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Sobre homicídios lusitanos, prazer em fazer sofrer, baixas temperaturas e previdência privada.

sexta-feira, 15 de abril de 2011

Já disse várias vezes aqui que não me considero uma pessoa culta, instruída ou intelectual apesar de receber muitos elogios pela qualidade dos textos que redijo, por florear as linhas com palavras diferentes ou abordar assuntos com a franqueza que abordo. Além de ler bem menos do que gostaria, não ter consciência política e quase nenhum conhecimento
de causa das coisas da vida, também odeio matemática a ponto de não saber fazer porcentagem direito e sempre confundo mal com mau no português. Todavia depois que me familiarizei com a internet e passei a freqüentar essas malditas redes sociais, realmente fiquei pasmo com o número de homicídios online cometidos contra o português. Eu sei que hoje em dia infelizmente os erros de português são muito comuns entre o povo, mesmo os mais instruídos. São tantas regras, normas, ditongos, tritongos e pronomes pessoais do caso reto que acabamos realmente nos perdendo no meio disso tudo, contudo o que eu tenho visto, ou melhor, lido pela web tem me deixado realmente espantado. E não falo do idioma “miguxêis” ou algo do gênero, falo de erros de gramática gravíssimos, que não deveriam acontecer nem mesmo com as pessoas mais simplórias. Falo de começar as frases no plural e terminar no singular ou vice-versa, trocar Ç por SS, comer letras, coisas que vão muito além do simples erro de digitação, tais como, por exemplo, “eu acho que as pessoas estaria melhor com...”.
Tudo bem que a educação no Brasil não é nem de longe como deveria ser, mas às vezes fico muito incomodado em ver o quanto as pessoas, inclusive à geração atual, cometem erros tão terríveis na escrita. E antes que algum leitor ou seguidor meu venha me dizer que essa minha reclamação é alguma indireta, não, não o é, pois eu também cometo minhas gafes no português, inclusive nessa postagem mesmo devem ter algumas bem feinhas. Só acho que as pessoas deveriam escrever textos dando um pouco mais de carinho a eles, se esforçando para não cometerem tantos erros de escrita como vem acontecendo. Assassinar o português não é crime, mas deveria ser.


Embora sinceramente eu já esteja de saco cheio desse caso do massacre de Realengo e do tal de Wellington, não tenho parado de pensar nos motivos que o levaram a cometer tal atrocidade. Absolutamente nada justifica que se faça o que ele fez, ainda mais com crianças inocentes e sim, ele realmente não era uma pessoa sã, nota-se pelos vídeos deixados por ele que sua mente já estava totalmente destruída. Contudo é natural e óbvio que a reação instantânea das pessoas seja a de maior repúdio possível, dizendo que ele merecia morrer, que era um louco maldito e que fez o que fez movido não só pela insanidade, mas pela maldade, alguns dirão que foi até obra de forças demoníacas.
Em momento algum estou defendendo-o, pois como disse nada justifica essa barbaridade, mas vendo as mensagens deixadas por ele lembrei-me das muitas coisas que passei no colégio, vítima do bullying e me senti novamente como naquela época horrível, quando eu era motivo de piada pelas minhas orelhas grandes, dentes tortos e os óculos. É o tipo de coisa que machuca você de uma forma indescritível, pois tudo o que você deseja é ser aceito e que as pessoas respeitem você como você é, mas por mais que você procure cativar determinadas pessoas e agir como elas esperam que você aja, algumas delas parecem ter um prazer cruel em fazer você sofrer e se sentir mal consigo mesmo. Por isso eu deixo aqui o meu apelo aos pais, um pedido de quem já passou por isso e sabe o tipo de pensamentos que isso pode gerar: dêem mais atenção aos seus filhos nesse sentido. Observem se ele anda muito isolado, calado, deprimido, pergunte a ele qual é o problema e não faça pouco caso de suas tristezas. Com certeza esse tal de Wellington foi um dos muitos que sofreu calado durante anos e sem ajuda, sem orientação, acabou acreditando que devia fazer o que fez para se vingar de pessoas as quais ele nem sabe mais onde estão.


Finalmente instalaram o ar condicionado aqui na empresa. É uma espécie de aparelho que faz com que a atmosfera do ambiente se resfrie, baixando a temperatura de tudo no ambiente, inclusive dos corpos que nele estão. Nessa época de calor foi uma ótima aquisição do meu chefinho, só que do jeito que o negócio é potente, daqui a pouco vão me confundir na rua com um desses mortos-vivos de filme de terror ou com algum vampiro da saga Prepúcio de tão gelado que fico, chegando a ter que esfregar as mãos uma na outra para manter o sangue circulando no corpo. Pelo menos agora posso vir trabalhar de forma mais elegante, com camisa por cima da camiseta, além do que a sensação de banho tomado fica em você o dia todo, fazendo assim com que você trabalhe bem mais a vontade.
Recebi o conselho de um amigo sobre começar a pagar um plano de previdência privada pra mim. Comecei a trabalhar muito tarde, o que significa que ainda vou demorar muito pra me aposentar e do jeito que a minha situação atual é complicada, posso acabar virando um desses velhos empurrando carrinho de picolés nas ruas da periferia e realmente não tenho essa vontade.
Não entendo nada disso, sou de família pobre e só tenho conta em banco hoje por causa do emprego. Não sei nada de taxas, cartões, cheques e depósitos. A simples palavra “previdência privada” parece um palavrão pra mim, dá medo até de dizer, mas ele disse que o investimento não é muito e que vai valer muito a pena pra garantir um futuro melhorzinho pra mim. Bom, vamos ver, fiquei muito interessado e acho que vou correr atrás disso. Minha família nunca pensou no próprio futuro e por isso hoje estamos como estamos. Preciso mesmo quebrar esse círculo vicioso.


Sobre o Autor:
Eduardo Montanari Eduardo Montanari é dono dos blogs Divagações Solitárias e Du-Montanari Design, além de pseudo-web-designer. É formado técnico em informática e sabe estourar pipoca sem deixar muitos piruás sobrando. Semi-nerd assumido (se é que isso existe), gosta de quadrinhos, anime, mangá, entre outras nerdices e esquisitices.


3 Divagações

  1. Kkk.. só baixar a temperatura do seu "gelador" para não ficar parecido com o vamp do "prepúcio".. quanto a previdência, faça sim.. também fiz uma para mim agora, pois meu trabalho não me dá. O investimento não é muito, vai depender do que você quiser receber. Mas é um dindim "garantido" (se nada mudar até lá), para o futuro. Afinal, é melhor previnir... E se o mundo acabar em 2012, não terá perdido grandes coisas. Quanto aos erros de português, tenho muitos... mas não escrevo Ç cedrilla. Uma amiga, fez um cartão lindo no Fhotoshop e escreveu "agradesso" invés de agradeço. Chorei. Abraços.

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  2. Oi Eduardo,

    Não posso deixar de aproveitar pra dizer o seguinte:

    "mal" é antônimo de "bem"
    "mau" é antônimo de "bom"

    Se der dúvida, é só imaginar como ficaria a frase usando o antônimo. Por exemplo:

    "Fumar faz mal" ou "Fumar faz mau"? Se der dúvida, vc imagina como ficaria a frase com "bom" e "bem".

    "Dormir faz bem" ou "Dormir faz bom"? É lógico que é "Dormir faz bem" (que é oposto de mal), então a frase correta é "Fumar faz mal".

    Agora porcentagem. Com o básico vc faz todos os cálculos, não precisa complicar. Calcular, por exemplo, 20% de 80. Vc multiplica 20 por 80 e divide por 100.

    20 . 80 = 1600
    1600 : 100 = 16
    Então 20% de 80 é 16.

    Agora existem muitos tipos de problemas envolvendo porcentagem, mas todos eles podem ser resolvidos com esse mesmo raciocínio. São sempre 3 coisas. Como no probleminha acima, foi o 80, o 20 e o 16. É sempre a mesma coisa: dá dois resultados e pede um terceiro que vc não sabe. O que vc não sabe vc chama de "x" e aí faz a mesma conta, achando o valor desse x.

    Agora sobre bullying, quando eu estava no colégio todo mundo me chamava de "baixinha". Passei anos e anos sendo chamada de "baixinha", em vez do meu nome. O interessante é que depois quando fui morar nos Estados Unidos e fiquei anos lá. Ninguém nunca sequer sugeriu ou falou qualquer coisa em relação ao meu tipo físico ou estatura nos Estados Unidos. Então, eu cheguei à conclusão que o problema era a mentalidade daquelas pessoas que me chamavam de "baixinha", que só conseguiam ver isso em mim.

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  3. Acho que uma das coisas mais interessantes de seus posts é que você não fica mascarando o que você tem pra dizer, você apenas diz. Isso passa a impressão de alguém determinado e bem resolvido.

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