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Sobre lábios virginais cobrindo dentes alinhados, tempo que urge e os monólogos do celular.

sábado, 7 de julho de 2012

Por não estar sabendo lidar com alguns problemas emocionais que ando enfrentando, devido ao término inesperado de um relacionamento no qual eu botava bastante fé, estou aos poucos voltando com um velho habito bizarro o qual havia abandonado há um tempo, que é o de caminhar pelas ruas ou me colocar próximo a um grupo de pessoas e fingir que estou conversando ao celular, trocando palavras carinhosas com a pessoa amada. Ok, sei que é bem paranóico ridículo, na verdade até mesmo digno de pena, mas tenho me sentido tão solitário e largado que isso está se tornando mais forte do que eu, ao ponto de algumas vezes essa tática realmente me servir de consolo, de eu realmente acreditar que estou falando com a outra pessoa, mesmo que ninguém me responda do outro lado. Fico fazendo planos, combinando de encontrá-la em determinado local, coisas do gênero.
Andar por aí falando sozinho sempre foi um habito comum meu, desde sempre. Quando estou muito ansioso, nervoso, triste, enfim, quando estou muito tudo, não consigo pensar apenas com o cérebro, preciso externar o que sinto de alguma forma mais intensa e geralmente isso é verbalmente. Na maior parte das vezes eu nem percebo, quando me dou conta estou tagarelando e gesticulando feito um doente mental enquanto caminho, seja numa rua sossegada, seja no calçadão do centro da cidade, lotado de pessoas. Noventa por cento das vezes fico tendo conversas imaginarias com pessoas do passado, coisas que eu queria ter dito e nunca disse, fico falando sem parar, falando com a pessoa como se ela estivesse caminhando ao meu lado e fosse me responder. Também faço isso quando estou prestes a conversar com alguém sobre algum assunto que considero importante, fico “ensaiando” o que vou dizer, planejando como quero conduzir a conversa.
Talvez eu deva me resignar a esse meu costume bizarro, já que na minha família é comum gente pirada, mãe bipolar ex-suicida, uma tia esquizofrênica que acha que todos os motoqueiros da cidade, sem exceção, estão tentando matá-la e uma outra que mistura remédios psiquiátricos com pinga. Vendo as cousas por esse ponto de vista, eu andar pelas ruas falando sozinho até que é normal. Ou não.


Descobri acidentalmente que vamos ter um feriadão na próxima segunda-feira, revolução sei lá das quantas, também não me interessa nem um pouco o motivo, só sei que eu pensava que o próximo feriado bacana seria só no dia 1º de agosto, ocasião do aniversario aqui da cidade de Bauru. Na verdade, “feriado bacana” é relativo, já quer além de andar deprimido novamente, nunca tenho nada de interessante para fazer nos finais de semana e feriados, mas seja como for, um descanso é sempre bem vindo.
Fiquei espantado também em ver como, depois que comecei a trabalhar em um emprego que exige bastante de mim e me mantém ocupado a maior parte do dia, os dias tem passado mais rápido do que nunca. Tomei um susto ao despertar no chão da sala (é lá que eu durmo sempre) na quinta-feira de manhã, dia 05/07, olhar no celular e ver que já era quinta-feira mesmo. Cadê a quarta-feira que passou e eu nem vi? Enfiaram no olho do cu
Não sei se considero isso uma cousa boa ou ruim, pois tempo que passa depressa demais também é algo que me incomoda, não que eu tenha como já disse, pra onde ir ou o que fazer, mas sempre me dá aquela sensação estranha de que eu estou deixando alguma cousa para trás. No final das contas não tem dessa do tempo estar passando mais rápido ou mais devagar, o tempo é como é, como sempre foi e como sempre será, o lance está no nosso cérebro, que deve estar processando tudo muito mais rápido, já que o mundo atual com essa geração de hoje, exige isso.
O bom dessa velocidade toda é que mais uns dias e a minha viagem ta aí. Tenho planos de me divertir, agora, se isso vai realmente acontecer ou não, aí já não sei, vai depender do que acontecer nos próximos dias e de como estarei espiritualmente quando embarcar no interior do ônibus intermunicipal. Só sei que nesse domingo do evento, aí sim eu vou querer que o tempo passe bem devagar mesmo.


Já se vão pra lá de três anos desde que eu comecei a usar aparelho ortodôntico e apesar de já estar de saco cheio de ter um monte de elásticos, fios e peças de metal na boca, me causando dores excruciantes e atrapalhando minha mastigação, digo agora que realmente valeu a pena. Muitas coisas mudaram nos últimos anos e entre elas, a forma como me vejo. Nunca me achei bonito e ainda não me acho, realmente me considero uma pessoa feia tanto de rosto quanto de corpo, mas o que mudou foi o fato de eu não ligar mais tanto para isso, acho até que cheguei a escrever sobre isso há algumas postagens atrás, descobri que o que faz uma pessoa desejar você de verdade é algo alem da aparência física. 
Estou como disse, há anos nessa rotina mensal de trocar borrachinhas, apertar arames, torce dente daqui, faz limpeza dali, não é fácil não, não é o fim do mundo mas é chato e doloroso, fico dias me alimentando mal, todas as vezes que vou ao ortodontista apertar o aparelho e isso me causa dor de estomago e má digestão, mas os resultados estão compensando. Eu que tinha vergonha de sorrir mostrando os dentes, hoje posso fazer isso sem medo, sabendo que se as pessoas me olharem com nojo, será apenas pela minha feiúra facial e não pelos meus dentes que eram todos irregulares e de tamanhos distintos.
Pelo que me disse a doutora durante minha ultima consulta, falta pouco para que eu retire toda essa parafernália da boca definitivamente, provavelmente até o final desse ano estarei livre e poderei me considerar oficialmente consertado. Quanto àquela cirurgia da qual tanto falava, desisti mesmo dela, pois me convenci de que ela não será tão necessária quanto eu pensava, já que o que mais me incomodava não e o meu queixo saliente, mas sim meus dentes terrivelmente tortos. De acordo com alguns, meu queixo grande me deixa com lábios apetitosos, não que em 36 anos eu já os tenha usado para beijar alguém. 

Eduardo Montanari Sobre o Autor:
Eduardo Montanari é dono dos blogs Divagações Solitárias e Du-Montanari Design. É formado técnico em informática, trabalha como designer e diagramador. Nerd assumido, gosta de quadrinhos, anime, mangá, entre outras nerdices e esquisitices.


4 Divagações

  1. No final amigo acaba ficando tudo bem!
    Tá ficando concertado! Abraços

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  2. Se quiser ligar pra mim, não acharia ruim, só uso meu celular pra ver as horas... tenho até vergonha

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  3. Eu tenho muito de louco, sem contar que eu preciso usar aparelho. Diante disso tenho dúvidas, pois os meus dentes são iguais o do "Bob Esponja", acho isso fofo. kkkkk

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