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Sobre libertar demônios interiores, dar um tempo e uma cansativa rotina universitária.

quinta-feira, 21 de maio de 2015

O quinto semestre de meu curso está terminando e eu, de coração, estou contando os segundos para esse acontecimento, pois embora eu goste de minha profissão, esse curso já deu o que tinha que dar, piorou bastante nos últimos meses, depois da troca da coordenação e isso desmotivou grande parte dos alunos. Alguns já abandonaram o barco. Embora essa seja uma prática comum na maioria das faculdades e universidades, os professores simplesmente ignoram o fato de que você tem uma vida pra cuidar, que não inclui provas e trabalhos. Eles seguem incansáveis em sua luta diária para, de acordo com eles, nos preparar para a dura e exigente rotina do mercado de trabalho. Seminários, relatórios, projetos, provas e eu aqui, segurando as pontas o quanto posso, tentando, além dos problemas no trabalho e da universidade, administrar as tribulações pessoais minhas e de minha mãe, que anda com os nervos à flor da pele, devido à demora na entrega das chaves de seu novo apartamento. E assim como coisas positivas, as negativas também contagiam caso você não faça um esforço para resistir à isso. Um esforço que desgasta física e mentalmente.

O que eu gostaria de fato é de viver mais dias como o que vivi na noite de 09/05, quando, acompanhado de um amigo, fui até uma famosa casa de shows aqui da cidade para assistir ao cover do Legião Urbana, minha extinta banda nacional favorita. Essa não é uma expressão que costumo usar, mas nessa noite consegui liberar, mesmo que apenas por algumas horas, boa parte de meus demônios interiores. Amo Legião Urbana, Renato Russo e as letras das canções que ele escreveu enquanto vivo, sei quase todas de cor e geralmente, quando as canto, canto com vontade. Confesso que no começo da noite estava bem desanimado. Há anos não tenho mais o costume de passar a madrugada fora de casa e apesar de gostar de alguns shows, nunca gostei de balada, então, ao mesmo tempo que queria ir, estava bastante nervoso e apreensivo. Por mais estranho que pareça, embora reclame o tempo todo de solidão, multidões me deixam nervoso, principalmente multidões de gente extrovertida e feliz, sinto inveja. Entretanto, depois de uns 10 minutos de show, me vi gritando as letras de cada musica a plenos pulmões e pulando feito uma puta enlouquecida no cio, suando embaixo de minha jaqueta jeans. Terminei a madrugada, por volta das 4h, rouco e dolorido, mas valeu cada segundo.

Oficialmente minhas ferias do trabalho são em julho, se não me engano, mas ainda não sei se vou folgar meus 30 dias de direito ou apenas 15, pois no final do ano a universidade entra em recesso e por mais revoltante que seja, desconta esses dias parados dos funcionários, nos obrigam a ficar em casa por uma semana ainda saímos no prejuízo. Então estou pensando em tirar 15 dias em julho e os outros 15 no final do ano, durante o recesso, assim não terei descontos na folha de pagamento, mas é algo que ainda vou analisar. No próximo semestre serei obrigado a fazer o meu TCC, o qual ainda nem comecei e vou precisar de um tempo pra organizar tudo, essas ferias viriam a calhar. Fora o fato, é claro, de que preciso parar um pouco, recarregar as baterias, o que não tenho tido tempo de fazer atualmente. Já decidi que, me formando, no ano que vem, se tudo der certo é claro, vou, pelo menos por um ano, ficar apenas trabalhando, e em 2017 caso ainda esteja vivo, aí sim voltar a estudar. Preciso urgente de um tempo livre para cuidar melhor de mim. Remendar um coração que deixei muita gente machucar nos últimos tempos e me dar o carinho e a atenção que eu sei que mereço.



EDUARDO MONTANARI
Virginiano, bauruense, estudante de Design, ilustrador e web designer. Amante de cinema, quadrinhos, boa música e outras nerdices. Sonhando com o namorado ideal.



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