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Sobre hábitos, sejam eles costumes ou roupas, chuva nas flores da cerejeira e uma nova e desafiadora fase de minha vida.

quinta-feira, 7 de junho de 2012

Aproveitando a pausa durante a semana, proporcionada pelo feriado, para atualizar aqui o blog. Com certeza agora terei bem menos tempo para isso, bem menos tempo para muitas coisas. Confesso que isso me deixa levemente deprimido, mas não vai ser o fim do mundo, eu só espero não acabar absolutamente sem tempo pra nada no futuro. Por mais que eu saiba que a vida exige muito de cada um de nós, nunca fui e não pretendo ser aquele tipo de pessoa que só vive para o trabalho, que se mata para conseguir as coisas abdicando de tudo e todos. Não porque eu seja vagabundo, preguiçoso talvez, mas não vagabundo, além do que eu não consigo deixar de sentir algo errado nesse tipo de atitude. Não querendo fazer filosofias clichês, mas eu sinto que a vida é bem mais que lutas e responsabilidades.
A primeira semana no meu novo emprego praticamente já se encerrou. Eu trabalharei na sexta-feira pós-feriado, mas não estou ligando. Comecei no dia 4 de junho e após dois dias já estou mais adaptado ao local e as pessoas, coisa natural, no primeiro dia eu estava tão nervoso que mal conseguia me mexer, falar ou respirar, o dia não foi ruim, as pessoas foram legais, mas já deu pra perceber que o ambiente lá é bem profissional, diferente do último lugar onde eu trabalhei, no qual até o meu chefe era um moleque. Todos estão me tratando muito bem, dispostos a me ensinar a profissão, mas ao mesmo tempo sei que vão exigir muito de mim, pois precisam manter um padrão de qualidade no que fazer e acima de tudo, cumprir com os prazos estipulados. Perceber isso me deixou muito nervoso e inseguro, pois eu que pensei que fosse trabalhar apenas com o Photoshop, que é um software que conheço muito bem, descobri logo que cheguei, que serei obrigado a aprender dois programas complicados, que são o Illustrator e o InDesign, usados para fazer vetores e diagramar revistas. A faculdade tem uma publicação, uma revista muito bem trabalhada e parte da minha função vai ser criar suas páginas. Imaginem o quanto eu estou apavorado com isso. 
Nesses últimos dois dias já fiz alguns trabalhos no Photoshop para serem exibidos no telão do pátio principal, como o cardápio da semana e alguns avisos de eventos. A minha chefe aprovou, mas quer que eu melhore com o tempo, percebi que ela é muito legal, mas que não dá ponto sem nó, ela delega os afazeres e exige resultados quase que imediatos, estipula prazos para entrega e tudo o mais.
Apesar de todo o meu apavoramento, também estou empolgado com a oportunidade que tive, pois estou inserido no meio de verdadeiros profissionais da área, sendo meus colegas de trabalho também professores da faculdade, então sei que se eu me esforçar e tentar superar meus medos, vou ganhar um conhecimento muito grande lá dentro. A USC (Universidade do Sagrado Coração) é uma universidade católica, comandada exclusivamente por freiras, o que me incomodou um pouco de início, mas que logicamente não vai me atrapalhar em nada, pois apesar de eu não seguir nenhuma religião, sei separar muito bem o profissional do pessoal, além do que, pude ver que as freiras de hoje em dia, pelo menos as mais jovens, de freiras mesmo só tem o hábito, pois elas brincam, riem, fazer piadas, dão aulas de música e psicologia. De mansas não tem nada, já vi que se for preciso, elas dão ordens com mãos de ferro, exigindo qualidade e resultado em todos os setores da universidade. 
O restaurante de lá é maravilhoso, comi de graça e muito bem nos últimos três dias, todos os tipos de salada, carnes e arroz, o que é ótimo, pois assim economizaremos em casa, já que eu só virei para jantar, tomar meu banho, me masturbar e dormir para voltar ao batente no dia seguinte. Falando em se masturbar, percebi o quanto estava desacostumado com essa rotina, acordar às seis da manhã todos os dias e só voltar pra casa a noite, tenho estado exausto e sem vontade de me proporcionar prazer.


Deixando meus hábitos solitários de lado, estou bastante irritado com o clima que tem tomado os céus de Bauru nos últimos dias, pois exatamente hoje começa a Festa das Cerejeiras da cidade de Garça e eu estou muito querendo ir visitá-la no sábado próximo com alguns amigos, levando talvez até minha mãe e minha tia, mas com esse tempo horroroso de nuvens negras cobrindo os céus da região, não sei não. O evento é em local aberto e amplo, então se ficar chovendo vai estragar toda a festa, se é que ela vai mesmo acontecer. Eu já estou esperando por isso há meses e ainda mais agora, depois de ter conseguido esse novo emprego e ter passado a primeira semana tão tenso, nervoso e inseguro, preciso relaxar para poder me focar nessa nova fase de minha vida.
Nova fase de minha vida, pois é. Você que me acompanha aqui no blog há bastante tempo já deve ter lido textos onde eu falei que tenho essa opinião, de que a vida é composta por fases e que se quisermos viver normalmente temos que estar dispostos a passar por todas elas. Notem que eu disse “passar”, não “vencer” ou “superar”, pois nem sempre isso é possível. Algumas vezes passamos por fases tão ruins, períodos tão difíceis em nossas vidas que ficamos marcados, mas o fato é que sendo bons ou ruins essas fases, somos obrigados a passar por elas. E eu também usei o termo “passar”, não apenas no sentido de atravessar, mas também de que não importa o quanto você ache que algumas cousas vão durar pra sempre, tudo é passageiro, momentos, amigos, amores, mas também as dificuldades. As coisas só serão eternamente negras para você se você insistir em vê-las assim. O lance da coisa é, mesmo quando você estiver passando por um período ruim, pelo menos tentar enxergar nele uma oportunidade de mudança. Por exemplo, eu estou feliz sim por ter conseguido esse emprego tão bom na faculdade, mas ao mesmo tempo estou apavorado, com medo de todas as mudanças radicais que obrigatoriamente acontecerão na minha rotina e na minha vida, tenho medo do desconhecido que está por vir, pois como não sei o que o futuro me reserva, não tenho como saber se será bom ou ruim. Mas ainda que algumas coisas que vierem a acontecer sejam ruins, não encaro mais isso como azar ou até mesmo “castigo divino”, aliás tenho muita pena de quem ainda acredita que Deus pune você. Seja ele quem for, ele apenas deixa que você mesmo se destrua para aprender com seus erros, então como eu disse, mesmo que algo ruim aconteça nos próximos meses, pode ser que seja para que eu aprenda algo, amadureça mais, mude meu comportamento e aproveite o ocorrido para rever meus conceitos, olhar direito o caminho que estou trilhando e quiçá virar à esquerda ao invés de à direita.

Eduardo Montanari Sobre o Autor:
Eduardo Montanari é dono dos blogs Divagações Solitárias e Du-Montanari Design. É formado técnico em informática e no momento está desempregado e um pouco deprimido. Nerd assumido, gosta de quadrinhos, anime, mangá, entre outras nerdices e esquisitices.


3 Divagações

  1. Olá, Eduardo!
    Já estava sentindo falta das suas divagações, bem-vindo de volta!
    Abçs!
    Rike.

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  2. Que bacana que vc está encarando as coisas assim, de forma mais positiva. Fico muito feliz mesmo por você.
    Também passo mal em entrevistas e começos de emprego, mas vc vai ver que logo vc estará tão adaptado que vai rir desse nervosismo todo.
    Grande abraço!

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  3. "As coisas só serão eternamente negras para você se você insistir em vê-las assim." Eu concordo!!!
    Todo mundo passa por isso, por experiências novas... todo o desconhecido gera desconforto, mas com o tempo a gente aprende, se acostuma e tal. Acredito que, assim como você aprendeu e se habituou com o Photoshop, acontecerá o mesmo com o Illustrator. Meu namorado usa esses softwares, ele tb é designer, você vai dominar já já!
    Boa sorte, vai dar tudo certo. Estou feliz por você estar feliz com o novo emprego. Parabéns! =)

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