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Escalada gradativa.

sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

Primeira semana de trabalho do ano de 2014, inesperada puxada, me obrigando a alguns desafios simples, mas com os quais eu nunca tinha lidado antes e não esperava enfrentar. Instigante.
Somos quatro profissionais trabalhando na área de marketing da universidade e, apesar de termos funções específicas, somos todos designers e vez ou outra fica tudo junto e misturado, ajudamos um no trabalho do outro, sempre que um de nós está mais atribulado. Ainda assim, há algumas funções que uns estão mais acostumados a resolver do que outros.
Um dos nossos colegas está gozando suas merecidas férias e é ele o encarregado (nada muito oficial, a chefe prefere assim) de ligar para outras empresas, requisitando orçamentos de produtos e serviços os quais estamos sempre precisando: banners, folders, cartazes, placas. No nosso trabalho na universidade, enquanto designers, criamos as artes, depois disso as encaminhamos para confecção em alguma gráfica ou outra empresa, dependendo das nossas necessidades. O caso é que, com meu colega em férias, minha chefe inesperadamente incumbiu a mim de fazer esse trabalho, pois vamos receber alguns notebooks novos para as salas de aula e precisaremos adesivá-los com o logotipo da universidade.
Nunca tive muitos problemas em falar ao telefone com pessoas “comuns”, parentes ou amigos, mas tratar de negócios, resolver assuntos sérios de cunho profissional ou resolver algum pepino sempre me deixou a ponto de sofrer uma parada cardíaca, já que sempre me considerei um monte de merda bem melequenta e fedida, mas a gente cresce, querendo ou não é obrigado a enfrentar novos desafios, ter responsabilidades e quando nos damos conta, estamos quase que naturalmente fazendo algo que nunca nos imaginamos antes fazendo.


Quando vamos fazer alguma entrevista de emprego, uma das perguntas que sempre nos fazem é: “Como você lida com a pressão no trabalho, com prazos e metas?”. Bom, é lógico que eu sempre respondo que, apesar de não gostar muito de ser pressionado, lido bem com isso e não deixo a peteca cair, mas sempre que respondi a essa pergunta me veio a sensação de que estava sendo falso, tanto com o empregador quanto comigo mesmo, ficava me imaginando surtando e me jogando nu, pela janela, todo enrolado no fio do telefone e gritando “TONIGHT WE’LL DINE IN HELL!!”, entretanto, é surpreendente, agradavelmente surpreendente, as formas como nos descobrimos não tão covardes quanto pensávamos. Legal isso.
Sempre pensamos: “Será que vou ter coragem? Será que vou dar conta do recado?”. Dizem que, quem fica pensando muito, acaba nunca fazendo nada, mas e quando você não tem opção? E quando independente dos seus receios você é obrigado a fazer aquilo? Se fosse há alguns anos atrás eu juro que fugiria da forma mais covarde possível, pediria minhas contas à empresa e voltaria pra casa chorando. Ah, e só pra constar, fiz isso no meu primeiro emprego registrado, quando ainda tinha meus vinte e poucos anos e era bem mais tímido e retraído do que sou hoje. Ainda sou? Não sei de fato, acho que para algumas coisas ainda sim, mas tenho me surpreendido muito, positivamente, comigo mesmo, nos últimos anos, tomado atitudes, conversado com pessoas. Venho sendo obrigado a mudar meu modo de agir e quanto mais isso acontece, apesar de todos os meus traumas, minhas neuroses, minha solidão, sinto-me capaz, consigo enxergar um Eduardo capaz de fazer tudo o que qualquer outra pessoa consegue fazer. Menos o Superman, porque ele voa, eu não vôo.

Comprei um novo livro. Depois de conseguir ler A trégua, em dezembro, acho que me empolguei com a ideia de continuar, de repente me deu uma vontade estranha de me desafiar, de apostar comigo mesmo que eu vou conseguir fazer algumas coisas, mesmo que de início se mostrem cansativas. Não vou comentar nada sobre o livro agora, pois quero primeiro terminar de ler e depois fazer uma das minhas críticas fracas. Pra variar, comprei o livro pelo nome e pela capa, que achei bastante mórbida. Lógico que li o resumo da história pra saber se valia a pena. Vou me esforçar para ler o mais rápido que puder para poder mostrar aqui pra vocês, se é que ainda tem alguém que lê minhas idiotices. Estou muito empolgado. Pode ser o remédio.
Sim, estou tomando um remédio para ver se já começo o ano na crista da onda. Das ultimas vezes que fiz exames médicos, me recomendaram muito o uso de polivitamínicos, tipo aquele Centrum, não apenas para me dar disposição física, mental, mas também para talvez, combater alguns sintomas de ansiedade e leve depressão, os quais muitas vezes podem ocorrer por falta das vitaminas certas no organismo. Eu gostei da recomendação, mas depois que vi o preço desse tipo de medicação eu quase caí de costas, todos muito caros, então eu fui protelando, mas num desses últimos domingos eu tive uma crise bastante forte, desencadeada por um assunto o qual eu espero ter finalizado de uma vez por todas e sobre o qual não quero mais falar, nunca mais.
Manter a promessa de esquecer esse assunto, deixar no passado só depende de mim, do meu esforço, e como eu disse, depois de passar bastante mal dentro do shopping no domingo, a ponto de precisar ser acudido, quero definitivamente cuidar de mim, me dar o carinho que eu mereço.


Outra mudança que me propus é parar de enrolar tanto para acordar. Nos últimos meses de 2013 eu estava tão desmotivado que acordava tarde e sempre chegava atrasado no trabalho, quase trinta minutos, mas perto do final do ano tirei quinze dias de férias e repensei. Por sorte meus atrasos não me prejudicaram, mas nunca se sabe a longo prazo.
Desde que voltei a trabalhar, no dia 7 de janeiro, tenho pulado da cama todos os dias as 6h15, pegado minha toalha e ido direto pro banheiro tomar um banho morno, tanto para me dar disposição quanto para me sentir limpo, pronto para começar o dia, depois não demoro a me trocar e saio de casa por volta das 7h. Tem sido bom como forma de desafio pessoal, quero começar a cumprir de verdade as coisas que me proponho, pois sempre desisto de tudo logo de início, mas confesso que pela falta de costume, passei essa primeira semana exausto, fora o fato de eu ter caído doente por causa do assunto indigesto que me causou a crise. Eu sou assim, a frescura em forma de pessoa, se meu psicológico é atacado, no dia seguinte estou de cama. Por sorte, dessa vez, não de cama, pois por mais estranho que pareça eu voltei motivado das férias, motivado a ler mais, a me desafiar mais, a trabalhar mais, estudar mais (essa vai ser complicada) e a ver onde essas atitudes de amor próprio vão me levar. Como sempre acontece e é natural, terei dias bons e dias ruins, outros péssimos, mas ninguém é poupado disso na vida e eu não sou especial. Então, que venha 2014, vou encará-lo, nem que seja sozinho. Estou acostumado.


Sobre o Autor:
Eduardo Montanari Nascido e ainda morando na cidade de Bauru, interior do Estado de São Paulo, sou estudante de Design e trabalho como designer e web designer, áreas pelas quais tenho muito interesse. Amo cinema, quadrinhos e boa música.



1 Divagações

  1. Edu, desculp pelo sumiço cara, mas agora é oficial estou de volta.

    Eu voltei agora é pra ficar
    Por que aqui,aqui é o meu lugar
    Eu voltei pras coisas que eu deixei,
    Eu voltei...

    Abraços Edu

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