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Sobre um baixo grau de picância, volta ao cinema e um clima desértico

quinta-feira, 16 de setembro de 2021

No início do mês de setembro decidi, por puro tédio diga-se de passagem, ir uma segunda vez à sauna liberal. Não foi algo espontâneo na verdade, o meu amigo me convidou novamente e eu, por falta de um programa melhor, decidi ir. Não é que eu tenha ido contra a minha vontade, mas como já expliquei antes aqui, fico extremamente desconfortável quando estou junto a um grupo de pessoais as quais não conheço ou conheço pouco. Assim como da primeira vez, fui mais para poder passar um tempo junto com meu amigo, trocar carícias, conversar, beber um pouco e admirar alguns frequentadores. Não consigo fazer sexo com pessoas as quais não tenho amizade ou intimidade e acho que isso nunca vai mudar. Bom, na verdade não precisa mudar, pois cada pessoa sente as coisas de um jeito e eu sou assim. Em conversas que já tive com outros amigos gays, alguns já me disseram que preferem mil vezes ter intimidade e sexo com pessoas desconhecidas, aquele lance de "uma noite só", eu já não consigo nem que me esforce muito. Na verdade eu não me esforço pra isso.

Confesso que essa segunda visita à sauna foi bem chatinha. Da primeira vez era tudo novidade, eu estava nervoso, curioso, ansioso, não sabia o que me esperava, as coisas que poderiam acontecer lá dentro, então foi algo bem mais memorável e proveitoso. O open bar de vodka com Yakult ajudou também. Já na segunda vez, apesar do open bar anunciado, eu fui, como disse, mais para poder ver meu amigo, estava sem vontade e sem libido, só queria sair do tédio que são os meus finais de semana preso em casa, sem nada pra fazer. A noite estava quente e abafada e eu achei que isso ajudaria, já que na primeira vez que fui estava frio e ficar só de toalhinha foi complicado. Tava com todos os músculos rígidos, menos o que importava pra ocasião. Entretanto, apesar do calor de quase 38º que estava fazendo nessa segunda noite, meu amigo, que havia passado mal no dia anterior estava bastante abatido, visivelmente, optando por ficar apenas conversando e tomando água. Como eu o respeito bastante decidi não incomodá-lo, apesar de ter passado boa parte do tempo alisando o coitado. Bom, ninguém mandou ele ser um gordinho gostoso do caralho.
Sei lá, acho que era o dia que não estava bom, muito quente de fato, pois todos os outros rapazes também ficaram, em sua maioria sentados na mesa conosco, batendo papo e tomando água. E embora eu, por incrível e mais estranho que pareça não vá nesse tipo de lugar buscando sexo, senti falta de algo mais picante pelo menos. Não foi um dinheiro bem gasto e serviu pra me fazer pensar melhor da próxima vez, antes de decidir ir a um lugar unicamente por tédio.

Falando em tempo quente, tenho andado um bagaço por conta disso. Graças às intervenções do homem humano no planeta Terra o clima hoje não funciona mais como antigamente, quando o inverno era frio, o verão quente e no outono você corria o risco de escorregar no monte de folhas secas das calçadas e ter um traumatismo craniano. Hoje em dia não consigo mais diferenciar uma estação da outra, todas parecem verão, sempre quentes, pelo menos aqui na minha cidade. Isso acaba comigo, pois já sou naturalmente preguiçoso e o desânimo aumenta ainda mais com as altas temperaturas. Tenho dormido mal pra caramba, acordado cansado e me alimentado mal. Pelo menos tenho me esforçado para beber bastante água. Nesse cenário o que mais me preocupa são minha mãe e minha tia. Tá fácil pra qualquer um passar mal com tanto calor, mesmo os mais jovens, imaginem então pessoas de mais idade.

Sei que a pandemia ainda não acabou e tenho tomado todos os cuidados necessários, ainda usando máscara e álcool em gel mesmo depois de vacinado, evitando aglomerações e tal, mas no último final de semana decidi, depois de quase dois anos, ver um filme no cinema. Tava de saco cheio de um monte de coisas, irritado com amigos que me dão pouca atenção e pensando muita bobagem, então coloquei minha melhor roupa, fiz a barba e decidi ir. Temos dois shoppings aqui em Bauru e depois de pesquisar os horários das sessões pra achar um mais tranquilo fui ver o preço do ingresso. Sei que em outras cidades o valor é ainda maior, mas quando vi que uma inteira tá saindo por R$ 30,00, quase mandei tomar no cu. Não pago trinta reais pra entrar num cinema nem que seja o melhor filme do mundo. Mais R$ 16,00 da pipoca, R$ 5,50 do refrigerante e acreditem, tão cobrando até o sachê de tempero. Porém, consumido pelo tédio como estava, não desisti da minha empreitada e fui no outro shopping que temos aqui, um pouco mais simples, diga-se de passagem, mas onde o ingresso do cinema tá saindo por R$ 13,00 todos os dias, em qualquer horário. É tipo uma promoção "todos pagam meia", só que eterna. O lado bom é a economia, o ruim é que atraí um tipo de público menos culto do que eu gostaria.

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