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Sobre analfabetismo tecnológico, percepção da evolução durante um lanche, pisadas macias e o lado escuro da lua.

sexta-feira, 8 de julho de 2011

Como já era esperado por mim, minha mãe baixou a crista e está aos poucos voltando às boas com minha pessoa, já que ela não consegue mais me chantagear como fazia antes. Todas as vezes nas quais discutimos
acontece a mesma coisa, ela chora, se faz de vítima, diz que preferia estar morta, joga na minha cara várias "verdades" do ponto de vista dela e depois fica dois, três dias doente, se arrastando pelos cantos feito um zumbi obeso, sempre com aquela expressão de "quero morrer". Mas depois, quando ela vê que eu não me abalo com seu teatro, acaba cedendo e aos poucos voltando a conversar comigo e com minha tia, que graças à Deus me apoia nessas horas, senão ficaria louco. Mesmo assim ela parece dizer certas coisas de propósito, unicamente para me atingir. Começou ontem com uma conversa imbecil, dizendo que está curiosa com a forma que irá morrer, com qual doença irá morrer, tipo aqueles assuntos idiotas de quem não tem nada de mais importante para ocupar a mente. Minha vontade é pegar meu teclado e arrebentar na cabeça dela pra ver se ela acorda e resolve fazer algo de mais útil do que se afundar em auto-piedade.
Estou com tantas coisas para resolver que não tenho tempo pra me deixar abater. Minha nova diversão mensal é reunir todos os boletos de contas no dia seguinte ao meu pagamento e ir ao caixa eletrônico pagá-los via código de barras. Sei que parece ridículo, mas até uns tempos atrás eu ainda enfrentava filas pra pagar as contas na lotérica, bancos ou lojas, mas aí descobri que dá pra pagar tudo passando o código de barras no caixa eletrônico. Tô parecendo um analfabeto tecnológico, mas tudo bem.
Além de todas as obrigações, ainda tenho meus planos e compromissos para o mês. No sábado que vem é a festa de casamento de um rapaz lá do meu serviço. Eu não o conheço muito bem, nem o considero um amigo, apenas um colega de trabalho, sua noiva conheço menos ainda, contudo mesmo assim ele já pagou minha parte do bifê e me intimou a ir, creio eu mais por educação do que por outro motivo, já que como disse mal nos conhecemos. Eu até tentei recusar o convite, mas é uma daquelas ocasiões onde você fica meio sem escapatória, então decidi doar algumas horas do meu sábado a noite para caridade, além de comer e beber de graça, mas mesmo assim pretendo inventar alguma desculpa pra não me demorar muito lá por dois motivos: Eu não gosto de estar em lugares repletos de pessoas desconhecidas e também, apesar de estar amando, ainda odeio casais, sejam namorados, noivos, ficantes ou casados.Também estou ansiosíssimo pelo dia 17 e a excursão. Agora que faltam poucos dias tenho pensado muito nisso, além do curso em agosto e tudo o mais, ou seja, aos trancos e barrancos, bem ou mal vou vivendo meus dias, ocupando meu tempo e minha mente. Cansado? Confuso? Sim, mas ainda caminhando.



Algumas vezes estamos tão concentrados em nossa rotina diária, problemas, afazeres que as coisas vão acontecendo, ou melhor, mudando ao nosso redor e nem notamos isso. Aí algúm tempo depois paramos, tomamos fôlego, olhamos para trás e nos perguntamos quando foi que tal coisa aconteceu, em que ponto da nossa caminhada tomamos determinado rumo que nos levou onde estamos hoje e nos faz pensar como pensamos hoje.
Na quarta-feira passada combinei com um amigo que já não via há um tempo, pois ele estuda e está morando na cidade de São Carlos, de irmos até a lanchonete perto de casa, onde sempre íamos com a turma toda quando fazíamos colégio técnico de 2006 à 2008, já que ele está em férias da faculdade. Dos poucos amigos que me sobraram da época, pois com alguns cortei relações prazerosamente e outros considero apenas queridos conhecidos, ele foi um dos que mesmo à distância ainda se propôs a manter contato na medida do possível. Eu valorizo isso, quando a pessoa mesmo cuidando de sua própria vida, mesmo sem muito tempo sobrando ainda faz questão de demonstrar que lhe tem amizade. Atualmente nos vemos raramente e nos falamos pouco pela internet, mas mesmo assim lhe tenho apreço, pois apesar de na época ele ser um de meus amigos mais novos da sala de aula, incrivelmente foi um dos que mais compreendeu meus dilemas e problemas e acima de tudo respeitou-os.
Combinamos o encontro pelo MSN e na quarta à noite nos encontramos às oito na frente da lanchonete. Ele levou o irmão junto e eu me surpreendi em ver como o garoto cresceu e engrossou a voz, o tempo está passando rápido demais. Fomos nos sentar, fizemos o pedido e começamos a conversar. Ambiente agradável, companhia bacana, lanches gostosos, mas ainda assim algo me incomodava. Não sei se foi o fato de estarmos tanto tempo sem nos ver ou nos falar pessoalmente, talvez o dia da semana estranho, lanchonete meio vazia, mas achei tudo tão impessoal, como se não nos conhecêssemos mais direito. De repente parei, pensei e percebi que é isso mesmo, que essa sensação estranha é exatamente isso: que a vida anda pra frente, as pessoas mudam, ninguém é uma ilha. Tudo aquilo que sempre escutei de todo mundo: deixar sair cousas antigas pra receber cousas novas e tudo o mais. Fiquei observando os dois na mesa e percebendo o quanto estavam mudados, não para pior, mas apenas diferentes, evoluídos. Foi estranho porque apesar do desconforto que senti por perceber que as coisas mudam, também achei isso muito bacana.



Falando em amizades que persistem mesmo ao tempo e a distância, na quinta-feira tive um dia glorioso após ganhar um presente de aniversário adiantado, bota adiantado nisso, já que faço anos só no dia vinte e seis de agosto. Já tem algum tempo que eu estou querendo e precisanco comprar algum calçado confortável e estiloso para descansar meus pés cansados durante o período em que estou em casa. Eu só tenho um único chinelo o qual uso para me banhar e depois que saio do banheiro tenho que ficar andando com os pés úmidos pela casa toda. Tudo bem, eu poderia enxugar o chinelo, mas a preguiça não deixa, então estava planejando comprar um outro chinelo macio ou uma pantufa bonitinha de bichinho.
Estava eu quinta-feira trabalhando sossegado quando meu colega de trabalho me mostrou um confortável calçado que acabara de ganhar da irmã. Na verdade não é nada inovador, tá até bem na moda mas eu nunca quis comprar porque desde que ele foi lançado eu achei o modelo meio ridículo, deixa os pés gigantescos lembrando um sapato de palhaço, todavia eu sempre ouvi comentários de que ele é muito, muito confortável. E depois de uma certa idade vocês sabem né? A gente para de prezar tanto a beleza e acaba dando mais valor ao conforto. Vi então as sandálias do rapaz do serviço e fiquei pensando: Por que comprar? Por que não comprar? Por que comprar? Ganhei-as-Ô!!
Um amigo muito querido, um irmão pra mim, que apareceu na minha vida para me provar por A+B que a distância não significa nada quando a amizade é verdadeira, acabou querendo me dá-las de presente e mesmo estado à centenas de quilômetros, providenciou o presente pra mim. Fiquei em êxtase, não pelo presente, mas pelo ato em si. Uma pessoa que mora em outro Estado, que nunca me viu pessoalmente mas que me trata como a um irmão e com quem eu sei que sempre poderei contar. Agor eu estou todo bobo, desfilando com as sandálias pela casa, sentindo a maciez das pisadas e mantendo meus pés sequinhos após meu banho diário. Muito agradecido meu grande amigo. Modéstia à parte meus pés ficaram muito bonitinhos no calçado. Como te disse no msn, vou usá-los até desmancharem.



Baixei Transformers - Dark of the Moon para assistir em péssima qualidade no computador já que os cinemas daqui novamente decidiram fazer o favor de só exibí-lo em 3D. Apesar da imagem sofrível e do som abafado, além das vozes da platéia eu vou ser obrigado a admitir que o Michael Bay conseguiu consertar toda àquela cagada que foi o segundo filme, Revenge of the Fallen. Detestei a segunda parte da franquia porque achei comercial demais, sem nenhuma história e só cheio de explosões, efeitos especiais e piadas totalmente desnecessárias, como foi o caso daquele robozinho querendo copular com as pernas da Megan Fox, que alías não deu às caras na terceira parte.
Achei Dark of the Moon também bastante carregado de efeitos especiais exagerados e algumas piadas forçadas continuaram, mas dessa vez a história correu melhor, com todo aquele lance da chegada do homem à Lua, a corrida espacial Rússia x Estados Unidos e até uma luta nas ruínas de Chernobyl. Não sei se é porque estou carente de bons filmes de alienígenas, pipoca de cinema e refrigerante, mas esse terceiro Transformers me agradou tanto que estou com vontade de ir até o cinema na saída da cidade só pra assistir novamente no telão. E embora não seja fã de filmes dublados, alguns deles ficam bacanas se o trabalho é feito com carinho e foi o caso de Dark of the Moon, ainda mais porque quem dubla o Optimus Prime no Brasil é o Guilherme Briggs, do qual sou muito fã e sigo o blog Teatro de Bonecos, o qual recomendo.
Bom pessoas, é isso por hora. Casamento pra ir nesse final de semana e Animefriends no outro. Mês corrido, mas muito bacana.

Sobre o Autor:
Eduardo Montanari Eduardo Montanari é dono dos blogs Divagações Solitárias e Du-Montanari Design, além de pseudo-web-designer. É formado técnico em informática e sabe estourar pipoca sem deixar muitos piruás sobrando. Semi-nerd assumido (se é que isso existe), gosta de quadrinhos, anime, mangá, entre outras nerdices e esquisitices.


4 Divagações

  1. É cara... não só dá para pagar no caixa eletrônico, como também pelo celular, sabia?
    Também odeio casais. Não me pergunte o porquê.

    Eu já passei muito por essa de ter amigos distantes. Recentemente me encontrei com uns amigos/irmãos, que fazia 10 anos que não nos víamos, e percebi o mesmo que você. No final das contas, mais que a metade das conversas eram sobre o passado :/

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  2. Ola Edu, que bom que as coisas na sua casa já se normalizaram, as vezes só conseguimos resolver um problema quando passamos a entendelo,e parece que o caso com sua mãe vc já esta tirando de letra.

    Cara eu sabia que dava pra pagar algumas coisa no caixa eletronico, mas não sabia que dava pra pagar tudo que tem codigo de barra, alias eu nunca paguei nada no caixa eletronico, daqui pra frente farei isso, parecer ser bem mas pratico e rapido.

    Muito boa a sua percepção das mudanças, elas estão ai sempre acontecendo ao nosso redor, mas as vezes agente se foca tanto em problemas e pessoas que não merecem nossa atenção, que não conseguimos enchergar as mudanças e o quanto elas são necessarias.
    Sabe Edu, o grande segredo de tudo é justamente o ponto em que focamos, e o problema é que na maioria das vezes focamos nos pontos errados, como pessoas que não estão nem ai pra gente, cituações que não nos acrescentam nada e por ai vai, é isso ai Edu,valorize quem realmente se importa com vc, se preocupe com coisas realmente importante e que possam te acrescentar de alguma forma.

    parabéns pelo presente, é incrivel como podemos nos surpreender com as pessoas,são esses tipos de amigos que devem ser valorizados, que merecem nossa preocupação e atenção.

    Cara eu fui ao cinema assistir ao Transformers - Dark of the Moon, em 3D ainda por cima, nem preciso dizer o quanto aqueles oculos me incomodaram,só quando os coloquei na ponta do naris foi que consegui assistir ao filme sossegado, nunca fui muito fã de Transformers não, assistir mas por falta de opção mesmo, pois o que eu queria ver não estava passando onde fui, mas achei bem legal, principalmente a parte que eles caem deslisando pelas janelas de vidro do predio.

    bom fim de semana Edu e divirtasse

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  3. Gosto do que escreve, da sinceridade das tuas palavras e do compromisso com sua verdade interior.
    Gosto de pessoas sinceras pena que nem todo mundo gosta de ouvir verdades, não é mesmo?
    Abraço e ótima semana.
    Angel

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  4. Sabe uma coisa que adoro no seu blog?
    Assim como eu, você se expõe, sem medo, aparentemente. E isso dá um prazer enorme de ler.

    Te mandei um recado no orkut, mas tive que pedir pra adicionar.
    Abçs.

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