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Sobre a proximidade dos 40.

segunda-feira, 21 de março de 2016


Não sei se alguém ainda repara nisso, mas mudei novamente a cara do blog. No começo eu o fazia para ver se chamava mais a atenção dos meus “leitores” e consequentemente, gerar mais comentários. Hoje o faço como um passatempo, uma forma de distração e treinamento, já que adaptar o layout exige um certo conhecimento em linguagem HTML e CSS, então, gera um certo desafio. Não espero mais comentários nas postagens ou repercussão de minhas opiniões, como ingenuamente esperava quando comecei a escrever. Estou cercado de pessoas desinteressadas, vazias ou ocupadas demais para prestar atenção nas coisas que digo, concordar ou discordar de minhas opiniões. Simpatizando com o que eu escreva ou não, as pessoas tem mais o que fazer do que debaterem comigo sobre minhas opiniões pessoais seja sobre que assunto for. Não as culpo tanto quanto antes por isso, mas confesso que sinto falta de uma interação maior. Não a tenho nem no mundo virtual e nem no real. Acho que é isso o que vem me fazendo sentir a cada dia, menos vontade de interagir com as pessoas, de dividir minha vida e meus sentimentos com elas. Antigamente eu era um livro aberto, contava tudo o que se passava no meu coração, pra quem quisesse ouvir, na esperança de ser de alguma forma compreendido e receber então o carinho, a atenção e o afeto que tanto almejava. Hoje ainda tenho essa necessidade, mas não consigo mais me abrir como antes, consigo ser sincero comigo mesmo, mas não com as outras pessoas. Não que eu seja um falso, é que simplesmente eu me tornei um desses que prefere fingir que tudo está normal ou ao menos tolerável, do que ficar, em vão, tentando mostrar às pessoas ou à alguém especial o quanto preciso dela. Perda de tempo, desperdício de energia. Cansei de me apegar à pessoas as quais cedo ou tarde serei obrigado a deixar pra trás.

Sei bem como soam as coisas que escrevo, não sou idiota e como já disse, não minto pra mim mesmo. Talvez você esteja lendo isso e pensando: “O cara se faz de forte, de durão, de indiferente, mas tudo o que ele quer, escrevendo essas coisas é continuar chamando a atenção das pessoas, fazer com que tenham pena dele”. Não sei, no começo era bem isso mesmo, mas o tempo vai passando, as coisas vão te acontecendo e você percebe que por mais que coisas ruins lhe aconteçam, ninguém se importa de fato. Se você está vivo, está respirando, trabalhando, se alimentando e cumprindo suas tarefas rotineiras, então você está bem, é isso que imaginam. Se você sorri quando conversa com elas, se conta uma ou outra piada, se compartilha coisas engraçadas nas redes sociais, então está tudo bem. Mas em meio a todo esse teatro você só fica esperando por alguém que realmente consiga enxergar você como gostaria, olhar nos seus olhos e dizer: “Eu vejo essa tempestade dentro de você”. Mas ou elas não conseguem perceber ou, se percebem, preferem ignorar, não por maldade, mas por não saberem como lidar com você. Oras! Se nem eu sei lidar bem comigo mesmo, como esperar que alguém consiga? Então hoje eu apenas escrevo por escrever, um registro, um diário que vai ficar on-line sabe-se lá por quanto tempo. Eu me lamento por me lamentar simplesmente, porque é algo que preciso colocar pra fora. Foi-se o tempo em que eu acreditei que a forma como me sinto, bem ou mal afetaria aos outros, mudaria a forma como eles lidam comigo. Hoje só espero ter uma boa vida, boa no sentido de tranquila, pacífica, e principalmente uma boa morte, porque mais cedo ou mais tarde ela virá, de uma forma ou de outra, só espero que seja tranquila. Nem espero mais que ela afete as pessoas como eu esperava antigamente, que chorem por mim, que sintam minha falta. Não seguramos ninguém em vida, quem dirá na morte.

Há tempo não acordava mórbido assim, acho que só estou cansado. As coisas não estão ruins, mas estão longe de estarem boas. Complicado né? Completo 40 anos daqui há alguns meses e meu Deus, me sinto como se tivesse 12 e não soubesse nada da vida. Sei lá, pode ser crise da idade, pode ser a crise do país que anda estressando todo mundo, pode ser minha bicicleta quebrada de novo, minha cadeira de computador quebrada, meu pares de tênis gastos e furados e a minha conta bancária vazia. Podem ser meus remédios ou ficar com o corpo dolorido por uma semana por jogar uma única hora de boliche, o que o faz perceber o quanto você não está apenas psicologicamente fraco, mas fisicamente. Pode ser que eu seja um idiota como muita gente acha, afinal, por mais mágoa que eu guarde deles, eles foram adiante, e eu fiquei aqui, preso.





1 Divagações

  1. Primeiro de tudo quero dizer que curtir bastante o novo layout...lembro um pouco ainda de quando eu blogava o trabalho que dava para ajustar essas coisas.
    Acompanho o divagações há muito tempo e uma coisa que gosto bastante e que me faz vir aqui toda vez que sai um post novo é a forma como você escreve. Percebo uma dedicação e escolha de palavras mas acima de tudo a entrega e honestidade que você emprega em todos os seus textos. Gosto de acompanhar também a sua visão sobre a evolução de seus pensamentos e sentimentos.

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