Sobre coisas que deixamos ao longo do caminho, sanduíches de presunto e filmes de zumbi.
sábado, 18 de setembro de 2010
Na sexta-feira de manhã enquanto eu me trocava para ir trabalhar, minha mãe me pediu para esperá-la, pois ela precisava ir ao posto de saúde fazer um exame e gostaria que eu a acompanhasse até lá, já que fica no caminho para os Correios, mas como ela viu que eu estava demorando muito para me trocar (tenho essa mania), decidiu ir na frente e pegar um ônibus, apesar do posto de saúde não ser tão longe, fica há uns 15 minutos de caminhada de casa. Deixei ela ir, mas no final o ônibus que ela estava esperando demorou tanto que quando eu estava indo para o trabalho ela ainda estava plantada no ponto, então acabamos indo juntos a pé.
Minha mãe sempre foi superprotetora de uma forma doentia. Como eu nasci quase cego da vista direita ela tinha muito medo de que eu me machucasse facilmente, por isso não me deixava fazer nada, não podia correr, não podia ficar pulando, nem subir em árvores ou até mesmo cadeiras. A primeira vez em que saí sozinho na minha vida foi pra ir ao cinema com uns amigos no centro, eu já tinha 16 anos, mesmo assim minha mãe implorou para toda a turma a pegar na minha mão pra atravessar a rua, lógico que fui motivo de chacota pelo caminho todo. Bom, cresci e me tornei um bundão, com medo de tudo e todos, achando o mundo complicado, cruel e ameaçador. Culpei e odiei minha mãe durante muitos anos por conta disso, por causa da superproteção dela que me fez ter medo de um mundo o qual mais tarde eu seria obrigado a encarar sozinho e despreparado.
Hoje, depois de muitos encontros e desencontros, brigas, discussões, tentativas de suicídio por parte dela, já não tenho mais raiva por ela ter me reprimido tanto, mesmo que os resultados disso me afetem até hoje na vida adulta, contudo não posso afirmar com convicção que não tenha mágoa, acho que depois de tudo é natural. Conheço muitas pessoas que guardam uma mágoa absurda dos pais, de pessoas do passado mas acabam sufocando isso em si mesmas por um falso sentimento de perdão e moralismo, quando na verdade jamais se esqueceram de muitas cousas. Eu prefiro admitir meu rancor, minha mágoa, mas como eu disse, no caso específico dela a raiva que cultivei por tantos anos acabou dando lugar à compaixão. Sim, compaixão, até mesmo um certo carinho, mas que ainda assim é impulsionado pela compaixão, não pelo amor. Infelizmente não posso dizer que a amo. Não por maldade ou vingança, mas simplesmente porque as vezes as coisas ao longo de nossa vida vão caminhando de uma forma estranha e, quando você se dá conta já mudaram muito. Acho que durante a vida toda ela me exigiu tanto amor, de uma forma tão compulsiva que hoje mesmo tentando compreender o lado dela eu quero meu espaço, preciso respirar, preciso sentir que não preciso mais dela.
Em certa ocasião, depois de uma briga feia eu jurei que jamais faria qualquer cousa por ela novamente, que não lhe compraria mais um grão de arroz, já que durante a discussão ela disse que eu era um demônio que sempre a odiei e que se soubesse que as coisas terminariam assim, preferia ter me abortado. O caso é que quando as pessoas são superprotetoras elas querem que você precise delas pra tudo, e quando elas percebem que você pode ser independente, que não precisa mais que elas façam tudo por você e que acima de tudo estão perdendo o controle sobre você, se revoltam. Mas certa vez ouvi num filme que a vida é curta demais pra se sentir raiva, então pelo menos da minha mãe não quero carregar comigo ou deixar que ela se vá carregando, já por outras pessoas, eu posso conviver com esse peso. Hoje nós estamos nos dando bem, ela se medica regularmente contra o transtorno bipolar e se tornou uma pessoa cuja apatia e a falta de vontade de lutar também influenciam na sua falta de vontade de brigar com quem ou pelo que quer que seja. Mas o que está me fazendo divagar esse monte de coisas sobre ela é que na sexta, quando chegamos em frente ao posto de saúde, ela se despediu de mim (aliás, como sempre faz) com um "Vá com Deus e que ele te proteja muito". Por mero costume, eu respondi entredentes apenas um "tá". Depois continuando meu caminho para o trabalho, fiquei pensando sobre o quanto não consigo mais demonstrar afeto por quem quer que seja. Não é que não quero demonstrar, eu não consigo mesmo. Pra mim, dar um "bom dia, boa noite, boa sorte", um "vá com Deus", se tornou extremamente difícil ao longo dos anos. Tenho me perguntado até mesmo se eu amo ou se realmente eu já cheguei a amar alguém ao longo da minha vida. Será que o que eu julguei amor da minha parte, nada mais foi do que uma carência, a qual a minha mãe, hoje vejo, também tem e passou pra mim ao longo das décadas?
Chegando no serviço eu passei bem, muito bem na verdade. Foi aniversário do chefe e no dia anterior fizemos uma vaquinha pra presentear-lhe com um café da manhã gostosissíssímo, como diz o Chaves do oito, com direito a sanduíche de presunto ainda por cima. Comi até o cú fazer bico e depois nem quis sair pro almoço, já que minha taxa de gordura diária com certeza ficou garantida. Quando me pego nesses dias relaxados no trabalho, me dou conta do quanto na verdade estou triste por deixar a empresa, mesmo que seja preciso. Tirando alguns contras, os Correios são um excelente lugar pra se trabalhar, o ambiente de trabalho é muito aprazivo, pelo menos na minha área. Abaixo, uma foto que aproveitei pra tirar com minha equipe de trabalho: da direita para a esquerda, eu, a estagiária Bárbara Straissand, minha supervisora/chefe/grande amiga Carol e o ataráxico Everton, a quem amistosamente chamo de Yanomami, o indígena oriental. Somos nós quem vivemos fazendo arte nos Correios.
Aproveitando que não saí para o almoço, "fugi" um pouco mais cedo pra casa. Bom, na verdade foi tudo um plano desde o início. Com o estômago e os intestinos repletos de pedaços de sanduíche de presunto e besuntados com refri, eu já sabia de antemão que perderia a fome e, em conseqüencia disso não sairía para almoçar e, em conseqüencia disso, teria uma desculpa pra sair mais cedo. Pow, sexta-feira né meu? Me dá um descontinho, eu tava feliz, Resident Evil 4: O Recomeço estreiou nos cinemas. Não que eu tenha ido na sexta, fui no sábado, mas o caso é que qualquer desculpa é válida. ha... haha!
Não me entendam mal, eu não sou vagabundo, eu gosto de trabalhar, eu preciso trabalhar (e quem é que não?), mas eu decidi não levar a vida mais tão a sério como eu levava antes. Sei das minhas responsabilidades, sei dos meus deveres e os cumpro todos, sou infantil quando quero ser, mas sei ser muito maduro quando é preciso ser. Ser uma ou outra coisa demais não faz bem. Maturidade é essencial, mas você perde muito dos encantos da vida se levar tudo muito a sério. Conheci um cara que se deu mal por isso há um tempo atrás. A garota era louca por ele, só faltava imlplorar pra namorá-lo, se é que já não o fez alguma vez, e o cara nem aí, só queria saber de estudar, de ler os livros dele e ficar no seu mundinho. Quando ele se deu conta do que tinha perdido já era tarde demais, a fila andou e ele ficou a ver navios, pedindo pra garota que deixasse o namorado e ficasse com ele. Assim como ser imaturo demais torna você patético, querer arcar com responsabilidades demais e esquecer que a vida precisa ser vivida, também acaba te deixando um pouco patético. Algumas pessoas escondem os medos que tem da vida, atrás de máscaras de auto-suficiência.
Falando em Resident Evil, sinceramente não sou tão fã dos filmes quanto sou dos jogos. Adoro coisas assustadoras e Resident Evil ficou famoso também por esse quesito, afinal, encarar uma horda de mortos-vivos sozinho, numa cidade deserta e com apenas algumas armas é bem assustador, mas os filmes foram seguindo uma linha no decorrer dos anos que me desagradou. Não sou um desses fãs fanáticos ridículos que gostam das coisas sempre exatamente como são, sem tirar nem por, daqueles que reclamam de cousas do tipo: "Ah, mas o personagem fulano não tinha barba no video-game, no filme ele tem e eu detestei! Ah, o cabelo de beltrana é diferente no jogo!" Eu gosto e acho válido os artistas e cineastas darem seu ponto de vista particular sobre uma obra, redesenharem, reconstruírem. Por exemplo eu, fui muito, muito fã do Jim Lee na época em que ele desenhava os X-Men e detestava a arte de Rob Liefeld na X-Force, as bocas que ele desenha parecem um cuzinho cheio de pregas, mas mesmo assim eu achava interessante ver alguns personagens retratados pelo traço dele, não deixava de comprar a revista ou algo assim.
Contudo esse Resident Evil 4: O recomeço (Resident Evil: Afterlife) não me decepcionou nem um pouco. Na verdade eu não sei o que houve comigo, pois não me sentia tão feliz pela estréia de um filme desde As Tartarugas ninja 1, quando era um pivete viciado nesses personagens e fui por todo o trajeto ao cinema, conversando com as tampas de bueiros, fantasiando que as tartarugas estavam lá. Confesso lógico, que esperava mais. Achei o filme curto e foram usadas poucas locações, somente duas na verdade, a prisão e o navio Arcadia, onde eu vibrei sentado na poltrona com a luta do vilão Wesker contra Alice, Claire e Chris Redfield com a empolgante trilha da banda The Perfect Circle ao fundo, The Outsider. Viciei nessa porra dessa música. Para baixá-la, clique aqui. Muitos elementos dos jogos estavam presentes, como o monstruoso Executioner, personagem do 5º jogo e cães mutantes que foram um show à parte. Zumbis com mutações bizarras também foram um destaque, mortos-vivos parte homens parte vermes, arrastando-se entre as paredes e embaixo da terra.
Dos quatro filmes, esse até agora foi o que mais gostei. Muitas cenas no escuro, com lanternas e luzes fracas, lugares estreitos, úmidos e claustrofóbicos deram um clima mais dark a essa versão. Pra variar e pra minha surpresa, deixaram o final em aberto, mostrando claramente que haverá uma continuação sabe-se lá quando. Um conselho: depois dos créditos finais tem uma cena extra, eu diria, chocante para os fãs da série. Uma personagem está de volta, alguém que todos os fãs esperavam que voltasse, e ela está literalmente vestida para matar. Não vou contar quem é. Se você é fã da franquia de jogos e dos filmes, vá ver e confira. É isso aí! Filme demais! Abaixo, o trailer:
Minha mãe sempre foi superprotetora de uma forma doentia. Como eu nasci quase cego da vista direita ela tinha muito medo de que eu me machucasse facilmente, por isso não me deixava fazer nada, não podia correr, não podia ficar pulando, nem subir em árvores ou até mesmo cadeiras. A primeira vez em que saí sozinho na minha vida foi pra ir ao cinema com uns amigos no centro, eu já tinha 16 anos, mesmo assim minha mãe implorou para toda a turma a pegar na minha mão pra atravessar a rua, lógico que fui motivo de chacota pelo caminho todo. Bom, cresci e me tornei um bundão, com medo de tudo e todos, achando o mundo complicado, cruel e ameaçador. Culpei e odiei minha mãe durante muitos anos por conta disso, por causa da superproteção dela que me fez ter medo de um mundo o qual mais tarde eu seria obrigado a encarar sozinho e despreparado.
Hoje, depois de muitos encontros e desencontros, brigas, discussões, tentativas de suicídio por parte dela, já não tenho mais raiva por ela ter me reprimido tanto, mesmo que os resultados disso me afetem até hoje na vida adulta, contudo não posso afirmar com convicção que não tenha mágoa, acho que depois de tudo é natural. Conheço muitas pessoas que guardam uma mágoa absurda dos pais, de pessoas do passado mas acabam sufocando isso em si mesmas por um falso sentimento de perdão e moralismo, quando na verdade jamais se esqueceram de muitas cousas. Eu prefiro admitir meu rancor, minha mágoa, mas como eu disse, no caso específico dela a raiva que cultivei por tantos anos acabou dando lugar à compaixão. Sim, compaixão, até mesmo um certo carinho, mas que ainda assim é impulsionado pela compaixão, não pelo amor. Infelizmente não posso dizer que a amo. Não por maldade ou vingança, mas simplesmente porque as vezes as coisas ao longo de nossa vida vão caminhando de uma forma estranha e, quando você se dá conta já mudaram muito. Acho que durante a vida toda ela me exigiu tanto amor, de uma forma tão compulsiva que hoje mesmo tentando compreender o lado dela eu quero meu espaço, preciso respirar, preciso sentir que não preciso mais dela.
Em certa ocasião, depois de uma briga feia eu jurei que jamais faria qualquer cousa por ela novamente, que não lhe compraria mais um grão de arroz, já que durante a discussão ela disse que eu era um demônio que sempre a odiei e que se soubesse que as coisas terminariam assim, preferia ter me abortado. O caso é que quando as pessoas são superprotetoras elas querem que você precise delas pra tudo, e quando elas percebem que você pode ser independente, que não precisa mais que elas façam tudo por você e que acima de tudo estão perdendo o controle sobre você, se revoltam. Mas certa vez ouvi num filme que a vida é curta demais pra se sentir raiva, então pelo menos da minha mãe não quero carregar comigo ou deixar que ela se vá carregando, já por outras pessoas, eu posso conviver com esse peso. Hoje nós estamos nos dando bem, ela se medica regularmente contra o transtorno bipolar e se tornou uma pessoa cuja apatia e a falta de vontade de lutar também influenciam na sua falta de vontade de brigar com quem ou pelo que quer que seja. Mas o que está me fazendo divagar esse monte de coisas sobre ela é que na sexta, quando chegamos em frente ao posto de saúde, ela se despediu de mim (aliás, como sempre faz) com um "Vá com Deus e que ele te proteja muito". Por mero costume, eu respondi entredentes apenas um "tá". Depois continuando meu caminho para o trabalho, fiquei pensando sobre o quanto não consigo mais demonstrar afeto por quem quer que seja. Não é que não quero demonstrar, eu não consigo mesmo. Pra mim, dar um "bom dia, boa noite, boa sorte", um "vá com Deus", se tornou extremamente difícil ao longo dos anos. Tenho me perguntado até mesmo se eu amo ou se realmente eu já cheguei a amar alguém ao longo da minha vida. Será que o que eu julguei amor da minha parte, nada mais foi do que uma carência, a qual a minha mãe, hoje vejo, também tem e passou pra mim ao longo das décadas?
Chegando no serviço eu passei bem, muito bem na verdade. Foi aniversário do chefe e no dia anterior fizemos uma vaquinha pra presentear-lhe com um café da manhã gostosissíssímo, como diz o Chaves do oito, com direito a sanduíche de presunto ainda por cima. Comi até o cú fazer bico e depois nem quis sair pro almoço, já que minha taxa de gordura diária com certeza ficou garantida. Quando me pego nesses dias relaxados no trabalho, me dou conta do quanto na verdade estou triste por deixar a empresa, mesmo que seja preciso. Tirando alguns contras, os Correios são um excelente lugar pra se trabalhar, o ambiente de trabalho é muito aprazivo, pelo menos na minha área. Abaixo, uma foto que aproveitei pra tirar com minha equipe de trabalho: da direita para a esquerda, eu, a estagiária Bárbara Straissand, minha supervisora/chefe/grande amiga Carol e o ataráxico Everton, a quem amistosamente chamo de Yanomami, o indígena oriental. Somos nós quem vivemos fazendo arte nos Correios.
Aproveitando que não saí para o almoço, "fugi" um pouco mais cedo pra casa. Bom, na verdade foi tudo um plano desde o início. Com o estômago e os intestinos repletos de pedaços de sanduíche de presunto e besuntados com refri, eu já sabia de antemão que perderia a fome e, em conseqüencia disso não sairía para almoçar e, em conseqüencia disso, teria uma desculpa pra sair mais cedo. Pow, sexta-feira né meu? Me dá um descontinho, eu tava feliz, Resident Evil 4: O Recomeço estreiou nos cinemas. Não que eu tenha ido na sexta, fui no sábado, mas o caso é que qualquer desculpa é válida. ha... haha!
Não me entendam mal, eu não sou vagabundo, eu gosto de trabalhar, eu preciso trabalhar (e quem é que não?), mas eu decidi não levar a vida mais tão a sério como eu levava antes. Sei das minhas responsabilidades, sei dos meus deveres e os cumpro todos, sou infantil quando quero ser, mas sei ser muito maduro quando é preciso ser. Ser uma ou outra coisa demais não faz bem. Maturidade é essencial, mas você perde muito dos encantos da vida se levar tudo muito a sério. Conheci um cara que se deu mal por isso há um tempo atrás. A garota era louca por ele, só faltava imlplorar pra namorá-lo, se é que já não o fez alguma vez, e o cara nem aí, só queria saber de estudar, de ler os livros dele e ficar no seu mundinho. Quando ele se deu conta do que tinha perdido já era tarde demais, a fila andou e ele ficou a ver navios, pedindo pra garota que deixasse o namorado e ficasse com ele. Assim como ser imaturo demais torna você patético, querer arcar com responsabilidades demais e esquecer que a vida precisa ser vivida, também acaba te deixando um pouco patético. Algumas pessoas escondem os medos que tem da vida, atrás de máscaras de auto-suficiência.
Falando em Resident Evil, sinceramente não sou tão fã dos filmes quanto sou dos jogos. Adoro coisas assustadoras e Resident Evil ficou famoso também por esse quesito, afinal, encarar uma horda de mortos-vivos sozinho, numa cidade deserta e com apenas algumas armas é bem assustador, mas os filmes foram seguindo uma linha no decorrer dos anos que me desagradou. Não sou um desses fãs fanáticos ridículos que gostam das coisas sempre exatamente como são, sem tirar nem por, daqueles que reclamam de cousas do tipo: "Ah, mas o personagem fulano não tinha barba no video-game, no filme ele tem e eu detestei! Ah, o cabelo de beltrana é diferente no jogo!" Eu gosto e acho válido os artistas e cineastas darem seu ponto de vista particular sobre uma obra, redesenharem, reconstruírem. Por exemplo eu, fui muito, muito fã do Jim Lee na época em que ele desenhava os X-Men e detestava a arte de Rob Liefeld na X-Force, as bocas que ele desenha parecem um cuzinho cheio de pregas, mas mesmo assim eu achava interessante ver alguns personagens retratados pelo traço dele, não deixava de comprar a revista ou algo assim.
Contudo esse Resident Evil 4: O recomeço (Resident Evil: Afterlife) não me decepcionou nem um pouco. Na verdade eu não sei o que houve comigo, pois não me sentia tão feliz pela estréia de um filme desde As Tartarugas ninja 1, quando era um pivete viciado nesses personagens e fui por todo o trajeto ao cinema, conversando com as tampas de bueiros, fantasiando que as tartarugas estavam lá. Confesso lógico, que esperava mais. Achei o filme curto e foram usadas poucas locações, somente duas na verdade, a prisão e o navio Arcadia, onde eu vibrei sentado na poltrona com a luta do vilão Wesker contra Alice, Claire e Chris Redfield com a empolgante trilha da banda The Perfect Circle ao fundo, The Outsider. Viciei nessa porra dessa música. Para baixá-la, clique aqui. Muitos elementos dos jogos estavam presentes, como o monstruoso Executioner, personagem do 5º jogo e cães mutantes que foram um show à parte. Zumbis com mutações bizarras também foram um destaque, mortos-vivos parte homens parte vermes, arrastando-se entre as paredes e embaixo da terra.
Dos quatro filmes, esse até agora foi o que mais gostei. Muitas cenas no escuro, com lanternas e luzes fracas, lugares estreitos, úmidos e claustrofóbicos deram um clima mais dark a essa versão. Pra variar e pra minha surpresa, deixaram o final em aberto, mostrando claramente que haverá uma continuação sabe-se lá quando. Um conselho: depois dos créditos finais tem uma cena extra, eu diria, chocante para os fãs da série. Uma personagem está de volta, alguém que todos os fãs esperavam que voltasse, e ela está literalmente vestida para matar. Não vou contar quem é. Se você é fã da franquia de jogos e dos filmes, vá ver e confira. É isso aí! Filme demais! Abaixo, o trailer:
4 Divagações
Eduardo, dessa vez é muito da sua história que vejo na minha. Como você, me questiono sobre o que já senti e chamei de amor. E também não consigo dizer se amo ou não meus pais. Faz tempo que fiquei muito decepcionado com algumas coisas, que uma hora espero contar no blog. Não carrego rancor ou raiva... é apenas uma ferida que fica sempre aberta, nos impedindo de trocar palavras carinhosas. É muito difícil. Nossos pais deveriam ser nossos exemplos... e conseguem ser até que você cresce e começa a entender a vida. E em certos momentos, que precisa de apoio, de força, acaba vendo que não vai ter o que espera, e a imagem de pais intocáveis, cai por terra. Me sinto mal, como você também se questiona, mas não consigo mudar. Quando penso nisso até sinto aperto no peito. Terrível. Não gosto nem de lembrar, de certos momentos da minha vida. Por isso tenho essa resistência também para escrever sobre isso. A minha essência.
ResponderExcluirGosto da forma como você coloca as coisas. É muito verdadeiro e eu valorizo demais isso, porque estou cansado de lidar com pessoas que usam de artifícios pra conseguir as coisas, de picaretagem... que passam por cima de tudo e de todos pra chegar onde quer. Valorizo a sinceridade e honestidade, e foi, junto com sua história em si, o que me fez realmente acompanhar você.
Ah, que post incrível que eu gostaria de ficar aqui comentando over and over. Mas me limitarei a parte da manipulação materna, da qual poucos escapam. Seria ideal que acontecesse igual ao livro Admirável mundo novo, em que a pessoa, desejando ter um filho, fosse lá no laboratório e pegasse um meninO (eu sou a única mulher que nunca quis ter filho homem) perfeita raça ariana e levava. Zumbis: são meu karma. Nunca, jamais consegui me livrar de hordas de zumbis. For a crazy coincidence postei sobre isso no facebook e deu até encrenca.
ResponderExcluirÉ tão normal haver coisas que deixamos pelo caminho... nem sempre se tornam lembranças boas, mas temos de aprender a lidar com elas. Difícil, eu sei, e também sempre estou às voltas com os mesmos sentimentos, aqueles que não deveriam resistir ao tempo. Lutas que travamos nessa longa caminhada, muitas vezes por toda a nossa existência. "Sempre em frente, não temos tempo a perder..."
ResponderExcluirEduardo, as mães amam demais, e por vezes tb acham que os filhos são suas posses e erram novamente, mas é muito difícil ser mãe, na verdade, nem ela sabia como agir com a sua deficiencia, sei porque tive uma irmã cega. A minha não foi boa, nem má.. foi uma mulher que trouxe uma bagagem familiar de hipocrisias, machismo e teve 8 filhos criados como deu, sozinha, praticamente. Do meu pai guardo mágoas profundas,se perdoar é esquecer e beijar a face, então não perdoei nada. Mas hoje posso olhar nos lindos olhos verdes que ele tem e falar-lhe o que penso sem temê-lo e desejar-lhe o bem. A palavra certa talvez seja a mesma sua: compaixão. Já senti muita raiva e desprezo, mas hoje, tenho pena do tamanho da ignorância de meu pai, que tb acabou sendo vítima dele mesmo, é só. As vezes ligo e pergunto como vai, não por medo de castigos porque ele é meu pai, mas porque ele é um ser humano infeliz. No dia dos pais sinto um grande vazio, não posso dar-lhes parabéns. Graças meu marido é um bom pai para o meu filho e não passo o mesmo que minha mãe. Mas penso que águas passadas não movem moinhos e eu mesma tenho meus próprios erros para aprender. Espero ser uma mãe que escolhe o caminho do meio: nem excesso de zelo e nem liberdades impróprias. Mas é difícil.
ResponderExcluirMuito obrigado por comentar. Sendo contra ou a favor de minhas opiniões, as suas são muito interessantes para mim. Tenha certeza!