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Sobre o maior brasileiro de todos os tempos e mais do Cavaleiro das Trevas.

domingo, 29 de julho de 2012

No sábado passado fui assistir finalmente a Batman – O Cavaleiro das Trevas Ressurge e saí do cinema atônito. O filme foi o que eu esperava, na verdade, superou em muito minhas expectativas e tenho certeza a da maioria dos fãs do homem-morcego. Desde sua estreia nos Estados Unidos, o filme vem sendo alvo de inúmeros elogios e aplausos tanto por parte da crítica especializada quanto do público e sentado naquela poltrona por mais de duas horas de projeção eu pude ver os motivos. 
Como eu escrevi na minha última postagem, essa trilogia Batman (Begins, The Dark Knight e The Dark Knight Rises) não foi feita especificamente para o público infantil (embora logicamente venda milhões em linha de brinquedos e roupas), mas para um público mais conhecedor das histórias do Batman e de todo o drama e trevas que cercam a origem e a existência do herói. Claro que não há como não contar, por exemplo, qual foi o motivo que levou o milionário Bruce Wayne a querer se tornar o Batman, que todo mundo já sabe (e isso não é um spoiler), que foi a morte de seus pais. Desde o primeiro filme do Batman, aquele do diretor Tim Burton, com Jack Nicholson como Curinga, isso é mostrado, só que sempre de forma mais caricata, pouco dramática, você entende o que aconteceu, entende a motivação de Wayne, mas ainda assim não mergulha fundo na escuridão que tomou conta da alma do garoto naquele beco e o quão difícil foi para Bruce Wayne carregar todo o peso de Gothan City nas costas depois de decidir se tornar o herói (ou anti-herói) que se tornou.

Os filmes de Nolan não chegam a trazer para a tela todo o clima pesado e sombrio, algumas vezes quase com um terror sobrenatural, dos quadrinhos do Batman como encontramos na premiada Graphic Novel Batman – Arkhan Asylum, de Grant Morrison e na trama Cavaleiro das Trevas – Cidade das Trevas, de Peter Milligan, mas com certeza são infinitamente mais densos e cheios de drama, trazendo uma veracidade ao herói que os outros filmes não chegaram a passar nem perto, o que Nolan, acredito eu, pretendeu mostrar com seus três filmes foi: “Se o Batman existisse na vida real, toda a sua trajetória correria assim”, e confesso que funcionou, você realmente abraça a ideia de que um multibilionário excêntrico pode decidir combater o crime pulando de prédio em prédio vestido de morcego e com seu dinheiro, ter acesso a veículos e aeronaves de uso militar, detalhe aliás, que tornou tudo mais realista. Afinal, pra que fazer um carro todo espalhafatoso, cheio de luzes neon, como foi feito em Batman e Robin, cheio de asas para todos os lados parecendo um carro alegórico, se você pode usar um tanque de guerra, ideia essa que aliás foi chupada de outra premiada minissérie dos quadrinhos, a premiadíssima O Cavaleiro das Trevas, de Frank Miller.


Desde Batman Begins, nenhum dos vilões dos filmes foi caricato, ridículo ou simplesmente tinha um “plano mega evil” babaca, como Lex Luthor em Superman – O Retorno. Ra’s Al Ghul e o Espantalho (os quais aliás são boas surpresas nesse terceiro filme), O Curinga e Duas-Caras, Bane e a Mulher-Gato, todos tiveram suas motivações muito bem explicadas no decorrer da trilogia, ninguém apareceu apenas por aparecer, só pra fazer volume na trama. Alfred, o fiel mordomo de Bruce Wayne, sempre ao lado do bilionário que tem como um filho, as cenas dele com Wayne foram as mais emotivas do filme e confesso que algumas delas me renderam lágrimas, principalmente a do final, após o clímax da trama, onde... (STOP!!!)
E o final, ah o final, meu Deus, foi épico. Por pouco não me levantei e aplaudi aos gritos como fizeram muitos americanos, fechou a história com chave de ouro e apesar de parecer que deixou pontas para possíveis continuações, acredito que não vá acontecer, pois o que Christopher Nolan quis contar foi uma trajetória de início, meio e fim, culminando no herói que todos conhecemos hoje, o resto, como costumam dizer, é só história.



Ainda sobre coisas que assisti, por acidente trombei com um vídeo do canal do Felipe Neto no Youtube, o Não faz sentido, no qual ele fala sobre aquele programa exibido no SBT (Sistema Brasileiro de Televisão), chamado O MAIOR BRASILEIRO DE TODOS OS TEMPOS. Eu vi o comercial do programa várias vezes, mas como tenho coisas muito mais úteis para fazer eu não me interessei em assistir, contudo, assisti ao vídeo num sábado a noite e fiquei chocado. Ao que parece o programa consistiu em deixar o povo escolher por votação, quem foi o maior brasileiro de TODOS os tempos, tipo, de TODOS os tempos, desde sempre. Enquanto o Felipe Neto criticava aos berros, indignado os resultados dessa votação, eu fui sentindo vergonha alheia de ter nascido e estar vivendo em um país de merda como esse. Eu sempre disse aqui que não sou patriota e acho em verdade o patriotismo uma coisa ridícula, ainda mais vindo do povo brasileiro, que nesse programa provou ser um povo ignorante e desprovido de intelecto. Não há muito o que dizer sobre essa vergonha nacional. Deixo vocês com o vídeo, tirem suas próprias conclusões:


Sobre o Autor:
Eduardo Montanari Eduardo Montanari é dono dos blogs Divagações Solitárias e Du-Montanari Design. É formado técnico em informática, trabalha como designer e diagramador. Nerd assumido, gosta de quadrinhos, anime, mangá, entre outras nerdices e esquisitices.


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