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Sobre decidirmos o que é o melhor pra nós.

quinta-feira, 11 de janeiro de 2018



O ano começou e como já é de meu costume não tracei meta alguma, pois como sou péssimo em cumpri-las, evito decepções futuras. Contudo, como também já é de meu costume, comecei 2018 confirmando coisas as quais já devia saber faz tempo: Não importa a situação, as pessoas, no final das contas, sempre tomam as decisões e fazem o que julgam melhor para elas mesmas, sem se importar com mais nada, sem consultar a ninguém. Não que isso seja errado, aliás, acho mais certo do que errado, todavia não totalmente certo. Lembrando que essa é uma opinião minha, particular, não estou dizendo que é a verdade. Somos donos de nossas próprias vidas depois de adultos e não precisamos pedir permissão de ninguém pra decidir o que fazer, seja família, amigos ou namorados, tampouco devemos deixar que outra pessoa controle nossa vida, que julgue o que é melhor pra gente ou não. O caso é que, quando você tem amigos, pessoas das quais gosta e que gostam de você, acaba esperando que assim como você tem interesse na vida delas elas tenham na sua, que haja uma confiança, uma confidencialidade, uma "troca de figurinhas". No meu caso em particular, como sou uma pessoa mais carente que o normal, acabo me sentindo dispensado, posto de lado quando isso não acontece, como se minha opiniões fossem irrelevantes ou incômodas.

Quando sou muito afeiçoado a uma pessoa, odeio saber coisas delas por terceiros ou ser o último a saber de algo que outros já sabem, pois fica claro pra mim que ou a pessoa não confia em mim ou não me achou relevante o suficiente pra me contar.
No ano passado por exemplo descobri que dois amigos meus tinham tomado uma decisão importante para a vida de ambos, tornarem-se um casal e morar juntos, praticamente aos 45 minutos do segundo tempo. Não que eles me devessem qualquer satisfação ou tivessem que pedir minha autorização pra isso, é como disse no começo, mas um deles conheço há mais de 10 anos e o outro era um bom amigo. Fiquei um pouco chocado quando descobri que a decisão já havia sido tomada há meses, tudo já estava combinado, acertado e decidido. Eu, que me considerava tão importante na vida de ambos me senti dispensado, colocado de lado. Apesar dessa ser uma decisão que envolve unicamente os dois, descobrir os planos deles só depois que já estava tudo praticamente decidido e acertado me deixou mexido. Eu até entendo a reserva de ambos para comigo, afinal sou muito ciumento. Quando qualquer amigo meu começa um relacionamento sempre me sinto meio "descartado", como se "a pessoa escolhida" fosse melhor do que eu. Sei que essa não é a verdade, mas me sinto assim. Contudo acabo sentindo que eles fazem isso mais para preservar a si mesmos do que a mim, tipo "não vamos deixar que o ciúme dele atrapalhe nosso amor". Não posso culpá-los, pois fico extremamente amargo e rancoroso quando sinto ciúme de alguém.


Há alguns dias também, conversando com outro amigo que foi passar as festas na casa dos pais, descobri que muito provavelmente ele não pretende voltar. Ele já havia me dito algumas vezes que estava pensando em talvez voltar para a cidade natal e ficar por lá, tudo bem, é a vida dele, é um direito dele fazer o que quiser, mas eu achei que, como o considero um amigo tão próximo, talvez quando ele finalmente tomasse a decisão e iniciativa de me comunicar. Ele não me deve nada, mas talvez simplesmente por amizade, consideração me dizer "Olha, eu decidi que vou voltar aqui pra minha cidade, mas quando der, quem sabe a gente se vê caso eu vá pra Bauru". Mas acabei descobrindo isso meio que "acidentalmente" durante uma conversa com ele, conversa a qual tive que puxar, pois ele também não entrou quase em contato desde dezembro passado. Descobri porque eu perguntei, caso contrario, me pergunto quando ele teria me dito. Meses depois? Numa dessas você acaba percebendo que embora considere as pessoas tão especiais pra você, muitas vezes baseando suas decisões pensando em como isso vai afetar fulano ou beltrano, as pessoas tomam as delas independente de sua existência ou não. Muito drama pra pouca bosta né? Eu sei, afinal, não perdi meus dois amigos e nem esse que foi embora. Mesmo que algumas coisas tenham mudado ou ainda mudem o mundo não virou do avesso, mas são essas pequenas coisas, essas pequenas "omissões" dos outros para comigo que me fazem perceber que minha opinião, meus sentimentos não contam muito e que eu prendo minhas decisões demais aos outros enquanto eles tomam as deles independente de mim. Como eu disse, isso não é errado e é um direito de todos, inclusive meu. Um erro meu optar por não usá-lo. Talvez devesse começar. Já devia ter começado. Certos estão eles, errado sou eu.



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