Sobre obrigações que te prendem, idéias distorcidas e se permitir alguns luxos.
terça-feira, 5 de abril de 2011
Por mais que eu diga que não ligue de ter que arcar com todas as despesas da casa tem horas em que fico realmente muito revoltado com essa situação. Minha mãe e minha tia sempre trabalharam, hoje não podem mais porque são idosas e cheias de problemas, então, eu sinto que na verdade tenho a obrigação de sustentar as duas já que elas não tem mais condições de fazer isso. Contudo ao mesmo tempo em que sinto orgulho em fazer isso, pois vejo por aí muitos filhos mal agradecidos, que assim que tem condições, saem de casa e vão cuidar
de suas vidas esquecendo seus pais, também me sinto revoltado, pois uma parte de mim gostaria de fazer isso, pegar o meu dinheiro, investir somente em mim, no meu crescimento, cuidar da minha vida.
Em agosto farei 35 anos e apesar de ter conseguido um emprego onde passei a ganhar bem melhor, não senti mudança em minha vida e às vezes me pego pensando que vou morrer assim, preso a obrigações que não gostaria realmente de ter. Jamais abandonarei minha mãe e minha tia à própria sorte, mesmo não amando mais minha mãe, pois nos desentendemos tanto nos últimos anos que meu amor por ela secou, restando apenas pena e compaixão.
Como eu disse, o problema é que por mais que eu saiba que sou obrigado a arcar com todas as nossas despesas, inclusive algumas pessoais delas, eu me sinto preso a isso, como se tivesse uma bola de aço presa aos pés e não tivesse outra opção além de abdicar da minha vida e dos meus desejos para poder sustentar as duas. É complicado, um misto de sentimentos conflitantes. Ao mesmo tempo em que quero ajudá-las, também queria sumir, cuidar somente da minha vida, carregar somente o peso dos meus problemas nos ombros, mas não posso fazer isso. Sou um prisioneiro.
O lado ruim do meu novo emprego é que passei a conviver no meio de pessoas absurdamente racistas, homofóbicas e que adoram fazer piadinhas sem graça com a desgraça alheia. Muitas vezes fico quieto ouvindo as conversas e vou ficando revoltado com as coisas que ouço. Pessoas expondo suas idéias distorcidas, como se fossem melhores ou superiores a um homossexual ou como se beleza fosse à única coisa que valesse a pena numa mulher. O nível de testosterona do lugar chega a me dar náuseas. A maior parte do dia só se fala de sexo e mulher e geralmente da forma mais pejorativa possível, como se ela fosse um animal ou um simples objeto, isso me dá nojo. Interessante como esse tipo de coisa deixa você sem saber o que pensar das pessoas, tão bondosas e bacanas em alguns aspectos e tão podres em outros. Não considero isso falsidade porque falsidade seria esconder um desses lados, revelando-o apenas em momentos oportunos, mas não. Vejo pessoas que ao mesmo tempo em que dariam a vida por um filho, seriam capazes de encostar um grupo de homossexuais no paredão e fuzilar sem piedade. O bizarro é que você percebe que ambos os lados, tanto o bom quanto o ruim são sinceros.
Outro dia mesmo passou uma reportagem no Jornal Nacional sobre os PM’s que executaram um bandido no cemitério e uma senhora viu tudo. Concordo com quem acha que alguns bandidos, dependendo dos crimes que cometem mereçam morrer. Estupradores de crianças, loucos, assassinos sanguinários que matam por prazer, mas não apoio o extermínio de pessoas, mesmo bandidos, como se fosse uma coisa cotidiana e natural. Onde estou tenho que ouvir coisas desse nível pra baixo.
Há alguns meses atrás comprei um celular do Paraguai até bem bonitinho. Dual chip, MP3 Player, rádio FM, televisão e um monte de outras frescurites da vida moderna. Nunca precisei e também nunca desejei um desses, comprei apenas porque saiu bem barato, R$ 100,00, mas já sabia que metade das funções do aparelho eram inúteis pra mim. Sempre fui uma pessoa muito prática e pé no chão e por ser de família pobre aprendi a comprar somente o realmente necessário e útil. Lógico que sou humano como qualquer um e vez ou outra me permito alguns luxos. Não sou influenciável, mas de vez em quando acabo cedendo a alguma tentação que esteja dentro da minha realidade financeira, mesmo assim, só o faço se souber que aquilo vai ser útil pra mim de alguma forma.
O aparelhinho era muito legal, mas tinha um problema chato: por ser pirata a sua bateria durava no máximo um dia e meio, mesmo que eu não fizesse ligações, isso começou a me irritar muito. Se eu gasto grana em alguma coisa, gosto que seja uma grana bem gasta, em algo de qualidade. Fico realmente muito deprimido quando vejo que gastei dinheiro em algo que não me agradou. Posso até ficar usando aquilo por um tempo, mas fico com aquela pulga atrás do canal auditivo, sentindo a necessidade de dar um jeito na coisa, então dei um jeito: fui até a loja e comprei um original da LG, menos chique, sem TV e o caralho a cinco. Estou usando o aparelho com metade da bateria a três dias e ela ainda nem começou a descarregar. Logicamente que pelo aparelho ser original eu paguei o quádruplo do preço, mas valeu cada centavinho. Bem que dizem que o barato sai caro... algumas vezes.
Por hora é isso. Força a todos, ainda estamos no meio da semana.
Sobre o Autor:
de suas vidas esquecendo seus pais, também me sinto revoltado, pois uma parte de mim gostaria de fazer isso, pegar o meu dinheiro, investir somente em mim, no meu crescimento, cuidar da minha vida.
Em agosto farei 35 anos e apesar de ter conseguido um emprego onde passei a ganhar bem melhor, não senti mudança em minha vida e às vezes me pego pensando que vou morrer assim, preso a obrigações que não gostaria realmente de ter. Jamais abandonarei minha mãe e minha tia à própria sorte, mesmo não amando mais minha mãe, pois nos desentendemos tanto nos últimos anos que meu amor por ela secou, restando apenas pena e compaixão.
Como eu disse, o problema é que por mais que eu saiba que sou obrigado a arcar com todas as nossas despesas, inclusive algumas pessoais delas, eu me sinto preso a isso, como se tivesse uma bola de aço presa aos pés e não tivesse outra opção além de abdicar da minha vida e dos meus desejos para poder sustentar as duas. É complicado, um misto de sentimentos conflitantes. Ao mesmo tempo em que quero ajudá-las, também queria sumir, cuidar somente da minha vida, carregar somente o peso dos meus problemas nos ombros, mas não posso fazer isso. Sou um prisioneiro.
O lado ruim do meu novo emprego é que passei a conviver no meio de pessoas absurdamente racistas, homofóbicas e que adoram fazer piadinhas sem graça com a desgraça alheia. Muitas vezes fico quieto ouvindo as conversas e vou ficando revoltado com as coisas que ouço. Pessoas expondo suas idéias distorcidas, como se fossem melhores ou superiores a um homossexual ou como se beleza fosse à única coisa que valesse a pena numa mulher. O nível de testosterona do lugar chega a me dar náuseas. A maior parte do dia só se fala de sexo e mulher e geralmente da forma mais pejorativa possível, como se ela fosse um animal ou um simples objeto, isso me dá nojo. Interessante como esse tipo de coisa deixa você sem saber o que pensar das pessoas, tão bondosas e bacanas em alguns aspectos e tão podres em outros. Não considero isso falsidade porque falsidade seria esconder um desses lados, revelando-o apenas em momentos oportunos, mas não. Vejo pessoas que ao mesmo tempo em que dariam a vida por um filho, seriam capazes de encostar um grupo de homossexuais no paredão e fuzilar sem piedade. O bizarro é que você percebe que ambos os lados, tanto o bom quanto o ruim são sinceros.
Outro dia mesmo passou uma reportagem no Jornal Nacional sobre os PM’s que executaram um bandido no cemitério e uma senhora viu tudo. Concordo com quem acha que alguns bandidos, dependendo dos crimes que cometem mereçam morrer. Estupradores de crianças, loucos, assassinos sanguinários que matam por prazer, mas não apoio o extermínio de pessoas, mesmo bandidos, como se fosse uma coisa cotidiana e natural. Onde estou tenho que ouvir coisas desse nível pra baixo.
Há alguns meses atrás comprei um celular do Paraguai até bem bonitinho. Dual chip, MP3 Player, rádio FM, televisão e um monte de outras frescurites da vida moderna. Nunca precisei e também nunca desejei um desses, comprei apenas porque saiu bem barato, R$ 100,00, mas já sabia que metade das funções do aparelho eram inúteis pra mim. Sempre fui uma pessoa muito prática e pé no chão e por ser de família pobre aprendi a comprar somente o realmente necessário e útil. Lógico que sou humano como qualquer um e vez ou outra me permito alguns luxos. Não sou influenciável, mas de vez em quando acabo cedendo a alguma tentação que esteja dentro da minha realidade financeira, mesmo assim, só o faço se souber que aquilo vai ser útil pra mim de alguma forma.
O aparelhinho era muito legal, mas tinha um problema chato: por ser pirata a sua bateria durava no máximo um dia e meio, mesmo que eu não fizesse ligações, isso começou a me irritar muito. Se eu gasto grana em alguma coisa, gosto que seja uma grana bem gasta, em algo de qualidade. Fico realmente muito deprimido quando vejo que gastei dinheiro em algo que não me agradou. Posso até ficar usando aquilo por um tempo, mas fico com aquela pulga atrás do canal auditivo, sentindo a necessidade de dar um jeito na coisa, então dei um jeito: fui até a loja e comprei um original da LG, menos chique, sem TV e o caralho a cinco. Estou usando o aparelho com metade da bateria a três dias e ela ainda nem começou a descarregar. Logicamente que pelo aparelho ser original eu paguei o quádruplo do preço, mas valeu cada centavinho. Bem que dizem que o barato sai caro... algumas vezes.
Por hora é isso. Força a todos, ainda estamos no meio da semana.
Sobre o Autor:
Eduardo Montanari é dono dos blogs Divagações Solitárias e Du-Montanari Design, além de pseudo-web-designer. É formado técnico em informática e sabe estourar pipoca sem deixar muitos piruás sobrando. Semi-nerd assumido (se é que isso existe), gosta de quadrinhos, anime, mangá, entre outras nerdices e esquisitices. |
4 Divagações
Dolorido deve ser vc dizer que não ama mais sua mãe... mas vc deve saber porque. E também acho natural quando vc diz que sente um peso nas costas: sustentar sua mãe e ainda sua tia. Digo mais, vc é raro, mas justo. Tb já sustentei a casa e meus pais numa situação há alguns anos,quando meu irmão mais velho ficou tetraplégico e eles precisaram cuidar dele, é sofrido demais. Deixei de fazer faculdade etc, etc... mas acabei tendo oportunidade de fazer depois, com mais sacrifícios, terminei com o Pietro nos braços, quase desisti.Perdi de investir em mim, isso é certo, mas não havia outra situação, outra maneira. Nem todo mundo nasce de bumbum virado pra lua, ou se torna ministro da Dilma, essa é a história. kkk... abraços.
ResponderExcluirHei amigo, assunto forte de hoje,neh!
ResponderExcluirSei bem o que você está passando,
pois , tambem passo por uma situação,
semelhante a sua.
"Nâo estou conseguindo viver a minha
própria vida, pois "carrego" nas minhas
costas, duas irmãs, uma com depressão,
e outra esquizofrenica aguda."
No entanto as vezes , quando saio para
atender os clientes , vejo pessoas em pior
condições que a minha.
E me pergunto, será que não é uma desculpa,
a minha de ficar culpando as minhas irmãs,
pela minha própria incapacidade de ser feliz,
e auto suficiente nesta vida?
Meus pais morreram, e o único "são", digo que
tem a mente sã ,em casa sou eu!
Portanto, poderia viajar o mundo, e deixa -las,
entregues ao destino.
Mas acho Edu, que não conseguiria, pois o sangue,
meu irmão, fala mais alto!
Então as vezes, no meu cotidiano, quando sou
contrariado pelas situações, e pelos clientes,
me revolto, e penso mesmo jogar tudo para o alto,
e fazer uma grande viagem ao redor do mundo.
Saiba que ajuntei uma boa grana, e poderia,
fazer isso, mas não posso, tenho mesmo que
cuidar das minhas maninhas loucas! rsrsrs
Edú sobre os "trogloditas" ,que trabalham contigo, posso afirmar com a probabilidade acertiva de 99,9% ,de que eles são todos homossexuais,disfarçados, enrústidos de machos convictos.
Uma coisa que aprendo com homens de verdade,
é o amor que eles tem pelo sexo oposto, o carinho,e afeto ,que faz deles verdadeiros machos.
Quanto a estes, essas pessoinhas, que falam da
mulher como se fosse objetos, ou uma maquina
para se masturbarem, não passam de projetos
mal acabados de homem.
Mas acho mesmo ,que eles são é mesmo bichonas,
que morrem de inveja daqueles assumidos e das
mulheres(isto explica tamanha aversâo).
É por isso que eles não conseguem falar de outra
coisa,pois homem que é homem, tem namorada,
uma vida, e acima de tudo, respeita todo tipo de ser a sua volta.
Seus "amiguinhos", não conseguem ser uma coisa,
nem outra, e é por isso que vivem sempre na defensiva,acreditando que eles são os exemplos para a humanidade.
Arghhhhhh! que nojo, que exemplo mais desprezível,neh!!
De boa, eu se fosse você e se puder , trabalharia com fones de ouvido , escutando aquela , sua musica predileta(da entrada do CSI, LAS VEGAS)!
Se for permitido, pois melhor é escutar musica, do que ficar ouvindo merda de pessoas, que ainda não se definiram por covardia ou preconceito contra os homossexuais.
Lamento por ter gasto um dim dim a mais, por conta do teu celular paraguai, mas foi um risco, e vejo que adquiriu um produto novo e legitimo, melhor!
Vale quanto pesa! Melhor "gastar" um dinheiro, com coisas que não te darão problemas futuramente.
Abraços meu amigo, e saiba que o carinho e a gratidão,com que tú tens para com a sua mãe e tia, um dia serão todos compensados.
A vida as vezes pode parecer ruim com agente, rigorosa demais, mas o fato de você ter gratidão por elas,mostra o quanto você Eduardo Montanari, é grandioso,por dentro,pode ser que agora voce não tenha consciencia disto.
Mas o dia em que elas partirem (fato), você perceberá,o quanto tudo isto te fortaleceu, e aí meu amigo,verás e terás um mundo bem diferente a sua volta!
Valeu meu amigo, seu texto foi para mim , muito
reflexivo, mexeu comigo!
NAMASTÊTA! (VERSÃO EDU)
NAMASTÊ! (VERSÃO Paulo RK)
kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk!
Compreendo totalmente o que você sofre, tenho um karma parecido. Espero ter resgatado todos os karmas desta sofrida vida, porque não consigo viver minha vida plenamenente graças a sempre aparecer algum encosto. E o pior: ter que compartilhar parte da minha vida com pessoas que adora ridicularizar tudo e todos sem se enxergar o quando elas mesmas são ridículas e inúteis. Sobre aparelhos ''carrérimos'' (qualquer um quando se pensa que dá defeitos e faz metade do prometido) é outro karma maléfico que tenho, com este Iphone que jamais conecta nada.
ResponderExcluirOlá Eduardo,
ResponderExcluiracredito que viemos à Terra para tentar saldar nossas dívidas. Nunca se sabe o que foi a encarnação passada. Logo, tento (veja bem: tento) encarar esse tipo de situação com resignação. Com certeza, você colherá os frutos do seu esforço.
Eu deixei uma dívida para a próxima vida: meu pai. Cuidado pra não cometer o mesmo erro e ter que voltar com sua mãe e sua tia de novo...
Este comentário faz algum sentido somente para aqueles que acreditam em teorias reencarnacionistas, como eu.
Um grande abraço!
Muito obrigado por comentar. Sendo contra ou a favor de minhas opiniões, as suas são muito interessantes para mim. Tenha certeza!