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Sobre o final de uma novela diplomática, desfrutar de poucos prazeres e feiras livres.

sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Ando tão sem idéias sobre o que postar aqui, já que minha vida está na velha rotina repetitiva de sempre, boa, mas repetitiva, que até mesmo minha mãe que nunca viu a cara do blog já me perguntou se estou redigindo algo para publicar acá. Ela é daquele tipo de mãe que nem sabe usar um telefone celular, mas que acha que o filho é todo importante, o “bam bam bam” da sociedade virtual porque tem um blog. Tadinha dela, mal sabe que tirando dois ou três amigos e um amor virtual (que vale por mil, na verdade), eu sou a encarnação do Forever Alone. A parte boa é que eu não ligo mais tanto pra
isso. Finalmente estou conseguindo aceitar que quantidade não é qualidade. Eu demoro pra perceber o óbvio mesmo.
Meu complexo de inferioridade tem melhorado pouco a pouco ao longo dos últimos anos, não ouso dizer que poucas, mas que menos coisas me afetam atualmente, me deixam pra baixo. Descobri que o segredo para manter o meu equilíbrio mental é me manter mesmo longe das pessoas e situações as quais eu julgo me fazerem mal, mesmo que da parte delas a intenção não seja essa. Aliás, descobri convivendo com vocês humanos durante esses anos todos que de boas intenções o inferno está cheio.
Às vezes descubro que coisas que achei que tinha superado ainda queimam dentro de mim feito comida azeda que dá azia no estômago. Navegando pelo Facebook dias atrás, vi nas atualizações de um contato a foto de uma pessoa que para mim é desagradabilíssima. Ela não vai com minha cara, eu não vou com a dela e assim vamos vivendo. Achei que depois de todo esse tempo eu saberia lidar melhor com isso, caso de repente a encontrasse na rua ou em algum evento social, contudo, bastou eu ver a foto dela e já comecei a passar mal. Cabelo ao vento pose de modelo, mesmo não querendo, comecei a pensar novamente o quanto algumas pessoas parecem progredir na vida muito rapidamente e com pouco esforço, enquanto outros precisam se matar para conseguir se manter e desfrutam de poucos prazeres. Aliás, todos os meses quando junto as contas pra pagar e vou ao banco fazê-lo, fico pensando que ou eu tenho dinheiro de menos ou são as pessoas que andam com dinheiro demais, pois tenho ouvido e visto conhecidos meus falando de ir para o Rock in Rio, SWU, alguns até dizendo que vão pro exterior no ano que vem, como se estivessem falando de ir pra feira livre da esquina, como se fosse a coisa mais simples do mundo, enquanto eu ainda estou pensando como é que vou fazer pra ir à cidade de Campinas visitar minha prima sem ter que gastar uma fortuna em passagem.


Finalmente a novela do meu estágio não concluído pro Colégio Técnico chegou ao fim. No começo desse ano fui lá me informar com o coordenador de estágio sobre os procedimentos corretos para poder validar o meu emprego atual como um estágio, para que eu possa em um futuro próximo pegar o meu diploma de técnico em informática e esquecer daquele lugar (não comentei com ele sobre a parte de esquecer aquele lugar, mas faz parte dos meus planos). Na época, em fevereiro, ele me disse que eu precisaria trabalhar pelo menos seis meses na área de informática e depois desse período, levar minha carteira de trabalho e mais alguns documentos e declarações da empresa para que o Colégio pudesse validar meu estágio.
Pois bem, agora no começo de setembro voltei ao coordenador com todos os documentos exigidos e dias depois de os ter entregado na secretaria, recebi a notícia dos meus sonhos: Meu estágio encontra-se validado, sou oficialmente “Le Técnico em Informática” (não que isso me importe o chongas), faltando apenas fazer aquela chatice da colação de grau, cercado de um monte de alunos que desconheço e pegar um pedaço de papel impresso que diz pra todo mundo que eu tenho capacidade para exercer tal profissão. Diplomas são uma coisa gozada. Um pedaço de papel bonito, tão valorizado, mas que em verdade não qualifica a pessoa pra nada. Eu que o diga. Ando sendo acusado de ganhar um salário melhor do que muitos designers formados por aí. Sorte minha. Merecimento também, mas mais sorte mesmo.
Pretendo pegar o diploma, enfiar em uma gaveta e seguir a minha vida. Não me arrependo de ter feito CTI (Colégio Técnico Industrial) e nem achei que foi uma perda de tempo completa, afinal, se não tivesse passado três anos de minha vida lá, não teria descoberto três coisas importantíssimas as quais levarei comigo pelo resto da vida: a primeira é de que odeio, realmente odeio programar. Não deixa de ser criação de alguma coisa e eu adoro criar, mas é meio como comer uma salada sem tempero para mim. Gosto das cores, dos efeitos nas imagens e tudo o mais, coisas que o design e o web design me proporcionam aos montes. A segunda coisa é justamente o fato de ter descoberto uma coisa que realmente gosto de fazer, apesar de cansativa, o web design. Agora a terceira e mais importante cousa: Não espere nada de ninguém, NUNCA, não faça expectativa em cima das pessoas e que as pessoas só gostam de você enquanto você age e pensa mais ou menos como elas. Se você gosta de ser autêntico, falar o que sente e ir contra a opinião da maioria, as pessoas temem e julgam você.
Postagem curta hoje. Já enchi lingüiça demais. Volto quando tiver mais novidades realmente relevantes. Beijos nos genitais.

Eduardo Montanari Sobre o Autor:
Eduardo Montanari é dono dos blogs Divagações Solitárias e Du-Montanari Design. É formado técnico em informática e trabalha como designer e web designer. Nerd assumido, gosta de quadrinhos, anime, mangá, entre outras nerdices e esquisitices.


1 Divagações

  1. Ola Edu, atitude certíssima, é como o super-mam e a criptonita, se afaste do que te enfraquece.
    Acho que o que vc sentiu em relação a essa pessoa desagradabilíssima que vc diz, é mas que normal, são feridas que ainda estão se cicatrizando, volta e meia elas tende a doer.

    Cara pra mim a questão, não é que as pessoas estão com muito dinheiro, a grande verdade é, que as pessoas querem ostentar um comportamento e padrão de vida que não tem, e muitas para passar essa imagem de que estão, gastão o pouco que tem ou o que não tem só pra impressionar, conheço aos montes, desses tipos, que ficam endividados mas não deixam de ir no Rock in Rio, deixam de pagar as contas do mês, mas não deixam de ir no show do artista do momento ou muitas das vezes mentem mesmo, dizendo que vão fazer e acontecer só pra impressionar, aqui no trabalho tem um monte assim, conta uma vantagem danada, quando que na verdade estão numa tremenda pindaiba, as pessoas gostam muito de viver de aparência.

    sucesso pra vc ai cara, fico feliz, sem demagogia, em ver o quanto vc tem avançado.

    grande abraço

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