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Sobre acreditar em contos de fadas, não criar expectativas demais e ser um estranho numa terra estranha.

terça-feira, 8 de maio de 2012

Outro dia escrevi a seguinte frase na timeline do meu perfil no Facebook: “E difícil não parecer prepotente quando todas as pessoas ao seu redor parecem idiotas!”.
Sou uma pessoa confusa, ao mesmo tempo em que me preocupo com o que algumas pessoas vão pensar de mim, também estou me lixando em alguns casos. Acho que de certo modo isso é fácil de explicar, embora não pareça, tenho alguns amigos verdadeiros, pessoas que amo e com cuja opinião realmente me importo. Nunca me esqueci de uma frase que ouvi num filme do ator Jack Nicholson, “Melhor é impossível”, acho que era esse o título em português,
onde numa declaração de amor ele disse: “Você me faz querer ser uma pessoa melhor”. Eu achei isso extremamente tocante, embora seja uma pessoa um pouco seca em meus sentimentos e desde então decidi adotar para mim esse conceito: pelo menos tentar ser uma pessoa melhor para quem realmente merece. O problema é que eu sou uma pessoa difícil, bem, quer dizer, não sei, não sei se sou eu quem é uma pessoa difícil ou se o resto do mundo todo é idiota, pois é o que anda me parecendo. Sou bastante reservado, calado, muito observador do comportamento de vocês, humanos, e quando mais eu observo, mais tudo me parece muito idiota, a rotina, os afazeres, as responsabilidades, o comportamento humano. Acho que é por isso que aquele famoso e antiquíssimo filme, The Matrix foi tão elogiado, ganhou prêmio e até foi usado para a realização de algumas teses de mestrado em faculdades, pois ele conseguiu traduzir exatamente como alguns de nós nos sentimos nesse mundo: estranhos numa terra estranha, presos, como se houvesse algo errado com o mundo e com as pessoas e nós não conseguíssemos identificar o que é. No final das contas acho que vai ficar comprovado que o grande idiota dessa história toda sou eu. Bater de frente com o mundo, estranhá-lo, geralmente não é uma coisa que te traz muitos benefícios, ele não vai mudar, as pessoas não vão mudar e você vai passar o resto da sua vida estranhando tudo ao seu redor. Por outro lado, assim como na ficção científica da Matrix, se você sente que algo não está se encaixando, por mais que você tente se adaptar a tudo, sempre vai sentir que algo lhe falta, sempre vai sentir que você nunca se encaixa em lugar nenhum por mais que tente, por mais que você faça cousas diferentes, nada o satisfaz. É assim que me sinto.


Continuo desempregado e quem tem pagado mais por isso é a minha pele, um órgão que todos temos e que recobre todo o nosso corpo. Ela está um bagaço, oleosa, cheia de espinhas, por mais que eu lave o rosto com sabonetes Assepxia e limpe depois com um algodão embebido em puro Leite de Rosas (sim, sou um homem vaidoso, bastante aliás), espinhas purulentas e doloridas continuam estourando. Tudo o que posso fazer é continuar limpando ela bonitinha todos os dias com sabonetinho, algodãozinho e usando adstringentes.
Recentemente fiz uma entrevista bacana de emprego para Auxiliar Administrativo, o salário não é muito, mas os benefícios são muito atraentes, não vou entrar em detalhes pois não quero criar expectativas demais em cima disso, estou concorrendo pela vaga com mais três pessoas e torcendo para ser escolhido, ficaram de dar um retorno ainda nessa semana, agora só me resta esperar. Fiz também no domingo passado uma prova de concurso público para Operador de Computador e sobre essa as notícias não são lá muito boas, até mesmo meu amigo Adriano, que é muitíssimo mais inteligente do que eu, também achou a avaliação difícil. Foram quarenta questões, português, matemática e conhecimentos específicos. Até mandei bem em português e acertei algumas de informática, mas as de matemática foram todas no chute e sem nenhum gol. Não adianta, odeio matemática, odeio cálculos de qualquer tipo e essas coisas não me entram mais na cabeça. Das quarenta questões acertei apenas dezesseis. Tá, sei que sou um tapado e que merece mais é morrer, mas cansei de me sentir culpado pelas minhas limitações, embora eu não goste, também sou considerado um humano assim como vocês, portanto, falho e idiota.
Ah sim, também entreguei um currículo para um anúncio interessante que vi no jornal de domingo passado, pedindo um “Disgner” com noções (apenas noções) de Photoshop, Power Point e Corew Draw. Fui lá e entreguei e disso espero duas coisas: ser chamado para a entrevista e que quem escreveu “disgner” no anúncio tenha sido o estagiário do Jornal e não o dono da tal empresa.


Há um tempo estou para comentar aqui de um seriado muito bom que venho seguindo, recomendado pelo meu amigo Levi Ventura, do blog Só Pedaços.
Once Upon a Time (Era uma Vez) é uma série muito diferente e bastante original, pra dizer o mínimo. Num primeiro momento, ao saber da sinopse você pode estranhar, achar boba, infantil e esquisita, mas é preciso assistir para se apaixonar. A protagonista do seriado é Emma Swan, contudo para entender seu papel na trama você precisa compreender toda a série num contexto geral.
A história começa a ser contada no reino de Far Far Away, mundo dos contos de fada, onde a perversa rainha Regina, uma mulher ressentida, invejosa e rancorosa, madrasta da Branca de Neve, ao saber que a afilhada vai se casar com o seu verdadeiro amor, o Príncipe Encantado, decide usar todos os seus recursos e sua maldade para lançar uma maldição sobre todo o reino de Far Far Away e mudar a realidade, banindo todos os personagens dos contos de fada para um mundo estranho e sem magia, o nosso mundo, onde somente ela poderia ter o final feliz que sempre desejou. 
Temendo a destruição que a maldição de Regina poderia causar, todos do reino se reuniram e criaram um plano definitivo de salvação: Gepeto construiu um guarda-roupas mágico que poderia manter apenas uma pessoa a salvo da maldição. Essa pessoa seria a responsável por, num futuro próximo, destruir Regina e salvar a todos da terrível tragédia. E a escolhida foi a filha recém-nascida de Branca de Neve, que foi colocada dentro do guarda-roupa e enviada para o nosso mundo. Esse bebê era Emma.
Todos tiveram uma nova vida criada, uma nova identidade com novos nomes e não se lembram de sua vida passada em Far Far Away, menos é lógico, Regina, que se tornou prefeita da pequena cidade de Storybrook que é onde todos foram parar. Uma prefeita autoritária e que nessa realidade tem um filho chamado Henry.
Gozado como o destino dá um jeito de fazer as coisas irem para os seus devidos lugares. O caso é que o pequeno Henry, adotado por Regina é filho de Emma, o qual ela abandonou ainda bebê, por julgar que não seria uma boa mãe, mas vinte e oito anos se passaram desde que a maldição foi lançada e agora já adulta, Emma é atraída para a cidadezinha de Storybrook, conhece seu filho e então coisas estranhas começam a acontecer, pequenos sinais de que a maldição corre risco de ser quebrada. Isso desperta a ira de Regina, que a partir de então vai fazer de tudo para manter a maldição, afastar Emma de Storybrook e de Henry, que também sabe toda a verdade sobre a maldição devido a um livro de contos de fadas chamado "Era Uma Vez", que ganhou de sua professora Mary Margareth, que era ninguém mais ninguém menos que Branca de Neve.
Contudo para conseguir quebrar a maldição e devolver todos os personagens dos contos de fadas ao seu reino original, Emma precisa acreditar que tudo é possível, que existe um mundo mágico além do nosso onde os contos de fadas são reais, precisa acreditar no seu filho Henry e destruir a perversa rainha Regina, trazendo de volta os finais felizes. Será possível?


Eduardo Montanari Sobre o Autor:
Eduardo Montanari é dono dos blogs Divagações Solitárias e Du-Montanari Design. É formado técnico em informática e trabalha como designer e web designer. Nerd assumido, gosta de quadrinhos, anime, mangá, entre outras nerdices e esquisitices.


2 Divagações

  1. Olá, Eduardo!
    não discordo de você, principalmente no quesito "se lixar pro que os outros pensam".
    Abçs!
    Rike.

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    Respostas
    1. Valeu Rick, muitas pessoas concordam comigo, mas poucas tem a hombridade de admitir tal cousa. Um fortíssimo abraço.

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