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Sobre grandes defeitos, vizinhos baderneiros, androgenia mística e aniversários irrelevantes.

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Odeio, odeio mesmo ficar gripado. Já devo sofrer naturalmente de TDA, não consigo me concentrar em nada do que eu faço, quando fico gripado então, parece que quanto mais eu tento me concentrar mais me dá vontade de tomar uma aspirina e deitar. Por sorte passei o último final de
semana sem crises de depressão, pois já odeio ficar em casa de qualquer forma, com gripe então, nem se fala. Por sorte comi pizza, vi filminhos legais, lavei o banheiro e quando eu vi já era domingo a noite.
Notei que escrevi repetidas vezes a palavra "odeio" no parágrafo acima. É fato que as vezes adquirimos costumes que é bom perdermos. Certa vez já me disseram que um dos meus grandes defeitos é o fato de eu odiar um monte de coisas, sendo que ódio é um termo forte demais. Já me perguntaram como é que consigo conviver comigo mesmo odiando tantas coisas como digo odiar.
Não creio hoje que na verdade o que eu sinta seja realmente ódio em seu estado puro. Certamente ódio é um termo forte mesmo e eu por mais que tente (sim, eu tento) não consigo sentí-lo tão intenso assim. Acredito que o ódio na maioria dos casos está ligado intrinsecamente à mágoa assim como o amor o é a carência. Eu penso que odeio, quando na verdade só estou magoado assim como muitos que pensam que amam só não querem ficar sozinhos. Da mesma forma que hoje banalizaram o "eu te amo" também acho que é preciso pensar um pouco antes de soltar um "eu te odeio". Mas no caso da gripe eu acho que posso abrir uma exceção quando digo que odeio ficar gripado. Quem é que não?

 

Vocês se lembram daquele filme antigo do Tom Hanks, Meus vizinhos são um terror? Pois é, eu vivo isso há anos, meus vizinhos são realmente um terror. Não são piscopatas nem briguentos, mas são baderneiros, tão baderneiros quanto conseguem ser.
Nesse último final de semana foi aniversário de um dos filhos deles. Fizeram uma festa que durou todo o final de semana, regada a tudo o que o "povão" gosta: churrasco, cerveja, algazarra, muito videokê, muito axé, pagode e outros ritmos indigestos que pelo amor de Deus.
Bom, com certeza não sou o único que deve ter vizinhos festeiros, mas o que me espanta neles é que além de terem o típico comportamento suburbano básico, ainda se reproduzem feito coelhos. Absolutamente todo o sábado é aniversário de alguém e praticamente todo ano a a filha ou o filho de um deles põe mais uma criança no mundo. Eu sinceramente já não sei mais quem é filho de quem ou neto de quem naquele lugar.
Eu não me incomodaria tanto com a baixeza deles se pelo menos eles deixassem o som num volume razoável e dessem uma pausa de madrugada pra gente poder dormir. Todo o final de semana é a mesma coisa, a baderna começa no sábado de manhã e termina no domingo a noite, isso quando já não começa na sexta a noite mesmo. O pior é ficar escutando os papos de bêbados deles e a gritaria dos fedelhos. Fico imaginando como é que um ser humano que se diz normal, pode não enjoar desse tipo de coportamento por anos e anos a fio e ainda passá-lo de geração pra geração.

Encontrei uma verdadeira obra prima navegando pela internet no domingo passado, algo que sempre quis ver durante toda a minha vida, mas até então só possuía em áudio. Creio que os mais velhos conhecem ou já ouviram falar de Rick Wakeman e o seu clássico concerto Journey to the Centre of the Earth. Como eu disse, uma obra prima, coisa maravilhosa de se ver. Magníficas canções, teclados incríveis, orquestra ao fundo e é lógico a narrativa poderosa de trechos do famoso livro de Julio Verne durante todo o espetáculo. Não vou dizer que é um espetáculo visual, porque o concerto é datado de 1975 e convenhamos que em 75 os recursos tecnológicos de vídeo eram bem limitados, mas o show em si compensa qualquer outra coisa. Destaque para o visual andrógeno e quase místico de Rick Wakeman nos teclados.
Muito mais atual mas não menos legal e não sendo um show, mas sim um filme, também no domingo gravei a última parte da trilogia MATRIX, que apesar de batida e clichê, tem uns lances filosóficos que me atraem muito, bom, pelo menos o primeiro. O Reloaded e o Revolutions já são mais uma overdose de efeitos visuais e pancadaria generalizada do que qualquer outra coisa. Mas assim como 2001, 2010, Metrópolis entre outros, a trilogia Matrix em minha opinião entrou para a história do cinema sci-fi e acho que é uma coisa que deve fazer parte da coleção de DVD's de qualquer nerd cinéfalo.

Falando em 2001 e 2010, também os gravei. Dos filmes do Kubrick esses dois são os melhores, embora após assistir recente e novamente à 2001 - uma odisséia no espaço, tenha ficado com vontade de explodir a TV com um tiro. Quase 3 horas de filme de uma narrativa leeeeeeeenta que só por Deus mesmo. Mas você treinando sua paciência, vê que o filme é bom. Só o HAL 9000 e o monolito negro já compensam o marasmo da narrativa. E podem me chamar de ignorante agora, mas descobri nessa semana que na verdade 2001 e 2010 são apenas o começo da aventura. De quatro livros, somente esses dois foram adaptados para a tela grande. Ainda existem os livros 2061 e 3001 - a odisséia final.


Meu aniversário está chegando, é no próximo dia 26 de agosto e sinceramente eu não estou nem aí com isso. Pra mim vai ser um dia como outro qualquer, ainda mais porque vai cair no meio da semana e eu vou estar trabalhando mesmo. Espero que ninguém no serviço ou fora dele venha querer me dar os parabéns, com abracinhos e votos de felicidade. Não é que eu não acredite na sinceridade das pessoas, mas acho que é tudo meio automático. As pessoas ficam sabendo que é o seu aniversário e acabam se sentindo na obrigação de fazer o gesto educado de lhe desejar parabéns e felicidades. O caso é que pouquíssimas pessoas realmente se importam se você vai estar vivo amanhã ou não. Não pretendo responder também aos recados de parabéns do Orkut. A maioria dos meus contatos mal fala comigo e a outra metade eu nem conheço. Aliás, considero o Orkut a rede da hipocrisia virtual.
Ano retrasado, acho eu, foi uma verdadeira luta pra conseguir reunir alguns poucos gatos pingados pra irem comigo a um rodízio comemorar meus 32 anos. Tudo bem que eu sempre preferi qualidade à quantidade, mas acho que não é certo você ter que ficar pedindo pras pessoas virem à sua festa, acho que se elas realmente se importam com você, deveriam querer estar com você nesse momento por si só. Contudo mudei muito de uns meses pra cá e realmente soa sincero até pra eu mesmo quando digo que não faço mais questão de nada, de festas ou amigos reunidos ao redor de uma mesa. Até prefiro que não se lembrem mesmo do meu aniversário e nem me desejem parabéns. Demonstrações de afeto e interesse vazias tem me deixado absurdamente irritado.







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6 Divagações

  1. Eu tive um vizinho de cima que era um verdadeiro terror, sozinho conseguia aterrorizar. Era pior ao tentar dormir, colocar criança para dormir e quando doente!

    Beijos

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  2. :o Oi, querido!
    Eu amei o filme dos vizinhos que eram um terror. Assisti várias vezes. Também tenho vizinhos barulhentos e que não educam os seus filhos. Quando "algumas pestes" crescem, não dá nem pra ser feliz, pois em seguida vem outros pra incomodar no condomínio. Mas, fazer o quê?! Faz parte! rs
    Pois é, faltam dois dias... e mesmo que não gostes, quero te dizer que desejo que te encontres e que te sintas feliz. Do teu jeito, da forma que quiseres, mas feliz! Nem todo mundo fala por falar, Eduardo! Te desejo tudo de bom, sim!
    Eu faço aniversário em outubro. E curto o meu aniversário. É a festa da vida! Tente ver de outra forma e sinta-se feliz, meu amigo!
    Ah... e sobre estar gripado: é HORRÍVEL!!!
    Beijinhos, queriiiiiido!

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  3. Seus posts são sempre um aprendizado pra mim. Parabéns, não deixo de vir aqui nunquinha!

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  4. Vizinho que parece cavalo andando tenho "em cima de minha cabeça" infelizmente! Há duas semanas temos vizinhos novos,umas pragas. O condomínio tem leis, mas preciso acionara e fico chateda de ter que tacar uma multa de 150 reais nos pobres. Por isso peguei o interfone e gentilmente avisei. Espero surtir efeito. Abraço.

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  5. Ola Edu, Hoje em dia eu não sei o que tem mais sentido, amor, amizade, odio, parece que tudo perdeu o seu real sentido, muitas das vezes falamos, mais não é o que sentimos realmente.

    Nem me fale de vizinhos
    aqui no meu prédio teve uma festa tanbém no sabado, bom é um prédio, eu acho que só isso já era motivo pras pessoas se mancarem, mais a falta de bom senço e educação é geral, sorte deles que eu não tinha uma granada em mãos.

    Cara por incrivel que pareça, também não curto comemorar meus aniversarios, prefiro que nem lembrem, no trabalho graças a Deus, niguem nem sabe quando faço aniversario, pelomenos assim os poucos que lembram eu sei que é dicoração e que realmente se importam.

    um grande abraço

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  6. Du, eu deveria saber que tinha alguma coisa que me unia a você. Somos virginianos. Temos mania de perfeição e muitas vezes o comportamento dos outros nos deixa irritados. Somos sensíveis e ao mesmo tempo práticos, Parecemos frios e pragmáticos porém somos um vulcão em erupção. Somos todo atenção, vemos e ouvimos tudo e passamos desapercebidos. Não temos a mesma atenção que dedicamos. Agora está explicado. Temos outra coincidência, tenho um filho que é poucos dias mais novo que você e eu o vejo em muitas das tuas falas. Acho que as pessoas que nasceram neste período, de alguma forma estão desajustadas a este tempo. Ele também é um amor de pessoa, mas a sinceridade dele muitas vezes soa como arrogância. É mesmo horrível não ser compreendido. Sei bem como é isto.
    Um abraço e... FELIZ ANIVERSÁRIO, de todo meu coração.

    angel

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Muito obrigado por comentar. Sendo contra ou a favor de minhas opiniões, as suas são muito interessantes para mim. Tenha certeza!