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Sobre a imprevisibilidade de dias vindouros, um péssimo Estado de ânimo e algo de bom por baixo de todo o rancor.

domingo, 15 de setembro de 2013

Coisas muito boas tem me acontecido com freqüência e eu não tenho conseguido dar o devido valor à elas por mais que tente. Fico satisfeito quando elas acontecem, mas não feliz, acho que ficar feliz é pretensão demais, tenho medo, pois todas as vezes nas quais me permiti ficar muito feliz voei alto demais e a queda foi bastante dolorosa. 
Não posso negar que minha vida mudou bastante nos últimos 10 meses, entrei na universidade, tenho feito trabalhos de destaque na minha área, fiz alguns novos amigos e sai em definitivo do meu armário tão sufocante. Se eu for pesar tudo isso na balança, pra quem estava estagnado por tanto tempo, foram grandes conquistas em pouco tempo, mas ainda assim não me sinto nem um pouco feliz, sinal de que, o que eu realmente quero ainda não tenho. Mas afinal, o que eu quero realmente pra minha vida? Enquanto eu não consigo descobrir eu vou vivendo um dia de cada vez, sem me preocupar muito com o amanhã. Sabem aquela pergunta clichê que muita gente faz: “Onde é que você se vê daqui a cinco, dez anos?”, pois é, eu não apenas não tento, como não consigo pensar sobre isso, sinceramente nem sei se vou estar vivo amanhã, quanto mais onde vou estar ou o que estarei fazendo de minha vida dentro de cinco anos. Hoje esse tipo de pergunta me soa até meio idiota, pois a cada dia os acontecimentos da vida nos provam que por mais que planejemos o futuro, sempre haverão imprevistos que podem mudar tudo.


Na última semana e meia estive bastante abatido, novamente prejudiquei meu trabalho e os estudos por conta de coisas as quais já deveria ter deixado pra trás faz tempo. E dessa vez não consegui nem disfarçar, faltei às aulas por três dias durante a semana, pois realmente estava tão abatido que não ia conseguir prestar atenção em nada, minha cabeça estava em outro Estado, até meus professores notaram. Eu tinha um trabalho importante pra entregar na segunda-feira passada, um prato de macarrão que venho desenhando há semanas e o qual estou finalmente prestes a terminar, mas devido à essa minha crise acabei perdendo a data e, alguns dias depois, o professor me chamou pra perguntar se eu estou bem, se tem algo errado comigo, o que está acontecendo. Lógico que eu disse pra ele que se trata apenas de cansaço físico e estafa mental. Não há como dizer a verdade, se abrir sem parecer ridículo. Dizer que ainda estou sofrendo e morrendo de saudades de um menino de 22 anos que me deu um pé na bunda há mais de um ano, que ele já está saindo com a quadragésima, septuagésima, sei lá, pessoa depois disso e que mesmo eu, tendo conhecido novas pessoas, tendo feito um novo amigo com o qual tenho saído, ainda mantenho meu foco num garoto que nem da minha cidade é? Prefiro mesmo dizer que é só cansaço, a verdade guardo pra aqueles que ao invés de me mandarem procurar um psicólogo, vão me pagar uma cerveja e me dar um ombro ou o colo.


Por sorte, depois de xingar muito no Twitter (não que ele esteja dando a mínima), reclamar muito no Facebook e conversar com pessoas que me querem muito bem, consegui me acalmar novamente. Não que a saudade tenha passado, essa acho que nunca vai, algumas coisas ficam marcadas dentro da gente com ferro em brasa. Nomes, rostos, sentimentos. E esse é um desses casos. Deixar pra trás é diferente de se esquecer, e eu não quero me esquecer, há muita coisa boa e bonita pra ser lembrada, embaixo de todo esse rancor que eu ainda estou nutrindo. Reconhecer isso, pra mim é importante.
Como eu disse, bem ou mal, dei uma melhorada e agora é recuperar as aulas que perdi, estudar para as provas que já estão aí e me concentrar novamente nas coisas que deixei escapar do meu controle, como por exemplo o meu macarrãozinho. A campanha do vestibular da universidade onde trabalho já vai começar, uma importante feira anual também e ah, a Semana de Design, da qual fui escolhido pelo coordenador do meu curso para participar de forma bem ativa. De acordo com ele vou ganhar umas boas horas de AACC, não que eu faça a menor ideia do que seja isso.


Sobre o Autor:
Eduardo Montanari Nascido e ainda morando na cidade de Bauru, interior do Estado de São Paulo, sou estudante de Design e trabalho como designer e web designer, áreas pelas quais tenho muito interesse. Amo cinema, quadrinhos e boa música.



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