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Sobre loucura, rotina, opções limitadas e pra variar, solidão.

segunda-feira, 19 de abril de 2010


Fico me perguntando quando é que vou escrever novamente sobre algúm final de semana agradável que tive. Atualmente eles são bastante raros, quase inexistentes. 
Minha situação não é das melhores. Um marmanjo barbado de 34 anos, sem amigo nenhum, sem namorada, sem sexo, sem

vida social ou qualquer tipo de distração. Tirando o emprego e uma ou outra atividade esporádica, passo a maior parte do meu tempo em casa com duas senhoras de idade, ouvindo conversas que não me interessam nem um pouco. As vezes leio, as vezes estudo, as vezes caminho, mas mesmo assim, pelo menos em minha opinião isso está longe de ser uma vida saudável. Saudável para o psicológico de uma pessoa. 


To começando a me sentir como Norman Bates em Psicose ou Jack Nicholson em O Iluminado. 



Já ouvi falar de pessoas que às vezes se sentem tão transtornadas com determinada situação que chegam a sentir quando a loucura bate à sua porta. É o meu caso. As vezes sinto como se faltasse muito pouco para que eu tenha um crise de loucura e cometa algo insano, matar pessoas, me matar. Sinto como se estivesse na beirada de um abismo e bastasse apenas um leve empurrão para que eu caísse e me afogasse no mar de insanidade que eu posso vislumbrar quando fecho meus olhos e me volto para o meu interior. Só quem passa ou já passou por isso é que pode descrever as sensações horríveis. Dores de cabeça, dores no corpo, falta de ar. E esses são apenas alguns dos sintomas físicos. Nas minhas piores crises sinto o corpo todo formigar, dos dedos dos pés aos fios de cabelo. Sinto o sangue correr pelas veias, como se quizesse sair pra fora, vem aquela vontade de pegar uma gilete e me cortar, como se isso fosse diminuir a pressão dentro do meu corpo, aliviar a dor e a angústia que eu sinto. Ainda não o fiz, mas vontade não me falta. 


Quem não passa por isso não faz idéia de como é aterrador e destrutivo. Sabe quando a gente assiste aqueles filmes onde a pessoa se contorce e geme na cama angústiada, chorando, sofrendo e aí a gente pensa: "Nossa! Que exagero, ninguém faz isso, mesmo se estiver muito angustiado". 
Bom, eu vivo fazendo isso. Não porque eu quero que alguém veja, pois faço isso sozinho em casa, nas raras vezes em que consigo ficar sozinho em casa. Sabem quando as pessoas dizem, "Estou sentindo uma coisa tão grande que não cabe dentro de mim", seja alegria ou tristeza. Pois é. A maneira física de demonstrar isso é essa. É como se tivesse um Alien dentro do seu peito fazendo força para estourá-lo e sair pra fora gritando. 
 Nessas horas fico imaginando as pessoas que me criticaram e ainda criticam (pelo visto nunca vou conseguir deixar isso pra trás), com suas vidinhas ajeitadinhas, suas famílias, seus almoços de final de semana, suas namoradas. Tudo bem, seria hipocrisia minha dizer que a vida deles é perfeita, a de ninguém acredito que seja, mas acompanhei-os por tempo suficiente para ver que nenhum deles jamais chegou nem perto de passar pelo que eu tenho passado e o que me dá ódio é o fato deles ousarem me criticar como se tivessem pleno conhecimento de causa da coisa. Eles criticam você pela manhã e a noite vão comer a namorada, sair pra balada ou coisa parecida. 


Finais de semana como o último que eu passei me fazem ver o quanto sou extremamente dependente de coisas insignificantes, já que não tenho coisas realmente significativas pra me preencher. 


Estou sem monitor em casa e em conseqüência disso, sem poder usar o PC. Esse deveria ser um problema pequeno, insignificante, afinal quantas pessoas nem tem computador ou sei lá, também estão com ele queimado ou sem monitor. 
Mas esse é um problema que toma grandes proporções quando você analisa as suas alternativas de diversão no final de semana e vê que a única coisa que você tem pra fazer é ficar na frente do PC, conectado a internet olhando o MSN vazio e navegando por sites totalmente desinteressantes. Não tenho onde ir, não tenho com quem ir. 
Não quero ir ao cinema sozinho, não quero caminhar sozinho, tomar um sorvete sozinho. O que me machuca não é a falta de algo, mas de alguém. 


Tenho uma prima que vem um final de semana ou outro em casa. Atualmente é a única pessoa com quem realmente converso e tenho algúm tipo de interação. Mas ela tem a vida dela e não é sempre que podemos nos ver. Aprendi a gostar muito dela mas mesmo assim, saber que ela e a internet são minhas duas únicas opções de distração nos finais de semana é massacrante. Que se não tiver nenhuma das duas, simplesmente só me resta deitar no sofá e ficar olhando pro forro da sala esperando o final de semana acabar.
Foi o que eu fiz nesse último final de semana. Fiquei dentro de casa das 10 da manhã até às 10 da noite simplesmente apático, porque fora ficar esperando a minha prima (que acabou não aparecendo), não tinha mais absolutamente nada pra fazer. Ninguém pra conversar, nenhum lugar pra ir. 
Por que não li um bom livro? Por que não estudei? Porque não vi um filme? 


PORQUE TUDO O QUE EU QUERO É UM POUCO DE COMPANHIA, UM POUCO DE CONVERSA! EU JÁ NÃO AGUENTO MAIS ESSA SOLIDÃO! 


O que me importam livros, filmes, se eu não consigo me concentrar em nenhum deles, pois o que eu quero é alguém pra poder conversar. Alguém a quem eu possa escutar e que me escute. 


Meu próximo final de semana vai ser igual, senão pior. Não é pessimismo, mas realismo. Minha prima já sei que não vem novamente, pois estará fora da cidade. Mesmo que até lá eu consiga um monitor pra poder ligar meu PC, do que adiantaria? Vou passar sábado e domingo navegando inutilmente, sem ninguém pra conversar. Sem perspectiva, sem futuro. 


Eu gostaria muito, muito mesmo de morrer.




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Virginiano, bauruense, Designer, ilustrador e web designer. Amante de cinema, quadrinhos, boa música e outras nerdices. Sonhando com o namorado ideal.

6 Divagações

  1. Anônimo19 de abril de 2010 às 13:47

    Du, sabe como me toca os seus textos né? nem vou falar sobre isso...

    Mas olha, montei outro blog, estava querendo fazer uns tutoriais básicos pras gurias do fórum que eu frequento, elas são mega leigas, mau sabem instalar um programa no pc, mas eu sou meio ruin em explicar as coisas, fora que ando numa preguiça de escrever kkk, ai eu pensei se vc quizesse e pudesse...sabe...VC ME AJUDA?? Pleaseeee!! hehehe

    desculpa a chateação, se não estiver afim pode dizer, te entendo, mas imaginei que talvez te distraisse...sei lá, qualquer coisa manda eu...pra aquele lugar viu?

    Adoro vc, bjuss

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  2. Anônimo20 de abril de 2010 às 00:45

    Amigo!
    Vim agradecer a sua participação no meu diário. Venha sempre que quiser!
    Seu post me deixou um pouco apreensiva! Se quiser, conte comigo pra conversar. Não deixe a tristeza tomar conta de você. Lute contra ela. A vida é o nosso maior bem.
    Bjssssss!

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  3. Mary20 de abril de 2010 às 12:25

    Ai, morrer não, né amigo? Poxa, tanta gente que precisava morrer não morre! Desejo um dia bem legal para você, se possível não sei, mas desejo do mesmo modo. O meu dia hoje, vai ser um saco, embalando coisas e coisas... mudança, dia todo em casa. Nem sei porque guardamos tantas besteiras nessa vida. Beijos.

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  4. Carina20 de abril de 2010 às 12:57

    adoro ler o seu blog, também me indentifico muito com vc, sei como é ruim ser solitário nesse mundo tão cruel com pessoas como nós, que não se encaixam nos padrões,sinto pela sua tristeza, sei que é algo que não vai passar só pelo fato dos outros dizerem que ela vai passar, também fico horas no msn sem ter ninguém pra gente conversar, sair pra dar uma volta? pra quê, não vai ter ningupem lá mesmo... ok estou sendo depressiva só vim pra te dizer que vc escreve muito bem, parabéns...

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  5. Sônia Silvino (CRAZY ABOUT BLOGS) 22 de abril de 2010 às 00:46

    Eduardo, meuq querido!
    Se não estás conseguindo sair dessa por ti mesmo, por favor, procure urgentemente um profissional que te ajude: um psicólogo ou um psiquiatra. São eles que nos ajudam nessas horas. Não tenha vergonha ou receio de procurar um profissional. Eles existem para nos ajudar e conseguem, pode ter certeza. Já tive depressão também, síndrome do pânico, fui medicada e hoje sou outra pessoa. Não deixe que esses problemas conduzam a tua vida. Tome uma iniciativa e procure ajuda, por favor! Faça isso por si mesmo. Tu mereces. E ninguém fará por ti. Esta iniciativa deve ser tua. Sempre que quiser trocar ideias, pode contar comigo através de meus blogs. Teus posts são um grito de socorro e não posso me calar diante disso. Recém cheguei por aqui, mas já me envolvi com o teu problema e estou muuuuito preocupada. Por favor, meu querido, procure ajuda profissional. Em relação a ter alguém, o que posso te sugerir é não ficar em casa esperando o dia acabar. Saia, mesmo sozinho. Por que não? Eu já fui inúmeras vezes sozinha ao cinema, ao shopping, e até viajar. É bom demais ficar livre de todos de vez em quando. Precisas estar bem contigo mesmo primeiro pra depois dividires a tua vida com alguém. Saia pra dançar, ao cinema, viajar e então estarás dando a chance de alguém te conhecer e descobrir que ser maravilhoso e sensível que és. Não solucionarás esses problçemas ficando sozinho dentro de casa. Amigo, tenho 51 anos, dois casamentos e mais experiência de vida do que tu com certeza. Portanto, não ignore ou menospreze as minhas palavras, pois elas estão saindo do meu coração e quero muito poder te ajudar.
    Me dê notícias. Se não quiseres fazer comentários sobre isso nos meus blogs, mande-me um e-mail: srsilvino@gmail.com. Vou te responder com muita atenção. Podes confiar. Não sou psicóloga. Nem nada parecido. Apenas uma mulher sensível que não gosta de ver ninguém sofrendo. Ainda mais quando há solução para o problema. E no teu caso, há!!!
    Bjkas, muitas! Dê notícias, ok? Ninguém poderá te ajudar se tu não quiseres. Espero que queiras!

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  6. Eric Felipe Moreira25 de abril de 2010 às 23:23

    Você é bem sozinho. Seria um ótimo amigo.

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Muito obrigado por comentar. Sendo contra ou a favor de minhas opiniões, as suas são muito interessantes para mim. Tenha certeza!