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Sigo buscando.

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2016



Agora que finalmente terminei meu curso de Design, após 3 anos, comecei a me perguntar qual o próximo passo. Pretendo continuar estudando, porque infelizmente, sim, infelizmente no mundo de hoje em dia, não seguir em frente com os estudos enquanto puder, significa não apenas ficar desatualizado, mas ter menos chances na vida do que as pessoas que se mantém na ativa. E dei destaque ao infelizmente, porque particularmente acho que a vida não deveria ser assim, as coisas deveriam ser mais simples, mas depois que crescemos descobrimos que o que achamos é irrelevante para o mundo. Ele é como é, a sociedade é como é, independente de você gostar disso, concordar ou não. Então, me agradando ou não, a ideia de futuramente continuar meus estudos não está fora de cogitação.

O que acontece é que, pelo menos agora, nesse ano de 2016 quero, ou melhor, preciso dar um tempo. Sei que a vida não espera, te cobra a cada dia e quanto mais você protela, mais tempo perde, mas eu realmente preciso de um tempo. Após 3 anos de um curso técnico, mais 3 de universidade, pedir 366 dias de pausa nos estudos não acredito ser muita coisa. Das coisas que me aconteceram nos últimos anos, das quais não pretendo falar, talvez um dia, quem sabe, ficar um ano longe dos estudos é a menos pior. Então, volto a pergunta inicial: Qual o próximo passo?
Dentre minha pequena lista, trocar de emprego é uma possibilidade, mas esse é um assunto delicado, ainda mais com a crise na qual o país está. Trabalho 9 horas por dia para ganhar pouco mais de R$ 900,00 e considero isso pouco. Meu salário vai quase todo para ajudar nas despesas da casa e pagar minhas próprias contas, não me sobrando para investir em nada de fato. Então, agora que concluí a universidade, buscar um novo emprego seria interessante, mas como eu disse, é um assunto delicado, pois mesmo com um curso superior, arrumar um emprego que valha a pena não é uma tarefa fácil. Sempre ouço falar de pessoas com até duas graduações que estão ainda desempregadas, tentando sobreviver como podem, algumas na informalidade. Então, buscar uma colocação melhor no mercado de trabalho, embora esteja na minha lista, é algo que pretendo ver com calma. Seja como for estou empregado e pagando minhas contas em dia. Muita gente não goza desse privilégio.

Tenho pensado em objetivos mais particulares. E embora todos eles poderiam ser facilitados caso eu tivesse um salário melhor, ainda são mais fáceis de se buscar do que correr o risco de entrar na fila do desemprego por um tempo. Tenho pensado em procurar um curso de inglês bom, daqueles que te ensinam a falar direitinho, a compreender bem o idioma. Hoje em dia, voltando a destacar o infelizmente, saber outros idiomas ajuda bastante, não apenas pessoal como profissionalmente, na verdade, principalmente no profissional. Estou quase terminando de quitar minhas prestações do cartão de crédito e bastante interessado em procurar uma escola boa e barata.
Repeti muito no final de 2015 que um dos motivos pelos quais eu ia dar um tempo nos estudos era pra cuidar de mim, do meu psicológico e da minha saúde física. Nos últimos anos tive alguns problemas de saúde, os quais graças a mim, superei em partes, mas minha autoestima, que nunca foi 100%, caiu ainda mais. Não gosto de minha mente, não gosto do meu corpo, enfim, não me amo. E embora já tenha feito essas coisas antes e abandonado com o tempo, fazer uma academia ou voltar à natação são duas coisas que estão martelando demais na minha cabeça. Não apenas para ver se melhoro minha aparência física, mas também para ocupar minha cabeça com algo saudável, ao invés de ficar 80% do meu tempo livre remoendo fantasmas do passado como costumo fazer. “Cabeça vazia é oficina do Diabo”, como costumam dizer e os meus demônios tem rostos e nomes, os quais gostaria muito de apagar da minha mente, pois se um dia me fizeram bem, hoje só servem para me deixar mais doente. Se tornaram pra mim como dorgas nas quais me viciei e sem as quais, passo boa parte do tempo tendo crises de abstinência. Sinto uma necessidade grande de me desintoxicar disso.

Em meio a todos esses pequenos objetivos medíocres, não descarto a possibilidade de voltar a fazer terapia, pois embora ainda não tenha procurado novamente, sou esperto o bastante pra perceber que preciso de uma ajuda especializada para lidar com meus demônios, os com rosto e os da minha mente. Sou muito bom em dar conselhos do tipo “busque ajuda”, mas tenho uma dificuldade imensa em seguir meus próprios. Talvez de todos os meus pequenos objetivos esse seja o mais urgente de fato, talvez para conseguir dar início aos outros, eu precise antes de tudo dar início neste. Bem, vamos ver. O que sei é que por mais que me digam, me prometam o contrário, estou sozinho nessa. Acho que se de fato não estivesse, não me sentiria como me sinto. Ainda existe uma parte de mim que quer acreditar que as pessoas não são indiferentes, não são más ou sem coração, elas não manteem distância por que querem. Algumas sim, não sejamos ingênuos, mas a maioria o faz simplesmente por não saber lidar com o outro. E há de se tentar compreender isso. Pelo menos eu tento. Não que não me doa.

EDUARDO MONTANARI
Virginiano, bauruense, Designer, ilustrador e web designer. Amante de cinema, quadrinhos, boa música e outras nerdices. Sonhando com o namorado ideal.



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