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Sobre leite achocolatado para um coração solitário, panelas de pressão e conforto para o corpo, já que não para a alma.

quarta-feira, 4 de julho de 2012

Embora minha vida sentimental esteja em frangalhos, pelo menos na parte profissional estou indo muito bem, obrigado. Não que isso me sirva o mínimo como algum consolo, mas já me ajuda a ter um bom motivo para levantar todos os dias às seis da manhã, amornar um pouco d’água para lavar o rosto (ajuda a abrir melhor os poros) e tomar o meu copo de leite achocolatado costumeiro.
Comecei o mês de julho com dois bons projetos: o primeiro é o logotipo de um evento que será realizado na faculdade daqui a alguns meses, eu amo criar logos, embora tenha pouca experiência nisso, mas caso alguma das minhas ideias seja aprovada, considerarei uma vitória muito grande. O outro é um folder com uma lista e descrição de todos os cursos oferecidos pela faculdade, um trabalho meio robótico, confesso, mas estou tão satisfeito por estar fazendo o que gosto, cercado de pessoas que sentem o mesmo, que dar um simples clique no botão do mouse é um trabalho gratificante pra mim. Quando as pessoas me perguntam qual a
minha profissão, encho a boca para dizer: designer, diagramador e ilustrador. Um coração solitário a serviço das artes.
Até agora não tive nenhum contratempo ou desagrado no trabalho, estou seguindo uma nova postura com a qual me comprometi, que é a de ficar quieto no meu canto, fazer o que eu tenho que fazer e não meter o nariz onde não sou chamado. Por enquanto tem funcionado muito bem e pretendo continuar com isso.


Desde que saí com minha amiga Gabrieli há alguns sábados atrás, ando pensando muito na conversa que tivemos sobre a necessidade de sermos nós mesmos, sem nos preocupar tanto com o que as outras pessoas vão pensar. Quanto mais o tempo passa, mais eu estou sentindo uma necessidade quase doentia de apertar a tecla foda-se para um monte de coisas, mandar um monte de gente para a puta que os pariu e começar a agir sem me preocupar com a imagem que vou passar para os outros, guardadas as devidas proporções, é claro. Meninos bonzinhos vão para o céu, mas em compensação vivem uma vida de merda. Ser moral em um mundo imoral, está cada dia mais se mostrando para mim uma coisa absolutamente démodé. Não que eu queira sair por aí nu, de pau duro, rebolando “cara caramba cara caraô” em cima de um trio elétrico (embora fosse excitante), mas durante toda a minha vida eu sempre fui muito fechado, travado, contido e isso me transformou hoje em uma bomba relógio emocional hipersensível, que leva tudo a extremos e acaba se dando mal por ser sempre mais emocional do que racional.
Todos nós sem exceção somos como panelas de pressão, precisamos de uma válvula de escape para vez ou outra nos aliviarmos, caso contrario, acidentes podem acontecer. Quantas vezes você já não se pegou falando: “_Estou a ponto de explodir!”? Pois é, esse é o efeito da panela de pressão que somos, ou de vez em quando você acha um jeito de baixar a sua, ou a explosão que você der pode não só ferir você como os outros ao seu redor, inclusive quem você mais ama.


Parece que foi ontem que reservei minha vaga para o Anime Friends 2012, achando que a data da viagem ainda demoraria muito a chegar e agora faltam apenas quinze dias para o evento. Se eu disser que estou super empolgado esse ano, estarei mentindo, pois como disse, estou com minha vida sentimental em frangalhos, tentando superar algumas tristezas e não sei quando vou voltar a estar bem novamente. Não que eu esteja ruim, só não estou bem. No final das contas se formos analisar, então estou normal, porque é inerente ao ser humano nunca estar equilibrado em nada.
Estou desde já pensando como vou fazer para me manter aquecido dentro daquele ônibus gelado, pois não importa o quão cheio de passageiros ele esteja e o quanto todas as janelas estejam fechadas, eu fico congelando lá dentro durante todas às quatro horas de viagem. O pior é que somente a viagem é gelada, durante o evento é aquele calor infernal (pelo menos eu espero que seja), aí sou obrigado a me desmontar todo, feito uma Drag Queen do Ártico e encher a mochila com os agasalhos, o que a deixa bem chatinha de carregar. E uma vez que chegaremos lá ao amanhecer e só sairemos ao crepúsculo, conforto é uma prioridade pra mim, pelo menos o conforto do corpo, porque o conforto da minha alma eu já deixei ao Deus dará.

Eduardo Montanari Sobre o Autor:
Eduardo Montanari é dono dos blogs Divagações Solitárias e Du-Montanari Design. É formado técnico em informática, trabalha como designer e diagramador. Nerd assumido, gosta de quadrinhos, anime, mangá, entre outras nerdices e esquisitices.


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