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Sobre pseudo-blogueiros, vida em tempo real e chegar até onde conseguir chegar.

quarta-feira, 8 de junho de 2011

Odeio pessoas que se dizem blogueiras e tratam seus blogs e os dos outros, como se fossem uma extensão de suas redes sociais, onde elas apenas querem adicionar mais e mais pessoas para fazer volume, para parecerem que são cheias de
seguidores e o top da internet. Atingi nessa última semana a marca de 140 seguidores, jamais pensei que fosse chegar a tantos, mas o caso é que desses 140, somente uns 7 ou 8 me são fiéis e aos quais sou fiel também. A grande maioria apenas clicou no botãozinho "seguir" porque deve ter achado ele bonitinho ou achou que por também ter um blog, seria interessante seguir outros apenas para poder se dizer blogueiro.
Não sigo blogs cujo assunto não me interessa simplesmente por seguir, para fazer volume, também quando não tenho nada de muito relevante pra dizer, não comento nos blogs que sigo, pois assim como eu escrevo algumas coisas interessantes e outras não, os blogueiros que sigo também o fazem.
Adoro escrever em meu blog e comentar no dos outros, quando tenho o que comentar, mas o que odeio são coisas do tipo “Passei a seguir seu blog. Siga o meu” ou “Passei apenas para avisar do meu blog, o www.paunoseucu.blogspot.com. Peço que dê uma passadinha lá”. Pra mim, esse tipo de blogueiro é o mesmo que deixa recadinhos de ursinhos no seu Orkut, solicitam amizade sem nem mesmo te conhecer e lhe seguem no Twitter sabe-se lá Deus por que. Minha vontade quando recebo um comentário assim é perguntar para o cidadão: “Escuta meu querido, você pelo menos leu o que eu escrevi antes de postar esse comentário Ctrl+C Ctrl+V?”.
Eu julgo as pessoas. Não me importo em julgá-las porque também não me importo mais em ser julgado, como fui durante toda a minha vida. Não vou ao extremo, como aquela menina nojentinha da novela das sete que julga as pessoas como quem tem pedigree e quem é pobre vira-lata, mesmo porque eu durmo no chão da minha sala, mas acredito sim em pobreza de espírito e falta de intelecto. As pessoas para mim se dividem entre as que pensam e as que não pensam. Tem também aquelas que acham que pensam mas não pensam nada, os pseudo-pensadores (Posso até ser um deles, quem sabe? Julgue você mesmo.). Parágrafo sem conteúdo ou relevância alguma, puramente agressivo e azedo, faço isso vez ou outra quando não estou nos meus melhores dias. Escrito de um pseudo-blogueiro medíocre, para quem a carapuça servir.

Minha prima, aquela com quem sempre saio e da qual sempre comento aqui, vai se mudar de cidade. Conseguiu um emprego muito bom longe daqui e vai sozinha se aventurar longe de casa. Fiquei feliz pela notícia, mas ao mesmo tempo levemente melancólico, pois ficamos bem próximos e nos últimos tempos ela tem sido minha companhia vez ou outra, quando pode, em cinemas, shows e na lanchonete. Como a cidade é distante ela não vai voltar quase todos os finais de semana como fazia antes, talvez apenas uma vez por mês e olhe lá, então nos revermos, nor falarmos e sairmos juntos de agora em diante, somente em ocasiões muito raras. Como disse, apesar de ficar feliz por ela fiquei melancólico, mas pude ver agora o quanto consegui mudar de uns anos pra cá em termos de aceitação de algumas coisas. Tudo bem, nunca fomos muito ligados e mesmo agora não o somos, mas mesmo assim é chato deixar algumas coisas boas irem embora, mas agora vejo o quanto isso é natural e necessário e, percebendo isso, tudo parece mais fácil de lidar.
Consigo ver agora que as coisas só nos afetam dependendo da forma que as encaramos. Uma perda é uma perda só se acharmos que é. Eu por exemplo apesar de levemente chateado, não considero que perdi uma prima, mas sim ganhei uma cidade nova para visitar, quissá conhecer novas pessoas, expandir meus horizontes, além do que, penso também no crescimento dela como humana e o quanto isso vai ajudá-la. Antigamente eu sempre tinha aquela sensação de "isso não está certo", como se as coisas não pudessem mudar sem causar danos irreversíveis as pessoas, mas vejo que os danos são causados se você deixar que as coisas fiquem sempre como estão. Mudanças são necessárias e por mais que se lute contra elas acontecem. Tá, você pode até impedir que elas aconteçam com você, já que é a única pessoa que pode controlar, mas queira você ou não, as coisas ao seu redor vão mudar e das duas, uma: Ou você decide ficar como está e vai observando o mundo mudar ao seu redor ou decide mudar também e acompanhar a vida em tempo real. Eu particularmente cansei de pagar pay-per-view e decidi dar um pouco mais a cara a tapa, aceitar as mudanças ao meu redor e provocar algumas também. Tem que ser assim.

Por mais que tentemos ajudar as pessoas, aconselhá-las, percebi que somos obrigados mesmo sofrendo a deixar com que elas aprendam com os próprios erros, mesmo que sejam dolorosos. Por mais que eu reclame que meus antigos amigos tenham sidos duros comigo, até mesmo cruéis e insensíveis em alguns aspectos, não tenho como negar que o fato de muitos deles "lavarem as mãos" a meu respeito ajudou-me a enxergar muitas coisas em mim que não enxergava antes. Não só meus defeitos, mas muitas qualidades também. Devo agradecê-los? Sim. Por que não? Mas ainda quero que se danem. Odeio ser desprezado.
Procuro não ser do tipo que desiste fácil dos amigos, justamente porque os meus desistiram facilmente de mim. Mesmo me cansando, me estressando, tento ir com a pessoa até onde consigo ir, ajudá-la até onde forem meus limites. Duas coisas importantes aliás para serem sempre lembradas e que eu aprendi às custas de muito sofrimento é que só podemos ir com alguém até onde nossos limites nos permitem e também apenas até onde a pessoa deixar que cheguemos, além desse ponto ela precisa seguir adiante sozinha, caso contrário não vai passar por tudo o que precisa passar, encarar os desafios que lhe forem impostos pela vida e aprender com eles.
É de nosso instinto natural (pelo menos de alguns de nós) não aceitar isso. Afinal já passamos por determinadas experiências e sabemos o quanto são difíceis de serem enfrentadas, tentamos então poupar a outra pessoa, ainda mais quando ela nos é muito querida. Queremos protegê-la de todos os males e do sofrimento pelo qual já passamos, mas não, não funciona assim, não conseguimos poupar ninguém na verdade, mas apenas adiar o inevitável. Assim como não nos cabe evitar nosso sofrimento, mas enfrentá-lo, também não nos cabe poupar ninguém dos seus, mas ajudar e apoiar quem se ama, para que ela consiga passar por isso com poucos machucados e cicatrizes pouco evidentes. Conseguindo isso eu tenho pra mim que já estamos fazendo o nosso melhor. Querer fazer mais do que isso é querer assumir o peso de uma vida que não é sua e nem de sua responsabilidade. Uma forma fria de ver as coisas? Não sei, mas não consigo deixar de sentir que é mais ou menos por aí.


Sobre o Autor:
Eduardo Montanari Eduardo Montanari é dono dos blogs Divagações Solitárias e Du-Montanari Design, além de pseudo-web-designer. É formado técnico em informática e sabe estourar pipoca sem deixar muitos piruás sobrando. Semi-nerd assumido (se é que isso existe), gosta de quadrinhos, anime, mangá, entre outras nerdices e esquisitices.


6 Divagações

  1. Faíscas, muitas faíscas.
    Mas tudo bem.
    Quando eu acho que entendi a sua relação com sua prima eu vejo que não entendi nada.
    Mas tudo bem também.

    Ahhhh! Gostei de seu blog, bom post, passa lá no meu e segue também. :p

    Levi Ventura

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  2. Oi Edu, (se me permite a intimidade...)
    eu sou um dos 7 ou 8 amigos!!!
    Quanto ao afastamento da sua prima, que bom que você encarou de maneira positiva. É um grande passo, e muito difícil!
    Agora, quanto aos amigos, não precisamos nunca abandonar ou lavar as mãos. As vezes nosso amigo só precisa de um ouvido... e isso não custa nada...
    PS.: Agora posso comentar!!!ÊÊÊÊÊÊ

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  3. As despedidas nunca são fáceis. Mesmo que não sejam aquela coisa do "nunca mais virei aqui".

    Acredito que a pior parte de uma despedida, é a falta que sentimos da pessoa. Não devemos nunca ficar tristes, pois isso seria egoísta, uma vez que é para o bem da outra pessoa. Mas sentir falta é natural. É aquele sentimento de tão longe, mas tão perto. As pessoas se aproximam as vezes através da distância. E isso é bom.

    Em relação aos amigos, e pessoas em geral. Se tratando de seres humanos, é sempre difícil de lidar. Mas qdo a amizade ou o amor são verdadeiros e bem sólidos, sempre seguem adiante, mesmo com arranca-rabos e dias ruins hehehe

    É difícil as vezes entender as pessoas, os limites, as marcas que o passado já deixou nelas. Pois, dependendo da vida de cada um, essa pessoa pode ter se fechado por causa de experiências ruins que já teve, e por isso não se solta com as pessoas novas, por marcas, feridas ou medos de acontecer denovo.

    As vezes, precisamos somente de deixar as coisas acontecerem... Apenas sentir a amizade ou o amor. Sentimentos assim apenas brotam em nossos corações, e não há nada que possamos fazer!

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  4. Ola Edu,grandes verdades ditas aqui, eu acho que o que acontece na blogosfera bem como nas redes sociais é só o reflexo do que as pessoas tem se tornado, seres vazios e frios em busca de beneficos próprios e reconhecimento sem se importar com o proximo.

    Tudo dito aqui eu chamo de a vida como ela é, num da pra ficar chorando pq a vida não é do jeito que agente quer, ou pq as coisas não aconteceram como queriamos, ou agente tenta fazer o melhor que pudermos com a nossa vida, ou o tempo vai passar e vamos continuar frustrados e infelizes.

    não amigo vc não esta vendo as coisas de uma forma fria, mas sim de uma forma clara, sem as ilusões que muitas das vezes somos convencidos a acreditar.

    fiquei muito satisfeito com tudo que li aqui
    agente vê tanta gente se entregando, desistindo de lutar, tirando a própria vida, se entregando aos vicios, fugindo em fim... que quando agente vê alguem se levantando, lutando e alcançando mudanças siguinificativas agente fica até feliz, pq as verdadeiras mudanças começam de dentro pra fora.

    a minha vida pode até num ser do jeito que eu queria, mas eu posso fazer dela o melhor que eu puder e ser muito feliz.

    é nisso que eu acredito

    grande abraço

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  5. Oi Eduardo,

    Eu não ligo muito pra esse negócio de seguidores. Não entro no twitter há meses. Nem sei quantos seguidores tenho... Não tenho tido tempo de escrever no meu blog, mas gosto de ler o seu e fazer um comentário quando tenho algo a dizer ou quando dá tempo de dizer alguma coisa. Não sei em qual "categoria" me enquadro...rs

    Gosto de pensar na vida em termos de "ciclos". A gente vive vários ciclos durante a vida. Quando um ciclo se fecha, tudo o que vivíamos acaba de forma irreversível. Às vezes estamos num emprego, convivemos com algumas pessoas, criamos amizades, andamos por determinadas ruas da cidade e de repente aquele ciclo se fecha. Saímos da empresa, não vemos mais aquelas pessoas, não andamos mais naquela parte da cidade. Em seguida, um novo ciclo se abre, com novos lugares, novas pessoas e novas experiências.

    Para a sua prima, provavelmente ela entrou num novo ciclo. Outra cidade, outro emprego, outras pessoas e novas experiências.

    Eu consigo perceber quando um ciclo vai se fechar, quando tudo aquilo vai acabar, bem antes de haver uma indicação concreta de que a mudança vai ocorrer. É assim: quando estou vivendo algo, sinto que as coisas ao meu redor de certa forma "me pertencem". É a minha mesa, minha sala, meu quarto, minha rua, meu ônibus etc. De repente, eu deixo de sentir isso. Não sinto mais a minha mesa como minha mesa, nem o meu ônibus como "meu ônibus" e por aí adiante. Parece que as coisas perdem o brilho, a vida. Aí, depois de pouco tempo a mudança acontece de fato.

    Tive amigos que também percebiam isso e muitas vezes, a gente olhava ao redor e dizia: "Final de ciclo". Os outros concordavam. Logo logo algo acontecia e tudo acabava. Cada um começava a viver outro ciclo em outro lugar, com outras pessoas.

    Quando eu estava nos EUA, depois de 3 anos, senti que era hora de ir embora quando comecei a sentir que as coisas ao meu redor já não me pertenciam.

    É triste sim, não nego, mas sempre costumei ficar animada num final de ciclo porque um novo ciclo iria se abrir e isso significa surpresas e novidades.

    A vida é movimento. A gente tem que estar sempre focado em algum ponto adiante, pois não existe estagnação, ao meu ver. Ninguém fica "parado". O que não vai pra frente, imediatamente está indo pra trás. E é melhor que a gente esteja no comando da mudança, pois caso contrário acabamos por ser comandados e sofrendo a mudança imposta por outros.

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  6. Duardo!
    Desculpe –me pela demora em fazer coments, é que está corrido esta semana!
    Mas I’m back again!
    É fato que as pessoas no Brasil, não tem noção para que servem os sites de relacionamentos.
    Acredito que elas confundem esta realidade, com a matemática, fazendo da estatística o ponto principal.
    Mas fico intrigado, se é falta de noção do que seja “sites de relacionamentos”, ou falta de noção do significado da palavra 'amizade!'
    Pois mesmo quando conhecemos, alguém nas “nights”, empolgadas pelo momento, trocamos celulares, e endereços eletrônicos para futuros contatos.
    Passados a euforia, elas se esquecem ou são totalmente indiferentes com a sua pessoa.
    Então eu acho que as pessoas, estão tão preocupadas com outros tipos de valores, que não o da amizade.
    Na época dos nossos avós, amizade era coisa séria, era cultivada como a mais preciosa joia, aliás coisa rara nos tempos atuais.
    Isto explica porque temos , tantas redes sociais a nossa disposição mas só podemos na verdade, contar com apenas um ou dois amigos , três é ser muito otimista.
    Então meu amigo, bem vindo ao mundo dito moderno , tão decadente e deprimente em termos de amizade , que se nossos avós estivessem vivos, não se aventurariam nestes sites!
    Eu costumo adicionar todo mundo que me solicita, pois qdo adolescente, eu pedia para as pessoas serem meus amigos, e elas me ignoravam, e eu me sentia muito mal .
    Se esta pessoa vai interagir comigo ou não , isto é com ela , eu faço a minha parte!
    Qto a me seguir no blog, para que eu siga também , eu acho ridículo demais. Acho que as pessoas devem me seguir pelos meus pensamentos, e não pela estatística.
    Mas costumo ler os blogs das pessoas que mê seguem, e se eu gostar da ideia costumo interagir com elas, como é no seu caso, por exemplo.
    Caso contrario só leio, e guardo só as mensagens relevantes.
    Realmente é muito difícil não sentir o afastamento das pessoas com quem convivemos por muito tempo.
    Criamos laços afetivos com a convivência constante, então parabéns Edú, você é humano.
    Com toda a certeza , se nós seres humanos, encarássemos todas as situações da vida pelo ponto de vista positivo, não sofreríamos tanto e seriamos menos cruéis com nós mesmos!
    Não são as coisas como são, mas como as encaramos que faz toda a diferença.
    A minha mãe vivia dizendo, amanhã melhora, e sempre vivia na expectativa de viver bons momentos na vida enquanto respirasse, o resultado disto é que ela sempre vivia de bom humor, e nada podia tirar do sério.
    Este pensamento além do bom humor, aumentava e melhorava o seu sistema imunológico, não pegando gripes e nenhuma doença.
    O que manda Edu, é a nossa cabeça, como encaramos a vida e tudo se reflete na qualidade ou não de nossas vidas, somos vitimas das nossas próprias ignorâncias.
    Sobre ajudar as pessoas, não podemos fazer muita coisa quando as pessoas são “cabeça dura”, sabe o tipo de pessoa que tem opinião formada sobre tudo e não estão nem ai com opiniões de amigos, que lhe querem o bem.
    Então a única coisa a fazer, é deixa-la de lado, pois tenho como opinião que ninguém pode fazer nada por ninguém a não ser nós mesmos!
    É claro que alguns bons amigos, querem o melhor para nós, mas de que adianta “eles” quererem, pois tem gente que parece que não faz questão da felicidade neste mundo.
    Vivem a vida só amaldiçoando seus desafetos, não percebendo muitas vezes que o maior culpado e responsável pelas nossas vidas somos nós mesmos, e não os outros.
    As pessoas aparecem e desaparecem de nossas vidas, mas a única coisa concreta que temos é a nossa própria vida , então porque ficar responsabilizando os outros pelos nossos fracassos e decepções?
    A única pessoa que pode fazer algo pela gente, somos nós mesmos, e é por isto que temos que ter a mente e o coração aberto as novas experiências, sem culpar e sem exigir nada de alguém.
    Abraços meu querido amigo virtual, te adoro!
    NAMASTÊTA!

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Muito obrigado por comentar. Sendo contra ou a favor de minhas opiniões, as suas são muito interessantes para mim. Tenha certeza!