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Sobre gays, héteros, geeks, nerds e o cansativo padrão do diferente, mas igual.

segunda-feira, 4 de junho de 2018




Seja qual for sua orientação sexual é bem complicado socializar, fazer novos amigos, conseguir um relacionamento se você pensa diferente da maioria. Colocando a coisa de um jeito mais simples, se você não gosta das mesmas coisas que a maioria das pessoas gostam.
Durante minha infância e juventude eu sofri bastante com isso, o garoto tímido e inseguro, que nunca gostou de esporte nenhum, não tinha interesse e nem conversava sobre sexo ou garotas, que se sentia deslocado no meio de outros meninos e preferia se isolar quando a pressão era demais pra suportar. Depois de adulto aprendi a lidar melhor com isso, ou melhor, fingir que essas coisas não me afetam como de fato de afetam até os dias de hoje.
Como eu disse, independente da sua orientação sexual esses problemas já são bem chatos. É da natureza humana ser muito "padrãozinho", Adolf Hitler que o diga, não é mesmo? Ele queria padronizar o mundo. Cheguei a conclusão de que raros são as pessoas que de fato aceitam a outras como elas são, a maioria tolera, mentindo pra si mesma dizendo que aceita, mas a verdade é que gostaria mesmo que o outro dançasse conforme sua música. Se você se diz heterossexual então precisa reparar em mulher, gostar de esportes, entender de carros, duvidar da masculinidade de outros homens para se sentir bem e manter distância de homossexuais. Se é um nerd, um geek ou otaku precisa agir como tal, respirar esse universo quase que 24 horas por dia, fazer cosplay nas convenções e jogar aquela merda de League of Legends porque "é divertido" e popular entre o meio.
Da mesma forma, se você saiu do armário, se assumiu, é gay, bicha, viado, baitola, precisa obrigatoriamente ser fã de alguma dessas divas do Pop como Lady Gaga ou Beyoncé, falar gírias o tempo todo tipo "lacrou", ir na parada, na balada gay, gostar de afeminados e assistir todas as temporadas de Ru Paul's Drag Race porque "é legal", é gay, é representatividade e todo o gay que é gay que se preze precisa gostar. Ah sim, já ia me esquecendo, tem que A-DO-RAR uma boa rola e fazer questão de deixar isso claro pelo menos 3 vezes ao dia pra quem quiser e também não quiser saber. E se por algum motivo você não gosta de nenhuma dessas coisas, minha nossa, alguma coisa de muito errada tem com você, criatura falsa, enrustida, infeliz e preconceituosa, afinal, se você não se encaixa no padrão do que é considerado comum entre héteros, gays ou nerds, você não é nenhuma dessas coisas.
Daqui a pouco vou completar 42 anos de vida nesse planeta ridículo e cheguei a um ponto onde agradar aos outros está se tornando cada vez mais desnecessário pra mim. Quanto mais as pessoas querem me forçar a ser como elas, a ser mais uma formiga hétero, gay ou nerd, mas tenho vontade de permanecer no meu canto, mais me canso e mais olho para essas pessoas como se eu estivesse em um planeta que não reconheço, que não é o meu.






1 Divagações

  1. Algumas pessoas ficam felizes em rotular as outras.
    É mais fácil. É mais prático. É mais cômodo.
    Elas que se danem.

    Beijos, Eduardo.
    Blog: *** Caos ***

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