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Sobre saudade, rostos retalhados, genitais mal depilados e achocolatados em pó.

terça-feira, 21 de setembro de 2010



No sábado passado ao voltar do cinema (que aliás foi tudo de bom) caminhando pela avenida quase vazia, com o sol já se pondo, me peguei novamente pensando em velhos amigos. Ir no cinema foi legal, o filme foi bacana pra caramba, mesmo sozinho nesse dia eu me satisfiz. Contudo sempre me vem aquela sensação de "poderia ter sido melhor se eu tivesse companhia".
Na verdade não é apenas a falta de companhia que me fez pensar nisso nesse dia, mas também a saudade pura e simplesmente. As vezes mesmo quando sabemos que as coisas passam, mudam, seguem adiante, de vez em quando nos pegamos lembrando daquela ocasião especial, daquela conversa boa, daquele amigo que já foi querido. Acho que é natural isso, por isso parei de lutar contra, eu deixo vir, afinal dizem, saudade é que nem cólica, vem e vai. Mas quando vem, incomoda pra caramba, independente de serem boas lembranças.
Voltei o caminho todo meio melancólico, pensando que talvez algúm dia as coisas voltem a ser como eram antes, o que na verdade é mera ilusão de gente carente. As vezes por mais que saibamos que uma coisa é como é, ou no caso se tornou o que se tornou, recusamo-nos a aceitar o fato, acreditando que cedo ou tarde essa nuvem de chuva passageira vai sair de cima de nossas cabeças.

Cheguei em casa e uma de minhas muitas primas estava lá, havia acabado de voltar do trabalho e deu uma passada em casa pra descansar um pouco. Seus cigarros haviam acabado e ela me pediu para acompanhá-la até a padaria para que adiquirisse um outro maço e de lá, continuar seu caminho pra casa. Coloquei a camiseta novamente e saímos. Essa minha prima é amiga da irmã de um antigo amigo meu. De acordo com ela, hoje já nem tanto, já que as duas estão se falando pouquíssimo também.
Durante a caminhada até a padaria, deliberadamente perguntei pra minha prima sobre essa amiga dela, se tinha notícias, se estavam se falando. Óbviamente perguntei apenas com o intúito de quem sabe, indiretamente conseguir alguma informação sobre meu antigo amigo, mesmo sabendo que não obteria nenhuma, afinal, por que é que minha prima saberia de alguma coisa? Achei que talvez ela ainda freqüentasse a casa ou sei lá. Ela me disse que há tempos não tem notícias da amiga, que estão se falando pouquíssimo também. Disse que na última vez que se viram foi aquela cousa de "oi" e "tchau". Começamos a falar então da saudade de algumas pessoas do passado.
Ela me disse que de vez em quando ainda sente muita saudade das amigas com quem já não fala mais. Disse que outro dia mesmo se pegou olhando seu álbum de fotos no Orkut e ficou muito triste, quase chorosa ao abrir as fotos onde posava com uma velha e querida amiga. Hoje as duas não se falam mais, desentendimentos, mal-entendidos, interpretações erradas, acho que não há ninguém no mundo que consiga escapar disso. Ela disse que sente muita, muita saudade e que de vez em quando até bate aquela vontade de passar a mão no telefone e procurar a amiga, ouvir sua voz, conversar com ela e tentar fazer com que tudo volte aos eixos. Eu lhe disse a mesma coisa a meu respeito, parecia que ela estava falando de mim e não de si mesma. Até hoje não deletei algumas fotos antigas do meu Orkut ou do meu HD. Não consigo e sinceramente não quero fazer isso. Não fico as olhando toda hora, mas vez ou outra, quando a saudade bate muito forte eu abro algumas delas e me ponho a chorar, fico lembrando de como foram maravilhosos os momentos que passei com essas pessoas e o quanto valorizei isso mais do que tudo, mesmo que hoje elas julguem que não. Elas enxergam a minha mágoa, o meu descontentamento atual e concluem que sempre fui assim, ou seja, sempre fui um falso que fingia gostar delas. Bom, de algumas sim, outras eu apenas aturava para poder estar perto de fulano ou beltrano. Nessa altura do campeonato, dizer que eu não era pelo menos um pouco falso é hipocrisia. Em minha opinião todos somos falsos quando precisamos ser, não há quem não seja, mesmo os que morram dizendo que não são.
Um amigo me disse uma vez e eu já mencionei isso em várias postagens aqui do blog, que o que me falta é adquirir mais aceitação das coisas, cair na real, aceitar que algumas coisas são como são ou tomam o rumo que tomam e seguem adiante, que preciso parar de me apegar a um passado que não vai mais voltar, que isso é normal, que a vida é assim mesmo. E foi isso que minha prima disse pra mim novamente no caminho para a padaria, não direcionado a mim, mas para nós dois. Disse que infelizmente a vida e as pessoas nunca são da maneira que as queremos ver realmente e que em determinadas situações só nos resta mesmo ir tocando a vida, que não compensa remoer uma coisa que já foi há tempos, ficar mastigando um assunto sem engolir, como fazemos com carne de churrasco ruim. Que devemos não tentar interferir em algumas coisas da vida e deixar o acaso se encarregar delas. Pois é, como muitas coisas na vida, fácil em teoria, botar em prática é que são os quinhentos.



Fui no centro da cidade para pesquisar o melhor preço de um aparelho barbeador que eu pudesse pagar em no máximo 10 suaves prestações de menos de R$ 20,00 ao mês. Dos sonhos de consumo sem muita necessidade os quais sempre tive, um barbeador é um deles. Antes era uma câmera digital, agora eu tenho ela e mal tiro fotos. Bom, o barbeador pelo menos com certeza vai ter mais utilidade, já que a minha barba, se é que posso chamar essa penugem de barba, cresce mais rápido do que eu consigo aparar, me deixando com um ar de maconheiro sem vergonha. Pra tirá-la eu venho usando a clássica gilete e creme de barbear. Eu usava sabonete, não ligava muito pra produtos masculinos de barba, mas depois que me tornei mais vaidoso, não dispenso uma espuma cheirosinha e uma loção causticante mais cheirosinha ainda, depois gel, hidratante, adstringente e por aí vai. Nada que vá impedir que eu envelheça e que a minha pele vire uma uva passa, como acontece com todo mundo. Todavia cuidar de si nunca é demais.
Pensei que ainda existissem barbeadores de R$ 150,00 no mundo, aí eu compraria em dez parcelas, pagando R$ 15,00 por mês, mas pra minha surpresa e decepção, um aparelho bom está por volta de R$ 300,00. Pra falar a verdade achei um lá na loja por R$ 70,00 à vista, mas olhei, olhei, olhei de novo e não sei se vale a pena pagar tão pouco, dizem que o barato na maioria das vezes sai caro. Fiquei imaginando eu levando o barbeador baratinho pra cara e ele retalhando todo o meu rosto com suas giletes rotatórias vagabundas e depois explodindo na minha mão, deformando o resto do rosto que restasse. Bom, pelo menos eu conseguiria substituir o falecido Heath Ledger como o Coringa, no próximo filme do Batman.
Pra falar a verdade nem sei se um barbeador funcionaria direito comigo, tenho um pescoço magro e um pomo de Adão saltado, acho que as lâminas ficariam empacando o tempo todo ou como eu disse acima, acabariam me machucando, sei lá. Talvez eu compre um com o dinheiro do acerto que vou receber quando sair dos Correios, ainda não sei. Tem vezes que as minhas vontades são passageiras, as vezes eu quero muito uma coisa, mas quando demoro demais pra conseguir acabo deixando de lado, ainda mais quando eu sei que não é prioridade.
No domingo aproveitei pra fazer o que sempre faço quando fico sozinho em casa, que é lavar o banheiro, passar um pano no chão da cozinha e é lógico, assistir meus vídeos pornôs que não posso assistir durante a semana, porque o computador fica na sala e como eu já disse, tenho zero de privacidade na casa toda. Pra dizer a verdade sinceramente eu não consigo ver muita graça em filmes pornô, em alguns casos chega a ser até ridículo, muitas vezes cansativo de se ver. É tudo sempre a mesma coisa chata e sem sal, aquelas mulheres siliconadas, mega maquiadas com cara de vagabunda e aquele olhar de "nossa, como eu sou gostosa" e aqueles caras com jeito de tarado fazendo caretas e gemendo tanto que parece que estão com dor de barriga. Depois, quase quarenta minutos do mesmo sexo de sempre, situações ridículas, membros masculinos em riste e vaginas mal depiladas. Caralho, como odeio vaginas mal depiladas. Esses "atores" sim é que deveriam fazer uso de um bom barbeador elétrico ou um aparador de pelos corporais. É muito nojento encontrar pelos na comida, principalmente na mulher comida (piadinha infame do dia).
Mais tarde no mesmo dia eu subi até o supermercado pra comprar uma lata de Neston® e um pote de Toddy®. Adoro mingauzinho de Neston
® no final da tarde, com granola, mel e bananas picadinhas e não dispenso um volumoso copo de leite com Toddy® antes de ir pro trabalho. fazer o que? Fui uma criança muito bem cuidada e paparicada, preciso manter certos costumes.







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6 Divagações

  1. Também tenho "ataques" de saudade das pessoas que um dia passaram por minha vida e pelas quais eu alimentei uma grande amizade e sentimentos intensos, mas uma coisa que não faço é guardar fotos e/ou lembranças materiais delas. A partir do momento em que elas decidiram se desligar de minha pessoa, eu decido realmente apagá-las da minha vida. Pode ser um ato extremo/exagerado, mas faço para não sofrer mais, pois eu realmente me sentiria muito mal se ficasse revendo seus rostos e as lembranças se tornariam muito mais vívidas. [P.S.: Acredito que você vai gostar muito do filme Don Juan de Marco!]

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  2. Aiiii!! Te odéio!!!
    Adoro Neston r Toddy também...mas foi só passar uma semana tomando direto e já engordei..afff

    Por que vc foi falar nisso??? snifff

    kkkk, to brincando :) te adoro!

    bjãoo

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  3. Eu também adoro Neston,pena que aqui praticamente não tem,de vez enquando eu até encontro,mas pelo preço absurdo de quase R$:200,00,aí sem chances mesmo.Já senti também muita saudades das pessoas,principalmente quando cheguei aqui,hoje em dia eu percebo que afasto elas de mim,sei lá,talvez seja fase,mas sempre evito as pessoas e procuro ficar sozinha o máximo que posso,ou talvez seja por que já me acostumei a viver assim.

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  4. Oi Edu, tudo bem!?

    Vejo o quanto vc costuma sempre expressar teus sentimentos, suas angústias aqui no seu blog. E além disso é bem detalhista. E quanto as amizades do passado como as colegas de escola, e ainda mais aquelas pessoas q a gente pensa q qdo terminar os estudos, eles ou elas ainda vão dar um alô, q venham visitar a gente, mais q nada, isso é uma grande ilusão. Tenho saudades das pessoas até dos meus 7 ou 8 anos de idade. E q qdo não podiamos morar naquele local mais, eles e elas disseram q SEMPRE iriamos nos manter contato, mais q nada. Nunca mais, e aquele momento no caminhão da mudança foi o ADEUS infelizmente. E é triste vc gostar, e ter q separar assim. Faço como vc, vejo uma ou duas fotos q tenho da minha infância, e q nela tb estão estes, q se diziam q por mais q existisse a distância, iriamos no falar sempre. E parece q no mundo atual, ou real ainda mais, o desapego é ainda maior pelas pessoas, e nem existe algum(a)q vc possa declarar publicamente q sempre esteve, e estará ao teu lado para o q der e vier. Quanta nostalgia ter estas vagas lembranças, mais fazer o q né! ;/

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  5. Saudades.. já senti muita. Mas aprendi a lidar com isso, hoje tiro de letra. Acho que morreria se a saudade fosse de meu filho, mas o resto, ninguém. Moro longe de quase todos que amo, vejo uma vez no ano ou até menos... aprendi que saudade faz o coração doer, a cabeça pirar e o corpo adoecer. Desapeguei.

    Neston? kkkk... trem bão, né? Só dispenso o mel e o achocolatado. Abração.

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  6. Comentei anonimo porque não tenho nenhuma das contas pedidas ... so isso , mas fique avontade para apagar, depois !
    Estava lendo e é como você estivesse falando de mim na parte da saudade ... você sempre pensa que as pessoas serão eternas e que sempre vão estar com você ... mais é ai que nos enganamos . Sou meio lobo solitário , sempre sigo sozinha ! porque evitando pessoas ao meu redor , evito angústias , evito mentiras , brigas e falsidade ... não gosto de humanos . Obrigada pela atenção '-'

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