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Sobre leis universais, preocupação exagerada e só ajudar quando te pedirem isso.

sábado, 21 de julho de 2012

Durante os últimos dias eu tenho pensado muito sobre algumas atitudes que venho tomando não é de hoje. Já assumi que sou extremamente carente e dependente da atenção dos outros e morrerei assim, pois os anos vão passando, as coisas acontecendo e por mais que eu quebre a cara, não consigo mudar esse hábito. Durante o último ano, aprendi muitas coisas depois de conhecer alguém muito especial que me ensinou como é bom você se importar de verdade com outra pessoa que não apenas você mesmo. Foi aquele tipo de coisa que acontece meio no automático, quando você se dá conta, o bem estar e a felicidade da outra pessoa passam a ser mais importantes do que o seu próprio. Por um lado é bom, por outro não faz muito bem se isso acaba deixando você envolvido demais em problemas que por mais que você se esforce, não vai conseguir resolver. Algumas vezes, por mais que tentemos ajudar acaba sendo inútil, pois são coisas pelas quais, apesar de desagradáveis às pessoas precisam passar. Não acredito em destino, que tudo já está escrito e que por mais que fujamos de algo não conseguiremos evitar, nem acredito que o que vocês humanos chamam de “O Deus”, deixa que coisas ruins nos aconteçam para que aprendamos uma lição, para que amadureçamos, entretanto eu estou começando a crer muito que existe uma lei no universo, um alinhamento bizarro de planetas que sei lá, faz com que certas coisas aconteçam de determinada maneira. Tem horas em que as coisas na sua vida acontecem de um jeito que não há como negar que elas realmente deveriam acontecer.
Nesses últimos dias tenho estado mais quieto, recluso, sem muita vontade de me meter nos problemas das pessoas. Não que eu não queira ajudar, não que eu não me preocupe, mas percebi o quanto venho exagerando nesse quesito. Sou aquele tipo de pessoa que quer se mostrar disponível, companheiro, preocupado, gosto que a outra pessoa saiba que estou disposto a fazer o que estiver ao meu alcance para ajudá-la. Não vou ser hipócrita e dizer que faço isso porque sou um poço de bondade, porque quero ser canonizado ou algo assim, agir dessa forma faz parte de minha personalidade e de minha carência, eu adoto aquela premissa de que quanto mais eu mostrar para a pessoa que gosto dela, mais ela vai gostar de mim, mais vai me querer por perto, mais vai confiar em mim e acima de tudo, mais vai me dar a atenção que eu tanto quero. Lógico que não o faço só por esses motivos, como disse, aprendi o quão bom é você realmente amar alguém e se preocupar de verdade com a outra pessoa, mas o fato de eu ser carente e necessitar muito de atenção, de colo, acaba desestabilizando um pouco minhas boas intenções.
Eu fico tão preocupado com a outra pessoa que acabo subestimando-a. Fico achando que ela está muito, muito precisando da minha ajuda, do meu apoio e que ambos vão ser para ela, fundamentais para sua recuperação, fico um pouco cego, tudo o que consigo ver é o sofrimento da pessoa e o quanto eu poderia ajudá-la. Mas como eu costumo dizer, na verdade eu não, mas o grupo Titãs: “Cada um sabe a alegria e a dor que vai no coração”, as vezes você acha que está tudo bem com uma pessoa só porque ela não reclama de nada, mas aí algo acontece e você descobre que ela estava péssima, por outro lado, as vezes você se preocupa tanto com alguém, achando que a pessoa está destruída, em pedaços e que você pode contribuir muito para sua recuperação, quando na verdade a coisa não está tão ruim quanto parece, a pessoa está até conseguindo segurar bem as rédeas da situação. Nos últimos dias percebi isso. Percebi também que ando exagerando demais em algumas coisas, inclusive em alguns achismos, percebi que não sou tão necessário, essencial e indispensável como eu achava que era.


Lógico que sei que não foi intenção da pessoa me mostrar isso, mas nos últimos dias levei um “calma aí que não precisa tanto, eu estou bem”. Bom, eu sinceramente espero que sim, mas depois disso comecei a refletir o quanto eu as vezes pareço estar fazendo papel de idiota no meio de certas histórias, não por culpa do outro, mas por minha própria, me preocupando tanto, buscando soluções, buscando palavras para consolar, quando na verdade a pessoa não está esperando isso de mim. Quando alguém quer sua ajuda, pede isso pra você e não é o que vem acontecendo, só que eu ainda assim fico achando que a pessoa não sabe o que quer, que precisa da minha ajuda mas tem receio de pedir, então eu dou minhas opiniões, tiro minhas conclusões mesmo sem ela pedir e acabo como sempre faço, metendo os pés pelas mãos, porque no final das contas, geralmente não era nada daquilo que eu estava imaginando e acabo queimando meu filme, bancando o ridículo numa tentativa ridícula de ajudar. Além do que, não se consegue ajudar alguém se você não tem uma visão geral do problema dela e nesse quesito eu realmente estou cansado de saber tudo sempre pela metade ou ainda pior, ser sempre o último a saber, é o tipo de coisa que me faz sentir mais idiota ainda. Mas volto a dizer que o erro não é das pessoas, mas sim meu, que fico querendo enxergar coisas onde elas de fato não existem. Enfim, mais uma lição aprendida: só ajude as pessoas se elas realmente quiserem ser ajudadas. Não importa o quanto você se ache apto para isso, se a pessoa não o considerar assim, tudo o que você vai conseguir é se cansar e se frustrar, além de cansar o outro também com sua insistência. Quero continuar ajudando, quero continuar me importando e fazendo o que for possível para melhorar a vida das pessoas que eu amo, que realmente importam para mim, mas o caso é que vou esperar elas realmente precisarem de mim, não vou ficar correndo atrás.

Sobre o Autor:
Eduardo Montanari Eduardo Montanari é dono dos blogs Divagações Solitárias e Du-Montanari Design. É formado técnico em informática, trabalha como designer e diagramador. Nerd assumido, gosta de quadrinhos, anime, mangá, entre outras nerdices e esquisitices.



4 Divagações

  1. Comentário 2 rsrsr
    Amigo NERD, não se ofenda, mas vou te corrigir pela segunda vez,
    no processo do envelhecimento, depois de adulto, compreendi uma
    lição de vida muito importante, ninguém pode ajudar ninguém, quando tem
    seus próprios problemas e crises existências.
    Sem dúvidas , os teus sentimentos são nobres, mas quando temos
    problemas, e tentamos ajudar os outros, acabamos nos afogando
    juntos, e o que é pior, agravamos mais as nossas questões existenciais.
    Ou coisa pior, acabamos sendo responsabilizados, pela própria pessoa
    que tentamos ajudar, um dia.
    O que te fará sentir péssimo, se considerando inconveniente, ou mesmo
    achando que nunca deveria ter feito "aquilo"!
    Agora sim, vou concordar contigo amigo NERD, quando disse que o destino não existe,
    realmente quem faz o nosso próprio destino, somos nós mesmos.
    Afirmativo também, quando disse que existe uma lei que rege este universo,
    só que ela não serve só para o alinhamento dos planetas, tão pouco ela é bizarra,
    kkkkkkkkkkkkkk!
    Em verdade, a única lei bizarra, que nunca deveria ter sido criada, por nunca
    ser respeitadas ou cumprida, são as leis criadas pelos homens, que nunca funcionam quando realmente
    precisamos delas.
    Do contrário, a lei universal é inexorável, e rege desde os planetas, até os nossos
    comportamentos enquanto seres humanos, baseado sempre na condição do
    livre arbitrio.
    Vou finalizar este vasto comentário, e acho mesmo, que vou
    postar, como uma crônica, entitulada; "Carta ao amigo NERD sofredor",
    em sua homenagem, e espero que goste!
    Edú, não se sensibilize, ou seja tão cruel contigo mesmo com
    a "problemática" das pessoas, lembre se, ninguém pode ajuda las.
    Pois os problemas pessoais de cada pessoa, são pessoais, delas
    mesmas, e as únicas pessoas que podem ajuda las, são elas mesmas.
    Elas só tem que despertar, acordar para o que as fazem sofrer, portanto
    não perca seu tempo, se cobrando, achando que você poderia fazer algo por elas.
    Ninguém pode, se não podemos ajudar a nós mesmos, não poderemos ajudar
    ninguém, afinal de contas, e como você mesmo costuma dizer, ninguém sabe
    o que é melhor pra você, só você mesmo!
    Espero que não fique chateado com a minha franqueza, pois sei que
    gosta da sinceridade nas pessoas, abraços estimados de um amigo, não
    tão NERD como tú!
    Paulo RK

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  2. Comentário 1
    Ei estimado amigo NERD, sim 'nerd' maiúsculo, pois você, não é qualquer "nerdinho" que
    só fala merda, ou daqueles que só faz, "shiits"!
    Muito embora, você na sua própria crueldade pessoal, pense ou aja como se fosse
    um incomodo, ou uma pedra na vida das pessoas.
    Permita me fazer uma correção, não tem problema algum você ser carente, ou
    dependente de atenções exageradas, dos outros.
    Se isso é problema ou não, dependerá de você!
    De como você "administrará" tais características pessoais, únicas e intransferíveis.
    Vou te confissionar um segredinho, que acho, nunca ter comentado anteriormente, em
    nossas raras conversas, pelo antigo MSN.
    Eu sou muito carente, me acho uma pessoa muito feia, e em alguns momentos da vida
    tenho um insuportável sentimento pessoal, de ser um "joão ninguém"!
    No entanto, não faço dessas características ou sentimentos, o meu algoz, muito pelo
    contrário, faço delas um trampolim, uma alavanca, ou se preferir uma poderosa
    ferramenta, para extrair vantagens nesta vida.
    Quer um exemplo?
    Quando estou extremamente carente, faço com que as pessoas percebam, e como
    um gatinho, fico a ronronar perto daqueles que me oferecem carinho, e tento fazer
    desta carencia, um chamaris para vender o meu próprio peixe.
    "Peixe", me refiro as qualidades inerentes, que ninguém presta atenção
    no dia a dia, pois como deve saber, hoje em dia, ninguém tem tempo pra ninguém.
    Cada um com seus problemas, tentando remar contra a maré!
    Este é o grande problema da humanidade, estimado amigo NERD, as pessoas
    teimam e insistem no paradigma, de lutar contra os seus problemas.
    Quando na verdade, elas deveriam fazer de seus problemas, soluções, sabe aquele
    velho ditado popular, que diz ; "se não pode vence los, junte se a eles!"
    É mais ou menos por ai, portanto, nunca repita ou afirme em seus escritos,
    a idéia de que você vai morrer, "assim ou assado" , "desse jeito carente," pois não vejo nenhum problema,
    ter sentimentos humanos, ou manifesta los, na presença de outros.

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  3. Ei Edu estou enviando o meu comentário em duas partes, inspirado nesta sua divagação, pois tem limites do numero de caracteres! abraços

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    1. Olha só, quem é meigo sempre aparece. Pensei que você nem não gostasse mais de mim. Obrigado por tuas sempre tão sábias palavras, dulcíssimo amigo.

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