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Sobre minha primeira vez, sanduíches famosos e um excelente final de semana.

quinta-feira, 5 de março de 2015

O ultimo sábado do mês de fevereiro, dia 28, foi um dia bem marcante pra mim, pois estive pela primeira vez em uma cachoeira. Pra muitas pessoas isso é rotina, ir à uma praia, fazer um “camping”, se embrenhar na mata e tomar um banho de cachoeira ou de rio, mas pra mim foi um momento bastante especial, o qual, de hoje em diante, espero repetir mais algumas vezes antes de abandonar esse plano de existência. Pessoas oriundas de cidade grande, como eu, geralmente pensam que é preciso viajar muito para ir de encontro à natureza, desfrutar de um lugar bacana, afastado dos grandes centros urbanos, mas é incrível como, sabendo procurar, há lugares lindos no interior do Estado que podem lhe proporcionar uma experiência maravilhosa, mesmo que por um dia. Meus três amigos e eu, escolhemos o até então, desconhecido pra nós, Parque Aventurah!, nos arredores rurais da cidade de Brotas. Eu, que estou sempre reclamando dos meus finais de semana tediosos e da falta de atenção por parte da maioria das pessoas, tive nesse dia o oposto disso e mais um pouco. E já que resolvi escrever um texto sobre o passeio, uso o espaço para agradecer aos meus amigos, Carol, Adriano e Everton. Obrigado Carol, pelo convite maravilhoso e ao Ton e Adriano, pela companhia única. Mas bem, falemos do passeio:

Tenho um problema com novidades: elas sempre me deixam com medo, pelo menos inicialmente. Quando recebi o convite de minha amiga, óbvio que fiquei empolgadíssimo, afinal, a possibilidade de ver/estar em uma cachoeira pela primeira vez em minha vida me deixou bastante ansioso. Foi complicado passar a semana toda, trabalhando e estudando, mas imaginando sem parar e criando mil expectativas de como seria o passeio. Passei cinco dias apenas contando os segundos, esperando o dia 28/02. Sei que não devo fazer isso, pois caso algo acabe não dando certo, a frustração vai ser grande, mas pra minha sorte as coisas acabaram saindo exatamente como planejado. Pude estar com um grupo de amigos, como sempre tanto anseio e conhecer um lugar diferente.
Antes do passeio propriamente dito, fomos almoçar num restaurante bem bacaninha ao lado do Parque. Eu como sempre, fã de iscas de tilápia, pedi uma porção, a qual chegamos à conslusão, após algumas petiscadas, que se tratava de merlusa, um outro tipo de peixe anfíbio. Mas o importante é que estava dos deuses e é isso que interessa. Fora isso, soubemos que o restaurante prepara um sanduíche que é considero o "carro chefe" da casa: pão francês, com linguiça toscana, rúcula e queijo derretido. Meu Deus! Que iguaria. Com uma cervejinha caiu muito bem, embora eu não beba muito, pois beber demais é errado. Já dentro do Parque, o primeiro passeio no qual fomos foi fazer a trilha da cachoeira, a qual eu achei, inicialmente, que seria "sopa no mel", como dizem os idosos. 


Aqui em Bauru temos o Jardim Botânico, o Horto Florestal, suas trilhas são bacanas, mas não tão longas, você consegue fazê-las em menos de 40 minutos, mesmo assim, pras pessoas que não são muito acostumadas é algo bem cansativo. No caso do Parque Aventurah!, tivemos que fazer uma trilha, sentados no teto de um mini-furgão (essa parte foi divertidíssima) por quase 15 minutos até chegarmos na entrada da mata cerrada, pra depois prosseguirmos a pé. Achei que seria bastante fácil, até atolar meu pé na primeira poça de lama, depois na segunda, na terceira e assim foi indo. As "pontes", se é que se pode chamar assim, foram um show à parte. Confesso que pensei em desistir quando cheguei em uma, na qual não se tinha praticamente onde pisar e apenas uma corda para se segurar (propositalmente feita assim, é claro). O guia, que, por sinal, era até bem jeitosinho, atravessou ela em 5 segundos, enquanto eu, por pouco, não fico empacado lá por 5 minutos. Cheguei ao outro lado do rio com as pernas bambas, sempre me imaginei em uma aventura no estilo Indiana Jones, mas a verdade é que sou bicho da cidade e com nenhum preparo físico pra nada, sejamos francos, mas logicamente não desisti. Dos problemas que venho enfrentando, das coisas chatas que me aconteceram nos últimos meses, uma ponte velha de madeira não seria obstáculo pra mim. 

A ponte foi apenas o começo, uma pequena descarga de adrenalina das muitas outras que ainda estavam por vir no decorrer do percurso. As sensações se misturavam: medo, receio, ansiedade e deslumbramento à cada trecho novo alcançado, pisando com cuidado em cada pedra cheia de lodo. Um passo em falso, um escorregão e alguém poderia se machucar de verdade durante o trajeto. Em alguns trechos, praticamente tivemos que escalar as pedras, nos agarrando em raízes e onde mais fosse possível. Até mesmo uma cobra encontramos, uma das grandonas, por sorte ela estava de bom humor e seguiu seu rumo sabe-se lá pra onde. Sinceramente não cronometrei o tempo de caminhada que fizemos, mas acredito que ficamos no meio da mata por uns 20 minutos antes de alcançarmos o nosso objetivo da manhã, a tão esperada cachoeira, ou melhor, a base da base da base. Tivemos de escalar uma pequena queda d'água repleta de pedras para chegar ao nosso destino, mas enfim alcançamos:

Desculpem se soa idiota, ou melhor, não me desculpem, mas pra mim foi um momento único, olhar pra cima e ver aquela coisa linda. Por causa das chuvas dos últimos dias, o volume de água estava maior que o normal, o que, para mim, só serviu pra aumentar ainda mais meu fascínio. Sei que existem muitas outras muito maiores, muito mais bonitas do que essa que visitamos, mas pra mim, que nunca tinha visto nada parecido, foi uma coisa maravilhosa. Fiquei parado ali, com os pés dentro d'água, olhando ela e absorvendo cada segundo, não demorou muito, meu amigo Adriano se meteu embaixo da queda d'água e tornou sua visita completa. Eu sinceramente ia apenas ficar olhando, mas de repente pensei, observando-o, sobre o que ele me disse, de deixar as águas lavarem algumas coisas e levarem outras embora com elas. Pus a mochila na margem, tirei os óculos, o celular do bolso e fui com tudo. Teria ficado debaixo daquela cachoeira o dia todo, caso não tivéssemos hora marcada pra voltar. O dia todo. A água estava amarela, como mostra a foto, devido à enorme quantidade de pessoas que mijam nela lá em cima. Tô brincando! É que, como eu disse, andou chovendo bastante e o volume de água, assim como a terra nela, aumentaram. Mas perguntem se eu estava dando a mínima pra esse detalhe. Caralho! Era uma cachoeira de verdade! O restante do dia não foi menos emocionante. 

Arco e flecha, stand-up, andar de caiaque, confesso que nunca pensei que faria essas coisas. Não foi nada extremamente radical, descendo um rio ou coisa parecida, mas pra quem nunca fez essas coisas, remar no meio de um lago foi incrível. O ápice do dia foi praticar o que chamam de "o arvorismo", um "esporte", que consiste em caminhar sobre cordas e troncos, pendurados a muitos e muitos metros de altura. Nesse ponto do dia, minha adrenalina foi as alturas, já que fico zonzo só de subir na beliche de casa. Em alguns pontos do trajeto confesso que pensei em desistir, ficar parado lá e esperar alguém ir me resgatar de helicóptero, mas, como dizem por aí, "se você se encontra no inferno, abrace o k-p-ta". Não cheguei a tanto, pois não acredito nesse ser, mas respirei fundo, fui reunindo coragem a cada parada e prossegui até o final, o que me custou quase meia hora de pernas bambas depois, mas foi fantástico.
Embora eu tenha tido que mexer um pouco nas minhas economias, que já não são muitas, para fazer esse passeio, dane-se! Foi um dos melhores até o momento e pretendo fazer novamente, dessa vez, mais preparado para o que vou encontrar. 


EDUARDO MONTANARI
Virginiano, bauruense, estudante de Design, ilustrador e web designer. Amante de cinema, quadrinhos, boa música e outras nerdices. Sonhando com o namorado ideal.



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