavel de suor e bebida, drogas e o infinito? Aff, Ted e eu nunca vamos ao carnaval.
    Bjoks e bom restim de semana.

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  4. Os palitinhos de sal grosso devem ser os salgadinhos tipo stickers, que eu adorava e no auge da hipertensão, não posso nem pensar em comer. A falta de respeito das pessoas com o que é comprado com sacrifício é universal e por isso ninguém jamais entra em casa, e as minhas coisas vivem fechadas em cadeado e grade. Já os filmes, partilhamos do mesmo gosto trash e carnaval foi feito pra doentes mentais exibirem implantes de silicone e outras aberrações, tão ao gosto do povo podre.

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  5. Hei Edu, estou cada vez mais convicto de que estas na profissão errada!
    Acho mesmo que deverias ser cineasta do tipo, Rubens EWaldo Filho, pois as tuas recomendações de filmes são muito boas!
    Estou ensaiando para assistir o Cisne Negro, acho que agora que comentou positivamente eu decidi, quanto ao segundo filme do nerd deve ser muito hilário (legal)!rsrsrsrsrs
    Lamento pela tua caneta, fiquei muito angústiado prinicipalmente porque foi a filha do teu chefe quem a detonou.
    Nesta situação, temos que ser educados polidos, e politicamente correto, o que nos dá mais NEURA! RSRSRSRS
    Mas como você já passou por situações piores creio que vá superar mais esta!
    Sobre tirar ou não a carta, não fique muito tempo na dúvida,pois esta atitude só te desgasta mentalmente, consumindo de forma acelerada a tua saúde mentale energia vital!
    Decida logo, ou tira, ou não tira, e pronto! Praticidade meu amigo, o aliviará de desgastes mentais desnecessários!
    Quanto a sua visão do carnaval, é o seguinte, quem gasta são eles mesmos, o povo muitas vezes não tem o que comer em casa, mas ajuntão uma graninha para extravassar!
    Portanto meu amigo deixa o povo ser feliz!rsrsrsrsr
    Aliás acho mesmo, que agente está precisando extravassar de nós mesmos, de vez enquando é bom, sabe fazer uma loucura que definitivamente nos tira da orbita da rotina,que são tão maléficas as nossas condições e existências humanas!
    Tem um trecho do texto acima, que parece que você é do tipo que vive em função dos outros, ou para agradar as pessoas!
    Eu não sei se te falei, procure te satisfazer primeiro, os outros depois!
    A sua satisfação garantida, agradará as pessoas, quando não estamos satisfeitos com a gente , não conseguimos agradar ninguem.
    Saiba que as pessoas procuram na agente o que elas não encontram nelas mesmas!
    OLha Dú, nada de "death note" ok?!?!?!?rsrsrsrsrs
    ABraços amigo! Te estimo muito!

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  6. Cerveja não curto, até porque uso medicação, mas adoro esses palitos salgados. E o Cisne Negro, vou ver findi, se não tiver aulas de motorista, é, estou fazendo de novo, mas é segredo, rsrs... Esse filme do "pinto" quero ver não. E descobri que meu marido é nerd... tb gosta desses trem aí de animê, desenhos... etc. Abraço.

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  7. Gostei das frases que vc destacou. Também tem um pensamento curioso, porém frequente, que é assim: uma pessoa pensa que "ama" alguém, mas na verdade o que ela "ama" é só a idéia de amar alguém. Ou seja, o "amor" que a pessoa sente não tem nada a ver com o indivíduo que ela acha que ama.

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