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Sobre infinita má vontade e possíveis acidentes de percurso enquanto ocupo meu tempo.

domingo, 19 de maio de 2013

Mais um domingo igual a maioria dos meus outros domingos e eu aqui, depois de passar metade da manhã fazendo os exercícios já muito atrasados da disciplina de Desenho Técnico, pensando em como ocupar a minha tarde tediosa. Pra variar, já estou a três dias pensando sem parar no meu ex e me sentindo um completo idiota por isso. Tenho chegado ao ponto de entrar em contato com ele, pra pedir um bom dia e até mesmo um abraço a distância, na esperança de que isso aplaque um pouco do vazio e da dor no coração que venho sentindo.
Como eu disse, estou com meus trabalhos da Universidade todos atrasados. As provas do segundo bimestre serão daqui umas duas semanas mais ou menos e alguns desses trabalhos vão valer como nota importante de prova. E cadê que eu estou conseguindo fazer qualquer um deles? Com muito esforço e infinita má vontade me sentei nesse domingo de manhã, peguei minha apostila e terminei as cinco últimas folhas, desenhando umas peças em perspectiva isométrica, visão frontal, lateral e outras coisas igualmente enfadonhas. Lógico que fiquei durante esse tempo, com a cabeça longe, em outros problemas e lugares, em outra pessoa, mas consegui adiantar pelo menos esse, dos meus muitos atrasos e já serviu também pra dar uma estudada pra prova. Mas ainda tenho algumas coisas bastantes chatas pra fazer, como digitar alguns trabalhos, terminar uns desenhos, a maioria para ser entregue nessa semana ainda, mas eu realmente acordei doente nesse sábado e domingo. Doente da alma.


No sábado a noite já havia saído pra beber com o irmão de um amigo meu. Boa companhia, mas temos pouco em comum, o que não me deixa muito a vontade, mas no meu atual estado o que me importa é ter companhia. Estou redigindo esse segundo bloco de texto no domingo a noite e acabei de voltar da lanchonete novamente.
Acordei depressivo pra caramba hoje, carente ao extremo e, na tentativa de amenizar minha carência, acabei sabendo de coisas que não gostaria de saber, mas que me ajudaram a tomar uma decisão importante. Mandei três garrafas de cerveja goela abaixo, estou passando mal e na verdade não estou ligando nem um pouco. Eu trabalho a semana toda, muitas vezes mais de dez horas por dia, saio do trabalho e subo direto pras salas de aula. No final de semana, na maioria das vezes fico sozinho, então eu mereço me entorpecer pra aguentar algumas coisas pelas quais sou obrigado a passar.
Tenho pensado muito nas minhas motivações e percebi (como se eu já não soubesse disso) que não tenho nenhuma. Embora eu goste do meu trabalho e do meu curso, eu só torci pra conseguir esse emprego, na esperança de ganhar o curso de graça. A maioria das pessoas que conheço estão cursando uma faculdade ou universidade e eu não quero ficar pra trás. Fiquei feliz de ter conseguido o emprego, mas o que me interessou mesmo foi estudar de graça. E no caso, uma vez que consegui o que eu queria, a única coisa que me interessa agora é conseguir o meu diploma pra ver se consigo um emprego que me pague melhor. Eu não tenho mais ligado pra muita coisa. Emprego, estudos, apenas coisas pra ocupar o meu tempo até o dia que eu morrer, seja por morte natural ou algum acidente de percurso.


Sobre o Autor:
Eduardo Montanari Eduardo Montanari é dono dos blogs Divagações Solitárias e Du-Montanari Design. É formado técnico em informática, trabalha como designer e diagramador. Nerd assumido, gosta de quadrinhos, anime, mangá, entre outras nerdices e esquisitices.



8 Divagações

  1. O meu irmão é seu amigo também.

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    1. Eu nunca disse que ele não é meu amigo. Apenas é fato que, não somos muito chegados.

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  2. Você tem motivação: conseguir o diploma, arrumar um emprego melhor. Pare de complicar as coisas! Te acompanho a bastante tempo e você já teve épocas bem mais limitadas, você mesmo tem de reconhecer o quanto já está melhor. Você tem sorte e prefere não enxergar.

    Você trabalha no que gosta, você estuda o que gosta. Você inclusive se deu ao luxo de deixar empregos que você não curtia (não lembro exatamente qual, mas li aqui no blog). Sua área não é mais fácil do mundo de achar emprego e você tá trabalhando. Todos os trabalhos vão ter cobrança.

    Sobre o seu ex... Você sabe que isso na realidade não tem absolutamente nada a ver com o seu ex. Você sempre escolhe um objeto para direcionar todas as suas fantasias. Tem aquele seu amigo que hoje você diz odiar (ou algo assim) etc.

    A verdade Eduardo é que você tem um set de crenças pessoais que corroboram essa versão de você. Mude essas crenças!

    Você é uma pessoa de sorte. Você reclama, mas tem sim amigos. Gente que te dá aula de auto escola de presente, o outro um smart phone, alguém para sentar e beber etc. Você acha que todo mundo tem isso? Ou todo mundo trabalha na área que quer?

    Considera o lado bom da sua vida acima do ruim.

    E namorado, você vai conseguir um a partir do momento que se abrir para isso. Antigamente você saía dizendo para deus e o mundo que o amor não existia, como tinha raiva de namorados blá blá blá. Você dizia isso com a maior certeza e tchum, viveu isso, ficou casalsinho hahahaha. O que eu quero dizer é que, você as vezes se acha O espertão da vida afirmando que tudo é negativo, que tudo é ruim, mas o que você acha não é uma verdade universal. Assim como uns dois anos atrás vc tinha tanta certeza que o amor não exisitia e hj vc sentiu esse sentimento, considere que vc pode estar "errado" sobre as outras certezas.

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    1. Na verdade voltei a crer que o amor não existe. As pessoas só permanecem umas com as outras enquanto lhes é conveniente.

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  3. Como te entendo... Minha mente só dá voltas em torno do mesmo problema... um saco!
    Abçs.

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  4. Na verdade você acredita no que te é mais conveniente. Se está apaixonado e é correspondido: o amor existe. Se levou um fora, mas não superou: o amor não existe. lol

    Não se cansa desse mundo de extremos? Se vc tivesse achado outra pessoa, você também teria esquecido o cara. Vc fez ele o centro da sua vida. Sai um pouco, vai conhecer gente.

    A vida não precisa ser 8 ou 80. Note isso!

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    1. Um dos meus grandes problemas é conhecer muito bem TODOS os meus defeitos. Eu sou dessas pessoas que, sabe onde está errando, mas simplesmente permanece dando murro em ponta de faca, numa teimosia quase infantil. Aí você pode até dizer: "Mas se você sabe que é assim, mude então". Mas esse é justamente o problema, uma das coisas que mais me deixam enlouquecido é saber onde estou errando e não conseguir mudar meu rumo.
      Todos dizem que sou mesmo uma pessoa extremista, ou 8 ou 80, que não tenho um meio termo. Eu sei disso, eu sofro por isso, mas é uma daquelas coisas que é mais forte do que eu.
      Sei que nada disso é desculpa, mas acaba sendo assim que a minha caebeça funciona.

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  5. Eu compreendo, Eduardo.

    Você tem esse conjunto de crenças que foi estabelecido durante toda a sua vida, um conjunto que você nutriu durante anos e anos, baseado na sua maneira de interpretar os acontecimentos. Talvez muitas dessas crenças estejam calcadas em acontecimentos negativos de legitimidade inegável. Compreendo!

    Agora, é possível mudar. Não de hoje para amanhã, mas ao poucos. Você enxergar e reconhecer que tem essa limitação já é um passo.

    Te acompanha faz bastante tempo, desde o orkut e por aqui. Você evoluiu bastante. Veja como hoje você está numa situação melhor, conquistou coisas que há uns anos atrás eram tidas por você como impossível.

    E esse seu amor, virtual ou não, correspondido ou não, enxergo como positivo, pois ele te deu um atestado de como a gente pode ter diferentes visões a respeito da vida em diferente oportunidades, além de que, você se jogou em algo, você viveu, mesmo que nesse caso virtualmente, foi algo que abriu portas dentro de você.

    Agora é tentar substituir algumas dessas crenças velhas com novas. E como disse nada radical, tem de ser aos poucos! Talvez se você ler ou assistir alguns vídeos de reprogramação neurolinguística. E até escutar os áudios do Gasparetto (tem uma comunidade no orkut onde você pode baixar), tu vai começar a entender como pode partir para a prática.

    Seja honesto com você. A verdade sempre irá te libertar. Quando digo verdade é o que tá por trás de todo esse drama e vitimismo. Veja bem: Não estou dizendo que na sua vida tudo é fácil ou não existam momentos ruins. Estou dizendo que você NÃO É esse drama, você sabe que existe toda uma encenação, um fim do mundo que não corresponde a pessoa que você realmente é.

    Seja honesto com você! Não para o mundo. Seja honesto nos seus pensamentos, sem tentar conformá-los, sem fazer tipo.

    A honestidade não buscando uma vítima, um fim do mundo, uma novela mexicana, mas a honestidade que deixa aflorar uma pessoa com gostos, desgostos, vontades, desejos e possibilidades de partir para a ação.

    Boa sorte!

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