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O amor é o ridículo da vida.

terça-feira, 29 de setembro de 2009





Dores, dores, oh dores que me tomam o sossego.


Finalmente depois de mais de 20 anos finalmente tive condições de colocar um aparelho ortodôntico. Isso se tornou meu sonho, desde que meus últimos dentes nasceram... tortos. Acreditem, esse tipo de coisa mina pra caralho a auto-estima de qualquer um. Não poder dar um sorriso legal é mesmo deprimente.




Agora vem um longo processo pela frente. Aperta daqui, estica dali, passa-fio, escova bitufo, bochechos com Listerine e dores, muitas dores até finalmente chegar o dia da minha cirurgia de mandíbula. Mas nesse ínterim, não vou me fazer tão de coitado porque com certeza Jesus deve ter sofrido muito mais na cruz do que eu com esse aparelho. Pensar nisso é uma forma bizarra de consolo, mas fazer o que? É um consolo.




Nos meus dias mais doloridos o que me ajuda também é visualizar o sorriso irritantemente perfeito do Ricardo e aquela cara de mamão macho que minha tia disse que ele tem e botar na cabeça que, mais dia menos dia vou poder sorrir igual. Pois é, a inveja e a dor de cotovelo além de terem seus benefícios, também são ótimos mecanismos impulsionadores, no final das contas.


Bom, dores à parte, tanto a da boca quanto a do cotovelo, tratemos do assunto do meu post de hoje: As ridículas alianças de compromisso para namorados.


Eu, embora não pareça sou romântico, no fundo quero o que todo mundo quer: Uma esposa fiel, filhos, cachorro, uma casinha de cerquinha branca, alianças douradas nos dedos e um casamento na igreja com tudo o que eu tiver direito e mais um pouco. Mas, enquanto nada disso vem, vou destilando meu veneno com um mórbido prazer maldoso.




Não sou contra alianças. É uma tradição sei lá, desde que o mundo é mundo. Tem uma simbologia bonitinha, passa uma idéia de união, compromisso firmado entre outras coisas mais. Confesso que troca de alianças num altar de igreja é uma coisa que realmente me emociona.




Entretanto, para os que ainda não me conhecem, eu sou uma pessoa muito sistemática, acho que cada coisa tem a sua utilidade, sua razão e acima de tudo seu tempo certo.


Aliança para mim tem sua razão de ser em dedos de noivos e casais casados.




Se depois de muito tempo você já namorou bastante, tem a certeza de que aquela é a pessoa da sua vida e decide se casar (obviamente noivar antes), aí sim é bacana, é romântico, é tradicional vocês passarem a usar uma aliança de noivado e futuramente, alianças de casamento.




Agora, hoje em dia, assim como o amor, assim como o sexo, como o verdadeiro compromisso, o uso de alianças foi banalizado pra caralho.




Não é segredo pra ninguém que eu odeio casais jovens de namorados, principalmente os muito românticos e sonhadores. Odeio o jeito como eles “acham” que se amam verdadeiramente e eternamente. Acho ridículo o jeito como eles batem no peito e anunciam aos 4 ventos a sua felicidade, para depois, na primeira desavença boba já falarem em terminar tudo.


Certa vez estava conversando com um amigo que já namora há 2 anos. Ele é um desses garotos jovens, iludidos e românticos. Daqueles que ficam deixando recadinhos melosos pra namorada no Orkut e colocando frases de amor eterno no MSN.


Disse ele que a namorada tem planos de seguir a carreira militar. E caso ela vá mesmo fazer isso, teria que se mudar de cidade por um tempo. Ela perguntou a ele se ele a esperaria por um ano, até ela concluir o que terá que fazer e então voltar. De acordo com o que ele mesmo me disse, ele pensou um pouco e já disse que não.


Oras! Ué? Eles não se amam tanto, não vivem declarando amor eterno um para o outro e para o mundo? Não estão dividindo suas douradas alianças de compromisso? Como então uma coisa tão pequena como um ano de espera pode terminar assim com tamanho amor? Eu juro que quando ele me disse isso, fiquei com vontade de gargalhar na cara dele.


Com apenas 4, 5 meses de namoro esses jovens casaizinhos de namorados já estão trocando suas alianças. Vão juntinhos na loja, as escolhem, mandam gravar seus nomes nelas. Pra que? A vida é tão incerta. Ainda mais quando se é tão jovem. Fazem tanta coisa, juram tanto amor, pra uma coisa que nem sabem se pode durar ou não. O mais ridículo de tudo é que eles fazem tudo isso, assumem todo esse compromisso, trocam alianças para depois, se terminarem, alguns meses depois estarem com um novo amor. Ou seja, fútil, banal, sem propósito.





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